Quatro Décadas de Estudos sobre Alinhamento Estratégico entre Negócio e Tecnologia da Informação – Evolução, Modelos e Instrumentos Autoria: Ernani Carpenedo Busanelo, Rolf Hermann Erdmann, Silvio Antônio Ferraz Cario Resumo Apesar do histórico de quatro décadas, estudos sobre alinhamento estratégico (AE) entre negócio e tecnologia da informação (TI) continuam motivando pesquisas, fundamentadas nas possibilidades desta variável contribuir para a competitividade das organizações. Tendo como identidade metodológica, o ensaio teórico com base em pesquisa bibliográfica longitudinal, este estudo objetiva descrever como o AE entre estratégias de negócio e de TI tem sido avaliado. O conceito de AE que norteia esta pesquisa toma de empréstimo o que propõem Chan, Shabherwal e Thatcher (2006) e o considera como o grau em que a missão, objetivos e planos que fazem parte da estratégia de negócio, são participados e suportados pelas estratégias de TI/Sistemas de Informação (SI). É relevante destacar que a evolução observada nas pesquisas sobre AE representam os momentos históricos da TI e do pensamento estratégico em cada um dos períodos considerados. Em estudos hodiernos, é recorrente a herança de elementos conceituais de três instrumentos ou método analítico do AE desenvolvidos pelos seguintes pesquisadores: Chan et al. (1997); Luftman (2000); e Shabherwal e Chan (2001). Chan et al. (1997) aperfeiçoaram o trabalho de Chan (1992) realizado sobre o Strategic Orientation of Business Enterprises – STROBE (VENKATRAMAN, 1989), que propôs modificações no modelo de Venkatraman, o qual passou de seis para oito dimensões ou orientações estratégicas, sendo adaptado para avaliar as práticas relacionadas às estratégias de TI. O resultado desta adaptação foi denominado de Strategic Orientation of Information Systems – STROIS. O modelo de Luftman (2000) representa uma evolução do modelo de AE de Henderson e Venkatraman (1990), considera os elementos habilitadores e inibidores do AE, reafirma os doze componentes do AE que o autor já apresentara anteriormente, e apresenta o modelo ou framework Strategic Alignment Maturity – SAM, que considera seis critérios para a análise: comunicação; medida de valor; governança de TI; parceria; escopo e arquitetura; e habilidades. Shabherwal e Chan (2001) também se valem do modelo STROBE (VENKATRAN, 1989) e incorporando as tipologias de estratégias de Miles e Snow (1978), apresentam uma reconfiguração do que propôs Chan (1992) para avaliações do AE. Em relação aos resultados obtidos com o presente estudo, alguns pontos merecem destaque: (i) as orientações estratégicas estudadas por Venkatraman (1985; 1989) tornam-se elementos referenciais nos estudos sobre AE; (ii) as tipologias estratégicas de Miles e Snow (1978) ampliam o escopo analítico ao possibilitarem a associação do diagnóstico sobre AE com o perfil estratégico da organização analisada; e, (iii) na virada do milênio, os instrumentos destinados à avaliação do AE não apresentam evolução significativa, demonstrando defasagem frente aos avanços da TI. Proposições como a de Hinssen (2008), Meijer e Thaens (2010) e Eckhardt e Rosenkranz (2010) podem ser consideradas como alternativas para os estudos relacionados à TI e AE diante de seu quadro atual. 1 1. Introdução O alinhamento estratégico (AE), em especial entre as estratégias de negócio e estratégias de tecnologia da informação (TI)1, é objeto de estudos e discussão desde os anos 1980, sendo que são encontrados trabalhos tratando do tema até antes disso (GORRY; MORTON, 1971). Contudo, o tema continua no foco das atenções de pesquisadores e práticos voltados à estratégia empresarial e à utilização de recursos da TI (CHAN; SABHERWAL; THATCHER, 2006; SHPILBERG et al., 2007; LUFTMAN; KEMPAIAH; RIGONI, 2009). A partir dos avanços tecnológicos observados neste período de aumento dos níveis concorrenciais em âmbito global, o uso dos recursos da TI também se intensificou. O que se observa nos estudos sobre o tema é que estes recursos, para sua otimização e para que efetivamente contribuam para a geração de vantagem competitiva devem apresentar estratégias alinhadas às estratégias de negócio, ou seja, apresentarem AE. Como definição de AE toma-se por base o entendimento de Chan, Shabherwal e Thatcher (2006) que aponta para o grau em que a missão, objetivos e planos que fazem parte da estratégia de negócio, são participados e suportados pelas estratégias de TI/Sistemas de Informação (SI). Diante da importância do AE, do período significativo que estudos vêm sendo desenvolvidos e da necessidade de aprofundamento de suas premissas para o presente estudo, torna-se relevante descrever como o AE entre estratégias de negócio e de TI têm sido avaliado. Sob este prisma, o objetivo deste ensaio teórico é descrever os instrumentos e métricas utilizados para analisar o AE ao longo das últimas quatro décadas, período em que, após o surgimento dos computadores de terceira geração, o tema passa a fazer parte da agenda dos pesquisadores da área. A opção metodológica foi a pesquisa bibliográfica, o que permite nesta fase constituir base teórica que possa num segundo momento, sustentar pesquisas empíricas. O roteiro para alcançar o objetivo proposto envolve apresentar conceitos de AE, sua evolução, instrumentos que têm sido utilizados para analisá-lo e que métricas acompanham estes mecanismos e seus testes de validação. 2 Histórico, instrumentos e medidas do AE Os estudos sobre AE entre estratégias de TI e de negócio emergiram a partir do aumento da inserção destes recursos no ambiente organizacional e da necessidade de que seu impacto alcançasse a esfera decisória da alta administração. Esta preocupação já havia estimulado estudo nos anos 1970 quando Gorry e Morton (1971) observaram que a inserção e o aumento de computadores e de management information systems – MIS (Sistemas de informações gerenciais) no ambiente organizacional entre 1955 e 1970 haviam gerado impacto pequeno no modo de tomada de decisão dos gestores. A isto, atribuiu a falta de um framework adequado que permitisse visualizar as possibilidades das aplicações de sistemas. Atualmente, parece que a preocupação que investimentos em TI não necessariamente puxam o aumento de lucratividade e produtividade continua da mesma forma que é consenso de que negócio e TI necessitam estar alinhados (CHAN; REICH, 2007; BAKER; JONES, 2008; LUFTMAN; KEMPAIAH; RIGONI, 2009; LEE-KLENS; SAMPAIO; WOODHARPER, 2010; WRIGTH; CAPPS III, 2010; THUN, 2010; RIGONI, 2010; JOHNSON; LEDERER, 2010;). Eckhardt e Rosenkranz (2010) observam que a estimativa de direcionamento de recursos mundiais em TI para 2009 era de US$ 1,66 trilhões. Se for comparado ao PIB mundial do mesmo período, que somados os valores dos 192 países relatados pelo World Bank foi da ordem de US$ 58,13 trilhões (WORLD BANK, 2010), temse valores relativos na ordem de 2,85% do PIB. A literatura que tem tratado do AE entre TI e negócio nestas últimas quatro décadas é vasta e tem proporcionado uma enorme gama de abordagens voltadas a aprofundar o entendimento da importância e dos efeitos deste elemento organizacional, assim como, das 2 variáveis que o revestem. Reafirmando a importância para este estudo de descrever como o AE é avaliado, as seções a seguir são dedicadas a evidenciar os construtos e ênfase teórica intrínsecas em abordagens desenvolvidas ao logo deste período. 2.1 Anos 1970 Nesta fase, com a inserção dos computadores de terceira geração dotados de software que permitia seu uso por pessoal não técnico, a absorção da TI toma novos rumos, dando uma nova dimensão à utilização dos recursos computacionais nas organizações (TURBAN; RAINER JR.; POTTER, 2005). Neste período estudos sobre estratégia passam a fazer parte, de forma mais específica, das agendas de pesquisa e o planejamento estratégico formal, voltado para o longo prazo e a ênfase à projeção de tendências, explicitam sua morfologia. O quadro 1 procura sintetizar abordagens que podem ser associadas aos estudos relacionados com AE de TI e negócio. Estudo Andrews (1971) Gorry e Morton (1971) Miles e Snow (1978) King (1978) Nolan (1979) O que cria AE? Instrumento Medida Evolução da N/A N/A estrutura e recursos da firma para apoiar sua missão estratégica Obs.: o foco é o grau de consistência entre os recursos organizacionais com fins competitivos. Teórico O AE está implícito na proposição Matriz que cruza InformaMaior de criar MDS que façam inferência controle operac., tion Sys- ênfase de forma mais incisiva no aumento controle gerencial tems – a em da qualidade