1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE” A VALORIZAÇÃO DO ATIVO HUMANO NA ERA DA GLOBALIZAÇÃO IZAMARA TELES DA FONSECA MEILER ORIENTADOR: Prof-Mestre Robson Materko RIO DE JANEIRO FEVEREIRO/2002 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE” A VALORIZAÇÃO DO ATIVO HUMANO NA ERA DA GLOBALIZAÇÃO IZAMARA TELES DA FONSECA MEILER Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para a obtenção do Grau de Especialista em Reengenharia e Gestão de Recursos Humanos RIO DE JANEIRO FEVEREIRO/2002 3 Agradeço a todos que direta e indiretamente contribuíram para a execução desta pesquisa. 4 Dedico este trabalho de pesquisa a Marcelo Meiler, meu esposo, que me apoiou e incentivou na conclusão deste projeto. 5 “O Empresas campo da Administração continuará agitado de até conseguirmos formar organizações que sejam mais coerentes com as aspirações humanas, que vão além de ter casa e comida.” Peter Senge 6 SUMÁRIO RESUMO 07 INTRODUÇÃO 09 1. AS PESSOAS E AS ORGANIZAÇÕES 10 1.1. Reciprocidade entre indivíduo e organização 11 1.2. O Intercâmbio 11 1.3. Clima Organizacional 12 2. NOVAS TÉCNICAS DE GESTÃO PARA UM MUNDO GLOBALIZADO 14 2.1. O Abandono dos Velhos Paradigmas 14 2.2. O Novo Perfil da Área de Gestão do Ativo Humano 16 3. COMO AGREGAR VALOR POR INTERMÉDIO DO ATIVO HUMANO 19 3.1. Decisões Rápidas 26 3.2. O Novo Perfil do Profissional Globalizado 28 3.3. Motivando o Ativo Humano 32 3.4. O Líder Global 34 CONCLUSÃO 37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40 7 RESUMO As pessoas agrupam-se para formar organizações e através delas alcançar objetivos comuns que sejam impossíveis de atingir individualmente. As organizações que alcançam aqueles objetivos compartilhados, isto é, as organizações bem sucedidas tendem a crescer. E esse crescimento exige maior número de pessoas, cada qual com outros objetivos individuais. Isto provoca um crescente distanciamento entre os objetivos organizacionais e os objetivos individuais. Para ultrapassar o conflito potencial entre esses objetivos, a interação entre as pessoas e organizações torna-se complexa e dinâmica. Esta interação funciona como um processo de reciprocidade baseado em um contrato psicológico, recheado de expectativas recíprocas que regem as relações de intercâmbio entre pessoas e organizações. De um lado as organizações oferecem incentivos, enquanto as pessoas oferecem contribuições. O equilíbrio organizacional depende do intercâmbio entre os incentivos oferecidos e as contribuições como retorno à organização. A nova tendência de gestão de pessoas está fortemente ligada a emoção. Fator que até bem pouco tempo não integrava o cenário do relacionamento interpessoal e profissional. Os pesquisadores do comportamento humano e das relações organizacionais, José Carlos Figueiredo e Simon Franco, discutem sobre o rompimento de vários paradigmas usados para gerenciar os seres humanos nas últimas cinco décadas. É fato que as aspirações das empresas mudaram com a globalização da economia, a maior conscientização de custos, a evolução da tecnologia e o conceito de que o cliente é quem faz a empresa. Dentro deste cenário está o Ativo Humano, que também mudou e apresenta uma nova forma de pensar a vida pessoal, a família, a independência e o mercado de trabalho. As organizações buscam novos modelos. Algumas avançam em direção ao sucesso através de experiências e inovações. O sucesso será alcançado pelas 8 empresas que conseguirem atrair e reter os melhores talentos alinhando os objetivos da empresa aos dos funcionários. A pesquisa segue delineando o perfil do novo profissional da área de Recursos Humanos e sua responsabilidade no desenvolvimento de estratégias para melhor atender às necessidades dos funcionários. Os programas de valorização do ativo humano têm enfoque principal na reformulação dos benefícios, levando em consideração os aspectos de saúde e bem estar, família e comunidade, tempo e flexibilidade, além de criar um amplo canal de comunicação entre a organização e seus funcionários. As pessoas constituem o mais valioso dos recursos da organização. O dilema da área de Recursos Humanos é tratar as pessoas como pessoas (dotadas de características próprias de personalidade, motivações, valores pessoais etc.) ou como recursos (dotadas de habilidades, capacidades e conhecimentos etc.). Como as organizações são compostas de pessoas, o estudo das pessoas é fundamental para a área de Recursos Humanos. 9 INTRODUÇÃO Muito se tem discutido recentemente, sobre a percepção das organizações em relação a importância das pessoas dentro do contexto atual do mercado e que o sucesso será alcançado por aqueles que conseguirem atrair e reter os melhores talentos alinhando os objetivos da empresa aos dos funcionários, resultando em uma evolução de valores, que colocará o trabalho focado mais na realização humana, dando-lhe um sentido e um valor relacionado a um desenvolvimento individual e grupal. Não se pode mais negar a globalização. Por mais que alguns provem seus movimentos cíclicos, ela é uma realizada num mundo conectado por redes de computador e alimentado por informações online. A globalização está conectando raças e culturas completamente diferentes que buscam um mesmo objetivo. Independentemente do estágio atual em que se encontram, todas se unem pela presença de seres humanos que lutam pela sua felicidade e realização profissional. Sabemos hoje em minutos o que acontece nas bolsas dos principais países do mundo e, imediatamente, sentimos os efeitos das expectativas dessas oscilações em nosso cotidiano. Temos que reagir a essas conseqüências e, para isso, precisamos de um equilíbrio físico-emocional-mental completo. Tendo em vista todos esses fatores, além de um histórico da atividade de recursos humanos, delineamos os caminhos e os desafios da área, enfatizando suas novas necessidades e sua importância para o sucesso e consolidação de qualquer organização séria e com possibilidades de existência. Cabe aos profissionais da área de recursos humanos, delinear o escopo de atuações e vender a necessidade premente da nossa contribuição. 10 AS PESSOAS E AS ORGANIZAÇÕES A integração entre o indivíduo e a organização não é um problema recente. As primeiras preocupações surgiram com os antigos gregos, que levantaram a hipótese de que a organização pudesse destruir a personalidade individual com a imposição de regras e procedimentos capazes de despersonalizar o relacionamento das pessoas. Mayo (1933) criticava sobre tudo a “abordagem molecular” e desumana imposta pela Administração Científica de Taylor e seguidores. Aos poucos , a abordagem clássica – centrada na tarefa e no método – foi cedendo lugar à abordagem humanística – centrada no homem e no grupo social. A ênfase dada à tecnologia cedeu lugar à ênfase dada às relações humanas. Essa tentativa de mudança deu-se por volta da década de 1930. De lá para cá, percebeu-se a existência do conflito industrial, ou seja, a existência de interesses antagônicos entre o trabalhador e a organização e a necessidade de buscar uma harmonia baseada em uma mentalidade voltada para as relações humanas. Dentro desse contexto muita coisa foi escrita e pouco foi feito. A observação crítica de fatos históricos revela que tanto os indivíduos como as organizações possuem objetivos a alcançar. As organizações recrutam e selecionam seus recursos humanos para alcançarem objetivos organizacionais (produção, rentabilidade, redução de custos, ampliação do mercado, satisfação das necessidades dos clientes etc.). Entretanto, os indivíduos têm objetivos pessoais, que lutam para atingir e, muitas vezes, servem-se da organização para alcançá-los. Em conseqüência disso, vê-se, a todo instante que o relacionamento entre pessoas e organização nem sempre é cooperativo e satisfatório. Na maioria