Excelentíssimo Sr. Olusegun Obasanjo, Antigo Presidente da República Federal da Nigéria, Caro Amigo, Ilustres Membros do Governo da República Democrática de São Tomé e Príncipe Ilustres Representantes de Países Parceiros Ilustres Representantes de Organizações Internacionais Senhoras Convidadas Senhores Convidados Membros da Delegação técnica do governo, Representantes da Comunicação Social Minhas Senhoras, Meus Senhores Em meu nome pessoal e do Governo da República Democrática de São Tome e Príncipe, gostaria de agradecer a todos os países convidados, parceiros tradicionais e mais recentes de São Tomé e Príncipe aqui dignamente representados, bem como a todas as instituições multilaterais internacionais, regionais ou de países amigos, vocacionadas para a promoção do desenvolvimento pela vossa presença aqui nesta conferência internacional, o que confirma a vossa confiança no país, nas suas Instituições e o vosso compromisso de solidariedade e de participação no esforço que vem sendo feito com o propósito de ultrapassar as dificuldades que se erguem perante as nossas legítimas ambições de sermos a prazo um pais emergente, capaz de oferecer aos seus filhos um futuro digno e tranquilo. Quero voltar a agradecer em nome do povo e da República Democrática de São Tomé e Príncipe, a comunidade internacional, através dos seus dignos representantes aqui presentes, a ajuda multiforme que vem sendo dada a São Tomé e Príncipe, a constante 1 generosidade e a presença permanente no nosso quotidiano desde da sua ascensão à independência até aos nossos dias. Não poderia também deixar de agradecer o Senhor Presidente Olusegun Obasanjo, antigo Presidente da República Federal da Nigéria, por ter prontamente aceitado o nosso convite para participar nesta importante conferencia de Investidores e de Parceiros de Desenvolvimento de São Tomé e Príncipe, STeP IN London 2015, que se organiza num contexto mundial particular, caracterizado não só pela crise económica global, mas também pelo aumento das ameaças de destabilização sociais e politicas fruto da radicalização das posições de uns e de outros, do desespero e da descrença nos sistemas estabelecidos e tradicionais de regulação das sociedades politicas. Agradecemos ao Presidente Olesegun Obasanjo pelas palavras de profundo apreço, genuína confiança e de encorajamento sincero pronunciadas ontem às primeiras horas do dia, antes mesmo do início da Primeira Conferência Internacional de Investidores, em relação a São Tomé e Príncipe, ao seu povo e ao seu Governo. Vossa Excelência fez questão de estar hoje aqui connosco. A presença da Vossa Excelência, demonstra a consciência cada vez maior da necessidade de construir e fortalecer os laços entre as lideranças politicas, intelectuais e científicas africanas para que unidos, de uma só voz e com as melhores das sinergias, transmitir a nossa determinação de colocar definitivamente um dos continentes o mais ricos do mundo, com a população a mais jovem do planeta terra, fora das fronteiras da pobreza extrema fruto do atraso económico e social, da 2 falta de ambição, da ma governação e também um pouco, assim o ressentimos também, do egoísmo internacional. Minhas Senhoras, Meus Senhores, O mundo mudou e continua em constante mutação de paradigmas e surgem diariamente novos desafios que a evolução da sociedade, das tecnologias e das redes sociais vão colocando a cada viragem de esquina ao mundo inteiro. Prova que comungamos todos os mesmos problemas e de certeza o mesmo destino, ilustrando assim a nossa interdependência existencial, são os desafios ligados as mudanças climáticas que urge todos nos abraçarmos com celeridade e gravidade porque da preservação das nossas florestas equatoriais do Mayombe ou da Amazónia, dependerá também o futuro das crianças de Nova York ou de Tokyo. Caros Convidados, Caríssimos Parceiros, O Governo da República Democrática de São Tomé e Príncipe decidiu organizar esta conferência num local e num formato não muito habitual. Não nos animou a vontade de chocar ou de apenas fazer de modo diferente. Quisemos juntar no mesmo espaço e simultaneamente o sector privado e o sector público para mostrar a complementaridade existente entre os dois sectores, a interdependência entre os dois sectores, encontrar sinergias e com a proximidade temporal, ver como as pretensões do sector privado podem ser sustentadas pelas políticas públicas defendidas pelo Governo e executadas com o apoio dos nossos parceiros de desenvolvimento. 