Parte IV Possibilidades e Oportunidades em Pesquisa Joaquim Delphino Da Motta Neto Departamento de Química, UFPR, P.O. Box 19081, Centro Politécnico, Curitiba, PR 81531-990, Brasil Para concluir este curso, vamos examinar algumas possibilidades de aplicação de Química Quântica em problemas reais... SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 2 Resumo Fixação de nitrogênio Complexos inorgânicos Códigos computacionais Métodos semi-empíricos Perspectivas atuais Conclusões SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 3 Onde podemos usar estas técnicas em Química?... SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 4 Fixação de nitrogênio Na natureza a fixação de nitrogênio no solo é feita por bactérias como a Azotobacter vinelandii, as quais contêm uma enzima nitrogenase, a qual catalisa a redução de N2 a NH3 acompanhada da redução de prótons a H2. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 5 SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 6 A proteína SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 7 A enzima consiste de proteínas componentes Fe and MoFe, as quais podem ser purificadas separadamente. A proteína Fe contem dois tipos de clusters metal-enxôfre, os P-clusters, e a proteína MoFe contem um cofator de molibdênio conhecido como FeMoco, que se acredita ser o sítio de ligação do substrato. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 8 Apesar da estrutura do cofator FeMoco (dentro da nitrogenase cristalina em estado de repouso) ter sido determinada em 1992, os sítios de coordenação de substrato e inibidor ainda são pouco compreendidos. Dentre outras, a principal reação executada por esta enzima é: N2 (g) + 8 H+ (aq.) + 8 e + 16 ATP 2 NH3 + H2 (g) + 16 ADP + 16 Pi SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 9 Estrutura do cofator Aparentemente este é o sítio onde se realiza a fixação de nitrogênio. A reação química se dá num cluster que já foi identificado por raios x. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 10 Conte os elétrons e os átomos. Como deve ser a descrição deste sistema?... SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 11 Contando os elétrons e as camadas abertas Pense nos metais apenas: sete Fe (4s)2 (3d)6 (4p)0 um Mo (5s)1 (4d)5 (5p)0 ou (5s)2 (4d)4 (5p)0 Número de elétrons de valência: 7 (6) + 1 (4) = 46 elétrons Número de camadas abertas: 7 (5) + 1 (5) = 40 open shells SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 12 O jeito mais simples de obter uma estimativa é considerarmos que as camadas abertas ocuparão apenas os orbitais de valência dos átomos de metal. O número de determinantes que aparece neste modelo simples é dado pela fórmula binomial: Se considerarmos 46 elétrons ocupando 40 camadas abertas, 2 K 80 80 ! N 46 46 ! 34 ! 80 79 78 ... 48 47 22 4,4 10 34 33 32 31 ... 3 2 SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 13 O estado de spin mais alto que aparece é o que tem seis orbitais duplamente ocupados, mais 34 elétrons em camada aberta. Logo a maior multiplicidade de spin é 2S + 1 = 2 (34/2) + 1 = 35. A seguir, devemos obter um chute (initial guess) razoável para os orbitais. O jeito mais simples é fazer um cálculo CAHF (o operador de Fock é montado colocando-se 46 / 40 = 1,15 elétrons em cada orbital), o qual deve fornecer um conjunto de orbitais que deve ser apropriado para descrever os diversos estados deste sistema. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 14 Como esperado, um cálculo UHF para multiplicidade 35 resulta em forte contaminação. E agora ???... SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 15 Marshall Cory formulou uma maneira de remover os contaminantes que ele chamou PUHF ou UHF “projetado”. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 16 Para alcançar isso, eram necessários cálculos individuais para cada multiplicidade 35, 37, 39, 41, 43, 45 etc. Estes cálculos geravam arquivos tão grandes (os famigerados VEC10 do programa ZINDO) e gastavam tantos Mflops que os jobs maiores caíam. Por isso, o projeto foi interrompido. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 17 Alguém poderia dizer, Que coisa enorme ! Será que não podemos usar algum modelo simplificado que seja útil?... SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 18 Alguns complexos modelo investigados [ VCl2(tmeda)2 ] [V3Cl5(tmeda)3] (BPh4 ) P.B. Hitchcock et al., J. C. S. Dalton Trans. 1127-35 (1997). J. J. H. Edema et al., Inorg. Chem. 29(7), 1302-1306 (1990). SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 19 Objetivos gerais deste trabalho Obter uma descrição de estrutura eletrônica dos complexos, incluindo caracterização dos orbitais de fronteira. Estudar a estabilidade relativa dos possíveis estados de spin (necessário para o cálculo do espectro UV-visível). Caracterizar a natureza das bandas observadas no espectro UV-visível. Colher informação teórica para melhor entender o mecanismo de catálise por compostos polinucleares, em conexão com a fixação biológica de nitrogênio. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 20 MÉTODO / DETALHES COMPUTATIONAIS Hamiltoniano modelo: INDO/1 (Pople & Beveridge, 1967) Conjunto de base: mínima orbitais de tipo Slater (STOs) Espectroscopia: INDO/S (Zerner et al., 1972, 1980, 1987) Programa: BIGSPEC (ZINDO) (M.C. Zerner et al.) Computador: Cybermax PC, 233 MHz UV-visível: espectrômetro com array de diodo HP 8452A Solvente: THF SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 21 QUAL É O ESTADO DE SPIN ESPERADO PARA CADA COMPLEXO ??? Usamos o método CAHF: a energia do determinante de referência é obtida tirando-se a média de todas as possíveis configurações que aparecem da ocupação desejada, de acordo com o procedimento de operadores ROHF generalizado sugerido por Zerner & Edwards. Nesta parte as integrais de dois elétrons, dois centros (g) são calculadas ab initio ao longo do conjunto de base de STOs. W.D. Edwards & M.C. Zerner, Theor. Chim. Acta 72(5-6), 347-361 (1987). M.C. Zerner, Int. J. Quantum Chem. 35, 567-575 (1989). SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 22 Estado de spin do complexo mononuclear DE (kcal.mol-1 ) 2S+1 2 46.1 4 0.0 6 108.0 Conclusão: o complexo mononuclear é provavelmente um quarteto. Isso deveria ser esperado, uma vez que vanádio(II) tem uma configuração (3d)3 . SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 23 Estado de spin do (positivamente carregado) complexo trinuclear. 2S+1 DE (kcal.mol-1 ) 6 136.6 8 46.7 10 0.0 12 117.9 Conclusão: o cátion do complexo trinuclear é um decateto. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 24 ESPECTROSCOPIA: Uma vez que determinamos o estado de spin, usamos o método INDO/S para obter o espectro eletrônico: de novo a energia do determinante de referência é obtida pela média ao longo de todas as possíveis configurações. Sabe-se que se o sistema contem várias open shells, o protocolo CAHF fornece uma autofunção de spin apropriada e consequentemente uma referência apropriada para cálculos espectroscópicos. M.C. Zerner & G.H. Loew, J. Am. Chem. Soc. 102(2), 589-599 (1980). W.D. Edwards & M.C. Zerner, Theor. Chim. Acta 72(5-6), 347-361 (1987). M.C. Zerner, Int. J. Quantum Chem. 35, 567-575 (1989). SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 25 ORBITAIS DE FRONTEIRA DO COMPLEXO MONONUCLEAR (119 elétrons) vanadio 4s + nitrogenios s – – – vanadio 3d + + + ++ ++ ++ ++ vanadio 3d cloros 3p ++ ++ SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 26 ORBITAIS DE FRONTEIRA DO CATION DO COMPLEXO TRINUCLEAR (199 elétrons) – – – – – 3d (+ 4s) – – 4s (+ 3d) + + + + + + + + + vanadio 3d ++ ++ ++ ++ ++ ++ ++ ++ ++ cloros 3p SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 27 RESULTS: THE CALCULATED UV-VIS SPECTRA Rigorously speaking, the calculated spectra reported here cannot be directly compared with the experimental ones, as we have not considered solvent effects on the CI procedure. However, we do know that the INDO/S method, starting from a reference determinant obtained via CAHF, should yield correct attributions for all bands. Therefore, we will not bother with the absolute values obtained, but mainly with the assignments. Those are the expected ones in comparison with similar calculations reported in the literature. K.K. Stavrev & M.C. Zerner, Chem. Phys. Lett. 263, 667-670 (1996). T.A O’Brien & M.C. Zerner, J. Chem. Phys. 112(7), 3192-3200 (2000). SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 28 UV-vis experimental spectrum of the mononuclear complex. Attributions are suggested by the INDO/S calculation, considering the ground state of the complex as a quartet. Absorbance, arbitrary units 3,5 3,0 2,5 [VCl2(tmeda)2] 2,0 1,5 3d - 3d (V) 1,0 3d - 4s ??? 