Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste ISSN: 1517-3852 [email protected] Universidade Federal do Ceará Brasil de Oliveira, Valéria Conceição; Albano de Azevedo Guimarães, Eliete; Silva Souza, Débora Aparecida; Ricardo, Renata Aparecida Situação vacinal e sorológica para hepatite B em profissionais da Estratégia Saúde da Família Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, vol. 12, 2011, pp. 960-965 Universidade Federal do Ceará Fortaleza, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=324027978010 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto Artigo Original SITUAl;:AO VACINAL E SOROLÓGICA PARA HEPATITE B EM PROFISSIONAIS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA VACCINATION AND SEROLOGI['AL STATUS FOR HEPATITISB IN FAMILY HEALTH ['ARE PROFESSIONALS SITUACIÓN VACUNAL y SEROLOGICA PARA HEPATITISB EN PROFESIONALES DE LA ESTRATEGIA SALUD DE LA FAMILIA Valéria Ccnceícác de Olívefra 1, Eliete Albano de Azevedc Guímaráes-, Débcra Aparecida Silva Souzaé, Renata Aparecida Ricardo" o presente estudc busco u descrever a situacáo vacínal e a realízacáo de soro logia em prcñsstcnars de saúde. Este estudo epidemiológico descrínvo foí realizado cm 15 Equipes de Saúde da Familia do munícípic de Dívinópclis MGjBrasil, em 2010. Foram aplicados lOS questícnáríos aos prcflssíonals de saúde. Entre os lOS investigados, S9,4% foram vacínados ccm o esquema de trés dcses da vacina contra a hepatite B. Detectarnos que Bl% dos trabalhadcres nao realizaram o teste sorológico; 54,7% tém ccntatc com material perfurcccrtante e 60,4% dos trabalhadcres relataram que nunca realiz aram capacítacóes sobre bicsseguranca. Istc aponta alta cobertura vacínal contra a hepatite B e baixa adesáo a serología. Neste sentido, a vígiláncia da sttuacáo vacínal e o monitcramentc da realízacác de serología entre os profissionaís de saúde sao essencíais para garantir a imunidade a doenca. Descrírorcs: Vacínas contra Hepatite B: 'lestes Sorctógtcos: Pessoal de Saúde. The maín goal of thís study ís to describe the vaccínatícn status and performance of serclogy in health professíonals. The descríptíve epídemíologícal study was carrted in 15 Family Health Groups in Dívínópolfs (MG, Brazfl] in 2010. The methodology provided the applicatícn of 108 questicnnaíres to health protessícnats. Among thc 108 surveyed, 89.4% were vaccínated wíth the threedese regímen of the vaccine against hepatitis B. Moreover; ít was detected that 81 % of the wcrkers díd not undergc serclogical testíng: 54.7% have contact wíth cuttíng tools, and 60.4% of them had never conducted training on biosafety. The results indícate high vaccínaticn coverage against hepatitis B and a peor adherence to serology. So, the mcnitcríng of vaccinatíon status and the acccmplishment of serclogícal monitoring among health prcfessícnals is essential te cnsurc immunity te me disease. Descrípturs: Hepatitis B Vaccínes: Serologíc Tests; Health Personnel. El estudio pretendió describir la situación vacunal y la realización de serología en profesionales de salud. Estudio epidemiológico, descriptivo, realizado en lS Equipos de Salud de la Familia, d Divinópclis- MGjBrasil, en 2010. Fueron aplicados 108 encuestas a los profesionales de salud. Entre los 108, 89,4.1:*, fueron vacunados con el esquema de tres dosis de la vacuna contra hepatitis B; 81 % no realizaron el test serológtco: 54,7% tenían contacto con material corto-punzante y 60,4% de los trabajadores relataron que no hicieron capacitaciones sobre biosegurtdad. Esto apunta la alta cobertura de vacunas contra la hepatitis B y la baja adhesión a la serología. AsÍ, la vigilancia del estado de vacunación y de la realización de la serología entre los profesionales de salud son esenciales, para asegurar la inmunidad a la enfermedad. Descriptores: Vacunas contra Hepatitis B; Pruebas Serológtcas: Personal de Salud. 