das vezes transforma-se em um relacionamento tenso e frustrante. A frustração torna as pessoas apáticas e desanimadas em relação a seu trabalho. Quase sempre os objetivos organizacionais se contrapõem aos objetivos individuais: o aumento da lucratividade conflita com maiores benefícios sociais, a redução de custos esbarra na expectativa de melhores salários, a ordem não funciona com a liberdade, a coordenação não ocorre com a autonomia. Se um lado leva vantagem, o outro geralmente fica na mão. 11 Reciprocidade entre indivíduo e organização A interação entre empregado e organização é basicamente um processo de reciprocidade. A organização espera que o empregado obedeça à sua autoridade e desempenhe suas tarefas, o empregado espera que a organização seja justa e correta. Surgem dois acordos simultâneos: o acordo formal, escrito e assinado, com relação ao cargo a ser ocupado, ao trabalho desempenhado, horário, salário, etc. e o acordo psicológico, que reflete as expectativas da organização e do indivíduo em relação ao novo relacionamento. O acordo psicológico é um elemento importante em qualquer relação de trabalho e influencia o comportamento das partes envolvidas. Uma dificuldade comum no relacionamentos é a falta de acordos claros. As pessoas nem sempre dizem explicitamente o que querem e do que precisam. É importante tanto para a organização como para o indivíduo que ambos explorem os dois aspectos do acordo e não apenas o formal. As pessoas formam uma organização ou se engajam em algumas delas porque esperam que sua participação satisfaça algumas necessidades pessoais. Para obter essas satisfações, as pessoas estão dispostas a fazer investimentos pessoas, pois esperam que as satisfações de suas necessidades pessoais sejam maiores que seus investimentos. O Intercâmbio Todo sistema social pode ser encarado em termos de grupos de pessoas, ocupadas com o intercâmbio de seus recursos com base em certas expectativas. Esses recursos não se limitam apenas a recursos materiais, pois abrangem idéias, sentimentos, habilidades e valores. Além disso, no intercâmbio de recursos dentro dos sistemas sociais, desenvolvem-se contratos psicológicos entre homens e 12 sistemas, onde prevalece o sentimento de reciprocidade: cada um avalia o que está recebendo e o que está oferecendo em troca. De modo mais amplo, o objetivo básico de toda organização é atender às suas próprias necessidades e, ao mesmo tempo, atender às necessidades da sociedade por meio da produção de bens ou serviços, pelos quais se recebe uma compensação monetária. Sempre existe um relacionamento de intercâmbio entre os indivíduos e a organização; o modo pelo qual os objetivos individuais são satisfeitos determina sua percepção do relacionamento, que poderá ser observado como satisfatório para as pessoas que percebem que suas recompensas excederam as demandas feitas sobre elas. O indivíduo ingressa na organização quando espera que suas satisfações pessoais sejam maiores que seus esforços pessoais. Se acredita que seus esforços pessoais ultrapassem as satisfações, torna-se propenso a abandonar a organização. Ao mesmo tempo, a organização espera que a contribuição de cada indivíduo ultrapasse os custos de Ter pessoas na organização. Em outras palavras, a organização espera que os indivíduos contribuam mais do que ela lhe dá. Na realidade, cada parte faz seus investimentos e espera que a outra lhe proporcione os retornos desejados. Trata-se de um problema de comunicação e de negociação: cada parte precisa comunicar claramente à outra aquilo que pode e pretende investir e o quanto pretende obter de retorno. Clima Organizacional Como decorrência dos relacionamentos de intercâmbio, surge o conceito de clima organizacional, como importante aspecto do relacionamento entre pessoas e organizações. Vimos que as pessoas estão continuamente engajadas no processo de ajustamento a uma variedade de situações no sentido de satisfazer suas necessidades e manter certo equilíbrio individual. Tal ajustamento não se restringe apenas a satisfação das necessidades fisiológicas e de segurança, mas envolve também a satisfação das necessidades sociais, de estima e de auto-realização. 13 Como a satisfação das necessidades superiores depende muito de outras pessoas, especialmente daquelas que ocupam posições de autoridade, Torna-se importante compreender a natureza do ajustamento ou desajustamento das pessoas. O ajustamento, tal como qualquer outra característica de personalidade, varia de uma pessoa para outra e, no mesmo indivíduo, varia de um momento para outro. Um bom ajustamento significa saúde mental. As três principais características das pessoas mentalmente sadias são as seguintes: a) As pessoas sentem-se bem consigo mesmas. b) As pessoas sentem-se bem em relação às outras pessoas. c) As pessoas são capazes de enfrentar por si mesmas as demandas da vida e das situações. O clima organizacional está intimamente relacionado com a motivação dos membros da organização. Quando há elevada motivação entre os participantes, o clima organizacional tende a ser alto e proporciona relações de satisfação, de animação, de interesse e de colaboração entre os participantes. Todavia, quando há baixa motivação entre os membros, seja por frustração ou por barreiras à satisfação das necessidades individuais, o clima organizacional tende a baixar. O Clima organizacional baixo é caracterizado por estados de desinteresses, apatia, insatisfação, depressão, podendo, em casos extremos, chegar a estados de inconformidade, agressividade, tumulto, típicos de situações em que os membros se defrontam aberta e ostensivamente contra a organização (como nos casos de greves, piquetes, etc.). Assim, o clima organizacional representa o ambiente interno existente entre os membros da organização e está intimamente relacionado com o grau de motivação existente. 14 NOVAS TÉCNICAS DE GESTÃO PARA UM MUNDO GLOBALIZADO Com o avanço das telecomunicações, tudo ficou perto de tudo. Para os negócios, trata-se de uma grande revolução. A Internet, vista como o maior atalho do planeta, capaz de encurtar distâncias e cortar custos; a Intranet, capaz de conectar em segundos todos os executivos de uma grande corporação; e, por último, a Extranet, ou seja, a concentração de dados sobre a empresa que serão estendidos a fornecedores e consumidores, permitem que ocorra definitivamente o fim das distâncias – dentro e fora das empresas. Há quem pregue entre o fim das distâncias deverá alternar de forma radical as relações humanas, o ambiente de trabalho e o mundo dos negócios. No entanto as pessoas ainda precisarão se ver pessoalmente, mesmo que seja esporadicamente. Conforme Michael Dertouzos, diretor do laboratório de ciência da computação do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), “a distância só é possível simular emoções essenciais como amor, medo ou confiança. Não sabemos por que, mas a presença física é necessária. São forças das cavernas” (Gurovitz, 1997, p.61). Há necessidade de “olho no olho” para que a comunicação aconteça de forma firme e inquestionável, especialmente a comunicação não racional, não numérica e fria, aquela mais emocional, portanto, não mensurada numericamente. O Abandono dos Velhos Paradigmas O requisito mais importante para a empresa moderna será abandonar os velhos paradigmas, adotando literalmente os novos. Nas empresas tradicionais, até agora, eram claras as fronteiras. As empresas globalizadas eliminam completamente as fronteiras e passam a ter outros desafios para enfrentar: Saber administrar de forma diferenciada seu ativo humano. Deixar de lado as velhas políticas de administração de pessoal e adotar políticas cujo objetivo 15 principal deverá ser o de agregar valor a todas as funções inerentes à gestão de uma empresa e, como