26 Atividade funcional de fagócitos na presença do fitoterápico ‘’Mais Vida’’ CORRÊA, V. S.C.; MAYNIÉ, J. C.; FRANÇA, E. L.; HONÓRIO-FRANÇA, A.C. Instituto de Ciências da Saúde, Uniaraxá, 38180-000 Araxá – MG. RESUMO: Estudos vêm demonstrando que a utilização de plantas pode estimular células e atuar como forma alternativa no tratamento de certas doenças, tais como o câncer e a AIDS. Através do conhecimento popular, uma mistura de sete plantas Babaçu (Orbignia martiana Rodr.), Ipêroxo (Tabebuia avellanedae L.G.), Bardana (Arctium lappa L.), Rosa (Rosa centifolia L.), Espinheira Santa (Maytenus ilicifolia Mart.), Boldo baiano (Vernonia condensata Baker), Tuia (Thuja occidentalis L.) denominada “Mais Vida”, tem mostrado resultados que indicam o aumento da atividade celular e o aumento à resistência para células tumorais. O presente trabalho tem por objetivo verificar se o composto “Mais Vida” é capaz de modular a atividade funcional de fagócitos do sangue. Os métodos constaram da preparação dos extratos das plantas, de seleção da casuística para obtenção de fagócitos através de gradiente de Ficoll-Paque e sedimentação por Dextran em amostras de sangue periférico humano e realização da dosagem de ânion superóxido pelo método de ferrocitocromo C. Observou-se em 25 amostras, que a média da atividade espontânea de células mononucleares (MN) foi de 19,30 e polimorfonucleares (PMN) de 17,05. Com a presença do composto, obteve-se uma média de 38,19 MN e 37,56 PMN. Os resultados obtidos corroboram com o uso popular deste composto como imunomodulador. Palavras-chave: plantas medicinais, fagócitos, ânion superóxido. ABSTRACT: Activity of phagocytes in the presence of the “Mais Vida” (more life) herbal remedy. Studies have demonstrated that the use of plants can stimulate cells and act as an alternative in the treatment of some diseases such as cancer and AIDS. Using popular knowledge, a mixture of seven herbs Orbignia martiana Rodr., Tabebuia avellanedae L.G., Arctium lappa L., Rosa centifolia L., Maytenus ilicifolia Mart., Vernonia condensata Baker, Thuya occidentalis L., called “Mais Vida” (more life), has yielded results, which indicate increased cell activity as well as increased resistance to tumour cells. The purpose of this work is to verify if the compound “Mais Vida” is capable of modulating the functional activity of blood phagocytes. This verification is based on the preparation of the plants extracts, selection of specific cases to obtain phagocytes through of Ficoll-Paque and Dextran sedimentation in samples of human peripheral blood and the determination of the dosage of anion superoxide. Twenty-five samples revealed that the average spontaneous activity of mononuclear cells (MN) was 19.30 and nuclearpolymorphous (NPM) 17.30. In the presence of the “Mais Vida” compound, an average of 38.19 MN and 37.56 NPM was obtained. The results obtained corroborate the popular use of this compound as an immunomodulator. Key words: medicinal plants, phagocytes, anion superoxide. INTRODUÇÃO As plantas medicinais sempre foram objetos de estudos na tentativa de descobrir novas fontes de princípios ativos. Estudos vêm demonstrando que a utilização de plantas pode estimular células e atuar como forma alternativa no tratamento de certas doenças, tais como o câncer. A estimulação celular pode ser observada pela ativação do metabolismo oxidativo com liberação de radicais livres. Os efeitos benéficos dos radicais livres no organismo humano, parecem ser a participação nos processos de fagocitose e atividade microbicida, que visam eliminar os agentes potencialmente patogênicos (Olszewer, 1995). A destruição de microrganismo após a fagocitose pode ser mediada por dois mecanismos: metabolismo oxidativo com produção de metabólitos ativos do oxigênio (Babior, 1978; Mundi et al., 1991) Recebido para publicação em 03/12/2004 Aceito para publicação em 01/04/2005 Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.8, n.2, p.26-32, 2006. 