1 3 4 Prcfessora Assístente do Curso de Enferrnagem da UFSI- Doutoranda pela EERP JUSP. Coordenadora do prcjetc PIlCjFAPEMIGjUFSI, Brasil. Email: valertaolíveiraesufsj.edu.br Prcfessora Assístente do Curso de Enfermagem da UFSI. Dcutoranda pela FIOCRUZ.Brasil. Email: elíetealbanorahctmaíl.com Bolsista do prcjetc PIICjFAPEMIGjUFSI. Brasil. Ema¡l: deboraassteyahoo.ccm.br Académica do 5º Período do Curso de Enfermagem da UFSr - Voluntaria do projeto PlICíEi\PEMlGíUFSf. Brasil. Email: natyrtcardoéstg.com.br Autor Correspondente: Débcra Aparecida Silva Souza Rua Geraldc Serrano, 1605, apto. 201. Hairro Sao José. CEP: :3 5500-000. Dívtnópolis-Mtl, Brasil. Email: debcraassesyahoo.com.br 960 Rey Rene, Fortaleza, 2011; 12(n. esp.):960-5. Oliveira ve, Guímarñes EAA, Soma DAS, Ricardo HA INTRODU~ÁO A comprovacao sorológica dos profissionais é es- sencial para a prevencáo da transmissáo ocupacional da As hepatites virais sao doencas provocadas por di- hepatite B, pois 5 a 10% dos adultos vacinados nao de- ferentes agentes etiológicos, que apresentam caracterís- senvolvem adequada resposta imunológica a vacína, per- ticas epidemiológicas, clínicas e Iaboratoriais distintas. manecendo susce ptíveis a íufeccáo pelo VHB(l). Tém grande importáncia para a salute pública pelo núme- Nessa línha de racíocímo, verificar a sorologia, de- ro de individuos atingidos e pela possibilidade de compli- pois de completado o esquema vacínal, faz-se necessário, cacees das formas agudas e crónicas. Sua distrtbuicáo o que permitirá a rápida e cerreta avaliacáo da conduta é universal, senda que a magnitude varia de regían para regíáo. de acordo com os diferentes agentes etíológicosí"! aponta que, o teste sorológico determina o anti-HBs após Entre elas, a infeccáo pelo virus da hepatite B (VHB) a ínfeccáo ou vacínacáo pelo Vírus da Hepatite B, e é o adquire maíor importáncia porque aproximadamente único meio para morutorar o éxito da vacinacáo contra a ser tomada na profilaxia pós-exposícáoü", A literatura 80% dos cánceres hepáticos prunários estño associados a essa doenca, Parém, embora recomendado, este exame infeccáo pelo vírus(2J. Estima-se que 15% da populacao já . de VIrus ' [lJ . estiveram cm cantata com o este tipo nao está disponível grat.uitament.e na rede de saúde pública para os proñssíonaístvl. Considera-se que profissionais de saúde, especlal- Neste sentido, o presente estudo tern como obje- mente médicos, enfermeiros, cirurgíóes dentistas, estáo tivos verificar a sítuacao vacinal contra hepatite B e a re- sob risco significativo de contrair ou transmitir doenca alizacáo de sorologia para anti-HBS em profissionais da pela natureza de seu trabalho, caracteriza pela longa per- Estrategia Saúde da Família (ESF), cm Drvinópolis, MG. manéncia nos servicos de saúde, contato com pacientes portadores de várías doencas, manuseío de materiais METODOLOGIA biológicos de risco assím como de diversos materiais perfurocortantest-l.Tambérn podem constituir um risco Estudo epidemiológico descritivo realizado em um para seus pacientes. visto que podem ser fonte de doen- municipio da Regiáo Centro Oeste do Estado de Minas Ge- cas contagiosas, ccntribuíndo para agravar sua condícño clínical"! raís, contou com 15 Equipes de Saúde da Familia - ESF distribuidos em dozc setores sanitários, no ano de 2010. Neste sentido, a Hepatíte B é urna doenca poten- A populacáo estudada compreendeu médicos, en- cialmente contagiosa maís passível de prevencao através fermeiros. auxiliares e técnicos de