Revista Científica
do I.E.P.C.
Volume 1
Número 1
Set/Out/Nov/Dez - 2005
Edição especial de lançamento
com dois artigos científicos
O que acontece com os dentes
superiores durante o primeiro
estágio do tratamento ortodôntico ?
Afinal, a exodontia de incisivos
inferiores pode ou não ser considerada
como alternativa válida no tratamento
ortodôntico de pacientes adultos ?
Revista Científica
do I.E.P.C.
Volume 1, número 1, 2005
Periodicidade: Quadrimestral
Editora:
Revista Científica do I.E.P.C. - v.1, n.1, 2005
P.1-31; 29,7 cm
Periodicidade: Quadrimestral
ISSN 1808-740X
1. Odontologia periódicos. 2. Ortodontia I. IEPC.
II. Título
EDITORIAL
A Revista Científica do IEPC
é uma publicação do:
O lançamento
Diretor Geral
O lançamento de um trabalho científico
sempre vem acompanhado de grandes
preocupações !
Prof. Dr. Irio Cavalieri
Editor Científico
Prof. Dr. Eduardo César Werneck
Afinal, é de nosso entendimento
que um trabalho desta natureza requeira,
não somente qualidade nos artigos
publicados, mas também, outros
atributos deverão ser observados, tais
como periodicidade, envolvimento da
comunidade científica no projeto, e
principalmente, a aceitação por parte dos
clínicos.
Conselho Científico
Prof. Dr. Adriano Marotta Araujo
Profa. Dra. Flavia Azevedo
Prof. Dr. Carlos Henrique Guimarães
Profa. Dra. Luciana Flaquer Martins
Prof. Dr. Ronaldo Bastos
Prof. Dr Norberto dos Santos Martins
Editoração e Impressão
Editora I.E.P.C
Av. Nesralla Rubez, 1324 Cruzeiro SP
CEP 12.710-070
A Revista Científica do IEPC é uma publicação
quadrimestral (editada nos meses de março,
julho e novembro) do I.E.P.C.- Instituto de
Ensino e Pesquisa de Cruzeiro.
Jornalista Responsável
Sergio Luis Santiago R 40.947
Endereço:
Desta forma pretendemos com esta
revista, não somente os trabalhos de
investigação científica, mas também,
trabalhos que possam agregar qualidade
com aplicabilidade àqueles que exercem
a clínica rotineira.
Sendo assim, que sejam bemvindos ao nosso projeto, e que o mesmo
possa preencher lacunas sempre
existentes para aqueles que adotam a
pesquisa como ofício, ou o encantamento
clínico como forma de vida.
Av. Nesralla Rubez, 1324 Cruzeiro SP
Tel (12) 3144-4255 www.iepc.org.br
Prof. Dr. Eduardo César Werneck
Os direitos autorais estão reservados pelo
I.E.P.C.; que resguardará os mesmos sobre os
trabalhos nesta Revista publicados.
Editor Científico
Assinatura: R$ 50,00
Revista Científica do I.E.P.C. - Vol 1, n. 1, 2005
3
SUMÁRIO
Página
6
Avaliação Cefalométrica do Posicionamento
Dental Superior após a Distalização dos Caninos
Empregando a Barra Palatina Fixa como Elemento de
Ancoragem Posterior
Página
20
Setup: Um Valioso Recurso na
Decisão da Exodontia de Incisivo Inferior
Página
32
4
Normas para Publicação
Revista Científica do I.E.P.C. - Vol 1, n. 1, 2005
LANÇAMENTOS E
INFORMAÇÕES GERAIS
Revista Científica do I.E.P.C.
Vol.1, Número 1
Transcrito do Jornal da Sociedade Paulista de
Ortodontia (SPO) ANO XVI, número 78, 2005.
Congresso Nacional de los Odontólogos Ecuatorianos
De 17 a 19 de noviembre de 2005
Curso: "A Disciplina de Alexander Filosofia e Práticas Atuais" - Duração 12 Horas
Ministrador: Prof. Dr. Eduardo César Werneck
Avaliação Cefalométrica do Posicionamento
Dental Superior após a Distalização dos Caninos
Empregando a Barra Palatina Fixa como Elemento de
Ancoragem Posterior
*Eduardo César Werneck
**Flavio Augusto Cotrim-Ferreira
Resumo
E
ste trabalho teve como objetivo avaliar cefalometricamente o
posicionamento dental superior, após a distalização dos caninos,
empregando a barra palatina fixa como elemento de ancoragem
posterior. A pesquisa envolveu a avaliação de telerradiografias em norma
lateral de 58 adultos brasileiros, sendo 38 do gênero feminino e 20 do gênero
masculino. Destes 55 apresentavam maloclusão de classe II e 3, com
maloclusão de classe I. Todos foram tratados ortodonticamente com
aparelhos fixos empregando bráquetes da técnica edgewise, com encaixe
.022” x .030”, e submetidos a quatro exodontias de primeiros pré-molares. Os
pacientes estavam na faixa etária dos 18 aos 33 anos, com média de idade em
torno de 19 anos e 6 meses. A partir da análise cefalométrica avaliou-se o
grau de movimentação dos primeiros molares permanentes superiores no
sentido horizontal e vertical, após a fase de retração dos caninos superiores.
Ainda avaliou-se o grau de movimentação e de inclinação dos caninos
superiores após o término da retração dos mesmos, comparando-se estes
valores,com os valores iniciais. Os resultados evidenciaram perda de
ancoragem molar média de 1,5 mm (6-PTV) e de 0,9 mm (C-ENA), assim
como, alteração do posicionamento vertical dos molares no período,
caracterizado por extrusão dos molares em média de 0,4 mm (C-PP), e de 0,8
mm (C-PF). Todos os pacientes apresentaram movimento efetivo de
distalização de caninos, confirmado pela grandeza cefalométrica 3-PTV, com
valores médios de (4,0 mm). Também foram observadas inclinações dos
caninos superiores, caracterizando divergência de raízes dos mesmos em
relação aos dentes posteriores, com valores médios de 13,9º.
Palavras Chaves: Ancoragem intra-bucal --- Barra Palatina --- Retração de Canino
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Revista Científica do I.E.P.C. - Vol 1, n. 1, 2005
Avaliação cefalométrica do posicionamento dental superior, empregando a barra palatina
fixa como elemento de ancoragem posterior. Rev. Cient. do I.E.P.C. 2005;1(1): 5 - 18.