das decisões. Isso e planejamento framework medidas implica que os profissionais da área estratégico com financeide TI devam ter empatia pelos decisões ras gestores do negócio e vice-versa. estruturadas, semi-estruturadas e não estruturadas Obs.: a framework proposta se fundamenta nas premissas de Anthony (1965) e Simon (1960) Teórico Este estudo não apresenta um Não aponta para a 4 tipolog.: N/A conceito de AE especificamente, criação do AE, -Defensor mas tem sido, nesta virada de mas permite -Analisador -Prospector milênio, uma recorrente base traçar perfis a - Reator analítica de estratégia em estudos partir da sobre AE. Trata-se de uma teoria conjugação do configuracionista que apresenta AE com estas quatro tipos estratégicos (defensor, tipologias prospector, analisador e reator). estratégicas. Obs.: Trata-se de uma formulação que especifica as relações entre estratégia, tecnologia, estrutura e processo enfocando as empresas com um todo integrado em interação dinâmica com seus ambientes. Teórico Com base na perspectiva de Visão mais N/A N/A contingência, um melhor integradora da alinhamento entre dimensões da TI e gestão estratégica domínios de negócio produz de TI. desempenho superior. Obs.: os modelos de contingência são estáticos em sua natureza, focam o AE em um ponto do tempo e têm implicações no desempenho de curto prazo. Teórico Caracterizado com uma life-cicle A otimização do Modelo N/A theorie, o modelo stages-of-growth é uso dos recursos de Stagesum modelo teórico voltado a nortear TI percorre seis ofa evolução da TI no ambiente estágios: iniciação; growth organizacional. contágio; controle; integração; admin. dados; maturidade. Método Teórico Conceito de AE As organizações devem se esforçar para combinar, alinhar ou adequar seus recursos ao contexto em que estão inseridas. 3 Obs.: não trata da questão como AE propriamente dito, mas tem como propósito promover a otimização do uso da TI nas organizações de forma evolutiva e cíclica. N/A: não se aplica Quadro 1: Abordagens sobre AE de TI e negócio nos anos 1970. Fonte: elaborado a partir de Gorry e Morton (1971), Miles e Snow (1978), Sabherwal, Hirschein e Goles (2001); Baker e Jones (2008). O surgimento da “administração estratégica” consolida o avanço deste movimento e a obra de Ansof, Corporate Strategy, publicada em 1965, tornou-se sua referência (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2000). Nos anos 1970, a adoção de um plano estratégico era considerada condição para organizações que almejassem desempenho superior, influenciando o processo de formação da estratégia. Este período é caracterizado pelo avanço dos estudos sobre estratégia e pela evolução e ingresso de forma mais ostensiva da TI no meio organizacional. Começam a serem moldadas as bases teórico-analíticas que sustentariam posteriormente os estudos de AE. As iniciativas são incipientes, nada comparados com os modelos analíticos desenvolvidos especialmente nos anos 1990, mas representam o ponto de partida e principalmente, a preocupação que já se instaurava com relação ao uso de forma profícua destes recursos. Entre os anos 1970 e 1980, o que caracterizava estes estudos era a perspectiva do planejamento. O foco estava em adequar o planejamento estratégico de TI com base no arcabouço de estratégias organizacionais (KING, 1978). 2.2 Anos 1980 Os estudos sobre a importância estratégica da TI para os negócios caracterizam este período. Sistemas de informação estratégicos têm a prerrogativa de dar suporte às estratégias competitivas organizacionais. King (1988) salienta que para ser estratégico, um sistema de informação deve ter um impacto positivo significante na busca por vantagem competitiva sustentável. O quadro 2 compila estudos que retratam um pouco do estágio do AE no período. O que cria AE? Instrumento Medida Enfatiza os efeitos N/A N/A positivos do AE (linkages) para a competitividade, contudo, não objetiva descrever o que estimula este fenômeno. Obs.: dá destaque para as possibilidades da TI na obtenção e manutenção da competitividade organizacional, seu impacto na cadeia de valor e como usufruir de suas vantagens. Drazin e Van de Empírico Com base na Teoria da Contingência, Não foca o AE N/A ANOVA2 ven (1985) estrutura e processos de uma entre TI e negócio MANOV