27 ou liberação de enzimas lisossômicas (Segal & Soothill, 1983). Vários trabalhos têm demonstrado a fagocitose (Ho & Lawton, 1978) e a capacidade microbicida de leucócitos mononucleares e polimorfonucleares (Honorio, 1995; Honorio-França et al. 2001). A formação dos radicais livres segue uma seqüência em cascata. Nesta cascata, durante as reações ocorre a participação de várias enzimas, cujo objetivo é a geração, pela consecutiva redução univalente da molécula de oxigênio, de água, intermediário ativos e energia na forma de ATP (Asad et al. 1994). É importante salientar que a geração do ânion superóxido tem papel central e, é a base para a formação dos outros radicais. Os métodos de avaliação indireta da atividade dos fagócitos podem ser realizados através da detecção de produtos do metabolismo oxidativo, sendo analisados por meios bioquímicos ou citoquímicos. Visando avaliar o metabolismo oxidativo, destacam-se os que verificam o consumo de oxigênio (Nakamura et al., 1981), a quimioluminescência (Allen et al., 1972) e os que quantificam produtos do metabolismo oxidativo, como o ânion superóxido (Pick & Mizel, 1981). Componentes reativos que são gerados pela consecutiva redução univalente da molécula de oxigênio, produzem água e intermediários ativos como o ânion superóxido (O2-). Esses radicais participam de fenômenos extremamente importantes relacionados ao processo imunológico, reações inflamatórias, peroxidação de lipídeos e alterações em nível de DNA (Ames et al., 1993). O emprego correto de plantas para fins terapêuticos pela população em geral, requer o uso de plantas medicinais selecionadas por sua eficácia e segurança terapêuticas, baseadas na tradição popular ou cientificamente validadas como medicinais (Lorenzi et al., 2002). Através de conhecimento popular uma mistura de sete plantas denominada "Mais Vida", tem mostrado resultados que indicam aumento da atividade celular, devido ao aumento da resistência para vários tipos de cânceres, bem como para pacientes com imunodeficiência. Esta mistura envolve o preparo de extrato das seguintes plantas: babaçu (Orbignia martiana Rodr.) ipê-roxo(Tabebuia avellanedae L.G.), bardana (Arctium lappa L.), rosa (Rosa centifolia L.), espinheira santa ( Maytenus ilicifolia Mart.), boldo baiano (Vemonia condensata Baker) e tuia (Thuja occidentalis L.). Este trabalho teve como objetivo verificar se o composto "Mais Vida" é capaz de modular a atividade funcional de fagócitos do sangue, bem como qual das 7 plantas presentes neste composto é responsável pela modulação destas células. MATERIAL E MÉTODO Seleção da casuística para obtenção de amostras de sangue periférico humano. Foram coletadas amostras de sangue periférico de doadores clinicamente sadios, nas faixas etárias de 18 a 50 anos. Todos os doadores foram consultados de sua disponibilidade de doar uma amostra de sangue, sendo explicado ao doador que o sangue se destinaria a um trabalho científico. Obtenção de fagócitos do sangue periférico Após o consentimento, foram coletados cerca de 15 a 20 mL de sangue periférico em tubos heparinizados, na proporção de 25 unidades de anticoagulante por ml de sangue, para obtenção de leucócitos. A seguir foi realizada a separação das populações celulares por gradiente de densidade com Ficoll-Paque (Pharmacia), durante 40 min a 160 g em temperatura ambiente. O anel enriquecido de fagócitos mononucleares foi retirado e reservado, e o restante do sangue submetido à sedimentação por Dextran (Sigma), durante 60 min a 37ºC, para a separação dos polimorfonucleares. Após a separação das duas populações celulares (mononucleares e polimorfonucleares), as células foram lavadas duas vezes em meio de cultura 199 (Gibco). Foi realizada a contagem em câmara de Neubauer, e as concentrações celulares foram ajustadas para 2 x 106 células /mL. Preparação da Mistura Fitoterápica ("Mais Vida") A mistura "Mais Vida" é composta por extratos das seguintes plantas: 75% da folha seca do babaçu, Orbignia martiana Rodr (Palmaceae); 2% da entre casca do ipê roxo, Tabebuia avellanedae L.G.(Bignoniaceae); 4% da folha verde da bardana, Arctium lappa (Compositae); 5% das pétalas frescas da rosa, Rosa centofolia (Rosaceae); 5% da folha verde da espinheira santa, Maytenus ilicifolia Mart. (Celastraceae) identificada por A.M.S.Pereira; 5% da folha seca do boldo-baiano, Vemonia condensata (Asteraceae) identificada por L.C Ming; 4% da folha verde da tuia, Thuja occidentalis L.