Introdução
do plano de tratamento elaborado
E
m Ortoontia corretiva as
(Rajcich & Sadowsky – 1999).
exodotias de pré-
Para o controle, estabilização e
molares freqüetemente
preservação da ancoragem dos molares, a
são indicadas e, quando realizadas, as
barra palatina poderia ser de grande
mesmas podem determinar uma melhor
utilidade, permanecendo de forma
estabilidade nos resultados obtidos
passivaaté que a fase final da terapia
(Graber & Vanarsadall – 1994).
ortodôntica fosse completada (Higley –
Desta forma, utilizando-se das
1969).
exodontias como base para as correções
Este dispositivo fixo, em
ortodônticas, deve-se atentar para uma
conjuntocom a subdivisão do movimento
série de variáveis, sendo o controle de
de retração anterior poderá ser de grande
ancoragem, fator relevante para o sucesso
valia na prática ortodôntica. (Alexander
Revisão de Literatura
Com o objetivo de melhor facilitar
!· A biomecânica da distalização dos
aapreciação
caninos
dos
estudos
científicosrealizados, os mesmos foram
!· Avaliação cefalométrica da perda de
agrupados em:
ancoragem
!· A ancoragem dos dentes posteriores
A Ancoragem dos Dentes Posteriores
Hixon et al (1969) ressaltaram
arelevância da ancoragem em
Ortodontiaprincipalmente na resistência
sofrer rotação durante a retração com
cadeias elastoméricas Ramos et al (2000).
P r o f f i t
&
F i e l d s
àmovimentação dentária indesejável;
(2002),enumeraram uma série de métodos
sendo possível a retração anterior
possíveis e utilizados na prática clínica
semquaisquer movimentos dos
como o reforço da ancoragem, e a
dentesposteriores no sentido mesial
subdivisão do movimento.
(Paulson, Speidel & Isaacson - 1970).
Como reforço da unidade de
Assim a barra palatina poderia
ancoragem, os mini-implantes seriam
seraplicada de forma passiva (Burstone
ancoragem estável para o movimento
&Köenig – 1981); se constituindo em
ortodôntico, mas não totalmente estável
fator de ancoragem Park & Kwon (2004),
Liow, Pai & Lin (2004)
mas não de ancoragem moderada por não
Revista Científica do I.E.P.C. - Vol 1, n. 1, 2005
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Avaliação cefalométrica do posicionamento dental superior, empregando a barra palatina
fixa como elemento de ancoragem posterior. Rev. Cient. do I.E.P.C. 2005;1(1): 5 - 18.
A Biomecânica na Distalização
de Caninos
Hixon et al. (1969) verificaram
não existir dados que suportassem a teoria
da força ótima para a retração de caninos.
Os autores postularam que a rotação e
inclinação dos caninos durante a retração
seriam inerentes à movimentação.
Hixon et al (1970) em estudos
anteriores observaram, sobre a relação
força/taxa de movimentação ortodôntica,
que havia inclinação dentária quando
forças acima de 100g foram aplicadas.
Com o tempo total de retração exibindo
resultados que variaram entre 2 a 8
semanas.
Arbuckle & Sondhi (1980), observaram
que a retração de caninos para o espaço do
primeiro pré-molar resultou em
inclinação da raiz daquele para mesial.
Hocevar (1981), afirmou que na
movimentação de caninos para o espaço
da exodontia dos pré-molares, seria
necessária ancoragem vertical e
horizontal dos molares. A ancoragem
horizontal, porque os molares poderiam
mover-se mesialmente, enquanto a
ancoragem vertical pela deflexão
esperada no movimento de translação dos
caninos.
Rossato, Martins & Alves (1983)
avaliaram o tipo de movimento dentário
efetuado pelos caninos, durante sua
distalização, comparando-se os bráquetes
edgewise com encaixe de .022” x .028”
para colagem direta, com bráquetes para
exodontia da técnica straight-wire nos
caninos e primeiros molares. No método
8
convencional o canino apresentou um
movimento de inclinação com a mesma se
acentuando com fios leves, em forças de
alta magnitude; enquanto que no método
com o “Power Arm”, o canino apresentou
uma tendência para o movimento de
corpo, com a espessura do fio e magnitude
de força não interferindo nesta tendência.
Schumacher, Bourael & Drescher
(1991), observaram que a retração de
caninos com elásticos correntes e molas
de níquel-titânio foram preferidas pela
constância da ativação; contudo, quando
foram utilizados ganchos de força ou
molas verticais, movimentos de corpo
foram verificados, embora contra isso
existisse um aumento no atrito entre o fio e
o encaixe dos bráquetes.
Shimizu (1995), ao estudar
mecanismos de fechamento de espaços
nos sítios de exodontias de primeiros prémolares, concluiu com referência às
magnitudes de forças para as retrações de
caninos, que as mesmas, quando aplicadas
para os superiores, deveriam ser de 150 g.
Lotzof, Fine & Cisneros (1996)
compararam o tempo requerido para a
retração de caninos utilizando-se de dois
sistemas de bráquetes pré-ajustados, o
Tip-Edge e o Straigth-wire. Constatou-se
perda de ancoragem apenas na maxila,
porém irrelevante e sem diferenças
estatisticas.
Hasler et al (1997), compararam a
taxa de movimentação de distalização de
caninos entre locais de exodontia recente
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Avaliação cefalométrica do posicionamento dental superior, empregando a barra palatina
fixa como elemento de ancoragem posterior. Rev. Cient. do I.E.P.C. 2005;1(1): 5 - 18.
. Para isto realizaram a primeira exodontia
do primeiro pré-molar em um dos lados da
arcada dentária. E em média, 86 dias após,
realizaram a segunda exodontia de
primeiro pré-molar no outro lado da
arcada. Concluiu-se que o canino no local
de exodontia recente moveu-se
comparativamente mais que no local já
cicatrizado. Ainda, a inclinação no local de
exodontia recente foi também maior.
Iwasaki et al (2000) avaliaram a
aplicação de forças de baixa magnitude
como fator iniciador do movimento
ortodôntico. Os resultados exibiram média
de velocidade de movimentação em torno
de 0,87 e 1,27 mm/mês para 18 e 60 g de
força de retração, respectivamente.
