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ID: 59172853
08-05-2015
Tiragem: 36756
Pág: 11
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 21,19 x 13,81 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
O número de idosos que vivem
sozinhos ou isolados passou de 15 mil
para quase 40 mil em quatro anos
Segurança
Ana Cristina Pereira
GNR divulgou ontem
resultados da Operação
Censos Sénior 2015. A
tendência é de aumento
Com o país a envelhecer a bom
ritmo, não pára de aumentar o número de idosos a viver sozinhos ou
isolados. A GNR acaba de identificar
39.216, mais 5253 do que na Operação Censos Sénior desencadeada no
ano passado.
O número sobe de ano para ano
desde que a GNR — após encontrar
uma senhora de 87 anos morta há
nove anos, num prédio, na Rinchoa, em Sintra — decidiu lançar
esta operação. Nesse ano, de 2011,
foram sinalizados 15.596 idosos.
No ano seguinte, 23.001. No se-
guinte, 28.197. No seguinte, 33.963.
Não se pode dizer que ninguém
ficou de fora. “Não somos uma empresa de estatística”, diz o major
Paulo Poiares. A meta é chegar ao
maior número e, por isso mesmo,
fizeram um acerto na estratégia. Já
perceberam que havia idosos que
passavam o Verão no interior e o
Inverno no litoral, em casa de familiares ou em casa que habitaram
ao longo do tempo em que trabalharam. Nos primeiros anos, iam
de porta em porta em Novembro.
Neste ano, fizeram-no em Abril.
Não estão todos no mesmo estado: havia 23.996 sozinhos; 5205
isolados; 3288 sozinhos e isolados;
6727 acompanhados, mas com fortes limitações físicas e/ou psicológicas. Entre eles, detectaram 315
situações de perigo, que encaminharam para serviços hospitalares
ou de Segurança Social.
Aveiro foi o distrito em que mais
subiu o número de idosos a viverem
sozinhos ou isolados (1646). E Beja (3914) aquele em que os guardas
encontraram mais idosos a viver
nessas circunstâncias. Na lista disponibilizada à imprensa, seguem-se
Viseu (3755), Guarda (3236), Bragança (3092) e Vila Real (2916).
A tendência é de aumento. Os
censos de 2011 já davam conta de
19% da população com idade igual
ou superior a 65 anos e, deste então,
o país continuou a assistir à quebra da natalidade e ao aumento da
emigração. Mas a realidade de um
idoso isolado num centro urbano,
como Lisboa ou Porto, é diferente
da de um idoso isolado num monte no Alentejo ou numa aldeia do
Pinhal Interior, sobretudo se não
tiver telefone, como têm constatado
os militares.
A GNR aproveitou para distribuir
folhetos sobre prevenção de furto,
roubo e burla. E para recomendar
comportamentos que ajudem a reduzir o risco de crime. Avisaram,
por exemplo, que no mês de Novembro entrará em circulação uma
nova nota de 20 euros e que a velha
nota continuará a circular e poderá
ser utilizada sem qualquer restrição.
Há quem se faça passar por funcionário do Banco de Portugal, da Segurança Social ou de qualquer outra instituição credível, investido da
missão de trocar as velhas notas por
novas, conta o major Paulo Poiares.
A guarda tratou também de aconselhar os idosos a aderirem ao programa Residência Segura. Era só
fornecer alguns dados para fazer
mapas por região, “em que estão
georreferenciadas todas as residências, o que permite direccionar de
forma mais eficaz os meios humanos e materiais da GNR e aumentar
o sentimento de segurança da população idosa”. Este ano, aderiram
ao programa 13.917 pessoas.
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