enfermagem, dentis- de imunizacáo, em que o indivíduo pode adquirir imuní- tas, técnicos de higiene dental, auxiliares de consultório dade através de forma atíva, estimulando-se seu sistema dentário e agentes comunitários de saúde das 15 ESF, de defesa, através das vacinas(5J. totalizando 175 trabalhadores, Os critérios de exclusáo A imunizacño através de trés doses da vacína con- forarn os trabalhadores que nao quiseram participar da tra a Hcpatitc B a medida de prevcncáo da doenca, Está pesquisa (n= 20), os que nao estavam presentes no mo- é dispcnível comercialmente desde 1982, tendo sido reco- mento da coleta de dados (n=17), e aqueles que nao es- mendada desde entáo aos profissionaís de saúde. A efícá- tao sob risco de contágio da doenca, como motoristas e cía da vacina é de 90% nos adultos e 95% nas enancas e prcfissionais da Iimpeza (n=30). Desta forma, foram se- adolescentes, porém exístem pessoas que sao hiporres- lecionados para este estudo, 108 (61,7%) trabalhadores pondedoras, o que torna necessário conhecer o status so- que estavam no local de trabalho e aceitaram partícipar rológico para que se possa adatar medidas profilátícasf-l. da pesquisa. além de conferir ao profíssíonal a scguranca de nao estar ern risco(6). O instrumento de coleta de dados foí um questionário serni-estruturado contendo variáveis socioderno- Neste cenário, é imperativo a conscícntízacáo so- gráficas e epidemiológicas. O instrumento foi aplicado bre a imunízacáo, pois ela assegura ao trabalhador da por trés pesquisadoras treinadas previaInente, no perí- área de saúde a protes:ao contra doens:as imunoprevení- odo de trés meses. Todos os participantes assinaram o veis, bem como a redus:ao do número de indivíduos sus- Termo de Consentimento Uvre e Esclarecido. cetíveis, diminuindo o risco de transmissao de doens:as dos proflssionais aos paclentes e vice-versaL7J. Os dados foram processados no prograIlla EPIDATA 3.1 c analisados no EPI-INFO 6.0. A seguÍ!; rcalizou-sc a Rev Rene; Fortaleza, 2011; 12 (n. esp.) :960-5. 961 Ohveíra VC,Guímaráes EAA,Souza DAS,Ricardo RA distribuícáo de frequéncías e/ou medidas de tendencia central e de dispersáo das variáveis: sexo, idade, grau de escolaridade, situacáo conjuga], categoría profissional. tempo de profissáo, tempo de trabalho na ESEcontato com material perfurocortante, tabagismo, obcsídade. situacáo vacinal contra a hepatíte B dos trabalhadores e sorologia. Este estudo foi aprovado pelo Comité de Ética e Pesquisa da Fundacáo Educacional de Divinópalisj FUNEo!, número de registro 86j2009. [Contínuacác] Outrcs Escolar-idade Ensino fundamental completo Ensino fundamental incompleto Ensino méd¡o completo Ensino médtc Incompleto Superior Superior incompleto Especíaltzacác Mestrado/doutoradc 10 9,3 0,9 41,7 9,3 13,0 19,4 15)7 45 10 14 21 17 Tabela 2 - Características dos trabalhadores das Equipes de Saúde da Família segundo a categoría profissional, ternpo de profissáo e tempo de trabalho na Saúde da Familia, RESULTADOS Cidade Centro Oeste de Minas Cerais, MG, Brasil, 2010 A maíoria dos trabalhadores das ESFs do sexo feé minino (81,5%) e mais da metade tem entre 20 e 40 anos (61,6%] e sao casados (54,6%]. Em relacáo as categorías profissionais analisadas, os agentes comunitários representaram a maíor categoria (40,2%), seguidos dos técnicos e/o u auxiliares de enfermagem (15,0%), enfermen-os (14%), médicos (11,2%), dentistas (9,3%), auxiliares de consultorio dentário (9,3%) e técnicos de higiene bucal (0,9%). Em relacáo ao tempo de profissao, os resultados apontaram que 1,9% tinham menos de um ano, 4,7% tinha entre um e cinco anos, 11,2°¡(j de seis a dez anos, 17,8% mais de dez anos de prcfissáo. Para a análise desta 12 