Avaliação de Desempenho de Professores pelo Aluno: uma experiência desenvolvida junto a um curso superior de Contabilidade. (Trabalho apresentado no 1º EPPAD – Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração da FECA. – FECAP/FACESP – São Paulo - 27 a 29/03/2001.- Trabalho apresentado no 5º Encontro Paranaense de Professores de Contabilidade, 13/09/2001, Foz do Iguaçu – PR - Trabalho publicado na Revista “Ciências Sociais em Perspectiva”, Vol. 01, nº 01, 2º semestre 2002) Prof. Msc.Udo Strassburg Mestre em Controladoria e Contabilidade Estratégica – FECAP/FACESP Prof. Dr. Daniel Augusto Moreira Professor do Mestrado em Administração de Empresas – FECAP/FACESP Resumo Neste trabalho, a avaliação de cinco professores de um curso superior de Ciências Contábeis é comentada em detalhe. Os professores foram avaliados, cada qual, pelo seu desempenho docente em uma disciplina. A avaliação foi efetuada por meio de uma escala tipo Likert, testada e utilizada em pesquisas de outros autores, e contendo 46 itens. 38 dos itens versavam diretamente sobre aspectos ligados ao desempenho do professor e oito deles referiam-se à auto avaliação. Para fins de análise, esses 38 itens foram divididos em 3 grandes grupos: Características do Professor, Procedimentos do Professor e Recursos do Professor. Introdução O presente trabalho tem como objetivo examinar o desempenho de professores segundo a opinião dos alunos de um curso superior de Ciências Contábeis. A avaliação de desempenho de professores tem sido bastante utilizada pelas instituições de ensino superior, tanto no intuito de melhorar a qualidade do corpo docente como no de trazer subsídios para a melhoria do ensino. Conforme Apodaka (apud Lampert, 1999 : 126) “a avaliação docente é eficaz quando dá lugar a uma melhoria na docência mediante uma auto-reflexão crítica do professorado”. Para a avaliação atingir seus objetivos é necessário, portanto, que o professor se conscientize de suas deficiências e tenha condições de realizar uma auto-avaliação do seu desempenho em sala de aula. Segundo aquele autor a avaliação docente deve abranger todos os componentes envolvidos no processo educativo, ou seja, deve estar dentro do contexto onde o curso está inserido, tendo como objetivo elevar a qualidade do ensino. Neste sentido a avaliação do professor universitário terá que ser 2 examinada a partir de uma dimensão global da instituição, sendo incorreto reduzir a qualidade do ensino unicamente ao desempenho do professor. A avaliação do professor universitário pode ser efetuada de diversas maneiras, não havendo ainda uma forma que contemple a totalidade dos resultados necessários ou pretendidos. Considerando o trabalho de diversos autores sobre o tema, Lampert (1999) destaca a existência de uma série de indicadores e procedimentos a respeito do desempenho do professor universitário: - Avaliação do rendimento acadêmico como medida da competência docente; Avaliação do desempenho docente em sala de aula; Avaliação do docente baseado em um perfil de professor; Avaliação do docente: o Por alunos; o Pelos pares; o Por superiores. Além disso, é importante verificar que a avaliação do docente pode ser realizada de várias formas como: o o o o o o o Entrevista estruturada por pessoas qualificadas; Provas de conteúdos; Curriculum vitae; Atividades extracurriculares; Um auto-informe do próprio professor; Auto avaliação; Cursos, seminários e clínicas. Neste trabalho buscamos avaliar o desempenho do professor universitário pelos alunos, utilizando a forma de “questionário fechado”. A partir dos dados coletados, também serão examinadas a pertinência e utilidade deste tipo de estudo e de instrumental na análise da qualidade do desempenho docente. Do ponto de vista ideal espera-se que os dados e informações obtidos sejam utilizados de forma positiva visando fornecer subsídios para a melhoria da prática docente. Considerando que em muitos cursos superiores a qualidade da atuação docente deixa a desejar, estando os professores pouco preocupados com o seu desempenho didático 3 pedagógico, é possível que a adoção de esquemas avaliativos possa apontar características e/ou comportamentos dos professores que são considerados satisfatórios e/ou insatisfatórios pelos alunos. Tendo em vista as características e peculiaridades dos cursos de Ciências Contábeis e dos docentes que neles atuam, acreditamos que o levantamento da opinião do alunado sobre seus docentes poderá ser fator de análise e reflexão sobre a qualidade destes professores no exercício de suas tarefas de ensino. Visando entender e discutir melhor a questão da avaliação de desempenho dos