3 É hoje matéria consensual que o sector privado e o sector público não podem constituir dois amigos desavindos, devendo este último criar as condições de apoio ao desenvolvimento do sector privado e das suas capacidades, com vista à criação de postos de emprego e geração de riqueza, único modo eficaz de eliminar a pobreza, proporcionar o bem estar colectivo e manter o Estado no seu papel de regulador, fiscal e facilitador dos processos de inovação e modernização da economia e do país. O dia de ontem confirmou a justeza, o realismo, a exequibilidade e a pertinência da visão de desenvolvimento de São Tomé e Príncipe defendida pelo Governo e as oportunidades de investimento apresentadas à Comunidade de Investidores presentes. Tal como esperávamos, a receptividade foi excelente e os esforços desenvolvidos pelo Governo no sentido de alterar o paradigma foram amplamente reconhecidos. Foi, por conseguinte, sem hesitação que a Comunidade de Investidores acolheram a nossa visão e manifestaram a sua disponibilidade de encarar com entusiasmo e seriedade as oportunidades de negócios e de investimento que a nova conjuntura interna e internacional oferece ao país. Ontem tivemos nesta sala cerca de 80 empresas e investidores oriundos de perto de 20 países e a nossa apresentação e as discussões que se seguiram deram origem a manifestações de interesse credíveis que no curto prazo deverão começar a consubstanciar-se. Note-se que a totalidade do volume de negócios anuais dos investidores que ontem estiveram presentes rondava 600 biliões de euros. Este facto representara certamente uma outra prova das nossas interdependências, pelo facto de que o capital e o lucro não olhar a cor, a religião, ao tamanho ou a geografia. Ele 4 olha e avalia a oportunidade, o risco e a sua remuneração, tal como nos, países receptores do capital para criação de riqueza e a sua devida redistribuição. E um facto indiscutível de que São Tomé e Príncipe está hoje perante uma encruzilhada e tem pela frente enormes desafios. Durante quarenta anos beneficiamos da ajuda internacional para tudo, incluindo para a nossa própria sobrevivência. Hoje somos todos concordes em reconhecer que esta situação já não é sustentável para os próprios parceiros de desenvolvimento nem confortável para o nosso povo, que reconhece e agradece de coração a solidariedade e a generosidade de todos aqueles que nos têm ajudado. Por razões de vária ordem, os recursos alocados pelos parceiros internacionais de desenvolvimento têm conhecido nos últimos anos uma redução sistemática significativa, acentuada pela crise económica e financeira mundial. As previsões provenientes de todos os horizontes anunciam tempos difíceis e uma redução de crescimento global, o que não deixará de ter consequências sobre a ajuda internacional, quer bilateral quer multilateral. Reconhecemos porem que é graças a estes apoios em sectores de primeira necessidade que hoje temos um índice de literacia de 95%, água potável em mais de 65% do território e a malária à beira de ser erradicada. Vários índices de organizações independentes assinalam também os efeitos positivos da ajuda internacional. No recém-publicado Índice Mo Ibrahim de Governação 5 Africana, São Tomé e Príncipe ficou em 13º lugar entre as 54 nações africanas escrutinadas, tendo registado uma pontuação de 59.1, bem acima da média do continente que é de 50.1. Obteve ainda pontuações dignas de nota: 67.6 na categoria de participação política e direitos humanos, 66.7 em desenvolvimento humano, 61.5 em segurança e estado de direito. Noutros ratings Internacionais, São Tomé e Príncipe subiu 28 lugares no Índice de Percepção da Corrupção da Transparency International, passando do 