organização precisam fit diretamente. A3 (ajuste/adequação) ao contexto para serem efetivas e sobreviverem. Foco: fit entre tecnologia e estrutura organizacional. Obs.: oferece base conceitual para estudos voltados a entender as ações organizacionais que podem criar fit (alinhamento) entre elementos organizacionais, dentre estes, a TI. Sethi (1988) Teórico Estudo desenvolveu instrumento para A sinergia ou AE é CAITA4 N/A avaliar o quanto uma aplicação de TI tratada em uma das proporciona vantagem competitiva. A dimensões. As operacionalização se dá a partir de demais dimensões onze dimensões. buscam resultados que os instrumentos para Estudo Método Porter e Millar Teórico (1985) Conceito de AE TI exerce um papel estratégico relevante nas empresas e está mudando seu modo de operar. Se usada de forma alinhada, a TI contribui para melhorar a posição competitiva da organização. 4 Segev (1989) Venkatraman (1989) avaliar AE perseguem na década seguinte. Obs.: o conceito de sinergia utilizado relaciona-se a fit e/ou alinhamento estratégico. Teórico Não conceitua AE, mas faz síntese Sua contribuição é N/A N/A relevante dos estudos de Miles e oferecer base de Snow (1978) e de Porter (1986) para análise para a analisar tipologias estratégicas. medição de estratégias que passam a fazer parte dos instrumentos para avaliar AE. Obs.: ao comparar ambas as teorias, o estudo indica que as tipologias de Miles e Snow (1978) são mais adequadas para se avaliar características ambientais e suas conseqüências nas estratégias, estruturas e processos organizacionais. O estudo de Porter (1986) não possibilita análises nesta amplitude (RIGONI, 2010). Empírico O STROBE (Strategic Orientation of Não cria AE STROBE EFA5 (6 dimens.): CFA6 Business Enterprises) não tem como diretamente. propósito conceituar o AE. Trata-se Surgiu para -Agressividade de um construto multidimensional analisar estratégias -Análise definido a priori, criado para medir as de negócio e -Defensividaestratégias de negócio. posteriormente foi de incorporado e -Futuro -Proatividade adaptado em -Risco modelos para medir as estratégias de TI. Obs.: o STROBE se tornou um instrumento referencial nos estudos sobre AE. N/A: não se aplica Quadro 2: Abordagens sobre AE de TI e negócio nos anos 1980. Fonte: Porter e Millar (1985); Drazin e Van de ven (1985); Chan (1992); Rigoni (2010); Venkatraman (1989). Com o avanço no pensamento estratégico, o entendimento e operacionalização das estratégias também passam por mudanças. Faz-se necessário, modelos analíticos que meçam estas variáveis organizacionais. Neste período são desenvolvidas as bases mais concretas para AE que vão sendo testadas e validadas também em nível campo. Estão dados então, passos decisivos para o aperfeiçoamento dos estudos sobre AE, tendo-se constituído bases conceituais e modelos para que instrumentos de AE entre TI e negócio fossem efetivamente desenvolvidos. Se inicialmente o AE era considerado estratégico, num processo de planejamento top-down, neste momento o olhar dos pesquisadores se volta para a estrutura organizacional, passando a ter como foco alinhar estrutura de TI com estrutura organizacional (DRAZIN; VAN DE VEN, 1985; PEPPARD; BREU, 2003). 2.3 Anos 1990 Nos anos 1990 emergem instrumentos efetivos para avaliação do AE entre TI e negócio. Boa parte destes modelos se desenvolveu tendo por base de sustentação teóricoanalítica os trabalhos de Venkatraman (1985; 1989). Estudo Henderson Venkatraman (1993) Método Conceito de AE e Conceitual O AE corresponde à adequação estratégica e integração funcional entre os ambientes externos (mercado, política, fornecedores, etc.) e interno (estrutura administrativa e recursos financeiros, tecnológicos e humanos) para desenvolver as O que cria AE? O AE tende a emergir do ajuste estratégico e da integração funcional proposição do modelo de AE. Instrumento 4 domínios ou dimensões - Estratégia de negócio; - Estratégia de TI; - Infra-estrutura e proces- Medida N/A 5 competências e maximizar performance organizacional. sos organiz. de negócio; - Infra-estrutura e processos organiz. de TI; a Obs.: o estudo é preponderante para sistematização do AE e para modelos de maturidade. Empírico O AE é definido como a sinergia Altos níveis dos AE entre PLS7 entre as orientações