Concluiu-se que o movimento dentário
poderia ser executado com forças de baixa
magnitude
Demarchi (2002), avaliou a
degradação de forças in vitro das cadeias
elastoméricas tendo concluído que:
normalmente o nível de forças é elevado,
mesmo para distensões da ordem de 50%
do comprimento inicial; que as cadeias
elastoméricas experimentaram
degradação de forças que variaram de
acordo com o tempo de exposição e a
marca comercial; que nas primeiras 24
horas, o declínio de forças foi acentuado
para todos os espécimes estudados,
variando de 28,9 a 44,6% e o declínio de
forças prosseguiu com perda adicional que
variou de 5,5 a 9,4%, nos 20 dias restantes.
Na Disciplina Vari Simplex (DVS),
Alexander (2003) ponderou que os caninos
superiores deveriam ser retraídos antes dos
incisivos, pois, dessa forma haveria um
maior controle da ancoragem do molar.
Assim, retraindo-se primeiramente os
caninos e os incisivos numa segunda fase,
a movimentação total de retração teria
menor perda de torque e ancoragem. A
citada distalização de caninos poderia ser
iniciada com elásticos em cadeia, com os
mesmos produzindo forças em torno de
250-300 gramas, em fio de aço redondo
.016”.
Khulberg & Priebe (2003),
propuseram a partir da avaliação
cefalométrica, estudar, os movimentos
dentários verificados em diferentes
sistemas de forças exercidas no
fechamento dos “loops”. Os caninos
retraíram em média, 1,73 mm. A perda de
ancoragem molar ocorreu em média de0,5
mm. Os caninos ainda exibiram típica
inclinação ou translação, e os molares,
movimento mesial de raízes.
Sayin et al (2004) avaliaram o
processo de distalização de caninos com os
segundos pré-molares e os primeiros
molares usados na unidade de ancoragem.
Os caninos com palato-versão, ou,
excessiva lábio-versão não foram
incluídos neste estudo, tendo encontrado
uma distalização média dos caninos em
5,76 mm com 11,47 graus de inclinação.
Os primeiros molares superiores
moveram-se mesialmente em média 0,56
mm e extruiram 0,64 mm.
Shimizu (2004), afirmou que na
retração dos caninos a força necessária
para a retração dos mesmos deveria variar
entre 120 a 200 gramas. E concluiu que: no
fechamento de espaços, a retração
inicial dos caninos seguida da retração dos
incisivos contribuiu para a preservação da
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Avaliação cefalométrica do posicionamento dental superior, empregando a barra palatina
fixa como elemento de ancoragem posterior. Rev. Cient. do I.E.P.C. 2005;1(1): 5 - 18.
Avaliação Cefalométrica da Perda
da Ancoragem
Hart, Taft & Grenberg (1992)
avaliaram clínica e cefalometricamente o
controle mínimo e máximo de ancoragem
em casos de exodontia. Ainda
correlacionaram o tipo de má oclusão
ântero-posterior com a severidade do
apinhamento inferior. Dessa forma os
pacientes que apresentavam apinhamento
menor que 6,0 mm foram colocadas no
grupo de ancoragem moderada e os
pacientes com mais de 6,0 mm foram
colocadas no grupo de ancoragem
máxima. A comparação desses dois grupos
revelou ainda, que houve maior perda de
ancoragem no grupo que também
apresentou sobressaliência inicial maior
que 6,0 mm.
Anic, Slaj & Muretic (1998),
estudaram a capacidade de ancoragem
posterior após as exodontias de prémolares, utilizando o aparelho transpalatal
de Gosgharian como reforço de
ancoragem. Nenhuma diferença foi
encontrada entre as barras palatinas ativas
e não ativas.
Martins et al (1998) afirmaram que
a grandeza cefalométrica relativa à distân
cia da cúspide mesial do molar superior
perpendicularmente ao plano palatino,
apresentaria tendência de aumento
progressivo dos valores, com estabilização
dos mesmos ao redor dos 18 anos.
Rajcich & Sadowsky (1999)
utilizaram uma amostra de 24 pacientes
com média de idade de 18 anos e 9 meses
com exodontia de pré-molares superiores.
Por meio de seis variáveis cefalométricas,
observaram perda de ancoragem mínima
(média de 0,7 mm) mediante o controle de
forças com os primeiros molares
superiores, direito e esquerdo
combinados. Finalmente, não ocorreram
Proposição
M
ediante a análise
cefalométrica, de
adultos jovens
brasileiros, que foram submetidos a
extração de quatro primeiros pré-molares
e retração de caninos superiores
empregando-se a barra palatina como
recurso de ancoragem do molares, este
estudo objetiva:
primeiros molares permanentes superiores
no sentido horizontal e vertical após a fase
de retração dos caninos superiores.
Avaliar o grau de inclinação dos
caninos superiores após o término da
retração dos mesmos, comparando-se
esses valores, com os valores de inclinação
inicial.
Avaliar o grau de movimentação dos
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Revista Científica do I.E.P.C. - Vol 1, n. 1, 2005
Avaliação cefalométrica do posicionamento dental superior, empregando a barra palatina
fixa como elemento de ancoragem posterior. Rev. Cient. do I.E.P.C. 2005;1(1): 5 - 18.
Casuística, Material e Métodos
Foram avaliadas telerradiografias
em norma lateral de 58 adultos brasileiros,
sendo 38 do gênero feminino e 20 do
gênero masculino (Figura 1).
.016” x .022”, por meio de força elástica
de um elástico corrente da marca GAC,
com for ça inicial de 250 gramas
(Figuras 2 e 3);
Todos os pacientes apresentavam as
seguintes características:
&
estavam no início do tratamento na
&
tratados ortodonticamente com
aparelhos fixos empregando bráquetes
da técnica edgewise, com encaixe .022”
x .030”, e submetidos a quatro
exodontias; a distalização de caninos
ocorreu sobre um arco um arco
contínuo de aço trançado de calibre
faixa etária dos 18 aos 33 anos, com
média de idade em torno de 19 anos e 6
meses;
&
apresentavam maloclusão, sendo 3
pacientes com Classe I de caninos, e 55
com classe II;
&
as ativações ocorreram a cada três
semana
Figura 1 - Traçado cefalométrico utilizado com as linhas e
planos de referência complementares:
Revista Científica do I.E.P.C. - Vol 1, n. 1, 2005
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Avaliação cefalométrica do posicionamento dental superior, empregando a barra palatina
fixa como elemento de ancoragem posterior. Rev. Cient. do I.E.P.C. 2005;1(1): 5 - 18.
Figura 2 - Alastik
corrente sendo aplicado.
Figura 3 - Quantidade de ativação
do alastik corrente.
Resultados
A
Tabela 1, mostra os
valores das variações,
das variações médias e
dos desvios das grandezas estudadas.