professores de Ciências Contábeis, consideramos importante fornecer um breve histórico do curso, assim como das características e especificidades do corpo docente que nele atua. 1 – A evolução dos cursos de Ciências Contábeis e de seus professores Segundo dados do MEC – Ministério da Educação, o primeiro curso de Ciências Contábeis iniciou seu funcionamento há quase 70 anos atrás, exatamente em 30 de junho de 1931, na Faculdade de Economia e Finanças do Rio de Janeiro. Apenas em 1945 é que surgiram mais 4 cursos: na Universidade Federal de Pernambuco, na Universidade Federal de Minas Gerais, na Universidade Federal da Bahia e na Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo – FACESP da Fundação Álvares Penteado. Em 1946 começaram a funcionar mais 2 cursos: o da Universidade Federal do Rio de Janeiro e o da Universidade de São Paulo. O curso da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo é destaque nacional em termos de sua contribuição, histórico e dos relevantes serviços prestados ao desenvolvimento da contabilidade no Brasil, tanto na graduação como na pós-graduação. Não devemos deixar de destacar o seu centro de pesquisas que teve início junto com a criação da graduação, e que, através de seus pesquisadores, elabora relevantes trabalhos para o progresso da área. 4 Os cursos de Ciências Contábeis quase que triplicaram em termos de quantidade nos últimos 20 anos, passando de 175 para aproximadamente 475 cursos espalhados pelo território brasileiro. Neste período o ensino da Contabilidade em nosso país sofreu mudanças significativas. Em 1964, deixou de lado métodos que não surtiam mais os efeitos desejados, e os professores passaram a seguir o modelo de ensino de Contabilidade norte-americano, que oferece melhores recursos didáticos. Este método foi introduzido pelo professor José da Costa Boucinhas, baseado no livro Introductory Accounting, escrito por Finney & Mille, que posteriormente influenciou fortemente na elaboração do Livro Contabilidade Introdutória, escrito pela equipe de professores da FEA/USP e que é utilizado por boa parte das faculdades de Ciências Contábeis do Brasil. O ensino da Contabilidade é algo que necessita de muito aprofundamento, discussões e análises pelo fato de estar inserido em um contexto muito dinâmico, influenciado pelas constantes mudanças que ocorrem no sistema econômico, fiscal, com a tentativa de unificação das normas Contábeis, influenciados pela globalização e principalmente pelo vertiginoso crescimento da economia digital, trazendo consigo novo conceito, questionando os princípios Contábeis e muitos outros conceitos que anteriormente tínhamos como verdades absolutas. Visualizando estas mudanças e a necessidade do mercado de novos contadores, os cursos de graduação em Ciências Contábeis estão aumentando em número, deixando de lado a questão da qualidade, principalmente no que diz respeito à qualificação docente. Na Tabela 1 pode-se verificar esse crescimento, dividido por décadas e dependências administrativas. 5 Tabela 1- Evolução da criação de cursos de Ciências Contábeis, divididos por dependência administrativa Anos/Dep.Adm. 1931/50 1951/60 1961/70 Federais 6 Estaduais 1 Municipais Privadas 3 Total 10 Total Acumulado 10 Fonte: MEC/INEP/SEEC 3 1 5 9 19 1971/80 7 2 4 31 44 63 12 16 9 75 112 175 1981/90 1991/00 8 8 11 54 81 256 S/ data 5 17 23 156 201 457 1 1 1 15 18 475 Total 42 46 48 339 475 - Neste contexto de crescimento, a qualificação docente, pelo menos em nível de mestrado, é uma prioridade. 1.1 - O professor do Curso de Ciências Contábeis Muitos autores concordam com Iudícibus (1995 : 37), para quem “Os bons cursos de Ciências Contábeis, diga-se de passagem, são escassos”. Também destacam que para se obter um bom curso de Ciências Contábeis há necessidade de: uma infra-estrutura adequada, boas instalações, bons equipamentos, para utilização como recurso didático, laboratórios, uma excelente biblioteca e bons professores, qualificados e aptos para exercer sua função. Na maioria das vezes o perfil do professor de Contabilidade (em grande parte das instituições de ensino superior no Brasil) não condiz, em aspectos gerais, com o perfil de um bom professor. Os professores qualificados são em número reduzido, em termos de titulação, ou seja, com mestrado e doutorado, como é mostrado nas Tabelas 2 e 3 a seguir. Tabela 2- Quantidade de Mestres e Doutores - 1995 Universidade Mestres Doutores Total USP 136 41 177 PUC 26 26 FGV 56 56 UERJ 20 20 Total 238 41 279 Fonte: Marion, 1996, p.12; Complementarmente à Tabela 2 podemos verificar a evolução de mestres e doutores no período de 1995 a 1998. 