conseqüência, agregar valor ao negócio como um todo. É preciso saber ouvir os clientes, externos e internos, para direcionar os negócios da empresa. Quem passa a definir o que quer consumir é o cliente externo e, para atendê-lo, a empresa necessita envolver positivamente o seu cliente interno, vendendo a empresa primeiro para seus funcionários e colaboradores e, somente depois, para os consumidores dos seus produtos e/ou serviços. As políticas de gestão do ativo humano das organizações tendem a ser globalizadas de forma a atender universalmente as empresas, respeitando, ao mesmo tempo, as características culturais de cada país, ramo de negócio e mercado de atuação. Hoje, o Brasil tem políticas que estão completamente na contramão, se comparadas às vigentes nos demais países do mundo. A nossa Legislação Trabalhista é arcaica e não atende mais às necessidades contemporâneas. A comunicação informatizada, ou tecnologia da informação, toma conta do mundo globalizado. Por meio de redes integradas de microcomputadores, a empresa passa a ter controle, por intermédio de sua matriz, de todas as unidades de negócios, consolidando os dados obtidos via Internet e Intranet. Em seqüência entra em cena a capacitação das pessoas para usarem adequadamente os seus sistemas de comunicação. Sem profissionais preparados para operá-los, de nada adianta que as empresas adquiram os mais modernos equipamentos existentes no mundo. A empresa deverá está globalizada em todos os aspectos e, especialmente, no aspecto humano. Entra em cena a emoção humana como fator primordial a ser considerado na adequação dos seres humanos para atuarem nas organizações. O mundo globalizado pede pessoas inteligentes e emocionalmente equilibradas e, como resultado dessas duas características, teremos a inteligência prática. Isso significa que pessoas, mesmo sem ter um conhecimento obtido por intermédio dos bancos escolares, têm a capacidade de apresentar soluções adequadas para os problemas, contribuindo largamente para atingir resultados positivos. Deixar de pensar de forma departamentalizada, tratando isoladamente de assuntos de áreas consideradas diferentes: marketing, recursos humanos, finanças, 16 controladoria, etc. A empresa moderna precisa ser indivisível. É um todo e, portanto, nas áreas não têm mais fronteiras, interligam-se em busca de resultados globais para a organização. O Novo Perfil da Área de Gestão do Ativo Humano De todas as áreas de uma organização, a que mais rápido deverá se reciclar e mais rapidamente ainda quebrar seus paradigmas é a área de gestão do ativo humano. Iniciando na identificação e contratação de novos profissionais, todo o processo deve ser reconsiderado. Todos os requisitos, já tidos como chavões clássicos da área, deverão ser mudados. Não se buscará mais profissionais com muitos anos de experiência em determinado cargo e que tenham uma formação específica, determinada idade e que falem um segundo idioma. Os requisitos para a procura do novo profissional que ocupará um importante cargo na empresa moderna aparentemente foram bastante reduzidos. Busca-se um profissional polivalente e que seja empreendedor. Só que, ao analisar tudo o que encerram as palavras mágicas polivalente e empreendedor, haverá muitos mais requisitos para analisar do que tínhamos anteriormente. De início, o profissional a ser localizado deverá ter um casamento perfeito entre o seu lado pessoal, emocional e profissional. Somente assim poderá ser considerado empreendedor. Precisa saber trabalhar em equipe e com equipes, ser equilibrado e conciliar suas atitudes pessoais com as profissionais. Para a empresa moderna, somente interessarão aqueles profissionais que, além de cumprirem as metas e objetivos firmados no seu planejamento estratégico e operacional, também tenham habilidades para lidar com o seu grupo de trabalho, não só com seus subordinados, mas também com seus pares e superiores. Trata-se de um profissional cujo a vida pessoal seja equilibrada, sem problemas que possam interferir no seu desempenho profissional. Há, inclusive, muitas consultorias especializadas em assessorar empresas na busca e colocação de executivos. Elas incluem, no processo seletivo, entrevista 17 conjunta com o candidato (a) e sua esposa (o). Se as consultorias já vêm tomando essa precaução, os profissionais internos à empresa deverão também estar preocupados com esse detalhe, não chegando ao exagero de entrevistar as esposas de candidatos em todos os processos em andamento na empresa, mas preocupando-se com a identificação de detalhes de personalidade que poderão ajudar a conhecer o lado pessoal e familiar do candidato. Há outras formas de checar as características pessoais do candidato a um cargo na empresa. Existem empresas que, de forma terceirizada, efetuam pesquisas especialmente encomendadas para revelar o lado pessoal de quem está sendo contratado. Há ainda novos testes em uso no Brasil, que revelam com grande margem de acerto algumas características do candidato que, até então, não eram consideradas importantes pelas empresas. Também há empresas que, além de lançar mão das novas técnicas da psicologia, utilizam outros mecanismos convencionais, mas que têm seu valor, como mapa astral e a munerologia. Entre as inovações da psicologia no Brasil, está a grafologia, já usada há algum tempo na Europa. A grafologia é uma forma eficiente e eficaz de conhecer o lado pessoal do profissional com mais profundidade, sem contudo expor o candidato a longas e cansativas baterias de testes. O ato de escrever não é tão simples como parece. A grafologia tem sido usada pelas empresas européias há algumas décadas e foi introduzida no Brasil na década de 60. Entretanto, somente a partir desta década é que a grafologia começa a ser difundida no Brasil. Por meio da grafologia, será possível ter uma análise quanto às tendências do profissional avaliado, como relacionamento interpessoal; agressividade; capacidade de assimilar mudanças, tão comuns na empresa atual; produtividade, outro palavra em moda nos dias atuais; dinamismo, participação e cooperação. Se aplicada na organização, como um todo, poderá avaliar o clima organizacional e proporcionar um quadro geral dos pontos fortes e fracos a serem trabalhados. As empresas não poderão mais sobreviver com profissionais que tenham medo de enfrentar o novo e que resistam às novidades apresentadas pela tecnologia 18 como se elas fossem monstros temíveis. Especialmente na área de gestão do ativo humano, é necessário eliminar aqueles profissionais que foram preparados apenas para cumprir a Legislação Trabalhista e que não se prepararam para trabalhar com o potencial humano das organizações. Além de eliminar uma grande gama de paradigmas, há que trabalhar para desbloquear os profissionais, na sua maioria com níveis executivos, preparando-os para aceitar as mudanças. Será um processo difícil e muito complicado, isto porque trata de um processo de desaprendizagem do antigo e do obsoleto antes de aprender o moderno e vigente a partir de agora. Esta década, além de ser contemplada com inúmeras novidades, que afetam diretamente à área de gestão do ativo humano, é considerada a década do cliente. Estamos também na década da comunicação informatizada. Por intermédio da Internet ou das Intranets, estamos em contato direto e exatamente na hora em que os eventos estão ocorrendo. A comunicação transformou o mundo em uma aldeia, as distâncias foram sensivelmente diminuídas ou eliminadas. Atravessamos o mundo e conseguimos informações dos pontos mais distantes do universo em fração de segundos. Lugares antes afastados ficam mais próximos e começam a interagir. Não bastassem as mudanças ocasionadas pela evolução da tecnologia, das práticas administrativas e da própria globalização da economia, enfrentamos, no cotidiano, modismos locais ou importados que obrigam a área de gestão do ativo humano a ser repensada e rapidamente submetida a uma forte reengenharia para receber os novos contornos que a modernidade do próximo milênio exige. Os cargos, símbolos de status e de importância em uma organização, estão caindo por terra. De acordo com o conceito de que é o cliente quem faz a empresa, há uma tendência, já em prática em muitas organizações, que os cargos passem a ter uma única denominação: atendimento ao cliente. Seja um executivo ou funcionário de nível operacional, sua atividade será sempre voltada ao atendimento ao consumidor. 