Academia de Ginástica de Guimarães
Termos de Referência
Enquadramento estratégico e critério de localização:
Como qualquer intervenção que se deseja, no sentido de servir a população de um concelho está inerente um
propósito, uma linha de ação, um pensamento sobre uma perspetiva de utilização, mas também e não menos
importante, uma preocupação de enquadramento não só paisagístico ou urbano sendo que no presente caso
é também ideológico e pedagógico.
A intervenção que se pretende reflete uma preocupação sobre a necessidade detetada, ao mesmo tempo
que desenha e perspetiva uma tomada de posição clara sobre a linha que o concelho de Guimarães decidiu
adotar, ao abraçar o programa de Capital Verde Europeia.
O edifício em questão, sendo destinado à prática do desporto e portanto podendo estar associado ao culto
do wellness, integra também em si conceitos de sustentabilidade e eficiência, que se pretende ver de forma
inequívoca desenvolvidos e vertidos não só no seu processo de construção mas também de exploração. No
presente caso, ele parte mesmo de uma base e compromisso mais sério uma vez que se sobrepõe ao valor
imobiliário, a preocupação ambiental e num gesto de demonstração de mudança de paradigma.
Assim e conforme se pode verificar nos pontos enumerados abaixo (extraídos de documento realizado pelo
Planeamento) é possível verificar e identificar a postura pretendida e os benefícios pró ambientais que desta
intervenção resultam:
1 – Redução de densidade urbanística e área de construção, num momento em que é consensual existir
excesso de oferta em áreas urbanizadas destinadas a habitação. A área de implantação prevista no
loteamento aprovado será reduzida em cerca de 50% e a área de construção será apenas cerca de um quinto
do planeado, sendo ainda possível o alargamento do espaço do parque.
2 – a intervenção deverá constituir um elemento de destaque para toda a área do parque devendo ainda, ser
um fator de valorização da paisagem e um exemplo referencial no contexto da cidade. Serão também
previstas infraestruturas de apoio, de estacionamento e acessibilidades, constituindo elementos de
dinamização de uma área expectante, que regista já alguma degradação, rentabilizando assim as
infraestruturas já construídas e prevendo a sua relação com outras que serão entretanto criadas.
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3 – O edifício deve estabelecer um parâmetro exemplar no contexto do município, no que se refere, tanto à
escolha da sua localização, quanto à preocupação tecnológica e arquitetónica e às boas práticas construtivas,
devendo ser ambientalmente de excelência marcando simbolicamente o início de uma nova era.
4 – Edifício passível de associação a outros equipamentos e funções: Skatepark. Instalações sanitárias, café,
ecovia de Guimarães,…
Objetivos
A promoção da atividade desportiva é já intrínseca à vida da população vimaranense, e já há muito,
preocupação latente à programação e gestão municipal.
A criação de espaços neste âmbito, nomeadamente nos últimos 15 anos, é indutora da estratégia municipal
adotada. Revela-se, entre outras posturas e acções, na criação de espaços de qualidade e excelência, que
potenciam e fomentam a prática de diversas modalidades desportivas – o pavilhão multiusos de Creixomil, o
complexo da cidade desportiva, a Piscina municipal (a que se seguiram outras em várias freguesias), a pista
de cicloturismo, entre outros.
Mais recentemente, o concurso de integração e na categoria de Capital Europeia do Desporto, demonstra o
carácter dinâmico que se pretende para Guimarães, tornando-se desejável a extensão da abrangência e
oferta a outros nichos de desporto que até aqui pouca atenção terão tido.
É neste contexto que se enquadra a Academia de Ginástica de Guimarães que nasce num contexto favorável
ao exercício e prática do desporto.
A academia de ginástica, não obstante tratar-se de um edifício com necessidades particulares, dada a sua
função e tipo de utilização muito específica, como o controlo da temperatura do ar e a inclusão de
equipamentos desportivos a utilizar, que implicam uma grande especialização e uma capacidade de resposta
a um programa exigente ao qual se somara um conjunto de regras e boas práticas a definir pela Associação
Portuguesa de Ginástica – agente relevante no desenvolvimento do projeto – para além de outra legislação
genérica e aplicável a recintos desportivos e públicos.