6 Tabela 3- Quantidade de Mestres e Doutores – 1995 a 1998 Mestres Doutores Universidade 1995 1998 Evolução 1995 1998 Evolução USP 136 164 28 41 70 29 PUC 26 40 14 FGV 56 56 UERJ 20 56 36 Total 238 316 78 41 70 29 Fonte: Cadernos de Estudos FIPECAFI, n.22, 1999, p.36; Marion, 1996, p.12. Comparando o número total de mestres e doutores em 1995 (279) com esse mesmo número em 1998 (386) há um aumento verificado de 38,35%; ainda mais significativo, entretanto, foi o aumento de 70,70% de novos doutores, ou seja, um aumento de 29 doutores contra um total inicial 41 em 1995. Em 1995, para cada professor titulado (mestre ou doutor) havia 1,3 cursos de Ciências Contábeis; em 1998 esta relação estava em 1: 1,1. No que diz respeito, à qualificação docente, as alterações tem sido relativamente lentas, mas constantes, refletindo o incentivo do órgão representante da classe contábil, CFC – Conselho Federal de Contabilidade e as exigências do MEC, advindas da própria LDB. Esta tendência de melhoria da qualificação docente pode ser observada na Tabela 4 que mostra a evolução do número de dissertações e teses defendidas, divididas por instituição de ensino, de 1962 até 1998. Tabela 4- Evolução de Dissertações e teses defendidas, por universidade Universidades 1962/70 1971/80 1981/90 1991/98 Total USP 6 31 76 121 234 FGV 47 9 56 UERJ 56 56 PUC 5 35 40 Total 6 31 128 221 386 Fonte: Cadernos de Estudos FIPECAFI, n.22, p.37. No período 1991/98 foram defendidas 221 teses e dissertações, contra 165 nas 3 décadas anteriores, ou seja 134% a mais. Entretanto, a se comparar tal evolução com a evolução dos cursos, percebe-se que ainda irá levar algum tempo para que se tenha um número bom de docentes qualificados nos cursos de Ciências Contábeis. Essa comparação é feita na Tabela 5. 7 Tabela 5- Comparação entre no de cursos de Ciências Contábeis e no de mestres e doutores. Anos/ Cursos, mestres e doutores 1931/ 1950 1951/ 1960 1961/ 1970 1971/ 1980 1981/ 1990 1991/ 1998 No de Cursos Acumulados 10 19 63 175 256 425 o N de Mestres e Doutores Acum. 6 37 165 386 Quantidade de cursos para cada 12/1 20/1 10,5/1 4,72/1 1,55/1 1,10/1 Mestre ou Doutor Fontes: Cadernos de Estudos FIPECAFI, n.22, p.37; MEC/INEP/SEEC 1999/ 2000 475 ??? - A Tabela 6 deriva da Tabela 4 e mostra o percentual de defesas de mestrado ou doutorado até 1998 por instituição de ensino; de longe, a maior responsável pela qualificação docente a nível de strictu senso é a Universidade de São Paulo. Tabela 6- Porcentagem de defesas por Instituição Universidade % PUC 10,36% USP 60,62% FGV 14,51% UERJ 14,51% Total 100% Observando a tabela acima podemos verificar que a Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo formou 60,62% dos mestres e doutores em Contabilidade e que, além disso, os cursos se concentram nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Vamos assumir que se forma uma média de 30 mestres e/ou doutores a cada ano; vamos assumir também que cada curso de Ciências Contábeis deveria ter 10 professores simulados, perfazendo um total de 4.750 professores titulados para os cursos hoje existentes. Fica fácil de ver que seriam necessários aproximadamente 48 anos para que um terço destes professores pudessem concluir o curso e se habilitar para o exercício do magistério superior, conforme destaca Gil (1997 : 17) “A LDB estabelece também que as universidades deverão apresentar “um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado.” 8 É fácil deduzir sobre a necessidade de novos cursos, tanto de mestrado como de doutorado em Contabilidade. Estabelecida tal necessidade, vejamos como se comportam, segundo os alunos, os professores atuais, com suas qualificações ainda incipientes. A seguir será descrita a metodologia utilizada para a realização da pesquisa. 2 - Metodologia da Pesquisa O presente trabalho pode ser caracterizado como uma pesquisa descritiva de caráter exploratório que usou como instrumento de coleta de dados um questionário estruturado. O uso de um questionário a ser respondido pelo aluno é a estratégia mais utilizada até o momento neste tipo de estudo. Busca-se a opinião daquele que é o espectador e que está mais próximo da atuação do professor durante o processo de ensino. Para Moreira, (apud Lampert 1999 : 137) “Avaliar a qualidade do ensino é uma tarefa por demais difícil e complicada para basear-se unicamente na opinião do aluno. Por outro lado, é difícil conceber-se uma avaliação da qualidade do ensino sem levar em conta o que pensam os alunos, pois eles constituem a audiência para a qual o ensino é dirigido”. As perguntas contidas no questionário devem estar contemplando aquilo que o aluno tem