19 COMO AGREGAR VALOR POR INTERMÉDIO DO ATIVO HUMANO A globalização está transformando rapidamente o mundo em uma aldeia global, onde tudo que acontece está sendo amplamente comunicado para todos os habitantes do planeta. Temos que orientar nossos funcionários para saberem receber, processar e colocar em prática essa gama de informações que os bombardeiam todos os dias. Quando são informados corretamente quanto à interpretação das informações veiculadas, os funcionários poderão usá-las – e o farão – contra a própria empresa. As empresas precisam se conscientizar de que autoridade não se exerce pela hierarquia, mas sim pela orientação que os seus gestores conseguem passar para os seus colaboradores. Colaboradores, sim! Sem eles, a empresa não existe. O controle feito por intermédio do uso do “chicote” ficou para trás há alguns século, quando as pessoas eram proibidas de pensar. Hoje, o grande potencial das empresas é saber usar também o cérebro das pessoas. Chega de usar somente os braços e as pernas. Temos acompanhado constantemente, pela imprensa local e internacional, que as empresas de sucesso são aquelas que têm um dose muito grande de profissionalismo. São aquelas que conseguiram, ao longo de sua existência, manter em seu quadro de profissionais pessoas com elevado grau de inteligência, mas com grau ainda maior de equilíbrio e controle emocional. Sem perder o foco no seu negócio, aquelas que estão cada vez mais preparadas para melhorar os produtos e serviços oferecidos têm, como parte de sua missão, enquanto empresa, obviamente o controle de seus resultados de forma a agregar valor e torna-se cada vez mais rica e poderosa. Esse conjunto de elementos produtivos compõe a cultura das vencedoras e estará compondo as que quiserem ser vencedoras. As empresas perdedoras têm sido aquelas que focam ou focaram sua atenção apenas nos fluxos de caixa e controle de seus ativos imobilizados, esquecendo-se completamente de controlar seu principal ativo – o humano, que faz a empresa acontecer e existir. Basta mostrar às pessoas como elas poderão agregar valor por meio das atividades que desenvolvem. 20 Tomemos como exemplo as atividades levadas a diante, em uma empresa de varejo, onde grande parte das pessoas contratadas para colaborarem na prestação dos serviços aos clientes têm no máximo o curso primário concluído. Portanto, pessoas sem uma adequada preparação escolar têm uma situação agravada pela fraca formação dos princípios básicos de higiene pessoal e pelo local onde vivem. Essa realidade não é exclusiva de profissionais que operam para as redes de varejo. Também é real para os profissionais dos demais segmentos do mercado nacional. Nas últimas três décadas, em função de acirradas disputas políticas, houve total empobrecimento dos seres humanos, tanto nos aspectos culturais como no que diz respeito ao poder econômico, o que reflete diretamente na qualidade de vida e de trabalho da maior parte da população do mundo. Continuaremos usando como exemplo as redes de varejo, porque elas fazem parte do nosso dia-a-dia. Interagimos diretamente com o trabalho prestado pelos profissionais do varejo, mas aquele feito pelos funcionários das indústrias é mais de bastidores e não tomamos contato com ele com tanta seqüência. As lojas normalmente estão localizadas nos vários cantos do país. Portanto, devem estar preparadas para travar contato com clientes das mais variadas classes sociais. Entra aí a ação da área de gestão do ativo humano por meio não só da conscientização dos funcionários para o melhor atendimento, mas também na preparação dos bastidores das lojas. Há primeiro uma preparação das pessoas para o atendimento e, depois, as lojas são treinadas para receber os consumidores. Mais uma vez, vale a pena frisar que o objetivo principal de um estabelecimento comercial é dar atendimento personalizado ao consumidor de forma a trazê-lo de volta, tornando-o um cliente cativo. Devem ser desenvolvidos programas que visem proporcionar qualidade de vida aos clientes internos da empresa. Por intermédio da adequação das áreas internas dos estabelecimentos, torna-se possível mostrar e oferecer aos funcionários uma convivência com os princípios básicos de higiene e limpeza. Utilizando-se de pendências adequadamente higienizadas no ambiente de trabalho, os hábitos corretos de limpeza passam a integrar as vidas deles. Normalmente, os funcionários levam para suas casas os hábitos aprendidos no trabalho. Assim, presta-se também 21 um trabalho comunitário graças à disseminação de hábitos sadios de higiene aos funcionários e, por decorrência, aos seus familiares. Não poderá ser exigido dos funcionários que tenham higiene se não for proporcionado a eles um ambiente onde possam conviver com ela. O fato se torna mais significativo em ambientes onde o serviço é prestado diretamente ao cliente, como supermercados, lojas, bares e restaurantes de rua, isto, porque, quando localizados nos shoppings, possibilitam aos seus funcionários utilizar as dependências dos próprios shoppings. Se verificarmos as dependências internas de muitos restaurantes, passaremos imediatamente a não mais freqüentá-los, devido às suas condições de higiene interna. E é nesse ambiente que os funcionários convivem e preparam os alimentos que serão servidos aos clientes no momento seguinte. Inicia-se a conscientização dos funcionários pelo desenvolvimento do conceito de higiene; primeiro, com eles mesmos; e, depois, no manuseio dos produtos que estarão sendo colocados nas áreas de venda ou nas mesas dos clientes. Uma vez obtido sucesso na conscientização dos funcionários quanto ao nível de limpeza que deve ser dedicado ao próprio corpo e aos hábitos sadios de vida, começa a parte de agregação direta de valor as tarefas por eles desempenhadas. Vamos classificar como agregação de valor indireto por parte dos colaboradores aquelas ações que o cliente percebe quando interage com os prestadores de serviços, mas que não adicionam valor imediato ao negócio. Consideremos agregação direta de valor a conscientização dos clientes internos quanto à diminuição de perdas e desperdícios. Usando ainda o exemplo das lojas de supermercados, os produtos mal manuseados causam perdas que contabilizam grandes prejuízos no fechamento do mês. O mesmo ocorre com as empresas de produção seriada. Quando as máquinas são mal manuseadas, os produtos fabricados poderão apresentar perdas e, na melhor das hipóteses, retrabalho. Voltando às lojas de supermercado, a degustação 22 de produtos pelos funcionários pode parecer que não traz perdas para a empresa; mas, quanto maior for a rede de lojas que a empresa opera, maior será o prejuízo. A degustação de apenas um produto, como um iogurte, cujo custo é muito pequeno, poderá parecer irrisório, só que multiplicado primeiro pelo número de funcionários da empresa; e, depois, pelo número de dias úteis que as lojas funcionam, quase sempre muito similar ao número de dias que compõem o ano, teremos no final do exercício, provavelmente quantidade de iogurte degustado suficiente para encher um ou mais estádios de futebol. Tal volume causará uma perda respeitável em termos de resultados. Quando questionado, um