100º lugar em 2011 para a posição 72 em 2012. O Doing Business Report 2012 do Banco Mundial reconheceu São Tomé e Príncipe como um líder na África subsaariana colocando-o no 4º lugar do Best Improvement in the World. No mesmo ano, o Índice de Liberdade Económica da Heritage Foundation reportou que São Tomé e Príncipe tinha registado a melhor melhoria na liberdade de negócios em toda a África. Em 2013 São Tomé e Príncipe ficou no top da Organização Mundial de Turismo das Nações Unidas na categoria de simplificação do acesso ao destino, e estou convencido de que com a recente eliminação de vistos de entrada para certos países, voltaremos a ocupar este ano um bom lugar. Todos estes progressos alcançados em conjunto com os nossos parceiros de apoio ao desenvolvimento são louváveis e motivo de orgulho. Não obstante, os grilhões da pobreza continuam presentes com 66,2% de taxa de prevalência da pobreza, e 23% dos jovens conhecem o desemprego com uma população de 65% abaixo de 25 anos de idade. A qualidade do ensino tem baixado e as bolsas de estudo para formações exteriores sobretudo nos ramos técnicos e de especialidade quase não existem. 6 Não obstante, o nível da ajuda publica ao desenvolvimento ao nosso pais, tem vindo a baixar estes últimos anos no que diz respeito aos montantes efetivamente desembolsados. Com este ritmo evolutivo não podemos ambicionar alcançar um verdadeiro desenvolvimento social e autonomia económica no espaço de várias gerações. Enquanto isso, constata-se em São Tomé e Príncipe que os problemas por resolver são quase os mesmos de há quarenta anos, que não tendo sido resolvidos, como se espera, agravaram-se. Muitos avanços em matéria social ou infraestruturais não conseguem ser sustentável a longo do tempo, pela inexistência de uma economia geradora de receitas fiscais mínimas compatíveis com as necessidades de manutenção socioeconómica das politicas de desenvolvimento humano. As questões com as quais as políticas públicas e o Orçamento Geral do Estado têm de lidar quotidianamente tornaram-se recorrentes e a sua resolução nos dias de hoje tornou-se mais complicada e onerosa e por vezes mesmo impossível. Importa, por isso, alterar substancialmente a abordagem que se faz desses problemas e utilizar instrumentos mais inovadores e mais eficazes na resolução desses mesmos problemas. Em suma, o modo como o Governo e a comunidade olham para os problemas atuais, muitos deles consequências de problemas não resolvidos ou mal resolvidos, deve mudar radicalmente. Esta é a condição de sucesso da aplicação dos novos recursos, que se fazem cada vez mais escassos. 7 É por isto que defendemos que o paradigma de desenvolvimento económico deve ser substancialmente alterado para podermos passar de consumidores de uma parcela da riqueza dos outros para criadores da nossa própria riqueza. São necessárias reformas profundas, que necessitam do apoio de todas as partes envolvidas: Governo, investidores privados e parceiros de apoio ao desenvolvimento, onde se encontram parceiros bilaterais e organizações internacionais. Este espírito reformista tem pautado o trabalho do nosso Governo desde o primeiro dia. Com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, do Banco Africano de Desenvolvimento e do Banco Mundial, bem como de reputadas consultoras internacionais com provas dadas noutros países africanos, elaborámos uma Agenda de Transformação Nacional com um horizonte até 2030, fundamentada e alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável recentemente adotados em sede das Nações Unidas. O atual Governo legítimo da República Democrática de São Tomé e Príncipe está determinado e comprometido na resolução dos problemas mais gritantes que afectam as nossas populações. O Governo está definitivamente orientado para os resultados, cumprindo claramente o mandato que lhe foi dado. As nossa propostas de mudança e transformação são conhecidas, são claras, são precisas e foram constantes. Elas foram apresentadas ao sufrágio popular em três ocasiões. Em 2006, obtiveram apenas 11 dos 55 mandatos da Assembleia nacional. Convictos