condições de responder. Conforme Ahamada Acevedo, (apud Lampert 1999 : 138), “Considera-se o aluno incompetente e incapaz de opinar sobre tão delicado tema. Na verdade, o aluno não é capaz de avaliar aspectos ligados à preparação das aulas, adequações dos objetivos e princípios de uma disciplina. Ele está apto a opinar sobre clareza das explicações, participação e interação, motivação, metodologia utilizada na sala de aula, sistema de avaliação”. Outro aspecto a ser observado é que os alunos podem se deixar influenciar por professores extremamente simpáticos, brincalhões etc, mas que não dão o respaldo necessário para o aprendizado. Conforme Castro, (apud Lampert 1999 : 138) “Os alunos captam bem a 9 dedicação dos professores, o seu empenho em sala de aula e a excelência de sua pedagogia. Sua liderança, sua capacidade para motiva-los não passam tampouco despercebidas. Contudo, têm também suas limitações. Favorecem o professor simpático mas que pouco ensina. Prejudicam o professor duro, secarrão, mas que acaba fazendo os alunos aprenderem”. 2.1 - O Instrumento Neste estudo foi utilizado um questionário composto de 46 itens do tipo Likert, oferecendo a oportunidade do aluno concordar ou discordar, em uma escala com variação de 5 pontos. Utilizou basicamente a metodologia e o questionário empregado por Silveira & Moreira (1999 : 70-83). As perguntas foram dispostas em duas partes. A primeira parte, com as 38 primeiras indagações, refere-se ao desempenho do professor e as 8 restantes indagam a opinião do aluno sobre seu próprio desempenho, dedicação e atenção dispensados à disciplina e ao responder o questionário. 2.2 – Os Sujeitos Um grupo de 25 discentes responderam ao questionário avaliando o desempenho de 5 docentes do 4o ano de Ciências Contábeis da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE. Os questionários foram aplicados no final do 1o semestre do ano de 2000. A tabela abaixo descreve a titulação e o regime de trabalho dos professores pesquisados. No 1 Tabela 7- Dados sobre os docentes avaliados 2 3 4 Professor da Disciplina Análise das Demonstrações Contábeis Contabilidade Aplicada II Auditoria e Perícia Contábil Contabilidade Gerencial 5 Contabilidade Tributária Titulação Acadêmica Graduado, com especialização e fazendo mestrado Graduado, com especialização Graduado, com especialização Graduado, com especialização e fazendo mestrado Graduado, com especialização e fazendo mestrado Regime Trab. 40 hs semanais 24 hs semanais 24 hs semanais 40 hs semanais 40 hs semanais 10 2.3 – Resposta aos questionários O aluno expressava sua resposta indicando sua concordância ou não com uma determinada afirmativa, de acordo com uma escala de 5 pontos: Concordo Plenamente (CP) – pontuação 5, Concordo (C) – pontuação 4, Indeciso ou não tenho opinião (NO) – pontuação 3, Discordo (D) – pontuação 2 e Discordo Totalmente (DT) – pontuação 1. As afirmativas 02, 03, 05, 08, 09, 10, 11, 14, 15, 16, 18, 19, 20, 25, 26 e 27, pela sua própria formulação, são quantificadas de forma inversa. 3 – Apresentação e Análise dos Resultados O total de alunos que respondeu ao questionário foi 25, sendo eliminados por várias razões 4 questionários, das seguintes disciplinas: 01 de Contabilidade Tributária, 02 de Auditoria e Perícia contábil e 01 de Contabilidade Gerencial Assim, os dados apresentados dizem respeito a 24 questionários de Contabilidade Tributária, 23 de Auditoria e Perícia Contábil, 24 de Contabilidade Gerencial, 25 de Análise das Demonstrações Contábeis e 25 de Contabilidade Aplicada II. 3.1 – Características dos Sujeitos Considerando o total de alunos participantes é possível verificar, no Gráfico 1, que 12 são do sexo feminino e 13 do sexo masculino. Gráfico 1 – Sexos dos alunos Sexo 48% 52% Feminino Masculino No que se refere a profissão podemos detectar que do total dos alunos do sexo feminino (12), 5 são estagiárias, 5 são auxiliares Contábeis e 2 são bancárias (Gráfico 2). 11 Gráfico 2 – Profissão das alunas Profissão 17% 41% Estagiário Auxiliar Contábil Bancário 42% Como se vê no Gráfico 3, do total dos alunos do sexo masculino (13), tem-se 5 Auxiliares Contábeis, 1 auxiliar de escritório, 2 técnicos em Contabilidade, 2 militares, 1 vendedor, 1 comerciante, e 1 bancário. Gráfico 3 – Profissão dos alunos Profissão 8% 8% 38% 8% 15% 15% 8% Aux. Contábil Aux. de Escritório Téc. em contab. Militar Vendedor Comerciante Bancário Nenhum aluno estava desempregado, ainda que não atuando na área do seu curso. Para as alunas, pode-se verificar que 42% já trabalham na área do curso e 41% são estagiárias em áreas ligadas à Contabilidade, totalizando 81% de atuação na profissão contábil. Já com relação aos alunos esta frequência é um pouco menor: 61% atuam na área Contábil contra 39% que estão fora da área. 3.2 – Avaliação do Desempenho Docente Para examinarmos as pontuações obtidas pelos professores avaliados, organizamos a Tabela 8 que sumaria os resultados. 