EIXO DE EDUCAÇÃO INFANTIL CENAS PARA ANÁLISE CENA 1 Sala com 20 crianças de 3 anos. Duas professoras. A professora inicia a distribuição dos colchonetes e indica o local em que as crianças devem se deitar. Algumas crianças pedem para ficar próximas, mas a docente relembra os combinados realizados na semana anterior a respeito do funcionamento desse momento. “O momento de descanso é para dormir e não para ficar conversando, portanto, não importa se o amigo vai ficar perto ou longe”. A distribuição é “estratégica”, as crianças que têm mais afinidade são separadas para não possibilitar conversas. Após todos estarem deitados, a professora conta até dez (aguarda alguns instantes), solicita que fechem os olhos e liga no rádio um CD de relaxamento. As instruções do CD iniciam: “Fechem bem os olhos, sintam que a barriguinha sobe e desce (...)”. Algumas crianças adormecem, enquanto outras não param de se mexer. Seus corpos estão em constante movimento, pés para cima, braços para o lado, barriga para baixo e cabeças de um lado para o outro. A professora passa por cada um dos colchonetes e solicita silêncio. A solicitação (aparentemente) não tem nenhum efeito. Um menino começa a cantar e os colegas que estão próximos acompanham a canção e todos riem sem parar. Os colegas que estavam dormindo acordam e sentam-se nos colchonetes. A professora acende a luz e solicita que todos deitem novamente. Após as crianças deitarem, são realizadas algumas trocas de lugares. As crianças que cantaram são posicionadas próximas da mesa da professora. Ela conta novamente até dez e a sala de aula fica em silêncio por alguns instantes. De repente, uma menina levanta e diz: “Eu não quero dormir, eu não estou com sono”. Os colegas que estão deitados próximos da menina repetem as mesmas palavras. A professora combina com as crianças que estão sem sono que fiquem deitadas de olhos abertos, apenas descansando o corpo. Às 13h15 min, a maioria das crianças está dormindo. Algumas crianças fazem gestos com as mãos, brincando de teatro de sombras. A professora observa as crianças e relata: “Todos os dias é a mesma coisa: ninguém quer dormir. Um grito, um empurrão, um cochicho, uma gargalhada e assim as crianças ficam, mas ninguém me convence de que o descanso não é importante. O problema é que essas crianças são muito indisciplinadas. Quem não tem sono, com o tempo, vai acabar aprendendo a ficar em silêncio e a respeitar os colegas que desejam dormir”. CENA 2 Sala com 18 crianças de 5 anos. Uma professora. Ao finalizar a hora do conto, a professora organizou duas filas e levou as crianças para comerem a merenda. Ao chegarem ao refeitório, a professora relembrou às crianças, que todas deveriam sentar nos seus respectivos lugares, pois os mesmos já haviam sido combinados previamente. Após a orientação, algumas crianças sentaram e outras permaneceram em pé sem saber em que lugar deveriam sentar. A professora acomodou todas as crianças da turma nos dois bancos do refeitório e ressaltou a importância de elas memorizarem os seus lugares para evitar perda de tempo. Percebi que dois lugares estavam vazios. Uma criança não tinha vindo à aula e Maria Carolina havia ido ao banheiro. A professora serviu bolo e Nescau para todas as crianças. Maria Carolina retornou do banheiro e pediu à professora para sentar no lugar do colega que tinha faltado. A resposta foi negativa. A menina começou a chorar sem parar. A professora tentou convencer a menina de que ela deveria sentar no seu lugar, mas a mesma somente chorava encostada na mesa. Após diversas tentativas, a menina sentou no seu respectivo lugar e continuou chorando baixinho. A menina não comeu a merenda. A professora explicou que as crianças têm que aprender a divisão dos lugares no refeitório, pois, dessa forma, torna-se mais fácil o funcionamento de tal espaço. Nesse momento, duas