A tabela 1, que evidencia as
alterações lineares e angulares de
avaliação dos posicionamentos de
primeiros molares, destaca as grandezas
cefalométricas lineares de avaliação do
posicionamento vertical (C-PP, C-PF),
assim como as grandezas cefalométricas
lineares de verificação do posicionamento
horizontal (C-A, C-ENA, 6-PTV).
Finalmente, ainda destaca uma grandeza
angular de avaliação do posicionamento
dos primeiros molares superiores.
A Tabela 1, também apresenta
valores lineares e angulares para a
avaliação do posicionamento dos caninos
superiores, sendo a grandeza
cefalométrica para a avaliação de
movimentação linear de distalização dos
caninos superiores o 3-PTV; enquanto a
grandeza cefalométrica de avaliação
angular da movimentação dos caninos
superiores o 3@.
Estudo das Variações
P
ara se avaliar as variações,
foi aplicado o teste de
Student. Tendo sido
calculados primeiramente as médias e os
desvios (Tabela 1), e então aplicado o teste
estatístico, calculando o valor de t a partir
das expressões do apêndice, verificando se
as variações apresentadas no tratamento
estavam significativamente diferentes de
zero.
valores obtidos no teste de Student foram
comparados aos valores limites para os
casos estudados.
Considerou-se significativa as
diferenças para o nível de 0.05 (5%), assim
como para os resultados de maior
confiança também verificados (99% e 99.9
%).
Para fazer uma análise de quais
diferenças mostravam-se significativas, os
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Variações nas Medidas
Média
dp
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Discussão
O
papel da ancoragem foi
abordada por diversos
autores tais como Hixon
et al (1969); Hart, Taft e Grenberg (1992);
Anic, Slaj e Muretic (1998); Alexander
(2003); Park e Kwon (2004); e Shimizu
(2004).
molares superiores, conforme descrita por
Goshgarian (1972); Burstone e Köenig
(1981); Anic, Slaj e Muretic (1998). Com
os autores Hart, Taft e Gremberg (1992);
Rajcich e Sadowsky (1999) a
considerando como mecanismo de
ancoragem máxima.
Ao pesquisarmos a distalização de
caninos, como alternativa para reduzir a
p e r d a d e a n c o r a g e m p o s t e r i o r,
observamos inúmeros trabalhos que
tentaram investigar: a magnitude de carga,
com a finalidade de se definir um nível de
força ideal para o movimento ortodôntico,
tais como Hixon et al (1969); Hixon et al
(1970); Hocevar (1985; Shimizu (1995);
Iwasaki et al (2000).
Contudo, alguns autores tais como
Paulson, Spiedel e Isaacson (1970); Proffit
e Fields (2002), afirmam que a ancoragem
somente seria mais efetiva com aparelhos
extra-bucais, ao contrário dos resultados
dos trabalhos de Rajcich e Sadowsky
(1999).
Outras pesquisas procuraram aferir
a direção de movimentação dentária, tais
como os trabalhos de Rossato, Martins e
Alves (1983).
Estudou-se também a duração do
período de retração nos trabalhos de
Lotzof, Fine e Cisneros (1996); e a força a
ser utilizada na reativação nas pesquisas de
Iwasaki et al (2000).
Ainda observamos estudos à
respeito da aplicação dos mini-implantes
nos trabalhos de Hong, Heo e Ha (2004);
Liow, Pai e Lin (2004); Park e Kwon
(2004).
Nesse experimento empregou-se,
para reforço de ancoragem posterior
durante a fase de retração dos caninos
superiores, a barra trans-palatina soldada e
adaptada de forma passiva aos primeiros
14
Para a avaliação do processo de
distalização dos caninos e da perda de
ancoragem molar, foram utilizados
métodos cefalométricos conforme os
anteriormente realizados por Hart, Taft e
Gremberg (1992); Rajcich e Sadowsky
(1999); Khulberg e Priebe (2003).
Nossa pesquisa foi realizada em
pacientes fora do período de crescimento
do complexo crânio-facial, uma vez que
existem grandes alterações dentoesqueletais na fase de infância e
adolescência. Na fase de crescimento
constatam-se modificações tanto no
sentido horizontal, para os primeiros
molares superiores, quanto no sentido
vertical, com aumentos progressivos de
1,0 mm/ano e d.p. de 2,1, de acordo com
Martins et al (1998). Em nossa pesquisa
foram utilizados tanto valores
cefalométricos angulares quanto lineares
(Martins et al 1998).
Revista Científica do I.E.P.C. - Vol 1, n. 1, 2005
Avaliação cefalométrica do posicionamento dental superior, empregando a barra palatina
fixa como elemento de ancoragem posterior. Rev. Cient. do I.E.P.C. 2005;1(1): 5 - 18.
E para se ter mais segurança no
controle da ancoragem posterior Proffit e
Fields (1992); Khulberg e Priebe (2003)
descreveram outros mecanismos que
deveriam ser utilizados para que o
conceito de ancoragem no tratamento
ortodôntico tenha uma abordagem de
maior individualização.
O ideal seriam forças aplicadas às
mais próximas possíveis do centro de
resistência dos dentes, que na prática
clínica são inviáveis, pois somente
desta forma teríamos a movimentação
de corpo dos caninos descritos por
Rossato, Martins e Alves (1983);
principalmente, se as forças forem
aplicadas por vestibular e palatina
evitando a possibilidade de
inclinação/rotação relatados por Hixon
et al (1970).
Hixon et al (1969); Hocevar
(1981); Gjessing (1985) descreveram
que a inclinação/rotação de caninos
pode produzir outro problema que é a
deflexão de arcos; para isso foram
avaliadas as grandezas cefalométricas 3
angular (grau de paralelismo entre o
longo eixo do primeiro molar superior e
longo eixo dos caninos superiores em
relação ao plano de Frankfurt).
Como conseqüência da
distalização de caninos, neste estudo
sobre uma amostra de 58 pacientes
adultos, foram observadas médias de
alterações que indicaram
movimentações no sentido mesial para
as grandezas cefalométricas C-A (-1,2
mm com d.p. de 1,2) e C-ENA (-0,9 mm
com d.p. de 1,4), e também para o 6PTV (1,5 mm com d.p. de 1,9),
caracterizando portanto, uma
mesialização de primeiros molares
durante a distalização dos caninos
superiores.