12 Tabela 8 – Média dos itens 1 a 38 referente avaliação Docente Média Itens Prof. 1 3,76 1 3,12 2 2,28 3 3,28 4 2,68 5 4,36 6 3,52 7 3,88 8 4,24 9 2,88 10 3,12 11 2,96 12 2,92 13 3,56 14 3,28 15 3,88 16 2,68 17 3,64 18 3,04 19 3,2 20 3,64 21 3,08 22 3,28 23 3,04 24 3,4 25 3,32 26 2,72 27 2,84 28 3,52 29 2,64 30 2,84 31 4,04 32 3,48 33 3,6 34 2,48 35 3,12 36 2,68 37 2,76 38 Média 3.23 Total Média Prof. 2 4,52 3,24 3,64 4,00 3,72 4,04 3,44 4,24 4,00 4,04 3,56 3,72 3,92 4,08 4,28 3,84 2,72 3,60 4,24 3,44 4,24 4,08 4,12 3,52 4,20 4,12 3,68 4,12 4,12 3,72 4,36 3,76 3,88 3,56 3,56 3,64 3,60 3,72 3.85 Média Prof. 3 4,21 3,46 3,54 3,96 3,54 4,21 3,63 3,71 4,13 3,83 3,75 3,50 3,46 4,04 4,21 4,21 2,88 3,79 3,42 3,63 3,83 4,04 4,21 3,29 3,96 3,71 3,75 3,71 4,13 4,00 3,67 4,04 3,92 4,04 3,25 4,00 3,50 3,83 3.79 Média Prof. 4 3,96 3,52 3,52 3,96 3,43 4,13 3,70 3,52 4,04 3,78 3,26 3,52 3,57 4,00 4,13 4,00 3,22 4,09 3,30 3,87 3,83 4,35 4,17 3,74 3,91 3,39 3,65 3,83 4,00 3,91 3,70 4,17 3,96 3,83 3,26 4,17 3,48 3,96 3.79 Média Prof. 5 4,71 4,13 4,21 4,54 4,21 3,92 4,29 4,58 4,21 4,50 4,29 4,08 4,38 4,42 4,29 4,25 3,71 4,29 4,58 4,08 4,46 4,17 4,29 3,79 4,46 4,46 4,17 4,46 4,17 4,00 4,42 3,67 4,21 4,00 4,08 4,46 4,04 4,38 4.25 Score + alto 4,71 4,13 4,21 4,54 4,21 4,36 4,29 4,58 4,24 4,50 4,29 4,08 4,38 4,42 4,29 4,25 3,71 4,29 4,58 4,08 4,46 4,35 4,29 3,79 4,46 4,46 4,17 4,46 4,17 4,00 4,42 4,17 4,21 4,04 4,08 4,46 4,04 4,38 4.28 Prof. 5 5 5 5 5 1 5 5 1 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 4 5 5 5 5 5 5 5 3e5 5 4 5 3 5 5 5 5 - Score + baixo 3,76 3,12 2,28 3,28 2,68 3,92 3,44 3,52 4,00 2,88 3,12 2,96 2,92 3,56 3,28 3,84 2,68 3,60 3,04 3,20 3,64 3,08 3,28 3,04 3,40 3,32 2,72 2,84 3,52 2,64 2,84 3,67 3,48 3,56 2,48 3,12 2,68 2,76 3.19 Prof. 1 1 1 1 1 5 2 4 2 1 1 1 1 1 1 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 5 1 2 1 1 1 1 - Nela constam as médias das pontuações aos itens 01 a 38, referentes ao desempenho docente dos 5 professores avaliados, indicados como Prof. 1, Prof. 2, etc. Também estão sendo indicadas as pontuações mais altas e mais baixas, relacionadas com o professor que as obteve (indicado pelos números 1 a 5). 13 Os 38 itens, relativos ao desempenho docente, foram agrupados em 3 grandes aspectos. O primeiro deles foi denominado de “Características do professor” e contempla 16 itens: 1- Parece dominar a matéria. 2- Dá explicações pouco claras. 8- Mostra-se inseguro ao responder perguntas dos alunos. 10- Parece não se preocupar se o aluno está aprendendo ou não. 11- Tem pouca didática. 17- Mantém o aluno atento durante as aulas. 19- Parece não planejar as aulas. 20- Dá as aulas sem entusiasmo. 23-Parece gostar de dar aulas. 27- Suas aulas são de um modo geral, desinteressantes. 28- Poderia ser recomendado como bom professor. 29- Aceita o ponto de vista do aluno. 30- Estimula a participação do aluno em aula. 31-Dá evidências de se aprimorar como professor. 32- O professor demonstra ter senso de humor durante as aulas. 34- Comunica-se com clareza. O segundo foi denominado de “Procedimentos do professor” e contempla 15 itens: 3- Não estimula o interesse pela matéria. 4- Destaca aspectos importantes da matéria. 5- Exige pouco raciocínio do aluno. 6- É justo na atribuição de notas ou conceitos. 7- Procura facilitar a compreensão do aluno. 12- Estimula soluções criativas para os problemas propostos. 13- Apresenta a matéria como uma ciência em evolução. 14- Dá pouca atenção à parte conceitual da matéria. 18- Frequentemente falta às aulas. 21- Respeita os horários das aulas. 22- Estabelece relações entre a teoria e a prática. 25- Apresenta a matéria desorganizadamente. 26- Apenas repete o que está nos livros. 33- Estabelece um clima favorável à ocorrência da aprendizagem. 35- Define o(s) objetivo(s) de cada aula. O terceiro foi denominado de “Recursos do Professor”, e contempla os 7 itens restantes: 9- Elabora provas incoerentes com o que é dado em sala de aula. 15- Parece utilizar livros de texto desatualizados. 16- Usa critérios de avaliação pouco claros para os alunos. 24- Propõe problemas interessantes. 36- Propõe atividades variadas (individuais, grupais, de pesquisa, de debate etc) para os alunos. 37- Utiliza recursos de ensino variados para o aluno compreender o conteúdo. 