Enfenneiro Técnico/auxiliar de enfermagem Dentista Auxiliar de consultóríc dentárío Técnico de higiene Dental Agente Comunítáríc de Saúde lempo de proñssño (anos) Menos de um 1a 5 6 a 10 Maícr de 10 Nao se aplica lempo de trabalhc na ESF Menos de um 1a 5 6 a 10 Maíor de 10 variável foram incluídos apenas os profissionais médicos, enferrneiros e dentistas. Entre o total dos trabalhadores verifícou-se que 44,9%) possuem menos de cinco anos de trabalho na ESE 24,3% entre seis e dez anos, 24,3% mais de dez anos e 6,5% exercern suas atividades há menos de um ano. As tabelas le 2 descrevem as características dos Quanto a partícípacáo ern cursos de 11,2 14,0 15,0 9,3 9,3 0,9 40,2 15 16 10 10 1 43 2 5 12 1,8 4.7 11,2 17,8 64,5 19 69 6,5 44,9 24,3 243 7 48 26 26 biosseguran- ca, de releváncia para os profissionais da saúde, foí apontado que mais da metade dos entrevistados (60,4%)) nao participaram de capacitacáo. Na verificacáo da sítuacáo vacinal contra a hepatite B foi registrado um percentual de 93,2% participan- trabalhadores das ESE tes imunizados com tres doses da hepatite B, 3,8% nao sabiam informar seu status vacinal, 1,0% havía tomado Tabela 1 - Características sociodemográficas dos traba- ses da vacina (Tabela 3]. apenas a prnneira dose da vacína e 1,9% apenas duas dolhadores das Equipes de Saúde da Familia, Cidade Centro Oeste de Minas Cerais, MG, Brasil, 2010 Tabela 3 - Esquema vacinal completo de hepatite b entre os profíssionaís das ESF, de um município da Rcgíáo vartáveís Sexo Masculino Feminino Idade (anos) Menor de 20 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 anos ou maís Sltuacñc conjugal Solteírc Casado Viúvo 962 Rev Rene, Fortaleza, 2011; 12(n. esp.):960-5. % 20 88 lB,5 81,5 Centro Oeste de Minas Cerais. MG, Brasil, 2010 Indicadores f %1 Esquema contra hepatite b [dcses aplicadas) 1 dos e 33 33 30,8 30,8 29 '7 , <-J,i. 12 11,2 1,0 Duas clases 2 1,9 Tres dcses 93 93,3 4 3;8 Nao scube informar Realízacáo de sorologta epós esquema completo 38 59 1 35,2 54,6 0,9 Sim 20 19;0 Nao 85 81,0 Oliveira ve, Guímarñes EAA¡ Souza DAS) Ricardo HA Considerando a importancia da realizacáo da so- riaís biológicos, a maioria dos trabalhadores 68,76% to- rologia após a adnunistracáo da terceíra dose da vacina, mou apenas uma dese da vacina contra hepatite B e ape- foi perguntado aos proñssionais de saúde se eles havíam nas :1.4,58% encontrava-se em situacáo vacinal regular. A realizado o exame sorológico. Observou-se que 81 % de- fraca e incompleta cobertura vacinal deixa os profissío- les nao fizerarn o teste sorológico. naís igualmente desprotegidosl-". As principais razoes alegadas para a 113.0 vacinacáo D1SCUSSAO ou vacinacáo incompleta em estudo realizado corn cirurgióes dentistas foram a necessídade de maíores informacóes, A literatura indica que os profissionais da área de saúde estáo sob risco constante de exposicáo a várias a falta de oportunidade, desinteresse, esquecimento e negli- doencas contagiosas, multas delas irnunopreveniveis, A por motivo de gravidez. Alegararn também náo achar neces- protecáo desses prcfissionais através da vacinacáo é par- sária a vacinacáo dos dentistas ( te importante no controle e prevencao de infeccoes para eles mesmos e para seus pacientes(9-12). nacional de Imunízacáo reforca a indícacáo da vacína contra Apesar de 93,2% dos trabalhadores apresentarcm esquema vacinal completo contra a Hepatite B, observa- gencia, falta de tempo, medo, e contra - indicacáo médica 4 ). Atualmente o programa hepatite B para as gestantes seudo a administracáo da mesma indicada após o primeiro trimestre de gesta~<1o(5). Neste estudo questionamos sobre o motivo da nao -se que alguns profissionais apresentam