FIM DO MITO, INÍCIO DA RAZÃO
Com o fim do mito grego que mais não explica o mundo, teve início uma nova
época, a da filosofia que se originou em Mileto (escola de Mileto ou milesiana, séc. VI a.C.)
na Grécia que abrigou os três primeiros filósofos da historia que são: Tales, Anaximandro e
Anaxímenes.
Seus objetivos eram de construir uma doutrina que explicasse as coisas do mundo
de forma racional e as características do universo, substituindo assim as explicações míticas
sobre a origem do universo. O objeto dos primeiro filósofos era o de busca o elemento
primordial ou as substâncias originais de todas as coisas existentes na natureza.
Ao tentar explicar a natureza a partir das coisas, acabou por reduzir sua
multiplicidade a um único principio e elemento que rompem com a forma do pensamento do
mundo antigo. Assim, consagram um novo tipo de pensamento baseado na razão e não mais
no sobrenatural e no conhecimento mítico. O pensamento filosófico procura explicar tudo
através do conhecimento e da reflexão.
Começando com Tales, sendo natural de Mileto (640-550 a.C.) conhecido como o
“pai da filosofia”, era um astrônomo que espantava os habitantes de Mileto, pois dizia que o
sol e as estrelas eram simples bolas de fogo. Tales pregava a filosofia da criação natural das
coisas. Onde a natureza é a substancia primordial, a formação das coisas existentes. É
considerado como o primeiro filosofo a estudar a natureza das coisas. Para ele, a água foi
tomada como o principio básico de tudo. Ele é o criador da frase de que a água é a origem de
todas as coisas, tudo seria alteração da água, em diversos graus acreditando que o alimento
de toda coisa é úmido. Na sua época, Tales foi o mais famoso por ter previsto o eclipse, que
segundo os astrônomos deve ter ocorrido no ano de 585 a.C.
Já Anaximandro (610-540) natural de Mileto, filosofo da escola jônica (escola de
Mileto) sendo discípulo de Tales foi considerado o melhor geógrafo, matemático, astrônomo
e político, ficou famoso na antiguidade por ter desenhado um mapa, foi o primeiro a criar um
conceito de lei universal presidindo o processo de criação do universo, estabeleceu que o
princípio de todas as coisas fosse o ilimitado (apeíron, segundo os filósofos pré-socráticos, a
matéria que é o fundamento eterno de todas as coisas e confere unidade e permanência ao
universo, o qual, na sua aparência, é o múltiplo, mutável e transitório) por achar que o
principio é um elemento e que o calor faz parte desse princípio.
Para ele, a origem de todos os seres, trata-se de um elemento não determinado,
substância eterna e duradoura, infinita e invisível que é o apeíron, não acreditava na
mudança, mas na separação dos contrários, como exemplo: contrários são quente e frio, seco
e úmido e outros, não é e nem se confunde com nenhuma das substancias já determinadas,
mas contêm em si todas as possibilidades de determinação, ele cria nos quatro conceitos
básicos; nasce, cresce, reproduz-se e morre.
Entretanto Anaxímenes (floresce em 450 a.C) natural de Mileto, formou o trio de
pensadores tradicionalmente considerados os primeiros filósofos do mundo Ocidental. Ele
afirmava que a natureza é uma só subjacente, como a que é ilimitada, mas não indefinida.
Porém, o elemento primordial para ele era o ar, acreditava que tudo era uma massa rarefeita,
pois se transforma nas várias substancias que vão formar as coisas através do processo de
rarefação por um duplo movimento de condensação, para o mesmo o ar era uno e
multiplicado, pois é algo que não se pode aprender, através de seus movimentos: o ar é a
respiração e a vida, o fogo é o ar rarefeito; a água, a terra, a pedra são formas cada vez mais
condensadas do ar, formando assim os três estados da matéria - gasoso, liquido e sólido.
As diversas coisas que existem mesmo apresentando qualidades diferentes entre si,
reduzem-se as variações quantitativas (mais raro, mais denso) desse único elemento o ar. O
mesmo descreve como a terra sendo em forma de uma mesa redonda e que o ar envolve tudo:
“Assim como a nossa alma sendo ar nos sustenta, assim também à respiração e o ar envolve o
mundo todo”, ou seja, a alma e que mantém o homem unido, o ar é fluido, se sente, mas não
se vê.
Contudo fica claro que, a filosofia acaba por romper com o mito, se antes o mito
nascia, hoje não nasce mais, se tudo que existe provem da natureza então a mesma é real.
Kathia Luiz Ferreira
UFMS - Graduanda em História
Orientador Marlon Leal Rodrigues – UEMS
Núcleo de Estudos em Análise do Discurso
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Fim do Mito, Início da Razão