da justeza das nossas propostas, apresentamo-las em 2010, e foram creditadas com 26 dos 55 mandatos da Assembleia 8 Nacional. Persistimos em 2014, com as mesmas ideias de mudança e transformação e foi-nos conferido, sem equívoco de qualquer natureza, uma maioria absoluta de 33 deputados no universo dos 55 que constitui a Assembleia Nacional. Não resta para nós quaisquer dúvidas sobre a intenção e a vontade popular expressa livre e democraticamente, conforme a própria observação do comunidade internacional. É manifestamente uma vontade de ruptura com o passado e de reformas profundas na atualidade para que se possa criar as condições de progresso e do bem estar. E aqui se coloca a questão política essencial da democracia e da governação internacional: a necessidade absoluta de apoiar, diria mesmo, reforçar o apoio aos Governos legítimos na execução das legítimas aspirações do povo democraticamente expressas. O povo democrata, esclarecido e pacífico é a maior riqueza do nosso arquipélago. Não pretendemos aqui refazer o mundo. Queremos apenas e tão somente viver no mundo do nosso tempo. A nossa visão não consubstancia uma ambição desmesurada. Ela está compaginada com as possibilidades de inserção do nosso país na economia sub-regional e das oportunidades que oferecem as potencialidades decorrentes da nossa localização geoestratégica, da nossa dimensão, da qualidade da nossa população e do papel que o nosso país pode e deve jogar no concerto das nações do Golfo da Guiné. Pretendemos com esta visão, no curto prazo, mobilizar recursos suplementares para a nossa economia. Mas 9 pretendemos, a médio prazo, iniciar um processo sustentável de redução da ajuda pública ao desenvolvimento, gerando suficientes recursos para financiar as necessidades básicas do país e de sua sobrevivência. Este documento de visão e da Agenda de transformação que foi distribuído a V. Exas. pretendemos que seja o ponto de partida da nossa discussão de hoje. Nesta Agenda de Transformação encontram-se identificados os principais desafios que se colocam ao desenvolvimento económico de São Tomé e Príncipe, as grandes linhas reformistas a implementar, os sectores chave para o investimento público e privado criador de emprego e que reforce a coesão social e a credibilidade exterior do país, bem como as metodologias de articulação com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Na Agenda de Transformação encontra-se ainda um portefólio de projetos prioritários, de projetos estruturantes que podem surgir sob varias formas de parcerias, publicas, público-privadas ou sul-sul, e um programa de investimento público prioritário para o quadriénio 20162019. Para alcançar as metas que agora nos propomos e submetemos à consideração dos presentes, é absolutamente necessário um reforço dos apoios públicos ao investimento num mínimo de 7,5% em comparação com o que atualmente é praticado. A conjugação deste incremento público com uma estratégia de captação de investimento privado coerente, programada e alinhada com as melhores práticas internacionais, deverá permitir alcançar a sustentabilidade financeira exigida para este plano de reformas. 10 Quanto ao investimento privado podemos anunciar que na apresentação da nossa visão de desenvolvimento, a economia de São Tomé e Príncipe necessita de pouco para descolar, comparativamente com o que são tanto os investimentos privados como os investimentos públicos dos nossos parceiros, mas ela precisa de garantir o essencial. E trata-se do essencial que queremos alcançar aqui e hoje. Este plano de ação alicerçado no binómio público-privado só é exequível se em conjunto conseguirmos implementar uma certa flexibilidade nas normas de apoio ao investimento até agora adotadas, bem como no cronograma das tomadas de decisão. É consensual reconhecer que o tempo dos privados é diferente do tempo dos organismos públicos. Numa estratégia de desenvolvimento económico que tem como pilares simétricos os investidores públicos e os privados, a não execução simultânea pode comprometer, no todo ou em parte, um plano de reformas como o