professoras chegaram com suas turmas ao refeitório. A professora do grupo de quatro anos sentou as crianças nos bancos e mostrou para as mesmas como deveriam comer o bolo e tomar o café. A outra professora distribuiu os bolos e serviu o Nescau para as crianças, retirando-se do refeitório. As crianças do grupo de cinco anos demonstraram alegria em ver os colegas das outras turmas. A funcionária da cozinha chamou a atenção da professora dizendo: Você já está atrasada, as suas crianças estão demorando muito para comer. O refeitório já está cheio e daqui a pouco a bagunça vai começar. Nós já combinamos os horários e os mesmos devem ser cumpridos. A professora não falou nada. Ela continuou sentada observando as crianças comerem. Após todas as crianças terem terminado o lanche, foram organizadas as filas e então todos voltaram para sala de aula. CENA 3 Sala com 16 crianças de 4 anos e 2 professoras. Fomos para o pátio assim que as crianças terminaram as atividades em sala de aula. A professora esclareceu que era o momento da brincadeira “livre”, o mais aguardado pelas crianças. As crianças imediatamente foram para a sombra de uma árvore e começaram a cavar buracos para brincarem com a terra. Uma das professoras pediu que a outra tomasse conta das crianças para que ela pudesse trazer os brinquedos “de pátio”. Após alguns minutos, a docente retornou com um saco cheio de brinquedos, que logo se tornaram utensílios para recolher terra. É grande o entusiasmo de Inácio com sua “caçada” de minhocas. As minhocas “capturadas” pelo menino são recolhidas em um balde de plástico, que ele mostra para todos os seus colegas. No outro lado do pátio, Vinícius começa a escalar a grade de proteção da janela (da lavanderia) anunciando para todos que é o Homem Aranha. A professora retira o menino da grade e diz que precisa conversar com o mesmo em particular. Nesse momento, a docente solicita que Maria Carolina chame a outra professora (substituta) para ficar com a turma, porque ela iria levar o Vinícius para sala da direção. A professora observa as crianças cavando buracos e diz: - Perto da parede da escola não pode cavar buracos. Se vocês cavarem, a escola cai, pois as paredes estão plantadas. Cavem em outros lugares, mas cuidem para não ficarem sujos de terra. As crianças se dirigem para o meio do pátio e começam a cavar novamente. Nesse momento, chegam as serventes para estender os lençóis nos varais espalhados pelo pátio. De repente, uma briga entre duas crianças, com choro e gritos. A professora senta os dois para se acalmarem e esperarem o retorno da outra professora (titular). Assim que a docente titular retorna com o Vinícius, a substituta conta todos os fatos ocorridos e vai embora do pátio. A professora se dirige aos meninos e diz: - Vocês vieram aqui para brigar ou para brincar? O nosso tempo está acabando. Daqui a pouco é o nosso horário de lanche. As crianças trocam desculpas. Inácio pega o balde e volta a cavar em busca de minhocas. Enquanto isso, um grupo de meninas se reúne para fazer pizzas de areia, e o restante da turma continua cavando buracos e “capturando” minhocas. Aírton enche um pote de areia e se aproxima do grupo de meninas que está fazendo pizzas. A professora observa a situação e pergunta: - Você vai entrar na brincadeira? O menino confirma com a cabeça e entra na brincadeira. De repente, escuto um grito (é a servente da escola) advertindo as crianças e a professora, de que os lençóis estão sujos de terra. A servente recolhe todos os lençóis que estão sujos. A professora pede para as crianças ficarem nos cantos do pátio, próximos da grade de proteção. As crianças seguem as orientações. Jonathan se aproxima e a professora pede para ele perguntar se Aírton quer sair da brincadeira das meninas, para jogar futebol. Aírton não gosta do “convite” e puxa Jonathan pela camiseta e lhe dá