O PLANO ESTADUAL DE SAUDE E O PACTO DE GESTÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO Renilson Rehem – Secretário Adjunto Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo Set/08 Reflexões que fundamentaram o processo Por que é necessário celebrar um pacto? O processo de implantação do SUS A necessidade de pactuação Para se iniciar a implantação do SUS a partir do existente era imperioso se celebrar acordos O papel dos pactos e seus limites NOB 91 NOB 93 NOB 96 NOAS 01 NOAS 02 O papel dos pactos e seus limites Os primeiros pactos (as NOB) tiveram como principais objetivos: a inclusão no SUS de estados e, principalmente municípios, e a transferência de recursos federais. Destaque para a NOB 96: - Inclusão de praticamente todos os municípios no SUS - Criação do PAB - Transferência de recursos O papel dos pactos e seus limites Assim, era aceitável, na sua implantação, um certo nível de “ação cartorial” do tipo “vamos em frente para arrumar depois”. NOAS 01 e 02 Buscou, principalmente, contribuir com a organização do sistema, adotando a estratégia da regionalização como eixo principal. NOAS 01 e 02 Um grande problema para a sua implantação foi a existência de municípios de pequeno porte, problema não resolvido com a proposta dos Módulos Assistenciais. O PACTO PELA SAUDE O PACTO DE GESTÃO - Não tem como objetivo nem a inclusão, de estados e municípios no SUS, nem a transferência de novos recursos. O grande objetivo é organizar o sistema que na verdade é um processo permanente. Assim, não é aceitável que sua implantação se dê de “modo cartorial” do tipo “vamos em frente para arrumar depois”. O PACTO DE GESTÃO tem como principal estratégia a regionalização e como principal inovação o Colegiado Gestor Regional. O Pacto de Gestão no Estado de São Paulo Estabelecimento de um acordo na CIB para o avanço do Pacto de Gestão em todo o Estado. Processo único envolvendo todos os municípios Não encaminhamento do processo do Pacto de Gestão de municípios isolados. Adotou-se o processo de elaboração do Plano Estadual de Saúde como base para a negociação necessária ao avanço do Pacto de Gestão em todo o Estado. Esse processo se iniciou com um esforço interno na SES para a elaboração da primeira versão do PES e integração e o envolvimento de todas as áreas A SES, em articulação com o COSEMS/SP, desencadeou o processo por meio de Oficinas Regionais em maio e junho/07, partindo-se do diagnóstico de situação de saúde regional, da definição das regiões de saúde e da constituição dos Colegiados de Gestão Regional. Este processo de pactuação no âmbito regional propiciou a identificação dos problemas prioritários em cada região e as contribuições para o Plano Estadual de Saúde PES Oficinas Regionais (08/07) Para apoio a elaboração dos TC de Gestão Municipal. A SES SP contou com a parceria com universidades, que atuaram junto aos DRS e ao nível central. O COSEMS contou com consultores para apoio aos municípios. Nesse processo, ficou ainda mais evidente a necessidade da PPI e da Regulação, levando a uma antecipação e aceleração desses processos Em novembro/07 Concluída a versão final do Plano Estadual de Saúde contemplando as resoluções da 5ª Conferência Estadual de Saúde Em Dezembro/07 Aprovação do Plano Estadual de Saúde e do Termo de Compromisso da Gestão Estadual pelo Conselho Estadual de Saúde Pacto de Gestão no Estado Situação atual: - 64 Regiões de Saúde com seus respectivos Colegiados Gestores implantados Pacto de Gestão no Estado Situação atual: Fase final de elaboração dos TCGM e do TCGE O Plano Estadual, o Pacto pela Saúde e a Regionalização As Regiões de Saúde no Estado de São Paulo processo de construção e fortalecimento A Regionalização no Pacto pela Saúde Base Inicial – o tripé 1 - As regiões de saúde – definição Pacto 2 - Criação dos Colegiados de Gestão Regional 3 - Diagnóstico regional e local – análise de situação de saúde – Plano e Termos de Compromisso de Gestão Municipal. A Regionalização no Estado de São Paulo Histórico da descentralização na SES SP: 11 DRS (1967- 1985), 65 ERSA (1986-1994), 24 DIR (1995-2006), 17 DRS (2007). • PDR – NOAS – 2001/2002 – 65 micro-regiões semelhantes aos 65 ERSA – referência técnica, mas não produziu efeitos práticos. • PDR 2007 – gestão solidária, melhor compreensão do