estratégicas de componentes e STROBE negócio e as orientações estratégicas STROBE e de e STROIS de TI. STROIS em consonância entre si. Obs.: a autora adaptou o modelo STROBE de Venkatraman (1989), utilizando-o com pequena modificação para avaliar as orientações estratégicas de negócios e para criar o modelo STROIS (Strategic Orientation of Information Systems). Chan et al. Empírico O AE entre PEN-PETI é a adequação Aproximação e STROBE (1997) entre a orientação do negócio e a níveis elevados de STROIS orientação estratégica de TI. STROBE e STROIS Obs.: este estudo busca aperfeiçoar o modelo desenvolvido por Chan (1992) que tem por base 4 instrumentos: o STROBE, Desempenho de Negócio, Efetividade de TI e STROIS. Luftman, Papp e Empírico É a aplicação da TI de modo adequa- Estimular os fato- Modelo de Brier (1999) do e oportuno, em sintonia com as res habilitadores de Habilitaestratégias, metas e necessidades do AE. dores e negócio. inibidores de AE. Obs.: o AE é visto sob duas perspectivas, sendo uma como a TI está alinhada com o negócio e outra, como o negócio poderia ou deveria estar alinhado à TI. N/A: não se aplica Quadro 3: Abordagens sobre AE de TI e negócio nos anos 1990. Fonte: Elaborado pelo autor. Chan (1992) Os anos 1990 representam um período de “amadurecimento” das bases analíticas do AE. Chan (1992), após adaptar o modelo STROBE de Venkatraman (1989) e criar o modelo STROIS, aperfeiçoou sua framework apresentando quatro instrumentos: STROBE, Desempenho do Negócio, Efetividade de TI, e STROIS (CHAN et al., 1997). Luftman, Papp e Brier (1999) desenvolvem estudo empírico para identificar fatores habilitadores e inibidores do AE e reapresentam modelo com doze componentes do AE (LUFTMAN, 1996), ampliando o modelo de Henderson e Venkatraman. Deve-se destacar a importância das pesquisas desta fase para os estudos sobre AE. São constituídos modelos para avaliação do AE que serviriam de base para os estudos desenvolvidos posteriormente na virada do milênio, focados em sua maturidade e em perspectivas analíticas mais dinâmicas. 2.4 Anos 2000 Os estudos sobre AE começaram o novo milênio com forte influência dos modelos e frameworks desenvolvidos nos anos 1990, em especial dos construtos de Henderson e Venkatraman (1993) e aqueles baseados nas tipologias de estratégias de Miles e Snow (1978). Ao longo desta década percebe-se uma busca por lapidar o perfil nos estudos sobre AE, dando ênfase a SAM. O quadro 4 descreve algumas abordagens contemporâneas sobre AE. Estudo Luftman (2000) Método Conceito de AE Conceitual AE diz respeito à aplicação da TI de forma adequada e oportuna, em harmonia com as estratégias de negócios, metas e necessidades. A maturidade do AE é alcançada na O que cria AE? Maximizar os elementos habilitadores e minimizar os inibidores propostos por Instrumento 12 componentes do AE, agrupados em 4 dimensões. Medida 6 relação onde a função de TI e as Luftman et al. funções de negócio sincronizam-se. (1999) Obs.: o strategic alignment maturity (SAM) apresenta seis critérios: comunicação; medida de valor; governança de TI; parceria; escopo e arquitetura; e habilidades. Chan, Sabherwal Teórico e e Thatcher (2006) Empírico Tomam por base o conceito de O AE é criado com Modelo PLS Luftman (2000). base na teórico 5 SEM8 performance dos fatores: AVE9 -Domínio do cinco fatores ou ICR10 conhecimenindicadores do to partilhado; modelo, voltados -Sofisticação ao alinhamento, do planejam. considerando o -Sucesso prédos SI efeito deste sobre o vio -incerteza desempenho ambiental; organizacional. -Tamanho organizacional. Baker (2008) Johson (2010) Obs.: o paper examina o alinhamento entre estratégias de negócio e estratégias de TI. Cruza os cinco fatores do modelo teórico com as tipologias de estratégia de Miles e Snow (1978). e Jones Conceitual O alinhamento pode ser visto como Dois grupos de Framework N/A capacidaesforço que a organização faz para fatores estimulam de des dinâmicombinar, alinhar ou adequar/ajustar o AE: fatores de cas. seus recursos para competir no background e de Cruza as tipologias de contexto onde está inserida. Neste foreground. Miles e Snow caso, o AE é o alinhamento entre as (1978) com estratégias de TI e estratégias as descrições organizacionais. Cinco tipos de de SI de Sabherwal