A TERMINOLOGIA NÁUTICA NO DICCIONARIO DA LINGUA BRASILEIRA DE LUIZ MARIA DA SILVA PINTO: UM ESTUDO SINCRÔNICO E DIACRÔNICO Regina Célia Esteves Santos Tormin Botelho (UFMG) (Orientadora: Maria Cândida Trindade Costa de Seabra) Programa de Pós-Graduação em Letras – Estudos Linguísticos POSLIN/UFMG O presente trabalho tem como objetivo o estudo, na área do léxico, mais especificamente do léxico especializado, dos termos náuticos presentes no Diccionario da Língua Brasileira (DLB), publicado na cidade de Ouro Preto, no ano de 1832, considerado o primeiro dicionário impresso no Brasil. O seu autor foi Luís Maria da Silva Pinto, que era também o dono da Tipografia de Silva. Silva Pinto abriu mão do plano original, que seria justamente dispendioso em excesso, e fez um “Dicionário portátil”: um volume de pequena dimensão, com 21 centímetros de altura e 580 páginas. O DLB é, hoje, uma obra rara. Em Minas, tem-se notícia de exemplares originais em arquivos da cidade de São João Del-Rei e no Museu da Inconfidência de Ouro Preto. No Arquivo Público Mineiro, há o microfilme da obra. Partiremos de um corpus dicionarístico, referente à terminologia náutica, composto de 153 termos e pretendemos, inicialmente, para cada um dos termos, construir uma ficha lexicográfica que nos dará informações sobre os dicionários dos séculos XVI ao século XXI que trazem o termo. Por meio das fichas, podemos visualizar se a unidade lexical em estudo é ou não dicionarizada por um ou mais autores, ou por nenhum deles; e, também, podemos conhecer sua origem. A ficha aponta, ainda, se o termo ocorreu ou não no Brasil no período colonial. Além de analisar o termo coletado, a ficha lexicográfica constitui uma boa ferramenta para nos auxiliar no trabalho de quantificação e comparação dos dados. Verificaremos, ainda, se houve manutenção, expansão ou mudança nesse léxico de especialidade. Este estudo requer, portanto, a consideração de conceitos que se extraem de diferentes campos – Para os conceitos de léxico, Lexicologia (Biderman), a Terminologia Barros (2007, 2009); Lexicografia Krieger e Finatto (2004); Krieger (2006); Mineiro (2006). Para a análise dos dados, ao longo do tempo, tomamos como base norteadora a concepção de Linguística Histórica tal como apresentada por Bynon e Cohen. Como partimos de um tema, ou seja, da terminologia náutica, trabalharemos com o percurso “do conceito à palavra”, nos moldes do método onomasiológico. Em seguida, estenderemos nossa análise à palavra ou ao signo linguístico - percurso semasiológico. Para a análise dos dados, ao longo do tempo, tomaremos como base norteadora a concepção de Linguística Histórica tal como apresentada por Bynon e Cohen. Assim temos, como um dos objetivos, analisar o repertório textual concernente à navegação econômica da colônia, em documentos e textos originais, dicionários de diferentes séculos, o que constitui uma das fontes primaciais para a compreensão de nossa própria trajetória histórica.