Rendimento do cultivar de milho Celeron TL em diferentes densidades
populacionais de plantas e espaçamentos entrelinhas em cultivo de primeira safra
em Colorado do Oeste/RO
Georgio Martins Moreira1, Rafael Henrique Pereira dos Reis2, Ernando Balbinot1, Thiago de
Souza Rizzi3, Dayenne Mariane Herrera3, Roberlan Ferreira da Silva3
Graduando do Curso de Engenharia Agronômica – IFRO Câmpus Colorado do Oeste. e-mail: [email protected]
Professor do IFRO Câmpus Colorado do Oeste. e-mail: [email protected]
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Graduando do Curso de Engenharia Agronômica. Bolsista DEPIPG – IFRO Câmpus Colorado do Oeste.
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Área do conhecimento do CNPQ: 5.01.03.01-6 - Manejo e tratos culturais
Agência de fomento: CNPq e IFRO.
Resumo: O arranjo especial de plantas pode ser manipulado através de mudanças na densidade de
plantas e no espaçamento entrelinhas promovendo distribuição mais uniforme de plantas por área,
possibilitando melhor utilização da luminosidade, água e nutrientes. Sendo assim o objetivo deste
trabalho foi avaliar os componentes de rendimento e produtividade do milho Celeron TL sob diferentes
arranjos espaciais em Colorado do Oeste-RO. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos
casualizados arranjado em esquema fatorial duplo (2x3), sendo o primeiro fator duas densidades
populacionais de plantas (80.000 e 100.000 plantas ha -1) e o segundo fator os espaçamentos entrelinhas
(0,40; 0,60 e 0,80 m). Não houve interação entre os fatores avaliados comprimento e diâmetro de espigas
e produtividade de grãos. A maior densidade populacional de plantas provocou redução no diâmetro das
espigas, independentemente dos espaçamentos. No entanto, a produtividade de grãos não foi afetada
pelos fatores avaliados.
Palavras–chave: arranjos espaciais, comprimento de espigas, diâmetro de espigas, Zea mays
Yield of maize cultivar Celeron TL in different plant densities and row spacings in
the first crop cultivation in Colorado do Oeste, Rondônia, Brazil
Abstract: The special arrangement of plants can be manipulated through changes in plant density and
row spacing promoting more uniform distribution of plants per area, enabling better use of light, water
and nutrients. Therefore the objective of this study was to evaluate the yield and productivity of maize
under different Celeron TL spatial arrangements in Colorado do Oeste-RO, Brazil. The experimental
design was a randomized complete block arranged in a factorial double (2x3), the first factor both
densities of plants (80,000 and 100,000 plants ha-1) and the second factor the row spacings (0.40, 0.60
and 0.80 m). There was no interaction between the factors evaluated length and diameter of ears and
grain yield. The highest population density of plants caused a reduction in the diameter of the ear,
regardless of spacing. However, grain yield was not affected by the factors evaluated.
Keywords: spatial arrangements, ear length, ear diameter, Zea mays
Introdução
A cultura do milho constitui-se como um dos principais cereais do mundo. No Estado de
Rondônia o milho ocupa a maior área plantada dentre as espécies produtoras de grãos. Praticamente
todos os municípios são produtores em uma área de aproximadamente 163.335 hectares, com produção
em torno de 378.012 toneladas de grãos (IBGE, 2012).
Em virtude de alterações no manejo e tratos culturais, o milho vem alcançando altas
produtividades. Tais alterações correspondem à disponibilidade de cultivares de elevado potencial
genético, melhoria na qualidade química e física dos solos, fertilização adequada, como também
modificações no arranjo populacional de plantas. O arranjo populacional pode ser manipulado através de
mudanças na densidade de plantas, no espaçamento entre linhas, na distribuição de plantas na linha e na
variabilidade entre plantas. Teoricamente, o melhor arranjo de plantas de milho é aquele que promove
distribuição mais uniforme de plantas por área, possibilitando melhor utilização da luminosidade, água e
nutrientes (Cruz et al., 2007).
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Sendo assim o objetivo deste trabalho foi avaliar os componentes de rendimento e produtividade,
em função da redução do espaçamento entrelinhas e do aumento da densidade populacional de plantas do
milho Celeron TL na primeira safra na região de Colorado do Oeste-RO.
Material e Métodos
O experimento foi realizado no Setor de Produção Vegetal do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Rondônia Câmpus Colorado do Oeste, localizado à BR 435, Km 63, Zona Rural.
Pelo Sistema Brasileiro de Classificação de Solo, o solo da área experimental foi classificado como
ARGISSOLO VERMELHO Eutrófico. Segundo a classificação de Köppen, o clima da região é do tipo
Awa, tropical quente e úmido com duas estações bem definidas. A cultivar avaliada foi o milho híbrido
simples Celeron TL de ciclo superprecoce. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos
casualizados, com quatro repetições, em esquema fatorial, tendo tratamentos compostos pela combinação
dos arranjos espaciais dados pela interação de duas densidades de semeadura (80.000 e 100.000 plantas
por hectare) e três espaçamentos entre linhas (0,40; 0,60 e 0,80 metros). A parcela foi constituída de
quatro linhas de plantas de cinco metros de comprimento, tendo como área útil as duas linhas centrais,
desconsiderando 0,5 metros em cada extremidade. A adubação realizada foi 100 kg ha -1 de N, 60 kg ha-1
de P2O5, 40 kg ha-1 de K2O.
