Universidade Federal da Bahia Faculdade de Medicina Serviço de Anatomia Patológica do HUPES Patologia Cirúrgica II Transplante renal Caso 1 Caso Clínico • Trata-se de paciente do sexo feminino, 31 anos de idade, que foi submetida a transplante renal 13 dias atrás e atualmente está apresentando insuficiência renal, disúria e febre. Doador cadáver, idoso. • Exames laboratoriais: • Creatinina: 3,1 • Urocultura: Escherichia coli Inflamação intersticial. Tubulite. Tubulite. Tubulite. Inflamação crônica intersticial. Inflamação aguda intra-tubular. Inflamação crônica intersticial. Arteriolo-esclerose hialina. Inflamação crônica intersticial. Arteriolo-esclerose hialina. TELEPATOLOGIA HUPES-UFBA-PRESBYTERIAN HOSPITAL-UPMC-E.U.A • Luciano Fonseca * 07/20/07 11:42 -> The patient is a 31 year-old-female that was submitted to a kidney transplantation 13 days ago. She is now presenting renal failure. • • • Luciano Fonseca * 07/20/07 11:47 -> Working diagnosis: Acute cellular rejection Banff 1B. Remarks: I see many neutrophils in the periphery of some tubules (we still do not perform immunostain for C4D). Urine culture was also requested. • Luciano Fonseca * 07/20/07 13:16 -> I also see frequent plasma cells in the interstitial area. • • • Parmjeet Randhawa, M.D. * 07/20/07 13:31 -> In these cases, I am usually descriptive: Lymohocytic interstitial nephritis with t3 tubulitis and intralumina neutrophils. Depending on the clinical urgency, physicians may or may not prefer to wait for culture before starting rejection treatment. Drug induced interstitial nephritis and unsual infectious organisms (mycoplasma, anaerobes etc that are not picked up by routine culture techniques) are also in the differential diagnosis. If culture is negative, and anti-rejection treatment also does not produce complete response, send the biopsy somewhere for C4d and the blood for circulating antibodies. • Diagnósticos Anatomo-Patológicos • Rejeição celular aguda (Banff 1B) • Inflamação neutrofílica intra-tubular (secundária a infecção urinária) • Arterioloesclerose hialina (doença do doador) Pontos Importantes Para Discussão • Trata-se de um caso clássico de rejeição celular aguda associada a processo de infecção do trato urinário. Estudar as características histopatológicas que permitem estabelecer o diagnóstico destes dois processos. • Estudar a implicação que processo de infecção urinária pode ter em um paciente com rejeição celular aguda. Rejeição Celular Aguda • A Rejeição Celular Aguda (RCA) ocorre, mais frequentemente, nas primeiras semanas após o transplante; os episódios de RCA diminuem após os primeiros seis meses embora possam ocorrer em qualquer período pós-transplante. O quadro clínico de RCA é representado por um aumento abrupto nos níveis de creatinina. Rejeição Celular Aguda • A RCA é responsável 11 a 16% dos casos de falha do enxerto no primeiro ano pós-transplante e por 7 a 11% dos casos de falha do enxerto após o primeiro ano pós-transplante. Rejeição Aguda Mediada por Anticorpos • A Rejeição Aguda Mediada por Anticorpos (RAMA) só recentemente foi definida como uma categoria diagnóstica. A RMA ocorre em pacientes que desenvolvem anticorpos anti-doador após o transplante, o contrário do que ocorre na rejeição hiper-aguda, em que anticorpos pré-existentes ao transplante, causam lesão severa no enxerto, imediatamente após a reperfusão. Rejeição Aguda Mediada por Anticorpos • Existe uma correlação importante entre a deposição de C4d em capilares peri-tubulares e um risco imunológico acentuado para o enxerto; existe também uma correlação entre a deposição de C4d em capilares peritubulares com a presença de anticorpos anti-doador circulantes. Rejeição celular aguda. Deposição de C4d em capilares peri-tubulares Rejeição Aguda Mediada por Anticorpos • A apresentação clínica da RAMA, com ou sem componente celular, é geralmente grave com oligúria e necessidade de diálise observadas mais frequentemente. Entretanto, não existe nenhum critério clínico que possibilite distinguir a RAMA da rejeição celular aguda pura. Rejeição Aguda Mediada por Anticorpos • A RAMA é mais frequentemente observada uma a duas semanas após o transplante porém pode apresentar-se em qualquer período pós-transplante. O aparecimento mais tardio correlaciona-se com níveis baixos de terapêutica imunossupressiva ou com o não comprometimento do paciente com o tratamento. Cerca de 5 a 7% dos pacientes desenvolvem um episódio de RAMA. • A RAMA não apresenta correlação com a expressão de HLA não compatível, tempo de isquemia ou idade do doador. Universidade Federal da Bahia Faculdade de Medicina Serviço de Anatomia Patológica do HUPES Patologia Cirúrgica II Transplante renal Caso 2 Caso Clínico • Trata-se de paciente do sexo feminino, 28 anos de idade, submetida a transplante renal há 08 dias. Enxerto com tempo de isquemia longo. Doador cadáver idoso. • Exames laboratoriais: Creatinina: 4,1; 3,2; 2,8; 2,1. Túbulos renais tortuosos (recuperação de NTA). Arterioloesclerose. Túbulos renais tortuosos (recuperação de NTA). Túbulos renais tortuosos (recuperação de NTA). Arterioloesclerose hialina. Arterioloesclerose hialina. Glomeruloesclerose. Diagnósticos Anatomo-Patológicos • Ausência de rejeição celular aguda • Alterações regenerativas tubulares (compatíveis com recuperação de NTA) • Arterioloesclerose hialina + glomeruloesclerose (doença do doador) Pontos Importantes Para Discussão • Trata-se de um caso clássico de necrose tubular aguda em fase de recuperação, em paciente transplantado renal. Estudar as características histopatológicas que permitem estabelecer este diagnóstico e o que diferencia de um processo de rejeição celular aguda. • Estudar as implicações na função do rim transplantado de doença do doador, do tipo arterioloesclerose e glomeruloesclerose.