esquema vacinal realizacáo do esquema vacinal completo. Os trabalhado- incompleto ou ausencia de histórico vacinal. Em pesquisa realizada no Píauí, com profíssionais res relataram motivos corno: esquecimento, adepto da de um curso de especialízacáo ern saúde da família, ob- mar as tres doses, homeopatia, desconhecimento da importancia de se to- servo u-se que o risco de contraír infeccóes por doencas A nao reahzacáo do esquema completo é um fato imunopreveniveís é significativo, em face da incompletu- que ocorre frequentemente na vacínacao contra hepatite de dos seus esquemas de vacinacáo. Foi encontrado um B, seja por esquecimento (urna vez que o esquema é O, percentual de 18,7°¡(J de profisstonaís nao vacínados contra a hepatite S(9J, confere imunidadef 'v'. Um estudo, qualitativo, em que se procurou anali- 30 e 180 días), seja pela ideia de que urna única dose já É imperativo conhecer o aprazamcnto da vacina e sal' os acidentes com matertais biológicos de acordo com a importancia da completude do esquema vacinal para a percepcáo do profissional acidentado, mostrou que dos que o indivíduo nao incorra no esquecímento a ponto de 382 profíssionaís de saúde que participaram da primeira descuidar de sua própna protecáo, considerando o longo etapa da pesquisa, 237 (62%) já havíam sofrido acidentes intervalo entre a segunda e terceira dose (6). envolvendo material biológico humano. Resultado este que O profissional de saúde atua ern urna profíssáo de evidencia um alto índice de acidentes que poderiam ser grande risco a acidentes com material perfurocortante, evitados através de urna educacáo continuada, uso correto Esses riscos nao sao imediatos, este profissional estará de EPIS e atencáo com as vacínas, preservando-os contra sujeito a um dano que pode ser percebido meses ou anos após a exposícáo ao risco, como a hepatite B(8.1. doencas infecciosas diversas, inclusive a hepatíte BU3.1. Os acidentes com material biológico entre profis- De urna maneira geral, os individuos pesquisados sionais é fato real o que se justifica o deseuvolvimento apontaram que desconhecem sobre a serología da hepa- de atividades educativas que oferecam aos trabalhadores tite B, a maioria dos profissionais, 81,0%, nao realízaram condicóes de atribuírern significados sobre a importáncia o teste sorológico. Esta mesma situacáo Ioi observada em da profilaxia contra o HVR Durante suas atividades, os estudo realizado no municipio de Belo Horizonte, Minas trabalhadores de salute, conhecem os riscos de forma ge- Cerais, em urna unidade de urgencia e emergencia de um nérica e esse conhecimento nern sernpre se transforma, hospital público. O autor observou que a maioria dos pro- necessanamente. numa a~ao segura de de aci- fissionais (54%'), t.ambém nfio haviam realizado a soro 10- ocupacionais, apontando para a neces- gia e o desconhecimento sobre o teste sorológico fazia-se dentes e doen~as preven~ao sidade de uma a~<1o que venha modificar essa situa~<10(5). presente entre os profissionais[17J. Em urna pesquisa realizada no hospital de Angula Outro estudo realizado com profissionais enfer- para caracterizar os acidentes ocupacionais com mate- meiros com o objetivo de identificar a resposta imunoló- Rev Rene, ForteJe,", 2011; 12(n, e'p-1")60-5, 963 Ohveíra ve; Guímaráes EAA, Souza DAS, Ricardo RA gica para Hepatite B no Río de [aneíro foi detectado que trabalhadores da área da saúde bern como a verificacáo a maíoria (86,4%') da equipe de enfermagern náo havia da cobertura vacinal relativa as diversas vacínas reco- realizado o teste sorológico anti-Hlls e alegava o deseonhecimento da importáncia da rcalízacáo do mcsmol'". mendadas aos profissionais de saúde. Há váríos estudos que derncnstram resisténcia dos profissionaís da saúde quanto a vacínacao, além do REFERENCIAS baixo percentual destes trabalhadores na realízacáo do L Ministério da Saúde (B R). Guia de vigiláncia epi- teste sorológico contra o HVB, embora a imunízacáo seja demiológica. 