7 Suplemento Especial do Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique l 18 de Maio de 2015 MOZTECH Plataforma de soluções tecnológicas A Feira de Tecnologias de Moçambique (MozTech), que decorreu recentemente na capital do país é um excelente espaço para expor ideias, projectos e inovações tecnológicas e ainda de partilha de experiências nos diversos campos de telecomunicações. Realizado sob o lema “Tendências Tecnológicas e Oportunidades para Moçambique”, coube ao Ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, proceder à abertura desta segunda edição e dissertar sobre o lema “O Desafio do Sector das Telecomunicações”. Na sua intervenção, o governante disse que o país reconhece o papel que o projecto MozTech desempenha na sociedade e as potencialidades que abre para a busca de soluções tecnológicas e de oportunidades multifacetadas do crescimento económico e da melhoria da qualidade de vida do cidadão. Recordou que o Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique e as empresas Correios de Moçambique, TDM, TVM, TV Cabo, SOICO, mCel e Vodacom assinaram em Maio do ano passado um memorando de entendimento visando a constituição do projecto MozTech. A esta ideia juntaram-se outras entidades e personalidades, com o fim único de criar melhores momentos de discussão da ciência e da prática. O ministro destacou o facto de este evento acontecer no mês em que a União Internacional das Telecomunicações (UIT) celebra, no próximo dia 17, 150 anos de existência, afirmando ser importante que se faça das inovações e da convergência tecnológica verdadeiros indutores do desenvolvimento socioeconómico do país. Atendo-se ao lema do MozTech, Carlos Mesquita referiu que o mesmo mostra que a tecnologia não é apenas um tema actual, que carece de reflexões profundas, mas, sobretudo, um recurso incontornável no desenvolvimento das sociedades modernas, e Moçambique caminha para uma Nação cada vez mais moderna. “E, neste contexto, o que é, ainda, mais importante, é o acompanhamento e aplicação sustentável dessas mesmas tecnologias, principalmente daquelas que têm a ver com as comunicações, pois, sem elas não há e nem poderá haver Moçambique moderno”. Falou da realização, em Vilankulo, Inhambane, da 4.ª Reunião da Associação dos Reguladores de Comunicações da África Austral (CRASA), evento no qual se falou de importantes momentos que reflectem o estado actual das comunicações do país. Relatou que se destacou o aumento do número dos subscritores das três operadoras de telefonia móvel celular (mcel, Vodacom e Movitel), dando a conhecer que em 2013 existiam 12.232.673 subscritores e até ao final do primeiro semestre de 2014 foram registados 18,482,638. Aludiu ainda ao alargamento da utilização dos serviços fornecidos pelos diferentes operadores de telefonia fixa e móvel, da existência do backbone que liga os países do hinterland e dos dois cabos submarinos que terminam em Maputo. A existência de duas redes em fibra óptica que se estendem pelo país, reforçadas com respectiva redundância das Telecomunicações de Moçambique (TDM) e Movitel, é outro aspecto salientado pelo governante. Carlos Mesquita, Ministro dos Transportes e Comunicações Expandir telecomunicações Carlos Mesquita falou dos planos contidos no Plano Quinquenal do Governo (2015-2019), salientando que o seu sector pretende expandir os serviços de telecomunicações para cobrir 100 por cento dos postos administrativos e 50 por cento de todas as localidades. Vai ainda expandir os serviços de banda larga (2.ª ou 3ª geração) para cobrir 100 por cento das capitais distritais. O fácil acesso da população aos serviços de banda larga, com todas as suas vantagens e a preços acessíveis e a rápida conclusão do processo de registo dos SIM Cards, com vista à garantia da segurança dos cidadãos, bem como a conclusão, dentro de um ano, do processo de migração digital, uma vez que, por razões de financiamento, a migração já não será possível a 17 de Junho de 2015, segundo recomendações da União Internacional das Telecomunicações, fazem parte das acções a realizar nos próximos cinco anos. O ministro referiu-se também como prioridades a adequação da lei e da regulação, considerando as profundas mudanças ocorridas na tecnologia nos últimos anos, em especial aquelas decorrentes da expansão da Internet e a convergência tecnológica das três formas das telecomunicações (redes fixas, móveis e Internet). Esta convergência reduz a diversidade de infra-estruturas nas áreas de telefonia (redes fixas), comunicação sem fio (redes móveis) e Internet, com o seu protocolo dominante (IP). Enfoque na reforma postal O Governo, segundo Carlos Mesquita, vai dar atenção ao sector postal, uma área que precisa de reformas profundas, e explicou que várias transacções financeiras são hoje executadas com recurso às comunicações electrónicas. Até porque a ideia do Correio, de porte de carta ao destinatário, foi corroída pelo tempo e pela força da revolução tecnológica. “Hoje, a área postal é impensável e tecnicamente inexistente sem o apoio das Tecnologias de Informação e Comunicação, dois meios tecnológicos das telecomunicações. A reforma postal é, nesta perspectiva, um desafio crucial”, anotou o ministro, adiantando haver necessidade de melhorar a qualidade dos serviços prestados nesta área. “Queremos que o cidadão que reside em locais de difícil acesso goze dos serviços postais de qualidade, através de uma comunicação inclusiva. O sector postal no país e mesmo na região continua atrasado, comparativamente a outras áreas das comunicações. Temos que promover este sector”, disse.