14 38- Utiliza diferentes instrumentos (trabalhos, pesquisas, seminários etc) para avaliar o aluno. No que se refere às “Características do Professor” foram obtidos os seguintes resultados médios, onde os números em abscissas indicam os cinco professores: Gráfico 4 - Características do Professor Características do Professor 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 3,20 3,84 3,78 3,73 4,24 1 2 3 4 1 2 3 4 5 5 Os aspectos relacionados com as “Características do Professor” são aqueles que estão diretamente ligados à bagagem obtida no decorrer de sua vida acadêmica e profissional. Pelo Gráfico 4 pode-se ver que os professores obtém avaliações de média para boa. No grupo dos “Procedimentos do professor” foram obtidos os resultados expostos no Gráfico 5. Gráfico 5 – Procedimentos do professor Procedimentos do Professor 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 3,24 3,88 3,76 3,77 4,28 1 2 3 4 1 2 3 4 5 5 Os aspectos relacionados com os “Procedimentos do Professor” são aqueles que estão ligados à postura do indivíduo como professor. Neste gráfico as médias também podem ser consideradas de razoáveis a boas. Quanto aos “Recursos do Professor” foram obtidos os seguintes resultados: 15 Gráfico 6 – Recursos do Professor Recursos do Professor 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 3,29 3,80 3,88 3,93 4,20 1 2 3 4 1 2 3 4 5 5 A Tabela 9 complementa os Gráficos 4, 5 e 6. Nela, é possível observar que o professor 5 foi persistentemente o melhor avaliado, ocorrendo exatamente o contrário com o professor 1. Tabela 9 – Classificação do Professor Pontos / Classificação 1o 2o Características do professor 5 2 Procedimentos do professor 5 2 Recursos do professor 5 4 Média Geral 5 2 3o 3 4 3 4 4o 4 3 2 3 5o 1 1 1 1 É possível fazer uma análise individual dos professores quanto a sua avaliação nos diversos itens, levando em consideração, digamos, médias obtidas abaixo de 3,5 num dado item. Assim, temos: Professor 1 – Obteve 26 itens com média igual ou inferior a 3,50: 2- Dá explicações pouco claras. 3- Não estimula o interesse pela matéria. 4- Destaca aspectos importantes da matéria. 5- Exige pouco raciocínio do aluno. 10- Parece não se preocupar se o aluno está aprendendo ou não. 11- Tem pouca didática. 12- Estimula soluções criativas para os problemas propostos. 13- Apresenta a matéria como uma ciência em evolução. 15- Parece utilizar livros de texto desatualizados. 17- Mantém o aluno atento durante as aulas. 19- Parece não planejar as aulas. 20- Dá as aulas sem entusiasmo. 22- Estabelece relações entre a teoria e a prática. 23-Parece gostar de dar aulas. 24- Propõe problemas interessantes. 25- Apresenta a matéria desorganizadamente. 16 26- Apenas repete o que está nos livros. 27- Suas aulas são de um modo geral, desinteressantes. 28- Poderia ser recomendado como bom professor. 30- Estimula a participação do aluno em aula. 31-Dá evidências de se aprimorar como professor. 33- Estabelece um clima favorável à ocorrência da aprendizagem. 35- Define o(s) objetivo(s) de cada aula. 36- Propõe atividades variadas (individuais, grupais, de pesquisa, de debate etc) para os alunos. 37- Utiliza recursos de ensino variados para o aluno compreender o conteúdo. 38- Utiliza diferentes instrumentos (trabalhos, pesquisas, seminários etc) para avaliar o aluno. Assumindo como pontos realmente fracos do professor aqueles itens onde obtenha média inferior a 3,00, no caso do professor 1 eles são os seguintes: 3- Não estimula o interesse pela matéria. 5- Exige pouco raciocínio do aluno. 10- Parece não se preocupar se o aluno está aprendendo ou não. 12- Estimula soluções criativas para os problemas propostos. 13- Apresenta a matéria como uma ciência em evolução. 17- Mantém o aluno atento durante as aulas. 27- Suas aulas são de um modo geral, desinteressantes. 28- Poderia ser recomendado como bom professor. 30- Estimula a participação do aluno em aula. 31-Dá evidências de se aprimorar como professor. 35- Define o(s) objetivo(s) de cada aula. 37- Utiliza recursos de ensino variados para o aluno compreender o conteúdo. 38- Utiliza diferentes instrumentos (trabalhos, pesquisas, seminários etc) para avaliar o aluno. O professor 2 obteve 3 itens com média igual ou inferior a 3,50, que foram: 2- Dá explicações pouco claras. 7- Procura facilitar a compreensão do aluno. 17- Mantém o aluno atento durante as aulas. Apenas um item obteve média abaixo de 3,00: 17- Mantém o aluno atento durante as aulas. O professor 3 obteve 8 itens com média igual ou inferior a 3,50: 2- Dá explicações pouco claras. 12- Estimula soluções criativas para os problemas propostos. 13- Apresenta a matéria como uma ciência em evolução. 17- Mantém o aluno atento durante as aulas. 