Estes valores estão
em concordância com aqueles
encontrados por Burstone e Köenig
(1976); Hocevar (1981); Charles &
Jones (1982); Hart, Taft & Gremberg
(1992); Ong e Woods (2001); embora
alguns autores a tivessem denominado
como incipientes, Rajcich e Sadowsky
(1999); Khulberg e Priebe (2003); Sayn
et al (2004).
Verificando a movimentação dos
primeiros molares observou-se
também alterações no sentido vertical,
confirmado pelos valores da Tabela 1,
para as grandezas cefalométricas C-PP
e C-PF em médias de respectivamente
(0,4 mm e d.p.) e (0,8 mm com d.p. de
1,4).
Segundo a Tabela 1, os valores
confirmam a inclinação dos caninos
superiores, após a sua movimentação,
em valores médios de 13,90 com d. p.
de 6,5 portanto, muito próximos aos
encontrados por Sayin et al (2004), que
obtiveram inclinações de coroas com
médias de 11,470.
Revista Científica do I.E.P.C. - Vol 1, n. 1, 2005
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Avaliação cefalométrica do posicionamento dental superior, empregando a barra palatina
fixa como elemento de ancoragem posterior. Rev. Cient. do I.E.P.C. 2005;1(1): 5 - 18.
Se avaliarmos os
resultados da Tabela 1,
observamos movimento
efetivo para distal de 4,0
mm com d.p. de 2,3
independente do padrão
facial, com valores
próximos aos já
anteriormente
verificados por Liou &
Huang (1988); Sayin et al
(2004).
O período de
duração do experimento
variou entre 4 a 8 meses.
Conforme relatos
anteriores, o fator tempo
pode se transformar num
componente crítico,
principalmente quando o
mesmo estiver
aumentado, segundo
afirmam Hixon et al
(1970).
Finalmente, a
distalização dos caninos
superiores, como recurso
para subdividir o
movimento de retração
anterior e proporcionar o
reforço da ancoragem
posterior, adicionado ao
recurso da barra palatina
soldada às bandas dos
primeiros molares
superiores pode ser um
meio de individualizar o
controle da unidade de
ancoragem posterior,
sem que seja necessários
a cooperação do
paciente.
Conclusões
Considerando os resultados obtidos no período pesquisado
podemos concluir:
!existe perda de ancoragem molar média de 0,9 mm (segundo C-ENA),
assim como existe alteração do posicionamento vertical dos molares,
caracterizado por extrusão dos molares em média de 0,4 mm (segundo
C-PP), e de 0,8 mm (segundo C-PF);
!os pacientes apresentaram movimento efetivo de distalização de
caninos, confirmado pela grandeza cefalométrica 3-PTV, com valores
médios de 4,0 mm, sendo também observadas inclinações dos caninos
superiores, caracterizando divergência de raízes destes em relação aos
dentes posteriores, com valores médios de 13,90.
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Avaliação cefalométrica do posicionamento dental superior, empregando a barra palatina
fixa como elemento de ancoragem posterior. Rev. Cient. do I.E.P.C. 2005;1(1): 5 - 18.
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Avaliação cefalométrica do posicionamento dental superior, empregando a barra palatina
fixa como elemento de ancoragem posterior. Rev. Cient. do I.E.P.C. 2005;1(1): 5 - 18.
SUMMARY
The objective of this work was evaluate, cephalometricly, the superior dental
position, after canine tooth dentalization using the palatal bar fixed like a posterior
anchorage element. The research analysed the telerradiography in side norm of 58
brazilian adults, so that 38 it was female sex and 20 of masculine sex. From these, 55
carrier of class II malocclusion and 3 with class I malocclusion. Everybody was
treated orthodonticly with fixed sets using BRÁQUETES of Edgewise technicist
with mortice .022” x .030”, and submitted to four exodonthic on the first premolar
teeth. The patients was ages between 18 to 33 years old with average of 19 ½ years
old. Among the class II patients 30 presented superssalience upper 6,0 mm and 24
presented superssalience up to 6,0 mm. From the cephalometrics analysis it was
evaluated the stage of movement of first superior permanents molars on horizontal
and vertical direction, after the end of retraction of superior canine tooth phase. It was
evaluated the movement and inclination stage of superior canine tooth, after the end
of his retraction, confronting these information with the inicial report. The results
detach lose of molar anchorage between 1,5 mm (6 PTV) and 0,9 mm (C ENA),
such as alteration of vertical position of molars in the lapse of time, characterized by
an extrusion of molars between 0,4 mm (C-PP) and 0,8 mm (C-PF). All patients
presented effective movement of canine tooth distalization, confirmed by
cephalometric magnitude 3-PTV, on the average 4,0 mm. Also, it was observed
inclination of superior canine tooth, characterizing divergence of his nerve in respect
to posterior tooth, on average 13,9°.
Key words: anchorage - transpalatal arch - orthodontic fixed
·
Especialista e Mestre em Ortodontia
Endereço para correspondência:
[email protected]
Revista Científica do I.E.P.C. - Vol 1, n. 1, 2005
19
Setup: um valioso recurso na
decisão da exodontia
de incisivo inferior
* Stela Maris Bassi de Carvalho
Resumo
E
ste trabalho visa demonstrar a possibilidade de tratamento com
extração de incisivo inferior como uma alternativa para alguns tipos
de maloclusões. Quando bem indicada a extração de incisivo inferior
leva a um tratamento com grandes chances de sucesso. O Diagnóstico com o
Setup, é uma ferramenta indispensável no planejamento de casos com
extração de incisivo inferior, pois será um recurso valioso para que não
somente o ortodontista, mas também o próprio paciente possa ter uma melhor
compreensão da necessidade da extração de incisivo inferior mostrando aos
mesmos a finalização do caso estética e funcionalmente.
Introdução
A
extração de incisivo
confirmando ao ortodontista que a
inferior ainda hoje não
extração trará uma oclusão aceitável,
é bem aceita pelos
predizendo o sucesso no plano de
pacientes, pais e também causa
tratamento proposto.