que agora apresentamos aos nossos parceiros no contexto da Agenda de Transformação em apreço. Após aturada análise e ponderados os necessários equilíbrios, o governo definiu como sectores de concentração dos recursos disponíveis, os seguintes: - Redução da pobreza nas regiões rurais e costeiras ; - Promover o emprego jovem através da educação da educação e da formação ; - Reforçar o sistema sanitário ; - Reforçar os instrumentos de gestão pública e administrativa ; 11 - Promover a transparência e a responsabilização dos agentes públicos ; - Reforçar a segurança interior, a segurança pública e segurança costeira ; - Simplificar a legislação e melhorar o clima de negócios ; - Executar os programas de infraestruturas de apoio ao crescimento, e ; - Garantir a proteção do ambiente e o controlo dos operadores ; O Governo está determinado, como condição de exercício da própria democracia, em lançar as bases de uma governação electrónica em São Tomé e Príncipe. Para o efeito, O governo estabeleceu com o Governo da República da Estónia, através da Academia da Governação Electrónica daquele país, um programa de quatro de anos (2016-2019), que permitirá não só a desmaterialização de toda a nossa administração, como também a simplificação, eficiência, transparência e segurança de todos os atos da administração e dos seus servidores e utentes. O Governo está igualmente comprometido numa profunda reforma do sistema judicial em São Tomé e Príncipe, de modo a reforçar a tutela dos direitos de cada cidadão, contribuindo eficazmente para a sanção de todos os comportamentos desviantes e violação das normas em vigor. Mas o alcance da reforma judicial vai muito mais longe, pois qualquer que foram as outras reformas, os investimentos em infraestruturas de excelência, o imperativo de uma justiça credível, competente e célere é exigido para que se possa beneficiar de entrada de capital direto estrangeiro para o sector privado e mitigar os riscos. 12 A inexistência, a fraca qualidade e a inadequação das infraestruturas do país constituem um verdadeiro bloqueio e estrangulamento da nossa economia. Escusado dizer que os custos das infraestruturas são muitas vezes incompressíveis e desajustados com a dimensão da nossa economia, impondo-nos, por um lado, a edificação de infraestruturas que sejam dimensionadas para além das nossas necessidades e, por outo, bastante criatividade e imaginação na decisão dos mecanismos e instrumentos de financiamento dessas mesmas infraestruturas. Contudo esta bastante claro e aceite que as infraestruturas de que necessitamos assentam a sua rentabilidade na externalização da nossa economia e na sua interação com o mercado regional. Não se trata de uma novidade, afinal estamos a falar da integração regional das nossas economias frágeis, das economias de escala, da racionalização e da eficiência, estamos a falar do alargamento da base tributaria, e pelo modelo de negocio privilegiado estamos, a falar de parcerias publico-privadas. O sector privado internacional esta pronto, e não estamos a falar de milhares de milhões a serem mobilizados sobre fundos públicos ou quasi-publicos, ou fundos perdidos. Estamos a falar de garantias, de capacidades, de repartição de riscos, de seguros de riscos. Estamos finalmente a pedir que se olha de mais perto a realidade da economia São-tomense, que se entre nos detalhes e que neste cruzamento em que nos encontramos se abandone aquilo que de certeza sabemos que não traz resultado. Não agir desta sorte é abandonar o nosso país à lei do acaso, esperando ano após ano pelo dinheiro alheio a 13 fundo perdido e condenar voluntariamente o país e as suas gentes ao imobilismo e ao atraso. Não agir é deixar que se continuo o abate indiscriminado de árvores porque a pressão populacional obriga as pessoas a construir a todo custo habitação usando os recursos ao seu alcance. Não agir é deixar jovens com 12 anos de escolaridade serem ou vendedores ambulantes ou condutores de moto-taxi sem outro futuro. Ou pior verterem na droga, no álcool e na violência. Não agir é continuarmos todos os anos a estender