7ª ed. Brasília: Ministério da Saúde: recomendada pelo Mimstério da Saúde e distribuida gratuitamente(2,8-9, 17-19). 2009, 2, Vespa GNR, Martins NC Hepatite R In: Farhat CK, A híosseguranca é urna área de conhecimento Carvalho ES, VVeckx LY, Carvalho LHF, Succi RCM, relativamente nova, que impóe desafíos nao semente a equipe de saúde, mas tambérn a empresas que ínvestem em pesquisa(20). Desta forma, a capacitacáo em cursos lmunizacóes: fundamentos e prática. Sao Paulo: Atheneu; 2000, p. 125-35, 3. Nhamba LA Acídentes ocupacicnais com material de biosseguranca é essencial como medida de educacáo biológico entre profissionaís de enfermagem cm em saúde na prevencáo da hepatite B. Grande parte dos um hospital de Angola [dissertacáo]. Ribeiráo Preto (SP): Escola de Enfermagem da USP; 2004, entrevistados relatou nunca ter participado de cursos de capacitacáo de biosseguranca, Frente a isso, é fundamen- 4. Moreira MCB, Lima GZ. Evolucáo dos conhecimentos tal e de rcsponsabilidade dos gestores das ínstituícóes de sobre docncas ímunopreveníveis de alunos no curso saúde realizar capacítacóes profiláncas frequentes acer- de Medicina da Universidade Estadual de Londrina, ca das medidas de seguranca e nas escolas de graduacáo, sugere-se incluir conteúdos de biosseguranca nas grades Semina: Ciéne Biol Saúde, 2007; 28(1):15-22, S. Soriano Ep, Carvalho MVD, Carneíro GR, Guímaráes curriculares dos cursos de enfermagem, medicina, odon- 1,1" Santos FR Hepatite B: avaliacáo de atitudes profí- tologia, nutrícáo, farmacia, dentre outros. láticas frente ao risco de contamínacáo ocupacional. As capacitacóes assegurarn o uso de técnicas de protccáo individual que sao necessárias para garantir a Odontol Clin Cientif 2008; 7(3): 227-34, 6, Souza ACS, Alves SB, Santos SLV, Tipple AFV, Neves HCC, Barrero RASS. Adesáo á vacina contra hepatite seguranca e a integridade destas pessoas no campo de trabalho, B entre recé m-formados da área de saúde do munícipia de Goiánia. Cíénc Cuid Saúde, 2008; 7(3):363-9, CONCLUSAO 7, Pinto ACS, Almeida MI, Pinheiro PNC Análise da susceptibilidade as doencas ímunopreveníveis cm o estudo profissionais de saúde a partir do status vacinal. Rev apontou alta cobertura vacinal contra a hcpatite b e baíxa adesáo a sorologia, Ncste sentido a vigiláncia da situacáo vacínal e o monitoramento da reaIízacáo de sorologia entre os profisstonais de saúde es- Rene, 2011; 12(1):104-10, 8. sencial, poís só assim é garantida a imunidade a doenca, o desconhecimento da importáncia da serología pós vacínacáo parece ser um dos príncipaís fatores Iimi- Pinheiro J, Zeitoune RCG. O proñssioual de enfermagern e a realizacáo do teste sorológico para hepatite é R Rev Enferm UERJ, 2009; 17(1):30-4, 9, Araújo TME, Paz EPA, Griep RH, Cobertura vacinal dos profissionais de um curso de especialízacáo cm t.antes para a falta de realizacáo do exame entre os pro- Saúde da Familia do Piauí, Ese Auna Nery Rev En- físsiouais de saúde. Assim fcrm, 2006; 10(1):95-100, é imperativo o investimento ern acóes educativas que incentive a vacinacáo completa contra a hepatíte B seguida do teste pós vacínacáo. Contudo, o sucesso dessas at.ividades depende do lO, Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atencáo a Saúde, Exposícao a materíaís biológicos. Brasilia: Ministério da Saúde; 2006, comprometimento dos gestores e dos profissionais, o que 11. 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