O plantio fora feito no dia 18 de outubro de 2011 de forma manual, no espaçamento entre plantas
determinado de acordo o arranjo espacial. O controle de plantas daninhas foi empregado por meio de
capina manual e para o controle de pragas foram realizadas duas aplicações de inseticidas à base de
Clorpirifós, com a dosagem de 1,0 L ha-1 com intervalo de quinze dias. O pendoamento da planta ocorreu
por volta dos 50 dias após o plantio e a colheita aos 110 dias após o plantio, quando a planta se
apresentou com a coloração característica de madura. Foram avaliados o comprimento e diâmetro de
espiga, medido com auxílio de régua e paquímetro, respectivamente em cinco espigas por parcela
colhidas aleatoriamente dentro da área útil. Para avaliação da produtividade foram utilizadas vinte
espigas por parcela, onde fora possível aferir a massa de grãos por espiga, tendo corrigido para a
umidade padrão de 13%.
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e quando o teste F apresentou-se
significativo, foi realizado o teste Tukey para a comparação das médias, ao nível de 5% de probabilidade.
Resultados e Discussão
Não houve interação entre os fatores densidade populacional de plantas e espaçamento entrelinhas
para o comprimento de espigas, diâmetro de espigas e produtividade de grãos. No entanto, a densidade
de plantas de 100.000 plantas por hectare, independentemente dos espaçamentos avaliados, proporcionou
menor diâmetro de espigas (4,22 cm) (Tabela 1).
Tabela 1 – Produtividade de grãos e características das espigas da cultivar de milho Celeron TL em
diferentes arranjos espaciais no Cone sul de Rondônia.
Espaçamento
entrelinhas
(m)
Comprimento de espiga
(cm)
Densidade
(plantas ha-1)
80.000
100.000
Médias
(cm)
Diâmetro de espiga
(cm)
Densidade
(plantas ha-1)
80.000 100.000
Médias
(cm)
Produtividade de grãos
(kg ha-1)
Densidade
(plantas ha-1)
80.000
100.000
Médias
(kg ha-1)
0,40
14,15
13,79
13,97
4,43
4,20
4,31
7.629,56 10.453,77 9.041,67
0,60
13,61
14,02
13,81
4,44
4,18
4,31
8.851,27
9.630,64 9.240,96
0,80
13,48
12,75
13,12
4,29
4,27
4,28
8.500,53
8.968,21 8.734,37
Médias
13,75
13,52 10,251 4,38a 4,22b 3,671 8.327,12
9.684,21
18,351
1
Coeficiente de variação (%). As médias seguidas pela mesma letra na linha não diferem estatisticamente
entre si pelo Teste Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
O comprimento e o diâmetro da espiga são caracteres que podem interferir diretamente no
rendimento de grãos da cultura do milho. O comprimento da espiga na cultura do milho é definido,
principalmente, no momento em que as plantas apresentam doze folhas plenamente desdobradas (estádio
V12). Sendo assim, qualquer adversidade que aconteça nessa fase, como o efeito combinado da
competição intraespecífica, pode resultar em redução no comprimento das espigas, provocando queda no
rendimento. Os resultados do presente trabalho demonstram o efeito da competição intraespecífica sobre
a espiga, pois, à medida que se aumenta a densidade de plantas, menos recursos do meio estão
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disponíveis para cada planta, refletindo diretamente em espigas menores, corroborando com Dourado
Neto et al. (2003). No entanto, estas alterações no tamanho das espigas não refletiram em menor
produtividade de grãos quando a cultivar foi submetida a condições de maiores adensamentos.
Desta forma, o híbrido Celeron TL demonstrou-se bem adaptado a altas densidades populacionais,
com produtividades médias variando de 8.327,12 kg ha-1 a 9.684,21 ha-1, estando bem acima da média do
estado de Rondônia, que é de 2.314,0 kg ha-1 (IBGE, 2012).
Conclusões
Não houve interação entre os fatores densidades populacionais de plantas e espaçamentos
entrelinhas sobre a produtividade e características da espiga. No entanto, a densidade de 100.000 plantas
por hectare reduziu o diâmetro de espigas.
No entanto, o cultivar Celeron TL foi eficiente em manter a produtividade de grãos em arranjos
espaciais mais adensados, sem haver redução em seu rendimento quando se elevou a densidade de
plantas ou reduziu o espaçamento.
Agradecimentos
Ao IFRO pelo apoio técnico e financeiro para execução do projeto de pesquisa. A todos os
integrantes do Grupo de Pesquisa Sistema Integrados de Produção Agropecuária na Amazônia Ocidental
– INTEGRA, pelo desenvolvimento das atividades no projeto de pesquisa.
Literatura citada
CRUZ, J. C.; PEREIRA, F. T. F.; PEREIRA FILHO, I. A.; OLIVEIRA, A. C.; MAGALHÃES, P. C.
Resposta de cultivares de milho à variação em espaçamento e densidade. Revista Brasileira de Milho e
Sorgo, Sete Lagoas, v.6, p.60-73, 2007.
DOURADO NETO, D.; PALHARES, M.; VIEIRA, P.A.; MANFRON, P.A.; MEDEIROS, S.L.P.;
ROMANO, M.R. Efeito da população de plantas e do espaçamento sobre a produtividade de milho.
Revista Brasileira de Milho e Sorgo, Sete Lagoas, v. 2, n.3, p.63-77, 2003.
IBGE. Levantamento Sistemático da Produção Agrícola: prognóstico preliminar da produção
agrícola no Centro-Sul e em Rondônia. Rio de Janeiro V.25, n.02, p.1-88, fev.2012.
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