19- Parece não planejar as aulas. 17 24- Propõe problemas interessantes. 35- Define o(s) objetivo(s) de cada aula. 37- Utiliza recursos de ensino variados para o aluno compreender o conteúdo. Novamente aqui o item que obteve média abaixo de 3,00 foi: 17- Mantém o aluno atento durante as aulas O professor 4 não obteve itens com média inferior a 3,00. No entanto sete itens ficaram com média igual ou inferior a 3,50. São eles: 5- Exige pouco raciocínio do aluno. 11- Tem pouca didática. 17- Mantém o aluno atento durante as aulas. 19- Parece não planejar as aulas. 26- Apenas repete o que está nos livros. 35- Define o(s) objetivo(s) de cada aula. 37- Utiliza recursos de ensino variados para o aluno compreender o conteúdo. O professor 5 não obteve nenhuma média abaixo de 3,5. No entanto podem ser observados 4 itens que destoaram dos demais, os de números 6, 17, 24 e 32. 6- É justo na atribuição de notas ou conceitos. 17- Mantém o aluno atento durante as aulas. 24- Propõe problemas interessantes. 32- O professor demonstra ter senso de humor durante as aulas. Em muitos trabalhos na área de Didática tem se verificado a busca por detectar as características do bom professor. No entanto, é importante considerar que “a idéia de competência, portanto, é localizada no tempo e no espaço. Mesmo que não de forma expressa, há uma concepção de professor competente feita pela sociedade e, mais precisamente, pela comunidade escolar. Ela é fruto do jogo de expectativas e das práticas que se aceitam como melhores para a escola do nosso tempo”. (CUNHA, apud LAMPERT 1999: 115). No caso do ensino da Contabilidade, Marion, em 1996, destacou também algumas características que deveriam estar presentes entre os professores desta área: - Dominar a(s) disciplina(s) que leciona, (Qualificação); 18 - Gostar da(s) disciplina(s) que leciona; Gostar dos alunos; Ter senso de humor; Memória; Força de vontade; Bondade; Humildade etc. No caso da nossa pesquisa é possível observar que vários outros aspectos foram apontados pelos alunos o que nos permite inferir que a competência didática envolve um conjunto de comportamentos bem mais amplo do que os indicados por Marion. 3.3 - Análise da avaliação Discente Os itens que serão apresentados e analisados a seguir são os da avaliação discente, referentes à segunda parte do questionário (itens 39 a 46). Nestes itens perguntava-se ao aluno sobre: 39- Considero que fui um bom aluno desta disciplina. 40- Acredito que esta disciplina é importante para a minha carreira. 41- Dediquei bastante esforço ao estudo da disciplina. 42- Assisti a maior parte das aulas desta disciplina. 43- Acho este tipo de questionário válido. 44- Tenho a impressão que aprendi bastante nesta disciplina. 45- Gosto de Contabilidade Aplicada II. 46- Respondi ao questionário com atenção. Na “Avaliação Discente”, os itens referem-se às opiniões do aluno em relação a disciplina e ao instrumento de pesquisa. Na Tabela 10, pode-se observar os resultados de cada item da avaliação discente. As disciplinas receberam o mesmo número de cada um dos correspondentes professores. Tabela 10 - Média dos itens 39 a 46, referente avaliação Discente. Média Média Média Média Média Pontuação Discip Pontuação Disci l. + baixa pl. Discipl. 1 Discipl. 2 Discipl. 3 Discipl. 4 Discipl. 5 + alta 4,00 3,80 3,88 3,70 3,75 4.00 1 3.70 4 39 3,72 4,56 4,63 4,57 4,58 4.63 3 3.72 1 40 3,24 3,56 3,63 3,57 3,79 3.79 5 3.24 1 41 4,08 4,36 4,25 4,17 4,08 4.36 2 4.08 1e5 42 3,84 3,96 3,92 4,17 3,88 4.17 4 3.84 1 43 3,08 3,48 3,83 3,87 3,58 3.87 4 3.08 1 44 3,48 4,24 4,14 4,13 4,46 4.46 5 3.48 1 45 4,40 4,48 4,50 4,52 4,58 4.58 5 4.40 1 46 3.73 4.06 4.10 4.09 4.09 4.23 3.69 Média Total Itens 19 Comparando os resultados obtidos na Tabela 10 (Avaliação Discente) com os da Tabela 8 (Avaliação Docente), algumas questões podem ser levantadas. Eis uma delas: Porque os alunos, ao não avaliarem bem o professor, também atribuem este resultado para si? É o caso do professor 1 que obteve uma média menor que os outros professores na avaliação docente e também a média mais baixa na avaliação discente, sendo que todas as disciplinas correspondentes aos professores avaliados são da mesma turma. Outra questão: Com qual professor os alunos aprenderam mais? O item 44 “Tenho a impressão que aprendi bastante nesta disciplina”, demonstra os resultados lógicos, pois com os professores melhor pontuação, os alunos aprenderam mais. Uma questão mais: Quando que o aluno considera que foi um bom aluno? O resultado do item 39 “Considero que fui um bom aluno desta disciplina”, traz um contraste pois com o professor 1 (que ficou com a pontuação menor