um chute. Nesse momento, a professora intervém interceptando a briga e senta Aírton para pensar em suas ações. CENA 4 Sala de Jardim II, 16 crianças de 5 anos. Uma professora. Momento da roda de conversa. A professora distribuiu letras do alfabeto móvel às crianças e solicitou que elas as contassem. Enquanto as crianças contavam as letras, a professora acompanhava cada uma delas nessa atividade evitando que conversassem umas com as outras. As crianças que já tinham acabado a contagem ficavam brincando com suas letrinhas (colocavam em pé, faziam círculos, empilhavam, etc..) e falavam baixinho. A professora, por sua vez, tratava logo de solicitar silêncio, fazendo “psiu, psiu” o tempo todo, no intuito que as crianças se calassem. Quando todos terminaram a contagem, ela perguntava a cada criança se havia a primeira letra do seu nome entre aquelas que estavam em seu poder. Ela questionava: “qual é sua primeira letra? Tem aí?” Depois perguntava a cada uma se dentre aquelas letras havia alguma presente no nome dos seus colegas da sala. As crianças identificavam algumas letras, mas quando diziam outro nome que não era o de seus colegas de sala a professora retrucava: “eu quero saber as letras de seus colegas aqui da sala, não tô perguntando outras palavras!” Após todos identificarem as letras dos nomes de seus colegas, cada criança deveria dizer o nome das letras que tinham consigo e, depois, guardá-las dentro de uma caixa. Durante toda essa atividade a professora ficou tentando controlar as crianças: “presta atenção, Cauã!”; “vamos lá, Sandra, vamos prestar atenção!”; “Sabrina, estou falando!”; “vamos, agora é o Guto, senta!” “Suzeane, senta lá na mesa sozinha, você ta só atrapalhando as meninas!” No caso de Suzeane, pouco tempo depois de atender à solicitação da professora e ficar alguns instantes na mesa, ela retorna à roda, ação reprovada pela docente, que diz: “você ouviu o que eu disse? Volte pra lá”. A menina atendeu prontamente. Enquanto isso, uma criança disse: “vou beber água” e a professora respondeu: “agora não!” CENA 5 Sala com vinte e cinco crianças de cinco anos. Uma professora. Ela está separando o material para o tempo de artes. Enquanto isso, algumas crianças pegam uns poucos brinquedos existentes na sala (e brigam por eles), outras se ocupam de arrancar e rasgar as figuras e outros trabalhos pregados na parede, outras, rolam pelo chão da sala e duas crianças aguardam sentadas, pelo novo “comando” da professora. Ao se deparar com a cena, a professora grita e pede que todos parem de fazer o que estão fazendo e que se sentem no chão, lado a lado, encostados na parede. As crianças que estavam sentadas nas cadeiras levantam-se e obedecem a professora, algumas crianças resistem, mas aos poucos vão construindo o 'paredão". A atividade de artes é uma pintura soprada, mas avaliando ser difícil esse trabalho, a professora chama uma por uma para realizar com ela, o trabalho de artes. Ela escolhe as crianças que considera mais inquietas para começar a atividade. As outras que aguardavam encostadas na parede, demonstram interesse pela atividade através de sorrisos e expressão de expectativa. Nesse momento, duas crianças começam a brigar, a professora interrompe a atividade e diz que a turma vai copiar a tarefa de casa da lousa, já que não quiseram fazer artes. CENA 6 Sala com dezesseis crianças de três anos. Duas Professoras. Início do ano, período de adaptação. No grupo, a grande maioria das crianças está bem “adaptada”. Primeira vez que Sofia está frequentando uma instituição. Ela chora muito e ainda necessita da presença de seus pais. No momento do parque, enquanto as crianças brincam nos brinquedos com a ajuda das professoras, Sofia está sentada observando as brincadeiras, agarrada ao braço de sua mãe. Em nenhum momento a menina recebe atenção, um convite para se juntar ao