0,5 0,0 200 300 400 500 600 700 800 Wavelength, nm SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 29 Spectrum for the (positively charged) trinuclear complex 4,5 Absorbance, arbitrary units 4,0 3,5 [V3Cl5(tmeda)3]BPh4 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 Wavelength, nm SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 30 CONCLUSIONS The spin state of the mononuclear complex is very likely a quartet. This should be expected, since the central atom is VII. The spin state of the positively charged trinuclear complex is probably a decatet. We have obtained a detailed description of the electronic structure (the frontier orbitals) for the complexes of interest. UV-visible spectra of both complexes are dominated by single excitations within the vanadium (3d) manifold. It should be interesting to include solvent effects in the Rumer CI calculations using a ROHF reference, in order to check the present results. The INDO/S calculated spectra are in fair agreement with the observed spectra for both complexes. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 31 NEXT STEPS (EXPERIMENTAL) Study on the electrochemical properties of the complexes Study on the spectroscopy of mono- and trinuclear complexes using different amines Study on relative stability of mono- and trinuclear dudes EPR spectroscopy to confirm the calculated spins SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 32 Mecânica Quântica não é só aplicação. Será que existem possibilidades de se trabalhar com teoria ? SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 33 Na década de 60, vários pesquisadores seguiram os passos de E. Hückel e apareceram diversos códigos de Mecânica Quântica... Apesar de não poderem fazer jobs muito grandes, estes códigos já eram conceitualmente sofisticados, incluindo até algumas noções de Teoria de Grupos. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 34 Como tratar as integrais Ou calculamos todas as integrais necessárias, ou descartamos um certo número de integrais e as parametrizamos usando resultados do experimento. Ambas abordagens têm vantagens e desvantagens, e a escolha depende de quão complexo é o problema e de quanto orçamento se dispõe. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 35 Códigos ab initio Baseiam-se no cálculo de todas as integrais necessárias, usando contrações de muitas Gaussianas para representar orbitais de Slater. O nome é meio pedante, por que também são semi-empíricos todos os conjuntos de base foram otimizados para reproduzir as cargas de Slater-Zener. Hoje em dia qualquer computador pessoal pode fazer muitas destas contas rotineiramente. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 36 John Anthony Pople (1926-2004) Bacharel em Matemática por Cambridge (1946), trabalhou lá até 1958. Criou o código Gaussian (publicado inicialmente em 1970). Por muitos anos foi professor em Carnegie-Mellon, PI. Após alguns desentendimentos, afastou-se da Gaussian, Inc. em 1991. Fundou a Q-Chem em 1993. Recebeu o Prêmio Nobel de Química em 2002. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 37 Michael J. Frisch Antes um aluno de doutorado de Pople em Carnegie-Mellon, por alguns anos foi pos-doc na University of California. Atualmente é o presidente da Gaussian, Inc. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 38 GAUSSIAN Provavelmente o código ab initio mais famoso. Seu uso foi propagado principalmente na década de 80. Atualmente é difícil encontrar um Dep. de Química que não tenha pelo menos uma versão legalizada. Criticado por liderar a tendência dos códigos de se tornarem caixas pretas gigantes, em contraste com os códigos quase artesanais da década de 60. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 39 Michel Dupuis Se formou em Engenharia pela École Polytechnique em 1972. De 1978 a 1984, trabalhou para o NRCC no Lawrence Berkeley Lab. De 1984 a 1995 trabalhou na IBM-Kingston. Foi professor visitante na Universidade de Tokyo em 1996 e 2000. Participou do desenvolvimento de vários códigos baseados na filosofia de namelists (GAMESS, HONDO, CADPAC, PNNL). Em 1999 recebeu o R&D 100 Award. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 40 GAMESS Evoluiu de vários códigos, como o HONDO da IBM e o CADPAC de Cambridge, mais um número de códigos independentes de vários pesquisadores. Sua distribuição é gratuita para acadêmicos, mas aplicações sérias exigem um tempo de aprendizado do complicado input, um sistema de namelists. Em geral isso assusta o freguês não-iniciado. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 41 ACES II Inicialmente concebido para fazer cálculos em nível coupled cluster (CC), hoje em dia é capaz de fazer contas gigantescas como EOM-CC e MRCC com bases de qualidade perto do limite Hartree-Fock. Rodney J. Bartlett Uma de suas vantagens é o tratamento sofisticado de Teoria de Grupos, codificada por John Watts na década de 90. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 42 Códigos semi-empíricos Uma alternativa para a calculeira intensiva dos métodos ab initio. Quase todos os códigos atuais evoluíram a partir dos códigos Hückel das décadas de 50 e 60. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 43 Janet Del Bene (Youngstown, IL) SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 44 Método CNDO (1965) Concebido para ser uma alternativa para a computação exagerada exigida pelas primeiras formulações do método NDDO. Os potenciais de ionização são bons, mas a espectroscopia é falha (tripletes e singletes são degenerados neste nível). SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 45 Método INDO (1967) Tentativa de corrigir o CNDO incluindo as integrais de troca. Várias tentativas resultaram no método INDO/1, bom para geometrias e razoável para espectroscopia. (A versão “espectroscópica” teve mais sucesso) SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 46 No começo da década de 70, havia duas correntes de métodos semi-empíricos: 1) os que tentavam reproduzir os resultados experimentais 2) os que tentavam reproduzir os resultados de cálculos ab initio... SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 47 Michael J.S. Dewar (1918-1997) Passou anos na Universidade do Texas (Austin), onde desenvolveu os métodos semi-empíricos MINDO/1, MINDO/2, MINDO/3, MNDO e AM1. Sua vasta experiência em Química ditou os rumos do grupo e controlou o código AMPAC até 1990, quando Stewart criou o PM3. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 48 Walter Thiel (Max-Planck-Institut) Formou-se em Química (1971) e obteve o Ph.D. em Química sob Schweig (1973) em Marburg. Foi pos-doc de Dewar em Austin até 1975, onde criou o MNDO. Após um breve período em Marburg, trabalhou em Wuppertal (1983-1992) e Berkeley (1992-1999). Desde 1999 é o diretor do Max-Planck-Institut. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 49 Métodos NDDO: MNDO (1977) A formulação original de Pople e Beveridge (1967) mostrou-se inadequada. Mais tarde, Dewar decidiu incorporar as integrais NDDO em seu método MINDO/3. O Hamiltoniano é muito sólido, mas apresenta alguns problemas para descrever ligações hidrogênio e compostos contendo oxigênio. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 50 AM1 (1985) e PM3 (1990) Numa tentativa de corrigir o problema das ligações hidrogênio, foi introduzido no Hamiltoniano MNDO um termo Gaussiano dentro da repulsão de caroço. Este termo não tem nenhum significado físico: é apenas um truque para tentar fazer o método funcionar para uma classe particular de moléculas (O2, O3, HOOH). O PM3 é apenas uma parametrização alternativa para um conjunto maior de moléculas. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 51 James J.P. Stewart Publicou o método PM3 em dois artigos no J. Comp. Chem. (1990). Em todo o mundo, pesquisadores não familiarizados com Química Quântica começaram a usar o método, a despeito de sua imprevisibilidade. Stewart deixou o grupo de Dewar e fundou sua própria companhia. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 52 Códigos AMPAC e MOPAC Apesar dos nomes diferentes, o código é o mesmo, e oferece as mesmas opções de Hamiltoniano (MNDO, AM1 e PM3). As geometrias são boas, assim como os potenciais de ionização e momentos de dipolo. A espectroscopia é na melhor das hipóteses errática. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 53 Michael C. Zerner (1940-2000) Em 1966, obteve o grau de Ph.D. (com Gouterman) em Harvard trabalhando com porfirinas. Passou alguns anos em Guelph, e afinal transferiu-se para o QTP da Univ. da Florida em 1972. Famoso por seu bom humor e energia, trabalhou com simulações de efeitos de solvente, espectroscopia Mossbauer e aplicações de Mec. Quântica em biologia. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 54 BIGSPEC (ZINDO) Diversas companhias ainda o usam para estudar espectroscopia. O código foi bastante limpo por Toomas Tamm e Katrin Albert, mas tem um sério problema: a alocação dinâmica na subroutina zio.f foi mal-feita. A lógica ruim está lá. Provavelmente alguém terá de reescrever o código todo de novo. Não é provável que isto ocorra, exceto se um dos últimos alunos de Zerner (que têm as cópias do último código fonte) decidir fazê-lo. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 55 Como escolher um programa?... É preciso responder a várias perguntas: Que tipo de propriedade deve ser calculada? Que nível de cálculo é necessário (suficiente)? Quão sofisticado deve ser o trabalho? Qual é a aplicação imediata da conta? Temos os meios para fazer esta conta? SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 56 Códigos de Mecânica Quântica Integrais Input ab initio Semi-empíricos Fácil e direto, Uso geral Gaussian, ACES II AMPAC, MOPAC Namelists, tem de saber o que está fazendo! GAMESS, ACES II BIGSPEC (ZINDO) SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 57 Podemos agora dar uma olhada em alguns inputs... Só para ter uma idéia do que vamos encontrar pela frente. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 58 Exemplo trivial: água SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 59 AMPAC / MOPAC SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 60 GAUSSIAN SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 61 Conclusões Existem vários códigos à disposição. Escolha um ou mais deles segundo seus objetivos, brinque com o input até pegar o jeito e divirta-se. Os computadores pessoais de hoje em dia tornam possível fazer (quase) qualquer coisa! SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 62 Lembre-se do motto de Mike Zerner: We can do that !... SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 63 Desenvolvimento de Métodos Estamos interessados em montar um Hamiltoniano efetivo que seja igualmente bom para geometrias e espectroscopia. Como vimos, este é um projeto ambicioso, que ainda não foi alcançado por nenhum grupo. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 64 Já fizemos bastante em hidrogênio... SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 65 ... e carbono. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 66 A idéia agora é completar a parametrização do oxigênio (um problema historicamente difícil) e atacar os metais de transição. Algum trabalho já foi feito em cobalto. SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 67 3 -4 CoH, X 4 -1 e = 2695 cm (+40%) -5 (ds), eV -6 -7 -1 e=2648 cm (+38%) -8 -9 CASSCF : 2026 cm -1 -1 Experiment: 1925 cm e = 2637 cm (+37%) -1 -10 -2,5 -2,0 -1,5 -1,0 -0,5 (4s), eV SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 68 Neste curso tentamos demonstrar algumas coisas: Existem muitos problemas interessantes e coloridos. Mecânica Quântica não é chato. Química experimental precisa de apoio de cálculo. Se alguém estiver interessado, nos procure no Departamento de Química da UFPR, ou pelo e-mail [email protected] SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 69 Agradecimentos Harley Paiva Martins Filho (UFPR) Marcos Herrerias de Oliveira (IFPR) Cristina Aparecida Setúbal (Andres Bello) Prof. Ricardo Bicca de Alencastro (UFRJ) Francisco Bolivar Machado Correto (ITA) Denis Jeison Gulin (UFPR) Carlos Carvalho (UFPR) Comissão organizadora do SEMAPAQui SEMAPAQUI - Curso de Quantica Parte IV 70