na avaliação docente) os alunos consideraram que foram bons alunos. Para Moreira (1998 : 73), vários fatores influenciam a avaliação do professor pelo aluno. Entre tais fatores, contam-se: - A nota do aluno; A idade e sexo do aluno; O tamanho da classe; O esforço dispensado pelo aluno; A importância dada ao curso dada pelo aluno; Das teorias implícitas dos estudantes; Da personalidade do professor, e Da maturidade para o julgamento. Deve-se levar em conta também que um dos itens que tem uma importância grande, para análise dos questionários aplicados, é o de número 43, que indaga sobre a validade do questionário para o aluno. É possível imaginar que se o aluno acha que a aplicação do questionário não é importante, irá responder de forma descuidada. Na Tabela 11 estão mostradas as porcentagens de respostas positivas e negativas na questão 43. A partir dela é 20 possível termos uma idéia da validade dos resultados obtidos com a aplicação dos questionários. Tabela 12 – Validade do Questionário Quantidade e % das respostas item 43 Acho que este tipo de questionário é válido Professores/Disciplinas Positiva % Negativa % 1 18 75% 6 25% 2 21 84% 4 16% 3 19 79% 5 21% 4 20 87% 3 13% 5 19 79% 5 21% Total das Respostas 97 81% 23 19% Total 24 25 24 23 24 120 Podemos concluir que em média, 81% dos questionários foram respondidos com a seriedade necessária para tanto. Considerações finais O objetivo da avaliação do professor pelo aluno não é punir o professor pelas falhas cometidas e demonstradas através dos resultados dos questionários. Para que possa ser alcançado o objetivo da aplicação desta metodologia há necessidade de humildade, reflexão e auto-crítica por parte do professor, buscando a melhoria do seu ensino. O que interessa é o feedback, para dar condições para que o professor possa crescer como pessoa e como profissional. A instituição de ensino, por sua vez, deve oferecer subsídios para que isto possa se concretizar, subsídios estes que devem ir desde as condições físicas até as intelectuais, principalmente levando-se em conta o fato de que o bacharel em Ciências Contábeis não tem uma formação pedagógica específica para o ensino. As Universidades devem montar um plano de qualificação docente onde haja oportunidades para o crescimento de seus profissionais. Para o profissional que segue a carreira docente o aprendizado exige uma formação continuada, através de um constante aperfeiçoamento e sucessiva atualização de seus 21 conhecimentos, por meio de cursos de pós-graduação em nível de lato e estrictu senso, ou seja especialização, mestrado, doutorado, pós-doutorado e o que é mais importante, permeados por pesquisas na sua área de conhecimento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GIL, Antonio Carlos, Metodologia do Ensino Superior, São Paulo: Atlas, 1997. IUDÍCIBUS, Sérgio de, Teoria da Contabilidade, São Paulo: Atlas, 1995. IUDÍCIBUS, Sérgio de, MARION, José Carlos, Introdução à Teoria da Contabilidade, São Paulo: Atlas, 1999. LAMPERT, Ernani, Universidade, Docência, Globalização, Porto Alegre: Sulina, 1999. MARION, José Carlos, O Ensino da Contabilidade, São Paulo: Atlas, 1996. MEC – Ministério da Educação, INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, SEEC – Diretoria de Informações e Estatísticas Educacionais, Relação das Instituições de Ensino Superior que Ministram o Curso de Ciências Contábeis com as Respectivas Habilitações, 1999. MOREIRA, Daniel Augusto, Fatores Influentes na Avaliação do Professor pelo Aluno: uma revisão, Educação e Seleção, no 17, jan.- jun., 1988. MOREIRA, Daniel Augusto, Identificação de Indicadores de Qualidade na Instrução Universitária, Educação e Seleção, no 18, jul. – dez. 1988, p. 81 – 92. PINENT, Carlos Eduardo da Cunha, SILVEIRA, Fernando Lang da, MORAES, Roque, Avaliação do Professor pelo Aluno: Questionário Avaliativo e Testes de Validação, Estudos em Avaliação Educacional, no 8, jun.- dez, 1993. RICCIO, Edson Luiz, CARASTAN, Jacira Tudora, SAKATA, Marici Gramacho, Accouting Research in Brazilian Universities: 1962 – 1999. Caderno de Estudos FIPECAFI, nº 22, setdez, 1999. SCHMIDT, Paulo, História do Pensamento contábil, Porto Alegre: Bookman, 2000. SCHWEZ, Nicolau, Qualidade Total no Ensino da Contabilidade. Revista Brasileira de Contabilidade, Brasília: CFC no 99, mai-jun, 1996. SCHWEZ, Nicolau, Reflexão do Papel do Professor na Área Contábil. Revista Brasileira de Contabilidade, Brasília: CFC no 91, jan.-fev., 1995. SILVEIRA, Fernando Lang da, MOREIRA, Marco Antônio, Estuda da Validade de um Questionário de Avaliação de Desempenho do Professor de Física Geral pelo Aluno, Ensaio, no 1, 1999.