Pretende-se um edifício tecnologicamente evoluído, que se aproxime da auto-suficiência em termos de
consumo energético, incorporando tecnologias, métodos construtivos e materiais que, fazendo destes
princípios o seu objetivo primordial, resultem numa solução eficaz, na integração de todos esses elementos,
conseguindo uma construção coerente e de qualidade, construtiva e arquitetónica.
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Deve ter-se em conta a necessidade de controlar e minimizar de forma automática a emissão de partículas de
carbono para atmosfera, equilibrando essa emissão através da auto-produção de energia por processos
isentos de combustão, a partir de energias limpas que, juntamente com a adoção de medidas arquitetónicas
de medidas que integrem todos estes sistemas tecnológicos, consigam que o edifício seja praticamente autosuficiente em termos energéticos.
Acrescentam-se às indicações referidas, preocupações relacionadas com a exploração e manutenção do
edifício, os seus contornos energéticos e a qualidade de vida dos seus utilizadores, para além das envolventes
exteriores urbanas e paisagísticas, recorrendo a equipamentos dotados de mecanismos destinados ao
consumo racional de energia
Programa funcional (aqui apenas são indicadas as áreas dos compartimentos tidos como necessários, não
estando definido todo o equipamento móvel ou fixo necessário à prática da modalidade).
INATALAÇÕES PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO.
As instalações para educação física e desporto são constituídas por espaços de ensino interiores, por espaços
auxiliares e de apoio e integram ainda espaço para espectadores.
Este tipo de edifício implica a existência de espaços denominados comuns, aos quais poderá o público ter
acesso, pelo que devem ser facilmente controláveis, não sendo de admitir que haja cruzamento de circuitos,
nomeadamente com atletas.
O Edifício da Academia de Ginástica de Guimarães deverá dispor, sem prejuízo de outros que no decurso do
projeto e conversação com a APG possam vir a ser considerados necessários, dos seguintes espaços:
BANCADA
Esta valência deverá ser dimensionada com a capacidade para aprox. 150 pessoas, devendo ser desenvolvida
no sentido da maior dimensão do recinto (número máximo de 4 degraus). Poderá resultar do aproveitamento
das cotas naturais do terreno ou desenvolver-se sobre áreas técnicas ou de serviço, balneários ou vestiários.
Deverá garantir-se acesso pelo exterior sem colisão com o funcionamento da actividade desportiva.
INSTALAÇÕES SANITÁRIAS PUBLICAS
Estes espaços devem situar-se na proximidade de conjunto atrás descrito, com acesso fácil a partir da entrada
com separação por género (garantindo utilização por pessoas com mobilidade condicionada).
NAVE DO RECINTO PARA A PRÁTICA DE GINÁTICA – 35,00m x 20,00m x 7,00/8,00m
Este espaço deverá compreender zonas diferenciadas para as várias disciplinas de ginástica e prever todo o
tipo de equipamento necessário à actividade em causa, quer de equipamento fixo, quer móvel. Área de
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utilização aproximada de 700m2. Os pavimentos e revestimentos deverão respeitar as normas técnicas e
estar devidamente adequados aos usos.
GINÁSIO
Espaço que poderá ser utilizado pelos atletas mas também aberto ao exterior (proximidade da zona de
entrada do edifício) com uma área de aproximadamente 150m2. Os pavimentos e revestimentos deverão
respeitar as normas técnicas e estar devidamente adequados aos usos.
VESTIÁRIOS/BALNEÁRIOS/INSTALAÇÕES SANITÁRIAS
O conjunto vestiários/balneários deve constituir um núcleo que sirva todo o complexo.