papel da SES na gestão do sistema, diferenciação entre a descentralização administrativa SES e as regiões de saúde – com a coordenação do Estado na Regionalização. A Regionalização no Pacto pela Saúde Perfil da 64 Regiões de Saúde População: • 5 regiões com menos de 100.000 habitantes. • 41 regiões entre 100.000 a 500.000. • 8 regiões entre 500.000 a 1 milhão. • 10 regiões acima de 1 milhão de Habitantes. A Regionalização no Pacto pela Saúde Perfil da 64 Regiões de Saúde • 22 regiões concentram municípios mais pobres. • 12 regiões desenvolvidos socialmente. concentram os mais economicamente e A Regionalização no Pacto pela Saúde Perfil da 64 Regiões de Saúde Cobertura do PSF: • 20 regiões abaixo de 20% • 16 regiões entre 20% a 30% • 11 regiões entre 30 e 50% • 17 regiões acima de 50% (destas 3 com 100%). A Regionalização no Pacto pela Saúde Perfil da 64 Regiões de Saúde Percentual de internações sensíveis à Atenção Básica: • 37 regiões acima do valor do Estado em 2007 (17,43%) • Destas, 15 regiões acima de 25%. O Termo de Compromisso de Gestão Estadual – Pacto pela Saúde AGENDA SES e Municípios (articulada aos programas e projetos do PES): Fortalecimento da regionalização. • Processos de trabalho, gestão e financiamento da Atenção Básica • Política estadual de regulação e co-gestão na regulação do acesso. • Aperfeiçoamento dos mecanismos de financiamento. • Plano de qualificação da descentralização das vigilâncias. Colegiados de Gestão Regional efetivação da regionalização Pactuação no âmbito regional e dos DRS propiciou a identificação dos problemas prioritários em cada região - contribuições para o Plano Estadual de Saúde – PES. Construção colegiada dos Termos de Compromisso de Gestão Municipal do Pacto pela Saúde – 643 municípios. Construção coletiva, reflexão sobre processos de trabalho, avanço na gestão de serviços. Colegiados de Gestão Regional efetivação da regionalização Descentralização: conforme a pactuação. • 475 municípios – serviços próprios. • 77 hospitais. • Fim da dupla gestão em prestadores (oncologia e TRS - que por demanda dos pp. municípios, retornaram ou mantiveram-se sob GE). Colegiados de Gestão Regional efetivação da regionalização Alocação de parte dos novos recursos federais definida no âmbito dos CGR, a partir de uma priorização de regiões de saúde com per capita menor. Definição de equipamentos de saúde e valores correspondentes para o “Pró Santas Casas II “ PPI e Regulação Rede de Ambulatórios Médicos Especializados – AMES – regulação pelo CGR. Colegiados de Gestão Regional efetivação da regionalização Financiamento da Atenção Básica – nova proposta aprovada na CIB março 2008 Transferência fundo a fundo. Regulação do acesso e das referências. PPI aprovada na CIB de julho Cursos de especialização em gestão pública de saúde. Possibilidade de carreira em gestão pública de saúde. Pontos a destacar na implementação do Pacto no Estado de São Paulo: Condução bipartite de fato Integração dos processos de planejamento, programação e regulação, Construção descentralizada, com 100% dos CGR implantados Construção dos TCGM a partir de consenso nos CGR e não de forma isolada nos municípios Definição de critérios e cronograma para os Municípios assumirem a Gestão de Serviços Explicitação dos recursos estaduais de forma detalhada, respeitando a lógica de residência Envolvimento de todas as coordenadorias e áreas técnicas da SES na construção do TCGE e em sintonia com o Plano Estadual de Saúde. Apoio às regiões de saúde Desafios Integração dos processos – perspectivas estadual e regional. Gestão do sistema – gestão regional Redes de atenção integral à saúde - com foco em escala/ qualidade. Apoio às regiões de saúde Desafios Qualificação da Atenção Básica – coordenação do sistema. Planos de Qualificação das regiões de Saúde.(2009/2010) – apoio das universidades. Apoio às regiões de saúde Desafios Apoio permanente aos DRS e municípios junto aos CGR – planejamento regional diversidade do Estado. Relação público/privado – saúde suplementar, ações judiciais. Apoio aos novos gestores. Apoio às regiões de saúde Desafios Consolidação do PDR e da PPI Implantação da Regulação. Redes regionalizadas de atenção integral à saúde constituídas. “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” Fernando Pessoa