Quando
controvérsias entre ortodontista pois não é
bem indicada a extração de um incisivo
um tratamento de rotina.
inferior torna-se um ótimo recurso, e
O Setup ajuda na decisão da
talvez o único em alguns casos, para um
exodontia de incisivo inferior mostrando o
bom relacionamento oclusal, e
resultado final aos pacientee pais,
contribuindo assim para harmonia facial
20
Revista Científica do I.E.P.C. - Vol 1, n. 1, 2005
Setup: um valioso recurso na decisão da exodontia
de incisivo inferior. Rev. Cient. do I.E.P.C. 2005;1(1): 19 - 30
Revisão de Literatura
Indicações para extração de incisivo inferior
D
e acordo com Tuverson
tamanho da discrepância em geral
(1980) as indicações que
maior que 2mm; formato das coroas de
devem ser levadas em
incisivos superiores e inferiores (pois
consideração para resultados favoráveis no
com formatos triangulares poderão ser
tratamento ortodôntico são: discrepância no
feitos desgastes interproximais);
comprimento do arco interoclusal anterior;
espessura de esmalte nas coroas dos
ausência, malformação ou patologia
incisivos superiores; largura da raiz
envolvendo incisivos inferiores; ausência do
dos incisivos superiores e inferiores;
incisivo central ou lateral superiores; classe
inclinação de incisivos superiores e
II com protrusão maxilar fora da fase de
inferiores; estado da coroa dos
crescimento com excessiva inclinação
incisivos inferiores; estabilidade no
vestibular dos incisivos inferiores; classe I
tratamento.
com biprotrusão e apinhamento dentário
Segundo Moore (2000), as
indicações para este tipo de extração
são: quando o excesso de expansão
poderá causar instabilidade ao
tratamento; quando a extração de prémolares vai trazer prejuízo ao perfil
facial; quando o apinhamento dentário
anterior no arco inferior é maior que no
arco superior.
anterior inferior.
De acordo com Owen (1993),
pacientes indicados para extração de um
incisivo inferior usualmente deverão seguir
um diagnóstico padrão: relação de classe I de
molar e canino de Angle; moderado
apinhamento de incisivos inferiores com
pequeno ou nenhum apinhamento no arco
superior; perfil aceitável; moderada
sobremordida e sobressaliência; mínimo
potencial de crescimento; ausência de
incisivos laterais superiores ou estes dentes
conóides; excesso de material dental anterior
inferior com discrepância de Bolton maior
que 3 mm pois, se a discrepância for menor
poderá ser indicada à redução interproximal.
Para Kokich & Shapiro (1998),
certos princípios deverão ser avaliados na
decisão da extração de incisivo inferior:
Os autores Lorsiripat &
Kitsahawong (2001) dizem que o
procedimento de extração deverá ser
indicado seguindo algumas situações
clínicas: anomalias no número de
dentes anteriores; anomalias no
tamanho; patologias evolvendo
incisivos inferiores; erupção ectópica
de incisivos inferiores; Classe I com
biprotrusão e apinhamento inferior
anterior; Classe I com apinhamento
anterior inferior mas boa oclusão
dental posterior; Classe I com mordida
Revista Científica do I.E.P.C. - Vol 1, n. 1, 2005
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Setup: um valioso recurso na decisão da exodontia
de incisivo inferior. Rev. Cient. do I.E.P.C. 2005;1(1): 19 - 30
tecido gengival, e, em algumas situações
particulares como, por exemplo, Classe I
com biprotrusão ou casos de Classe II com
protrusão maxilar e apinhamento anterior
inferior onde deverá ser feita a extração de
um incisivo inferior combinado com a
extração de dois pré-molares superiores.
Contra-Indicações para casos de
extração de incisivo inferior
P
ara Peck & Peck (1972),
casos com exodontia de
um incisivo inferior tem
sido raramente publicados, talvez porque
um reduzido número de pacientes
preencha os requisitos para tal tipo de
procedimento.
Lorsiripat & Kitsahawong (2001),
acham que extrações de dentes no
tratamento de maloclusões tem causado
muitas controvérsias na história da
ortodontia. Em alguns casos as extrações
de dentes são inevitáveis por muitas
razões. A questão é qual dente deverá ser
extraído?
Os primeiros pré-molares são os
mais sacrificados na maioria dos casos por
várias razões: eles usualmente
erupcionam antes de outros dentes
posteriores com exceção dos primeiros
molares, a extração de pré-molares
Vantagens na
extração de
incisivo
inferior
22
permite a erupção dos caninos
permanentes e suas posições são no
centro de cada hemiarcada neste caso o
espaço da extração poderá servir para
correção tanto da discrepância posterior
quanto para anterior.
A remoção de incisivo inferior
tem sido relatada desde 1942 para ajudar
na correção de maloclusão de Classe III.
As experiências foram feitas no
tratamento de pacientes com três
incisivos inferiores devido à agenesia de
um incisivo.
Nóbrega & Chianelli, relatam
que atualmente quando se inicia um
tratamento em um paciente, espera-se
resolver problemas no campo da estética
dental, estabilidade da oclusão, estética
facial, saúde periodontal e oclusão
funcional, ainda que não hajam critérios
claros para que se estabeleça quais as
D
e acordo com Grob (1995) a
extração de incisivo inferior
traz as seguintes vantagens,
que deverão ser os objetivos do tratamento:
correção da discrepância da linha média
maxilar; promover um melhor alinhamento dos
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Setup: um valioso recurso na decisão da exodontia
de incisivo inferior. Rev. Cient. do I.E.P.C. 2005;1(1): 19 - 30
maxila e mandíbula para melhor estética,
função e higiene; desenvolver uma
proteção de toda a oclusão; manter um
aceitável perfil facial e tônus muscular;
compensar excesso de massa dental
mandibular com a remoção de um incisivo
inferior.
Segundo Moore (2000), a extração
de incisivo inferior tem as seguintes
vantagens: minimiza o efeito no perfil;
mantém a oclusão posterior; minimiza o
movimento dental; encurta o tempo de
tratamento ortodôntico; melhor
estabilidade do alinhamento dos incisivos
inferiores.
Para Lorsiripat & Kitsahawong
(2001) as vantagens são: criar espaços na
área da discrepância; melhora o
alinhamento da raiz e aumenta o osso
interdental; protege as estruturas de
suporte do dente e melhora os problemas
de gengiva; minimiza mudanças no perfil;
diminui o número de dentes a serem
extraídos; limita o movimento somente
aos dentes necessários; reduz o tempo de
tratamento; simplifica a mecanoterapia;
Desvantagens em
casos com extração de
incisivo inferior
Existem algumas desvantagens
em casos de maloclusões tratadas com
extração de incisivos inferiores: linha
média perdida, devendo agora a linha
média superior coincidir com o plano
sagital mediano e com a metade da coroa
do incisivo inferior mais central; redução
da distância intercaninos; aumento da
sobremordida e da sobressaliência, que
serão compensadas na etapa de
finalização do caso.
dizem que os fatores que
devem ser considerados na
decisão de qual incisivo
deverá ser extraído são os
seguintes: quantidade de discrepância
anterior no comprimento do arco;
tamanho do dente; condições periodontais
e do dente; relação das linhas médias
superior e inferior; geralmente remove-se
o incisivo mais próximo da discrepância.