funcionário normalmente raciocina de forma isolada e egoísta, característica do ser humanos, mas seu raciocínio simples o leva a crer que quem pagará pelos produtos degustados é o proprietário, pessoa física e não a empresa, pessoa jurídica. Para ele, não faz diferença continuar degustando, uma vez que quem paga não é ele. O que deve ser claramente demonstrado é que o volume de perda diminui o resultado e, por decorrência, a empresa não poderá cumprir com suas obrigações, que incluem o pagamento dos salários e dos encargos sociais, além dos benefícios concedidos. Mesmo que a empresa tenha como objetivo ampliar esse leque ou melhorar os que já está concedendo, precisará contabilizar resultados positivos de forma a viabilizar o cumprimento de sua meta. Ao final, quem pagará as perdas são os próprios funcionários, uma vez que deixaram de receber as melhorias que a empresa esperava proporcionar aos seus colaboradores. Deixa de entrar “nos bolsos” dos funcionários, por exemplo, a parcela de participação nos resultados positivos. Usando como exemplo o planejamento familiar associado ao planejamento de uma empresa, é possível demonstrar claramente ao funcionário que ambos evoluem da mesma forma. Pode-se indagar a um funcionário que tenha casado ou que tenha tido um filho o que fez quando decidiu casar ou teve a notícia que iria ser pai ou mãe: cruzou os braços e esperou o evento ocorrer ou tomou providências prévias ao acontecimento? 23 Pela própria natureza, o homem se prepara para o casamento. Alguns constróem suas próprias casas, outros as alugam, mas tomam medidas para a compra de móveis e utensílios. Quando a decisão é pela construção, ele compra os materiais necessários e, com a ajuda de amigos e, principalmente, nos finais de semana, ele vai construindo a casa de forma tê-la pronta na data do casamento. O mesmo ocorre com a notícia da chegada de um filho. O casal normalmente se programa para comprar o enxoval para o bebê que irá nascer. Em ambos os casos, o que se fez foi planejamento prévio do que precisaria ser feito, e, depois, foram sendo cumpridas etapas, passo a passo, até atingir o objetivo desejado. O mesmo ocorre com as empresas. No final de cada exercício, ela programa o ano seguinte. Por meio do planejamento operacional, decide o que espera alcançar no próximo exercício fiscal. Quando o funcionário se programa para construir sua casa, sabe o quanto precisará mensalmente para viabilizar seu objetivo. Somente saberá se será possível ou não cumprir o que imaginou no final do mês, quando recebe o informe de pagamento. A última linha do informe mostrará para ele, se após pagar suas contas normais no mês, sobrará dinheiro para comprar os materiais programados. De forma bastante simplificada, tendo em vista a compreensão dos funcionários, o mesmo ocorre com a empresa. Todos os meses, há um resultado obtido por meio de seu demonstrativo de lucros e perdas, onde constam seus recebimentos e pagamentos. Ela saberá assim se sobrará verba para novos investimentos. A última linha do informe de pagamento mostra para o funcionário quanto terá para pagar suas contas do mês e se sobrará verba para cumprir seus objetivos. A última linha do demonstrativo de lucros e perdas da empresa mostrará para seus gestores se será possível cumprir com as metas de novos investimentos. Quando associamos os planejamentos familiar e operacional, deixamos claro para os funcionários que, em ambos os casos, deve existir prévia programação para que novos investimentos sejam feitos. É o momento também de demonstrar para o funcionário que um descontrole de sua vida financeira poderá causar sua falência pessoal. Exceto de empréstimos, adiantamentos de salário e faltas ao trabalho reduzem o líquido a ser 24 recebido e, por decorrência, impossibilitam que ele atinja seu objetivo de construir uma casa e mesmo de comprar o enxoval para o filho que irá nascer. O mesmo ocorre com as empresas. Quando gastam mais do que estão preparadas para receber; na grande maioria dos casos, têm suas atividades encerradas por falência. Deixando esse processo claro para os funcionários, eles passarão a usar o raciocínio utilizado em seus negócios particulares na empresa, havendo a compreensão da similaridade entre o que ele faz na sua vida particular e o que ele deverá fazer enquanto profissional. Se ele é um empreendedor natural, que consegue atingir com sucesso suas metas e objetivos pessoais, temos que capitalizar sua capacidade empreendedora e trazê-la para dentro da empresa. A empresa deve mostrar para os funcionários de que forma eles poderão cooperar na redução das despesas e na agregação de valor a tudo o que eles estiverem fazendo no “dia a dia” de sua atividade profissional. Sabemos que um forte fator de diminuição de resultados são as despesas exorbitantes contabilizadas pelas empresas. Somente serão diminuídas as despesas por meio da perfeita conscientização dos funcionários quanto a sua geração. Quebras e perdas que podem ser evitadas diminuem despesas e aumentam resultados. Diminuição de faltas ao trabalho e de ausências por doença dentre outras, poderão melhorar os índices de produtividade e, por decorrência, melhorar os resultados no final do exercício fiscal. Furtos, outro grande fator de perdas econômicas, também poderão ser fiscalizados pelos próprios funcionários, trazendo melhoria ao resultado da empresa. Quando a empresa proporciona um ambiente de trabalho sadio, está contribuindo para a qualidade de vida do elemento humano enquanto profissional, minimizando as doenças causadas por estresses e somatizações de angústias e desgastes emocionais, contribuindo assim para a diminuição das ausências por motivos de doenças. Funcionários motivados garantem o retorno direto e positivo aos negócios por meio da diminuição das despesas operacionais. 25 Diante da economia de mercado globalizada onde estamos constantemente enfrentando a concorrência mundial para tudo que produzimos há uma concorrência disfarçada, mas não menos importante, a do engajamento de nossos colaboradores aos processos produtivos. Quando falamos de preço e qualidade, estamos falando de pessoas, que fazem os preços, como compradores e agentes produtores. Quem compra sabe quanto quer pagar e quem produz pode melhorar o preço final do produto. Há a competição velada e só quem tem a percepção muito especial de gerir pessoas a saberá controlar. O controle ocorrerá pela compreensão das pessoas geradoras dos serviços e dos produtos. A valorização das pessoas reverte imediatamente em agregação de valor ao negócios dos acionistas. Basta para isso que seja desmistificado todo o processo de geração de valor, mostrando aos funcionários que eles estarão adicionando valor para a empresa se fizerem exatamente o que naturalmente fazem para conseguir seus próprios objetivos de vida. É importante mostrar a eles que as metas e objetivos traçados pela empresa no final de cada ano e direcionadas para o ano seguinte são exatamente semelhantes aos planos que eles fazem para concretizar suas vontades e ambições. Para a empresa, a realização dos sonhos está intimamente relacionada com seu crescimento, com sua permanência nos negócios e com a melhoria de seus produtos e serviços, perpetuando também o cliente externo. Cativar primeiro o cliente interno e depois o externo deve ser objetivo magno da empresa do novo milênio. Cliente interno motivado e informado resulta em melhoria de resultado; cliente externo satisfeito, em clientes cativos, que representam a manutenção dos negócios. 