(Cupressaceae). Exsicatas nº 0009, 0017, 0022, 0052, 0065, 0091 e 0105 respectivamente, estão depositadas no laboratório "Naturoterapia Sinhô Mariano". Todas estas plantas foram coletadas na Reserva Ecológica e de Pesquisa de Plantas Medicinais "Maria Cândida Ribeiro", Março-Setembro/ 2003, situada no Município de Araxá a 1,5 Km da BR 262 no Km 715, MG. O preparo da mistura envolveu duas etapas: o processo de alcoolatura, e o processo de destilação para formação do extrato. Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.8, n.2, p.26-32, 2006. 28 Processo de Alcoolatura e Destilação Foram macerados 200 g da planta para um litro de álcool 70%. As plantas em maceração foram deixadas por 30 dias em temperatura ambiente. Durante os 10 primeiros dias os vidros foram agitados uma vez ao dia. Após esse período o preparado foi filtrado em filtro de papel. A seguir, com exceção da Thuja occidentalis, todas as outras plantas passaram pelo processo de destilação de acordo com o código farmacêutico brasileiro (FARMACOPÉIA, 1959). Dosagem de ânion superóxido O metabolismo oxidativo foi analisado através do ensaio de liberação de ânion superóxido, pelos fagócitos do sangue sendo determinado utilizandose o cromógeno ferricitocromo C, segundo o método de Pick & Mizel (1981). Em presença do ânion superóxido o ferricitocromo C sofre oxidação passando a ferrocitocromo C, sendo esta mudança colorimétrica detectável em espectrofotômetro com filtro de 630nm. As células foram separadas e a concentração ajustada para 2 x 106 células/mL em tubos plásticos, centrifugadas a 160g por 5 minutos. Após a separação das células, foram ressuspendidas em 0,5 mL de PBS glicosado contendo ferricitocromo C (concentração de 2mg/mL). Um controle contendo somente células foi realizado paralelamente para verificação da liberação espontânea do ânion superóxido pelas células tratadas ou não. As suspensões foram colocadas em placas de cultura celular de 96 poços, com um volume de 100 l por poço, sendo neste momento adicionada os diferentes estímulos e deixadas em estufa a 37ºC durante 1 hora. A leitura foi feita em espectrofotômetro para placa com filtro de 630nm. A concentração do ânion superóxido foi calculada segundo Pick & Mizel (1981) através da seguinte relação: RESULTADO Na Tabela 1 observa-se o efeito do composto "Mais Vida" em diferentes diluições na produção do ânion superóxido pelos fagócitos polimorfonucleares (PMN) e mononucleares (MN) do sangue periférico. Os resultados demonstram que o composto "Mais Vida" estimulou os fagócitos do sangue até a diluição 1:4 ao se comparar ao grupo controle com PBS (liberação espontânea). Maior produção do ânion superóxido foi observada quando da utilização do "Mais Vida" puro. Não houve diferenças na liberação do ânion superóxido entre os tipos celulares (MN e PMN), dentro do mesmo tratamento. A Figura 1 mostra a produção do ânion superóxido pelos fagócitos mononucleares (MN) do sangue na presença dos diferentes extratos vegetais utilizados na mistura do composto "Mais Vida". Houve aumento na liberação do ânion superóxido pelos fagócitos MN do sangue na presença de todos os extratos vegetais utilizados, ao se comparar a liberação espontânea (PBS). O Babaçu e a Tuia apresentaram índices maiores de liberação do ânion superóxido, em valores ate maiores do que "Mais Vida". Na Figura 2 está apresentada a produção ânion superóxido pelos fagócitos polimorfonucleares (PMN) do sangue na presença de diferentes extratos vegetais utilizados na mistura do composto "Mais Vida". Observou-se que a Bardana não ativou os fagócitos polimorfonucleares do sangue. Os demais TABELA 1. Efeito do composto “Mais Vida” (MV) em diferentes diluições sobre a produção do ânion superóxido pelos fagócitos MN e PMN do sangue periférico Concentração O2- (nmol) = DO x 100 6.3 Análise Estastística A análise dos resultados estastísticos foi realizada utilizando análise de variância (ANOVA), calculando a estastística F e as comparações entre os grupos pelo método de Tukey. As estastísticas calculadas foram consideradas significativas quando "p - value" foi menor que 0.05 (p< 0.05). *p<0,05, comparando-se a liberação espontânea (PBS) com o “Mais Vida” (MV) em diferentes diluições. p>0,05, comparando-se os tipos celulares ( MN e PMN), considerando-se o mesmo tratamento. Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.8, n.2, p.26-32, 2006. 29 * p<0,05, comparando-se a ativação pelo “Mais Vida” (MV) com as demais plantas, considerando o mesmo tratamento. •p<0.05 comparando a liberação espontânea (PBS) com as respectivas plantas. FIGURA 1. Produção do ânion superóxido pelos fagócitos mononucleares do sangue periférico humano, na presença de diferentes extratos vegetais TABELA 2. Efeito do composto “Mais Vida” (MV) de cada planta em diferentes diluições sobre a produção do ânion superóxido pelos fagócitos MN e PMN do sangue periférico humano. a P<0,05, Comparando-se as diferentes plantas considerando o mesmo tratamento P<0,05, Comparando-se os tipos celulares(puro) considerando o mesmo tratamento c p<0,05, Comparando-se a os tipos celulares(1:16) considerando o mesmo tratamento b Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.8, n.2, p.26-32, 2006. 30 * p<0,05, comparando-se a ativação pelo “Mais Vida” (MV) com as demais plantas, considerando o mesmo tratamento. • p<0.05 comparando a liberação espontânea (PBS) com as respectivas plantas. FIGURA 2. Produção do ânion superóxido pelos fagócitos polimorfonucleares do sangue periférico humano, na presença de diferentes extratos vegetais extratos vegetais utilizados foram capazes de estimular a produção do ânion superóxido ao se comparar à liberação espontânea. Os fagócitos polimorfonucleares do sangue apresentaram os maiores índices de produção do ânion na presença do Babaçu. A liberação do ânion superóxido pelos fagócitos do sangue na presença de diferentes extratos do composto "Mais Vida" puro ou diluído 1:16, pode ser observado na Tabela 2. A diluição 1:16 determinou redução na liberação do ânion superóxido em todos os tratamentos, independente do tipo de fagócito analisado. DISCUSSÃO O homem é um ser sociável, capaz de intercambiar e transferir aos seus pares, informações acumuladas por meio da observação direta da natureza. Esta é a troca cultural; um intercâmbio que permitiu a perpetuação de informações valiosas sobre assuntos como plantas medicinais e que a etnobotânica estuda e põe à disposição da ciência. A razão para o uso de uma planta está de acordo com o sistema de crenças e pensamento populares. Assim, embora pouco se conheça sobre as propriedades da maioria das plantas de uso medicinal, não se deve considera-las remédios ineficazes, somente porque as explicações dadas para o seu uso se firmam em associações mentais desconhecidas pela ciência (Castellucci et al., 2000). A falta de padronização e qualidade das amostras brasileiras, especialmente daquelas comercializadas, compromete a importância que muitos compostos de plantas medicinais possam representar na saúde pública brasileira. Neste trabalho verificamos o efeito do composto "Mais Vida" sobre a ativação funcional Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.8, n.2, p.26-32, 2006. 31 de células do sistema imune. Imunossupressão é um dos principais obstáculos no tratamento convencional de câncer em função da quimioterapia e radioterapias. Diferentes tipos de imunomoduladores são descritos, e dependendo da sua origem eles podem ser divididos em naturais ou sintéticos. Podem aliviar os efeitos colaterais, os quais, são o maior problema nas terapias convencionais e outras. De acordo com relatos feitos pelos usuários do composto "Mais Vida" ele vem confirmar a diminuição destes efeitos, bem como aumentar a disposição geral do paciente, melhorando sua qualidade de vida. Há relatos na literatura que algumas plantas como Viscum album (Kuttan & kuttan, 1992), Withania somnifera (Davis & Kuttan, 2000), Tinospora cordifolia (Mathew & Kuttan, 1997), podem estimular o sistema imune, participando dos processos oxidativos e oncogênicos. E