Decisão de qual dente
deverá ser extraído
D
e acordo com Moore
(2000) você deverá
remover o incisivo
central com pior prognóstico, algum
problema periodontal ou restaurações
comprometidas.
Lorsiripat & Kitsahawong (2001),
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Setup: um valioso recurso na decisão da exodontia
de incisivo inferior. Rev. Cient. do I.E.P.C. 2005;1(1): 19 - 30
Estabilidade em casos com
extração de
incisivo inferior
R
iedel
(1974)
sugeriu
que em casos de extração
inferior devido a grande
estabilidade nesta área
poderá haver ausência de
contenção permanente.
Tuverson (1980)
diz que o fechamento do
espaço da extração é um
procedimento simples mas
é imperativo que ocorra
paralelismo das raízes. Se o
caso for finalizado com
divergência de raízes, um
perceptível espaço
ocorrerá no local da
extração. Ocasionalmente
mesmo com o paralelismo
das raízes um pequeno
espaço poderá acontecer. O
pequeno espaço interdental
poderá ser usualmente
e l i m i n a d o o u
perceptivelmente
eliminado com a redução
de esmalte interproximal,
reduzindo a ponto de
contato das coroas
adjacentes ao local da
extração.
P a r a Va l i n o t i
(1994), casos com extração
de um incisivo inferior
exibem menos recidiva de
apinhamento depois da
contenção. Isto pode
ocorrer devido aos dentes
próximos ao local da
extração permanecerem
perto de suas posições
originais onde músculos
pressionam menos
diminuindo assim a
instabilidade. Outra
Diagnóstico
Setup
S
possibilidade é o mínimo
estresse na ancoragem
adjacente durante o
fechamento do espaço
deixando todo o espaço
para correção anterior.
Lorsiripat &
Kitsahawong (2001),
dizem que mais importante
que a evolução do
tratamento de extração de
incisivo inferior é a
estabilidade póstratamento. A falta de um
plano de tratamento
correto pode certamente
prejudicar a estabilidade
do caso.
Nóbrega &
Chianelli (2004), acham
que a estabilidade póstratamento ortodôntico
bem como o equilíbrio
etup é a remoção e remontagem de dentes
do modelo de gesso em posições
experimentais, com finalidade diagnóstica.
Moyers (1979), diz que a montagem de diagnóstico
(Setup) é necessário nos casos com problemas de difícil manejo de espaço, onde se
verifiquem precisamente, antes de iniciar o tratamento ortodôntico: a quantidade e a direção
do movimento de cada dente. O Setup é uma técnica prática para visualização de problemas
de espaço em três dimensões na dentição permanente na qual cortamos os dentes de uma
série de modelos e os recolamos em posições mais desejáveis.
24
Revista Científica do I.E.P.C. - Vol 1, n. 1, 2005
Setup: um valioso recurso na decisão da exodontia
de incisivo inferior. Rev. Cient. do I.E.P.C. 2005;1(1): 19 - 30
O
s modelos de registro
não são usados para
esta técnica, pois
devem ser reservados para comparação
com a montagem de diagnóstico e com
os modelos de registros progressivos.
P a r a Tu v e r s o n ( 1 9 8 0 ) , o
diagnóstico Setup é imperativo e
informativo para um tratamento com
extrema exatidão. O Setup é valioso
em: determinar se um incisivo poderá
ser extraído; mostrar a relação oclusal
no final do tratamento; determinar qual
dente deverá ser extraído; mostrar a
quantidade de redução de esmalte
interproximal nos incisivos superiores
se for necessário; prever o sucesso do
plano de tratamento proposto; mostrar
ao paciente e/ou seus pais o fechamento
do espaço da extração e o possível
desvio de linha media
antecipadamente.
Para Tavares & Zanini (1999) o
Setup é a montagem dos dentes de
modelos de gesso baseada em um plano
de tratamento ortodôntico objetivando
visualizar a oclusão que será obtida
com o tratamento antes mesmo de seu
inicio. A confecção do Setup deveria
fazer parte de todo planejamento
ortodôntico e sua elaboração deverá ser
iniciada somente após o exame clínico,
Confecção
do Setup
análise cefalométrica e das fotografias, e
o estudo dos modelos (discrepância de
espaços, discrepância de Bolton e
verificação de assimetrias, uma vez que
todos os procedimentos de montagem do
Setup serão baseados no plano de
tratamento.
Analisando o Setup pode-se
observar : se a sobremordida e a
sobressaliência estão corretas; se a
intercuspidação dos dentes posteriores
ficou excelente; se a distância
intercaninos e intermolares foram
mantidas.
Através do Setup pode-se avaliar
diversas opções de tratamento para um
mesmo paciente, executando-se
diferentes montagens de dentes. O
resultado obtido poderá então ser exposto
ao paciente de forma muito mais
compreensível do que apenas uma
explanação teórica daquilo que se
pretende com o tratamento ortodôntico.
Segundo Nóbrega & Chianelli
(2004), para o diagnóstico de um caso,
objetivos e critérios claros são uma
necessidade, acompanhados de um plano
de tratamento que identifique todas as
áreas de problemas e que também avalie
os resultados obtidos. Sem esta conduta o
diagnóstico se torna subjetivo, as metas
1. Inicialmente os dentes deverão ser numerados
para evitar que sejam confundidos após terem sido
removidos do modelo.
2. A linha média dentária deverá ser marcada em
ambos os modelos.
Revista Científica do I.E.P.C. - Vol 1, n. 1, 2005
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Setup: um valioso recurso na decisão da exodontia
de incisivo inferior. Rev. Cient. do I.E.P.C. 2005;1(1): 19 - 30
3. A remoção dos dentes
tem início fazendo-se um
túnel na altura das raízes
dos incisivos, com uma
broca esférica n. 6. Através
do túnel feito com o auxílio
da broca passa-se a
serrinha que é presa ao arco
de ambos os lados.
4. Os dentes são serrados
tanto no sentido horizontal
como no vertical
p r o c u r a n d o - s e
acompanhar a anatomia
das raízes, e sem tocar nos
pontos de contato dos
dentes para não alterar a
suas dimensões mésiodistais.
5. Os dentes então são
soltos através de uma leve
pressão dos dedos, para
que não se perca material
no sentido mésio-distal.