26 Decisões Rápidas O computador alterou a forma das pessoas administrarem os negócios de uma empresa. O que começa a acontecer neste momento é que as redes estão alterando a forma de administrar e de fazer negócios no mundo. Há menos de dez anos, a tecnologia de rede de informática estava ainda na idade das cavernas. Hoje, portanto, num curto período de tempo, aproximadamente todos os PCs comerciais são ligados diretamente a uma rede. Como agilizar as informações de forma a garantir decisões rápidas e competitivas a não ser por meio da tecnologia da informação? As decisões somente poderão ser rápidas e competitivas se os dados estiveram disponíveis de imediato e centralizadamente. A tecnologia da informação deverá estar constantemente disponível nas telas dos computadores dos principais executivos da empresa para qualquer eventualidade: seja para toada de uma decisão importante ou simplesmente para estarem informados sobre o desenvolvimento dos negócios das unidades de negócios que compõem seu grupo empresarial. Por meio da rede, o sistema de informações gerenciais da empresa manterá os seus dirigentes adequadamente informados sobre o andamento das metas e objetivos, assim como do orçamento estabelecido para as várias áreas, podendo corrigir de imediato o rumo de algum negócio que porventura não esteja atendendo ao previsto. O crescimento constante da Internet e das Intranets faz com que a empresa possa viabilizar o fluxo de informações intra e inter empresas de forma rápida e segura. Uma empresa poderá redirecionar seus negócios por meio de sistemas de informações gerenciais, instrumentos de monitoração periódica dos fatores-chave para a geração de valor, com ênfase especial no aumento dos fluxos de caixa futuro da empresa, de forma a tornar confrontáveis as diversas realidades das coligadas e das várias áreas de negócio. 27 O atual momento da economia mundial exige as mais modernas tecnologias de informação para garantir às empresas margens competitivas, confortáveis e suficientes para mantê-las sadias e aptas a crescer dentro do novo ritmo dos negócios. Para que este processo ocorra, há a necessidade de serem instaladas redes de comunicação por meio da Internet e Intranets. Os dirigentes não poderão mais se conformar com a obtenção dos dados de suas empresas via papel, mas sim, via tela do computador, entretanto em todos os sistemas de suas unidades de negócios e obtendo, sem a menor perda de tempo, informações sobre tudo que está ocorrendo com sua empresa. Os processos de gestão da empresa devem ser suportados por uma arquitetura de cliente-servidor, permitindo à empresa a integração de informações e a homogeneização e a redução de custos de gestão do sistema. Por último, as empresas deverão criar instrumentos que possibilitem reconhecer os fatores que determinam o desempenho necessário para direcionar as decisões para efetiva geração de valor. Como os meios interativos transformam a capacidade de as organizações desenvolverem suas marcas e comunicá-las aos clientes, os profissionais e as próprias organizações devem estar em plena fase de testes e aprendizagem sobre eles. Não podemos mais nos dar ao luxo de esperar ou de adquirir as habilidades necessárias daqui a algum tempo. O grande desafio neste cenário consiste basicamente em educar todos os usuários para que percebam o benefício que a moderna tecnologia de informação representa. Assim, todos passarão a entendê-la e a se adaptar às mudanças. A atitude conservadora, até então existente ao uso da tecnologia da informação, deixa de ser tão negativa e passa a ser aceita por um número cada vez maior de profissionais. 28 O Novo Perfil do Profissional Globalizado Os tempos mudaram! O mundo do trabalho está cada vez mais difícil e competitivo. Falar inglês, por exemplo, mesmo que de modo razoável, que antes era aceitável, hoje não serve mais. Não basta que o profissional fale fluentemente o inglês. Ele necessita conhecer a cultura do povo para falar inglês. Precisa conhecer os hábitos e costumes do povo com o qual estará interagindo por meio do idioma falado, isto porque, nem sempre uma palavra falada no inglês ou em qualquer outro idioma, ao ser traduzida, tem o mesmo sentido e significado para nós brasileiros. Essas mudanças refletem a chegada ao Brasil de um fenômeno que já atingiu a economia de outros países do mundo há aproximadamente duas décadas. É a considerada revolução pós-industrial. Tão ou mais importante que a própria Revolução Industrial, que trocou o trabalho artesanal, a princípio pela máquina a vapor e, na seqüência, pelo trabalho regido por normas de conduta e comportamento. A revolução que estamos vivendo agora também substitui o Homem, só que substitui aquele que não está atualizado e preparado para conviver com ela. Por outro lado, temos também uma nova geração de profissionais que não se contenta mais com as normas usadas pelas empresas consideradas desatualizadas para a nova modalidade empresarial. Altos salários em troca de uma “entrega total do tempo à empresa” está longe de ser prioridade entre os jovens administradores. Os jovens executivos estão preocupados com a verdadeira qualidade de vida, que inclui, além de ambiente de trabalho sadio, tempo livre para complementar seus estudos e para praticar seus esportes preferidos. Conseqüentemente, procuram trabalhar em empresas que proporcionem equilíbrio entre o tempo que dedicam às suas vidas profissional e pessoal. Normalmente, ao fumam ou fumam pouco, bebem moderadamente e cuidam de sua saúde física, mental e espiritual. Esses novos executivos não se contentam mais em ter um emprego. Querem ter um trabalho que proporcione desafios e crescimento pessoal e profissional. São arrojados e empreendedores por excelência, querem segurança e 29 entendem que segurança vem da criatividade, ou seja, vem do risco de enfrentar o novo e o ousado. Também não se importam de ficar algumas horas a mais trabalhando desde que em atividades produtivas. São desprovidos da arrogância típica dos executivos do passado, são humildes no tratamento com as pessoas, tratam de igual para igual do o office boy até o presidente. A palavra lealdade deixa de existir nestes novos tempos. Basta um headhunter tocar o telefone e eles estarão prontos para conhecer a nova oportunidade que está sendo oferecida. Para eles, o máximo que devem permanecer em uma empresa é cinco anos. Suas carreiras passam a ser feitas de curtas permanências em muitas empresas, exatamente o inverso do executivo do passado, que procurava passar toda a sua vida profissional em apenas uma ou duas empresas. Quando está trabalhando para uma empresa, o novo executivo dedica a ela toda sua capacidade profissional e emocional. Envolve-se de verdade e procura contribuir verdadeiramente para o sucesso da corporação. Tem consciência que o melhor caminho para o seu próprio sucesso está intimamente ligado ao sucesso da empresa. Embora sua intenção não seja de permanecer por muitos anos em uma única empresa, está disposto a deixar sua marca pessoal durante o período em que estiver trabalhando para ela. O jovem profissional tem sede de aprender e de ocupar novos cargos na organização. Portanto, não se conforma em ficar muito tempo exercendo apenas uma atividade dentro da empresa. Quando isso ocorre, parte logo para a procura de outra oportunidade de trabalho. Engajado na globalização, o jovem executivo está sempre pronto para viagens internacionais e, quando pode, faz cursos fora do país, mantendo-se informado e acompanhando todos os movimentos da economia mundial. É consumista, mas planeja seus gastos, raramente excedendo seus limites de compra. É cético em relação à competência do governo, embora esteja de acordo com o rumo que o país está caminhando e discute, com opinião própria, o que acontece na política, na economia e na área social. 