a mão, para financiar as nossas despesas correntes ou a alimentação escolar, num exercício humiliante e desnecessário quando temos consciência dos ativos e das riquezas ao nosso alcance. Não agir é fazer com que o Povo deixe de acreditar na Democracia, no forca do voto, e na sinceridade do discurso político de quem pede a confiança e o mandato para poder agir e transformar a sociedade. Não agir é abrir o caminho ao extremismo, a demagogia e a desordem social. Nunca será esta a nossa postura, este Governo que eu tenho a honra e a imensa responsabilidade de dirigir é definitivamente um governo virado para a ação e a busca de resultados. É preciso ousar para vencer, e encontrar novas formas que nos ajudem a encontrar soluções que libertem energia e gerem soluções inovadoras e diversificadas e não nos amarrem a soluções pré-concebidas, cujos limites há já bastante tempo foram reveladas. 14 Ocorre-nos, a título de exemplo, para a resolução da questão da incapacidade de absorção dos recursos que são anualmente colocados à nossa disposição, mas que não têm qualquer impacto sobre a economia porque por culpa nossa não foram desembolsados e aplicados nos projetos a que estavam destinados, que sejam criadas agências de execução, cuja capacidade seria reforçada com a contratação de quadros expatriados que integrariam de forma permanente e demorada o seu quadro de pessoal, com a obrigação não só de trabalhar regularmente, mas também de formar os quadros locais e garantir a perenidade da instituição. Nos que respeita à gestão e aplicação de recursos financeiros, por definição raros e cada vez mais escassos, faz na nossa perspectiva todo sentido o estabelecimento de um mecanismo de ‘’ajuda sindicada’’, que consistiria na constituição de fundos onde todos os contribuintes poderiam depositar os recursos que disponibilizam para os fins de ajuda a um determinado sector, sendo a sua gestão feita por terceiros, profissionais de capacidade e competência reconhecida, oriundos dos países contribuintes ou quaisquer outros. Pois, na verdade, interessa o resultado e não o gestor dos fundos. O governo está aberto ao diálogo e às trocas de ideia, individual e colectivamente. Pretendemos levar a cabo ajustes na alocação dos recursos com o mero propósito de adequá-los aos fins a que se destinam. Estamos conscientes dos limites que impõem as regras e procedimentos de cada país e as mudanças precisam sempre de um tempo de apropriação. Por conseguinte, não temos ilusões que 2016 está à porta e a introdução de alterações significativas pode ser um factor de perturbação e desestabilização. Mas estamos profundamente convencidos que para 2017, inúmeras 15 modificações poderão ter lugar e 2018, estamos certos de que os fundos poderão ser alocados de acordo com as perspectivas acordadas, visando os resultados esperados e direcionados para a solução de problemas específicos. Caros Presentes As possibilidades são imensas. A imaginação é ilimitada. Somos realistas e estamos absolutamente disponíveis a fazer essa travessia com todos aqui presentes, sem discriminação nem escolhas preferenciais. Cabe-me neste particular momento agradecer os países do Sul, países em vias de desenvolvimento, de rendimento intermediário ou emergentes que embora conhecendo também grandes dificuldades tem demostrado uma grande solidariedade com o nosso pais em diversas áreas de cooperação e sobretudo na ajuda direta ao orçamento geral do estado. Se aqui estão é porque todos nos interessam, todos são importantes e todos têm uma palavra a dizer sobre a nossa visão e a agenda de transformação que nos propomos levar a cabo. Mais do que isso, todos têm em São Tomé e Príncipe um espaço no nosso coração e nas nossas ambições e por essas razões acreditamos que todos tem interesse de fazer algo connosco. Como costumámos agora dizer em São Tome e Príncipe, vamos trabalhar, queremos avançar. Desejo que este dia 15 de outubro seja um dia de sucesso para o Povo de São Tome e Príncipe que esta a nossa espera, e para os países e instituições que aqui representam. Muito Obrigado pela Vossa Atenção. 16