6. Após a remoção dos
dentes as raízes recebem
uma forma mais natural,
desgastando-se o gesso
com uma fresa em forma
de pêra, evitando-se desta
forma interferências
q u a n d o
d o
reposicionamento dos
dentes.
7. Nas bases dos modelos e
na porção apical das raízes
são feitas retenções que
são preenchidas com cera
utilidade, que será o
primeiro meio de
sustentação para os dentes.
8. A montagem do Setup é
iniciada pelos incisivos
inferiores, a seguir são
montados os caninos e
outros dentes dependendo
do plano de tratamento.
9. Após terem sido
montados e a oclusão
considerada a melhor
possível, será adicionada
cera n.7 para fixar os
dentes nas posições
definitivas.
10. Para finalizar, faz-se
então a escultura da
gengiva com auxílio de
Relatos de caso e conclusão
E
xistem
poucos
relatos
sobre Extração de Incisivos
Inferiores na Literatura
talvez porque este seja um
procedimento reservado
para casos atípicos, devendo
ser feito um bom plano de
tratamento para que não
existam erros na escolha
desta técnica. O Setup é um
Caso I
recurso que se torna
e s s e n c i a l n o
planejamento da
extração de um incisivo
i n f e r i o r, c o m e s t e
diagnóstico poderá ser
visualizado antes do
início do tratamento qual
dente poderá ser
extraído, a quantidade e a
direção de movimento de
cada dente . O
P
diagnóstico Setup tem
como objetivo a
verificação da oclusão
final antes do início do
tratamento. O resultado
obtido com a confecção
do Setup, poderá além de
auxiliar o Ortodontista
tornar o tratamento de
e s c o l h a m a i s
compreensível para o
paciente.
aciente do sexo masculino, com 23 anos e 2
meses, apresentou-se para tratamento
ortodôntico com a queixa principal de mordida
cruzada anterior. Ao exame clínico e análise cefalométrica, constatou-se um padrão
braquifacial com tendência a Classe III.
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Setup: um valioso recurso na decisão da exodontia
de incisivo inferior. Rev. Cient. do I.E.P.C. 2005;1(1): 19 - 30
Devido à idade, análises cefalométrica, clínica, de modelos e Setup o tratamento de
escolha foi com extração de 1 (um) incisivo inferior.
Figura 1: Vista frontal mostrando
FIGURA 2: Vista lateral com aspecto
a mordida cruzada anterior.
de maloclusão de Classe III.
FIGURA 3: Vista frontal mostrando o
descruzamento da mordida anterior.
FIGURA 4: Vista lateral direita.
FIGURA 5: Vista lateral esquerda.
P
FIGURA 6: Vista oclusal
aciente, sexo masculino, com 28 anos e
11 meses, procurou por tratamento
ortodôntico com a queixa principal de
espaço nos dentes inferiores anteriores devido a perda de um dente por doença
periodontal, em análise clínica e cefalométrica foi constatado padrão braquifacial,
protrusão mandibular e maxilar, relação de molar e caninos de Classe II. O
tratamento de escolha após análise clínica, cefalométrica
Caso II
Revista Científica do I.E.P.C. - Vol 1, n. 1, 2005
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Setup: um valioso recurso na decisão da exodontia
de incisivo inferior. Rev. Cient. do I.E.P.C. 2005;1(1): 19 - 30
de modelos foi a extração dos dois primeiros
pré-molares superiores e utilizar o espaço da
perda do incisivo inferior.
FIGURA 1: Ausência do dente 41
devido doença periodontal.
Relação de Classe II de Caninos.
FIGURA 2: Aspecto lateral caracterizado
porRelação de Classe II de Caninos.
FIGURA 3: Vista Frontal,
após o fechamento dos espaços
das extrações e da ausência.
FIGURA 5:Vista lateral esquerda
FIGURA 4:Vista lateral direita
FIGURA 6: Aspecto oclusal do arco inferior,
após fechamento de espaço do dente 41
P
aciente, sexo masculino, 18 anos, apresentou-se
para tratamento ortodôntico com a queixa
principal de falta de alinhamento dos dentes, em
análise clínica, cefalométrica e de modelos constatou-se padrão mesofacial, perfil reto,
Classe I dentária e apinhamento dentário inferior anterior. Após as avaliações de
diagnóstico, incluindo o diagnóstico Setup o tratamento de escolha foi a extração de um
incisivo inferior.
Caso III
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Setup: um valioso recurso na decisão da exodontia
de incisivo inferior. Rev. Cient. do I.E.P.C. 2005;1(1): 19 - 30
FIGURA 1: Aspecto anterior antes do inicio
do tratamento.
FIGURA 2:Canino direito em relação de
Classe I.
FIGURA 3: Canino esquerdo em relação de
Classe I.
FIGURA 4: Vista frontal no início
do tratamento.
FIGURA 5: Vista oclusal mostrando severo
apinhamento dentário anterior inferior.
FIGURA 6: Espaço do dente 41 logo
após a extração.
Confecção do setup
FIGURA 1:Vista frontal dos modelos de
estudo.
FIGURA 2: Vista lateral mostrando
bom relacionamento oclusal posterior
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FIGURA 3: Modelo de trabalho , arco e serra
Troquel.
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FIGURA 4: Modelo de trabalho com os
serrados.
FIGURA 5: Remoção dos dentes com leve.
pressão digital.
FIGURA 6: Modelo e os dentes serrados.
FIGURA 7: Broca para melhorar o formato
dos dentes que serão reposicionados.
FIGURA 8: : Modelo após montagem dos
dentes nas posições ideais e modelo de estudo.
FIGURA 9: Vista oclusal do modelo Setup
e modelo de estudo.
FIGURA 10: Vista frontal do modelo Setup
em oclusão
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Setup: um valioso recurso na decisão da exodontia
de incisivo inferior. Rev. Cient. do I.E.P.C. 2005;1(1): 19 - 30
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Summary
This work has done with a view to prove the chance of treatment with extraction of inferior foretooth like an alternative to some kind of specific
maloclusion. The extraction of inferior foretooth, when well-directed, result in a treatment with great chance of fully succeeded. The Setup
Diagnosis is an indispensable instrument to planning cases with extraction of inferior foretooth, because it is a precious resources, as orthodontic
surgeon as patient, to make a comprehension of necessity extraction of inferior foretooth, showing the esthetic and functionally conclusion of the
case.
* Aluna do Curso de
Especialização-MEC do IEPC
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