30 O executivo da nova década quer ganhar bom salário e mordomias, mas também deseja ser pago pelo que de fato faz. Quer ainda liberdade de ação para usar seu poder de raciocínio, inteligência e perspicácia. Seu objetivo é sentir constante possibilidade de ascensão profissional e pessoal. Bastante afinadas com as características típicas dos executivos globalizados, estão as competências detectadas pelas empresas como sendo necessárias para o sucesso de seus negócios. As características pessoais, acadêmicas e profissionais procuradas para fazer frente a nova era pós-industrial ou era do conhecimento são exatamente o inverso do que se buscava até agora. A escolaridade torna-se a ferramenta de comando do novo executivo. Além de boa formação acadêmica, busca-se o profissional emocionalmente maduro e que demonstre claro interesse em continuar crescendo. Jogo de cintura, habilidade de negociação, criatividade, mobilidade e perseverança diante de empecilhos são essenciais. Ser curioso indica uma característica de bom nível de inteligência e independência, sabendo quando tomar a ação e como fazê-lo sem medo. O autocontrole torna-se essencial para quem comanda. Saiu de moda o executivo cujo sangue fervia nas veias e cujas mãos tremiam com o ímpeto de socar a mesa. Ser líder natural complementa os requisitos básicos e necessários ao profissional globalizado. O mais importante é que seu salário é fruto de seu desempenho. Trata-se de uma conquista de sua própria performance profissional pelo resultado do seu trabalho e o de sua equipe. Outros requisitos são interesse em estar atualizado com o que está ocorrendo no mundo, ser globalizado nas informações pertinentes à sua área de atuação e às demais envolvidas dia-a-dia da gestão de nossa empresa. Necessita ainda estar informado sobre outras habilidades que não a sua. Se for um técnico, deve entender também de marketing, finanças e das demais áreas. Ser um empreendedor e ser global será o ponto forte do novo profissional em 31 pauta nesta revolução, que estamos vivendo neste final de século e, ao que tudo indica, prosseguirá no próximo também. Como a economia mundial tende a ser cada dia mais globalizada, há oportunidades e riscos econômicos crescentes, bem como instabilidade econômica em todo o mundo. O ritmo das mudanças torna-se acelerado. E, nesse ambiente de constantes alterações, o que as empresas precisam é de pessoas que saibam lidar com as incertezas, fazendo funcionar os sistemas atuais e os novos que a própria globalização estará pedindo. Precisamos, portanto, de pessoas que saibam mudar os sistemas vigentes para alternativas melhores, mais produtivas, menos onerosas e capazes de oferecer produtos e serviços melhores e mais vantajosos para os consumidores. O novo processo exige liderança, pessoas capazes não só de administrar uma empresa, mas também de ser líderes e conduzir suas equipes de trabalho de forma produtiva. Todas as teorias e a prática até agora vigentes têm desenvolvido o lado gerencial das pessoas, ensinando-as a gerenciar. O que precisa ser feito a partir de agora é desenvolver a liderança naqueles que já sabem gerenciar. É possível partir do princípio que gerenciar significa manter em perfeito funcionamento o sistema que já está funcionando, fabricando produtos e fornecendo serviços de bom nível de qualidade, dentro dos prazos estipulados e dos orçamentos pré-estabelecidos. A motivação das pessoas pode ser obtida por meio da transferência de poder. Assim, podem fazer as coisas acontecerem – delegar, orientar e coordenar. Líderes são aqueles que definem a direção em que a empresa deverá caminhar. Criam a visão e estratégias e fazem com que os funcionários os sigam no cumprimento das metas e objetivos estabelecidos. Na moderna gestão empresarial a proporção entre gerenciar e liderar é redistribuída. Até então, administrar representava 80% do tempo e liderar, 20%. Os dias atuais pedem o inverso: liderar 80% e administrar 20%. 32 Motivando o Ativo Humano Competirá à área de gestão do ativo humano amalgamar todos os novos conceitos de gestão empresarial. Quando os sindicatos, que foram criados com o objetivo de proteção ao trabalhador, liquidam com os empregados; quando entra em cena, para ficar e dominar o próximo século, a figura do cliente; quando a tônica das organizações modernas é a agregação de valor ao capital investido pelos acionistas; quem possibilitará a criação dessa nova cultura empresarial, mais uma vez, será o ativo humano. Devem ser desenvolvidos programas que visem proporcionar qualidade de vida aos clientes internos da empresa. Por intermédio da adequação das áreas internas dos estabelecimentos, torna-se possível mostrar e oferecer aos funcionários uma convivência com os princípios básicos de higiene e limpeza. Utilizando-se de pendências adequadamente higienizadas no ambiente de trabalho, os hábitos corretos de limpeza passam a integrar as vidas deles. Normalmente, os funcionários levam para suas casas os hábitos aprendidos no trabalho. Assim, presta-se também um trabalho comunitário graças à disseminação de hábitos sadios de higiene aos funcionários e, por decorrência, aos seus familiares. A empresa deve mostrar para os funcionários de que forma eles poderão cooperar na redução das despesas e na agregação de valor a tudo o que eles estiverem fazendo no “dia a dia” de sua atividade profissional. Quando a empresa proporciona um ambiente de trabalho sadio, está contribuindo para a qualidade de vida do elemento humano enquanto profissional, minimizando as doenças causadas por estresses e somatizações de angústias e desgastes emocionais, contribuindo assim para a diminuição das ausências por motivos de doenças. Funcionários motivados garantem o retorno direto e positivo aos negócios por meio da diminuição das despesas operacionais. Cativar primeiro o cliente interno e depois o externo deve ser objetivo magno da empresa do novo milênio. Cliente interno motivado e informado resulta em melhoria de resultado; cliente externo satisfeito, em clientes cativos, que representam a manutenção dos negócios. 33 A valorização das pessoas reverte imediatamente em agregação de valor ao negócios dos acionistas. Basta para isso que seja desmistificado todo o processo de geração de valor, mostrando aos funcionários que eles estarão adicionando valor para a empresa se fizerem exatamente o que naturalmente fazem para conseguir seus próprios objetivos de vida. 34 O Líder Global Quando falamos de líderes globais, falamos de pessoas abertas, que tenham capacidade e o carisma da comunicação dos líderes do passado. Entretanto, deverão ser pessoas que não se fecham em si mesmas, sabendo transmitir seus pensamentos, dividir seus conhecimentos e, além de tudo, apresentem a mais nobre e importante característica desses novos tempos: liderar equipes, perpetuar suas idéias. Ao contrário do que fizeram os grandes líderes do passado, devem colocá-las em prática imediatamente, fazendo acontecer, pois é assim que o mundo de hoje pede que seja feito. O grande diferencial entre os líderes do passado, os líderes atuais e os do futuro é que muitas personalidades de renome obtiveram grande sucesso concentrando todas as suas atenções a grupos fechados e às suas próprias organizações. Eram isolados do resto do mundo! Hoje, os muros e as fronteiras foram e estão sendo derrubados. A unificação da Europa é um exemplo disso, assim como a união da Alemanha com a queda do muro de Berlim e a dissolução da União Soviética. Os líderes do futuro precisam ter competência técnica, ou seja, a combinação de conhecimento, ampla experiência e capacidade de realização, sendo pragmáticos além de ter forte habilidade de autocompreensão de seus talentos e fraquezas. As empresas do futuro dependerão cada vez mais da criatividade de seus membros para sobreviverem. E os líderes destas empresas serão aqueles que encontrarem meios de manter seus talentosos e independentes funcionários, propiciando-lhes a liberdade para realizar seu melhor e mais imaginativo trabalho. Um caminho é conceder aos colaboradores a participação nos resultados obtidos com a contribuição deles. Os grandes grupos são inevitavelmente forjados por executivos que não têm medo de contratar alguém que seja melhor do que eles ou que demonstre o mesmo potencial. 