Os vestiários devem ser separados por género e para crianças (ou seja deverão ser criados três unidades no
total:
1- O espaço destinado ao sexo feminino deverá comtemplar cerca de seis sanitas, lavatórios em
proporção, 10 chuveiros (em que deverá ser 50% de uso individual), balneários com cacifos e
instalação sanitária completa para pessoas com mobilidade condicionada – área de 80m2;
2- O espaço destinado ao sexo masculino deverá contemplar duas sanitas, e um mínimo de dois
urinóis, lavatórios em proporção, 10 chuveiros (em que deverá ser 50% de uso individual),
balneários com cacifos e instalação sanitária completas para pessoas com mobilidade
condicionada – área de 45m2;
3- O espaço destinado a crianças deverá contemplar duas sanitas, lavatórios em proporção, 4
chuveiros individuais, balneários com cacifos e instalação sanitária completa para pessoas com
mobilidade condicionada – área de 45m2.
GABINETE DA ADMINISTRAÇÃO (25m2)
Este espaço destina-se a ser utilizado por quem gere o espaço e pelos funcionários nos momentos de
formação/reunião.
GABINETE MÉDICO (5-10m2)
O gabinete médico ou posto de primeiros socorros da escola deve ser de fácil acesso e permitir o seu uso
quer pelos ginastas, quer pelos eventuais utentes do espaço destinado a ginásio. Deve prever-se neste espaço
uma marquesa e um lavatório. Este recinto deve estar equipado com o material necessário para garantir os
primeiros socorros.
ARRECADAÇÕES PARA MATERIAL DE EDUCAÇÃO FISICA E DESPORTO (25m2)
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São necessárias duas. Espaço destinado a arrumar o material e equipamentos utilizados nos ginásios. Este
espaço pode ser subdividido em dois, devendo, contudo, continuar a permitir a arrecadação de todos os tipos
de material. Neste caso aconselha-se que um dos espaços fique com área nitidamente superior ao do outro.
Deve ter comunicação direta com os espaços que serve, através de portas amplas com a altura mínima de
2,40m. Deve ser concebido de modo a permitir a arrumação fácil de material de grandes dimensões, a
deslocação do equipamento e a entrada e saída de balizas de andebol (pavilhão desportivo), bancos suecos,
colchões, trampolins, etc. Aconselha-se que uma das suas dimensões seja nitidamente superior à outra e da
ordem do 4m.
INSTALAÇÕES TÉCNICAS
Área a definir em função do sistema de aquecimento de águas a utilizar. Este espaço é o local onde funciona
o equipamento para o aquecimento de água para os duches. Deve ter acesso direto pelo exterior e ser
francamente ventilado. Deve situar-se próximo dos balneários para reduzir as dimensões das canalizações e,
consequentemente, as respetivas perdas de calor.
BALCÃO DE RECEÇÃO E FOYER 150/200m2
Espaço amplo na zona da entrada onde permita a acumulação de pessoas e o atendimento por funcionários
afetos ao funcionamento do edifício. Deverá prever um balcão.
NOTAS:
-MATERIAIS
Deverão ser considerados adequados ao uso previsto, devendo os mesmos apresentar boas características ao
nível da durabilidade e resistência. Deverão igualmente ser sustentáveis quer do ponto de vista económico,
quer do ponto de vista ambiental.
-EQUIPAMENTO Higiéno/sanitário
Deverá ser eficaz e sustentável, com preocupação de baixo consumo.
-ACÚSTICA
Deverá ser considerada a minimização de efeitos sonoros durante as aulas.
.CAMPO DE JOGOS
Consideração de equipamento amovível para cada espaço de aula, prevendo-se a plurifuncionalidade dos
espaços no conjunto, ou individuais.
Conclusão
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O edifício deve refletir não só a aptidão para a disciplina desportiva, mas também recorrer às tecnologias
mais eficientes e limpas, amigas do ambiente, fazendo do presente caso um edifício útil, com um alto grau de
rigor e funcionamento de excelência, aliada a uma integração e preocupação ambiental extrema, resultando
num conjunto de qualidade em termos tecnológicos e arquitetónicos.
Este novo edifício da “Academia de Ginástica de Guimarães” deverá ser um edifício de referência e um
exemplo do caminho que Guimarães pretende percorrer na ambição de ser Capital Verde Europeia.
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10 - Termos de Referência