grupo. Em outro momento da rotina, as crianças, ao redor de uma das professoras, escutam uma história. Enquanto isso, a outra professora senta-se junto às crianças, de costas para Sofia e sua mãe, que se encontram fora da roda. De onde estão, Sofia e sua mãe não enxergam o livro, somente escutam a história. CENA 7 Sala do berçário, momento do banho e troca de fraldas. Sete crianças de 9 meses a 2 anos. Três professoras. Dois bebês, um de 9 meses e o outro de 11 meses, encontravam-se no berço. Duas crianças de 1 ano de idade brincavam em uma tenda com bolas coloridas. Elas se abraçavam e brincavam, mas neste momento a professora fez o seguinte comentário: “cuidado para não cair e se machucar, parem com isso”. Três crianças, entre 1 ½ anos e 2 anos, brincavam de trem com algumas cadeiras que se encontravam na sala, arrumavam-nas e sentavam, sorriam bastante. No entanto, uma das professoras fez a seguinte solicitação: “sentem para esperar o banho, pois esta brincadeira vai acabar machucando o colega”. As crianças pareciam surpresas, mas continuavam “sentadas no trem”. Em seguida, uma das crianças se aproximou do balanço, apontou erguendo os dois braços e chorando para subir, mas nenhuma das professoras atendeu ao apelo da criança. A criança desistiu e voltou para tenda com bolas. No início do banho uma das professoras solicitou às crianças que brincavam na tenda para que arrumassem as bolas caídas no lado de fora. Solicitou que tirassem a roupa para tomar banho. Uma das professoras preparou o banho: 1) encheu um balde de 20L para o banho; 2) À medida que as crianças iam chegando, ela molhava com auxilio de outro balde; A professora passava o shampoo, o sabonete e jogava água na criança. As outras duas professoras observavam o outro grupo de crianças brincando livremente. Em seguida, enxugavam as crianças e protegiam sua pele contra assaduras com pomada. Após o banho, durante a troca de fraldas, as professoras permaneciam sentadas no chão e colocavam as crianças sobre suas pernas para executar a troca. No término do banho e da troca de fralda, uma das professoras solicitou às crianças que permanecessem em cima do tapete colorido para que passasse um rodo com o pano no chão. CENA 8 Sala do berçário, momento do almoço e repouso. Sete crianças de 9 meses a 2 anos. Três Professoras. No início do almoço, às 11h, uma das professoras colocou uma criança que chorava muito no balanço, mas a criança permanecia chorando muito. Ela balançou, sem conseguir acalmar a criança e falou: “É porque ela [criança] gosta mais da outra professora do que de mim”. A cozinheira entregou duas bandejas com sopas homogeneizadas em quantidade insuficiente para o número de crianças da sala. A professora que limpava o chão colocou o rodo próximo à porta do banheiro e recebeu as bandejas. Uma das professoras sentou o bebê de 9 meses em uma cadeira de refeição. E outro bebê no balanço. Neste momento, a professora sentou em um banquinho em frente às duas crianças. Ora a professora oferecia uma colher com sopa para um dos bebês que permanecia na cadeira de refeição, ora ela dava a sopa para a criança sentada no balanço. O bebê que encontrava na cadeira de balanço começou a chorar e, a professora pegou o bico no armário e ofereceu ao bebê. Mas, com poucos minutos a professora retirou bico da boca e ofereceu a sopa. Depois, ofereceu a colher com sopa para a criança que estava na cadeira de refeição. O outro bebê começou a chorar de novo e, neste momento, a professora ofereceu o bico. Enquanto isso, as outras duas professoras oferecem o almoço com uma colher para duas crianças e, as outras duas crianças esperavam sentadas no chão. As professoras ofereceram o almoço das crianças, entre 1 a 2 anos, sentadas no chão. Uma das professoras dirigiu-se ao banheiro com o prato do bebê na mão e colocou-o sobre a pia. Lavou o pano de