é demonstrado também, a diminuição da imunossupressão causada pelo tratamento convencional (Kumar et al., 1999). Os resultados da ativação com o "Mais Vida" nos permite demonstrar uma relação de dosedependência, como esperado pelos ensaios similares encontrados na literatura com outros fitoterápicos. Por outro lado, tem-se descrito comportamento estimulador em fagócitos do sangue periférico humano em função também do tipo celular em análise. Sendo os fagócitos polimorfonucleares os mais sensíveis (França, 1997). Na presença do fitoterápico "Mais Vida" encontramos uma ação imunoestimuladora para a produção de ânions superóxido similar para ambos os fagócitos. Comparando as diferentes ativações encontradas entre as plantas, percebe-se que algumas diminuem a grande ativação das outras, pois altas produções do ânion superóxido podem associar-se a efeitos deletérios aos tecidos. Neste composto, é possível que a rosa, o ipê, o bolbo, atuem como plantas reguladoras enquanto que as demais são estimuladoras levando a um equilíbrio que resulta em efeito benéfico para o organismo. A integridade do sistema imune é essencial para a defesa frente aos microrganismos infecciosos e seus produtos tóxicos, e a sobrevivência de todos os indivíduos. Alguns componentes com atividade imunomoduladora como ácidos graxos (Mediratta et al., 2002), flavonóides (Ziaudidin etal., 1996; Middleton, 1998), polissacarídeos (Hase et al.,1996; Wong et al., 1994) e terpenos (Souza et al., 1998) são também encontrados nas plantas que compõem o " Mais Vida". Muitos estudos que abordam a atividade imunomoduladora de plantas tem utilizado o extrato bruto (Yamaguchi, 1992; Souza et al., 1998), em outros, combinações de várias ervas ou ervas em combinação com minerais (Ziaudidin et al., 1996; Bajaj et al., 1999; Nakai et al., 1993), o que concorda com nosso trabalho. Os principais efeitos isolados atribuídos a cada uma destas plantas são, variados. Por exemplo, a Tabebuia avellanedae L.G. apresenta propriedades etnoterapêuticas como antiinflamatória (Oga et al., 1969), antitumoral (Souza et al., 1991), anticoagulante (Block, 1974), imunoestimulante (Wagner et al., 1986), antimicrobiana (Guiraud et al., 1994; Avirutnant et al., 1983). A Arctium lappa L. se apresenta como antiinflamatória, antibiótica, analgésica, antireumática dentre outras (Panizza, 1998). A Maytenus ilicifolia Mart. com propriedades cicatrizante, úlceras, analgésica, antiinflamatória e outras (Taylor,1998). A Thuya occidentalis L. com propriedades etnoterapêuticas como antiviral, antitumoral dentre outras. Rosa centifolia L., calmante. Vernonia condensata Baker com propriedades analgésicas e de proteção gástrica (Boorhem et al., 1999) e Orbignia martiana Rodr. nenhum estudo apresentado. Este trabalho vem contribuir para o conhecimento da atividade do composto fitoterápico "Mais Vida" e concluiu-se que ele estimulou a produção do ânion superóxido, sendo esta estimulação dose-dependente. Notou-se ainda uma equivalência desta ativação em ambos os tipos celulares analisados. Estes resultados são significativos para o desenvolvimento de alternativas mais baratas e talvez estratégias mais seguras no tratamento de algumas formas de câncer, além de que a ativação celular pelo "Mais Vida" pode representar um importante mecanismo para a defesa do organismo. AGRADECIMENTO Ao laboratório " Naturoterapia Sinhô Mariano" pelo apoio, cedendo o composto "Mais Vida", necessário para a concretização deste trabalho. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ALLEN, R.C.; STJERNHOLM, R.L.; STEELE, R.H. Evidence for the generation of an electronic excitation state in human polymorphonuclear leukocytes and its participation in bactericidal activity. Biochemical Biophysical Research Communicattion, v.47, p.679-84, 1972. AMES, B.N.; SHINNENAGA, M.K.; HAGEN, T.M. Oxidants, antioxidantes, and the degenerative diseases of agent. Proceedings National Academy Sciences, v.90, p.791522, 1993. ASAD, N.R. et al. Lethal interaction between hydrogenperoxide and 0-phenonthroline in Escherichia coli. 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