35 O interesse em produzir com alto nível de qualidade precisa partir do próprio ser humano que está produzindo. Para isso, ele terá que ser inspirado, e ter também o seu nível de qualidade de vida melhorado. Caso contrário, nada acontecerá. A empresa do terceiro milênio pede pessoas abertas, que comuniquem entre si, formando equipes que trabalhem em grupos de forma espontânea e não obrigadas, sendo, de fato, os protagonistas do negócio. A empresa “rançosa”, hierarquicamente militarizada, que permite o uso do “chicote” ou de “capatazes” acabou. Foi engolida pela empresa que se forma neste momento de globalização da economia. Os líderes do futuro não poderão mais conviver com o isolamento. O líder global deve andar pelo mundo na busca de melhores soluções para as empresas, produtos e serviços, contrariando o que os líderes do passado faziam. Engajado na globalização, o jovem executivo está sempre pronto para viagens internacionais e, quando pode, faz cursos fora do país, mantendo-se informado e acompanhando todos os movimentos da economia mundial. É consumista, mas planeja seus gastos, raramente excedendo seus limites de compra. É cético em relação à competência do governo, embora esteja de acordo com o rumo que o país está caminhando e discute, com opinião própria, o que acontece na política, na economia e na área social. O executivo da nova década quer ganhar bom salário e mordomias, mas também deseja ser pago pelo que de fato faz. Quer ainda liberdade de ação para usar seu poder de raciocínio, inteligência e perspicácia. Seu objetivo é sentir constante possibilidade de ascensão profissional e pessoal. Bastante afinadas com as características típicas dos executivos globalizados, estão as competências detectadas pelas empresas como sendo necessárias para o sucesso de seus negócios. Jogo de cintura, habilidade de negociação, criatividade, mobilidade e perseverança diante de empecilhos são essenciais. Ser curioso indica uma característica de bom nível de inteligência e independência, sabendo quando tomar a ação e como fazê-lo sem medo. 36 O autocontrole torna-se essencial para quem comanda. Saiu de moda o executivo cujo sangue fervia nas veias e cujas mãos tremiam com o ímpeto de socar a mesa. Ser líder natural complementa os requisitos básicos e necessários ao profissional globalizado. O mais importante é que seu salário é fruto de seu desempenho. Trata-se de uma conquista de sua própria performance profissional pelo resultado do seu trabalho e o de sua equipe. Outros requisitos são interesse em estar atualizado com o que está ocorrendo no mundo, ser globalizado nas informações pertinentes à sua área de atuação e às demais envolvidas dia-a-dia da gestão de nossa empresa. 37 CONCLUSÃO Face ao exposto, conclui-se que a engrenagem principal para qualquer sociedade humana é o equilíbrio entre o capital e o trabalho. Se for feita uma reflexão histórica, veremos que houve uma evolução, que, com altos e baixos, vem propiciando a transformação da relação truculenta em acordos bilaterais entre capital e trabalho e da instabilidade em equilíbrio negociado. Neste último século muita coisa mudou na gestão empresarial. Tivemos, ao longo dos anos, as presenças marcantes das teorias defendidas, foi estabelecido para o trabalhador do século XX que oito horas de trabalho, aliadas a oito horas de sono e oito horas de lazer seria o padrão ideal para o desenvolvimento de seus papéis enquanto trabalhador, indivíduo e ser social. Paralelamente, houve a organização dos trabalhadores em sindicatos. Tudo isso foi temperado com as rápidas transformações tecnológicas deste século. Por isso, é possível deduzir que, no final desta década, capital e trabalho estão progressivamente se aproximando. A competição originada pela abertura de mercado e pela globalização da economia está dando uma nova configuração às equipes de trabalho. De um lado os profissionais se vêem diante de um mercado cada vez mais competitivo e exige com relação às suas qualificações em que não há mais espaço para quem não consegue crescer, desenvolver sua inteligência emocional e vencer as barreiras impostas pela globalização. Ainda ocasionado pela abertura de mercado e pela globalização, os empresários precisam cada vez mais se preparar para enfrentar acirrada disputa pelo consumidor mais exigente e apto a ditar as “regras do jogo”. As novas relações entre capital e trabalho passarão, obrigatoriamente, pelo abandono da relação “capataz-peão”. Será necessário desenvolver um novo contrato, no qual os empresários passem a tratar seus funcionários como fato ativo humano da empresa, não mais como um mero insumo. 38 De alguma forma, esta transformação já está ocorrendo no cenário empresarial brasileiro, especialmente nas empresas de origem multinacional, cujas matrizes exportaram para cá suas políticas de gestão do ativo humano. A gestão do ativo humano exige foco nos resultados, proporcionando a participação mais efetiva dos funcionários nos resultados da empresa; a constituição e manutenção de valores corporativos e de ética empresarial; a transparência nos processos de gestão e nas decisões; a revogação das escalas hierárquicas que distanciam quem manda e quem obedece; e a total eliminação do “medo” como forma de administrar uma organização. Passa a existir somente uma hierarquia baseada na eficiência, que cria líderes e empreendedores. Amplos e desobstruídos canais de comunicação devem ser criados e mantidos. Por meio do desenvolvimento da comunicação interpessoal, as pessoas podem mostrar quem realmente são e o que podem fazer para a empresa. É preciso saber ouvir os clientes, externos e internos, para direcionar os negócios da empresa. Quem passa a definir o que quer consumir é o cliente externo e, para atendê-lo, a empresa necessita envolver positivamente o seu cliente interno, vendendo a empresa primeiro para seus funcionários e colaboradores e, somente depois, para os consumidores dos seus produtos e/ou serviços. As políticas de gestão do ativo humano das organizações tendem a ser globalizadas de forma a atender universalmente as empresas, respeitando, ao mesmo tempo, as características culturais de cada país, ramo de negócio e mercado de atuação. Hoje, o Brasil tem políticas que estão completamente na contramão, se comparadas às vigentes nos demais países do mundo. A nossa Legislação Trabalhista é arcaica e não atende mais às necessidades contemporâneas. Diante da economia de mercado globalizada onde estamos constantemente enfrentando a concorrência mundial para tudo que produzimos há uma concorrência disfarçada, mas não menos importante, a do engajamento de nossos colaboradores aos processos produtivos. 39 Somente por meio de programas de comunicação especialmente elaborados é que a empresa poderá acoplar os interesses de seus colaboradores aos de cumprimento de suas metas de curto, médio e longo prazos. 40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Sérgio. Cliente: eu não vivo sem você. 5.ed. Salvador: Casa da Qualidade, 1995. COOPER, Robert, SAWAF, Ayman. Inteligência emocional na empresa. 6.ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997. FIGUEIREDO, José Carlos. O ativo humano na globalização. 2.ed. São Paulo: Negócio, 1999. FRANCO, Franco. Criando o próprio futuro. 2.ed. São Paulo: Ática, 2001. HESSELBEIN, Francês et al. O líder do futuro. 3.ed. São Paulo: Futura, 1996. MORAN, Robert T. et al. Desenvolvendo organizações globais. 2.ed. São Paulo: Futura, 1996. OLIVEIRA, Milton de. Energia emocional. 5.ed. São Paulo: Makron Books, 1997.