chão na mesma pia e retornou com o prato na mão, a fim de continuar a oferecer a sopa para os bebês. Um dos bebês ainda chorava muito e ela colocava o bico na boca do bebê e falou: “ela já está é com sono”. Uma das crianças que estava no chão se engasgou e a professora falou; “oh, oh, oh, oh....! Engole e respira”. Outra criança que aguardava a vez de almoçar se aproximou do prato. A professora falou: “espere sua vez”. Logo após o almoço, a cozinheira entrou na sala com mamadeiras cheias de água e ofereceu as crianças. Depois do almoço, às 11h30min a professora armou três redes na sala. Disponibilizou dois colchonetes e colocou um dos bebês no berço. Em seguida, uma das professoras pegou as toalhas do banho e estendeu para secar na cerca da casinha do faz-de-conta na área externa da sala. Ela retornou para sala e segurou o bebê que chorava muito no colo, balançou-o na rede fazendo-o dormir. Outra criança deitou na rede e, outra no colchonete. A professora balançou, ao mesmo tempo, o bumbum das crianças que estavam nos colchonetes para dormirem. Neste momento uma das professoras colocou música de ninar. CENA 9 Sala com 10 crianças com 3 a 4 anos. Momento do almoço e repouso. Duas Professoras. Um de grupo de crianças entre 3 e 4 anos dirigiu-se para o refeitório para o momento do almoço, às 11h30min. Uma das crianças não quis entrar no refeitório para almoçar. A professora puxou a criança pelo braço e sentou-a em um local da mesa dentro do refeitório. Outra criança diz: “eu não quero comer”. E a professora diz: “Se você não comer vai ficar de castigo”. Algumas crianças brincavam no refeitório com a comida, jogavam nos amigos e em outros momentos escondiam-se embaixo da mesa. Uma das professoras ofereceu a colher na boca de uma criança de 4 anos. Depois do almoço, que dura aproximadamente 30min, uma das professoras bateu “palmas” para o grupo de crianças indicando o término do almoço. Neste momento, solicitou a presença das crianças no banheiro para escovar os dentes. Uma criança começou a chorar porque ainda não havia terminado a refeição e outras crianças riram dela. A professora disse: “podem rir dele”. A professora apressava as crianças para terminarem a refeição, pois outro grupo de criança estava se aproximando para almoçar naquele espaço. Depois da escovação, uma das professoras dispôs os colchões para as crianças repousarem, às 12h. A educadora ligou o som e escolheu uma música. Solicitou que as crianças escolhessem um lugar para deitarem. A sala permaneceu com a janela aberta, clara com a luz do sol. A outra professora balançava o bumbum das crianças concomitantemente. Justificando, disse que o horário de repouso dura até às 14h:30min. (atividades da rotina, interações e ambiente físico de uma creche particular) CENA 10 Sala com quinze crianças de três anos e uma professora. As crianças, em círculo, esperam a professora organizar a TV e o DVD para assistirem a um musical. Mariana parece apertada para ir ao banheiro. Cruza as pernas e vira de um lado ao outro demonstrando inquietude, provavelmente por medo de sair e algum dos colegas tomar o seu lugar. A vontade de ir ao banheiro, entretanto, é mais forte e Mariana sai correndo em sua direção. Imediatamente após sua saída Daniel senta na cadeira em que estava. Ao voltar à sala e constatar que o colega sentou em “seu” lugar, Mariana vai até a professora e conta o que aconteceu. A professora a olha fixamente e diz: “- Eu já disse que aqui ninguém tem lugar marcado! Procure outra cadeira e se sente logo!” Mariana parece contrariada com a resposta e tenta argumentar mas a professora não lhe dá atenção. A menina permanece parada ao lado de “sua” cadeira olhando, com cara de choro, para o colega. Ao começar o vídeo sai vagarosamente e senta em outro lugar. (Cena retirada do Diário de Campo da pesquisa de doutorado de Sinara Almeida)