e alinhamento: de negócios; de TI; Chan (2001). contextual; estrutural; e alinhamento estratégico (AE). Obs.: o paper contribui com as pesquisas em AE integrando perspectivas de processo e estado final sobre AE, fornecendo a framework de capacidades dinâmicas como base teórica para pesquisas em AE, e expondo como o AE pode ser entendido como base de capacidade duradoura para sustentar o alinhamento ao longo do tempo. e Lederer Empírico Adequação (fit) do conjunto de O AE se dá a partir Baseia-se no Multivariate Analysis dimensões do STROBE e de do ajuste entre entendimento mútuo de CFA STROEPIS (Strategic orientation of cada uma das oito CEO e CIO AVE the existing portfólio of IS dimensões de s/o papel da PLS applications). estratégias de TI, no AE de TI nos itens negócio e de TI. de STROBE STROEPIS, com vistas ao desempenho dos SI. Obs.: CEO e CIO respondem itens idênticos relacionados à STROBE e STROEPIS, seguindo a estrutura básica de Chan (1992). N/A: não se aplica Quadro 4: Abordagens sobre AE de TI e negócio nos anos 2000. Fonte: Elaborado pelo autor. Nesta última década, as pesquisas e modelos desenvolvidos representam um aprofundamento ou refinamento destes estudos propondo triangulações teóricas e ênfases metodológicas e analíticas mais dinâmicas. Luftman (2000) propõe modelo para avaliar a maturidade do AE, considerando que esta variável é alcançada na relação onde a função de TI e as funções de negócio sincronizam-se. O modelo strategic alignment maturity (SAM) desenvolvido por Luftman (2000) tem influência das premissas do Capability Maturity Model - CMM e apresenta seis critérios: comunicação; medida de valor; governança de TI; parceria; escopo e arquitetura; e habilidades. 7 Sabherwal e Chan (2001) realizaram estudo para evidenciar de forma mais concisa, inferências do AE sobre o desempenho organizacional. Para isso desenvolvem um modelo conceitual conjugando o modelo STROBE (VENKATRAMAN, 1989) e a tipologia de estratégias de negócio de Miles e Snow (1978). Já Sabherwal, Hirschheim e Goles (2001) destacam a importância de desenvolver estudos sobre AE de forma mais dinâmica propondo o modelo conceitual Strategic IS Management Profile composto por quatro domínios de alinhamento, a saber, estratégia de negócio, estratégia de TI, estrutura de negócio e estrutura de TI. Esta framework aponta para seis tipos de alinhamento e o estudo das dinâmicas do AE é feito utilizando o punctuated equilibrium model (GERSICK, 1991). No Brasil, o AE tem feito parte da agenda de pesquisa de vários estudos na presente década, que desenvolveram modelos analíticos e investigaram a realidade nacional com base nos estudos e experiências de pesquisadores estrangeiros. Dentre eles podem ser citados o de Brodbeck (2001), Resende (2002), Ribeiro (2003), Lunardi (2008), Silva (2009) e Rigoni (2010). É recorrente nestes estudos a preocupação com possíveis contribuições do AE para o desempenho e aumento da competitividade das organizações, bem como, com a otimização dos investimentos em TI. 3 Modelos conceituais de avaliação do AE Com base em sua recorrência nas pesquisas empíricas realizadas em vários países, os modelos de Chan et al. (1997), Luftman (2000) e Sabherwal e Chan (2001) passam a ter seus construtos e estrutura apresentados aqui de forma mais detalhada. Observa-se que a framework STROBE de Venkatraman (1989) tem inferência nos três modelos e que as tipologias estratégicas de Miles e Snow (1978) passaram a ser incorporadas nos estudos mais recentes onde o modelo de Sabherwal e Chan (2001) tem sido referência. O estudo de Venkatraman (1989) culminou na elaboração da estrutura analítica direcionada a identificar as orientações estratégicas de organizações. Este instrumento denomina de STROBE, é constituído de seis dimensões que são apresentadas na figura 1. Orientação estratégica (dimensões) Desempenho (dimensões) Agressividade Análise Crescimento Defensividade Visão de futuro Lucratividade Proatividade Aversão a risco Figura 1: Seis dimensões de STROBE Fonte: Adaptado de Venkatraman (1989) Com base no instrumento STROBE de Venkatraman (1985, 1989), Chan (1992) criou um rol de questões para determinar a amplitude de como a TI da organização dá suporte a dimensão das estratégias de negócio, instrumento este que foi aperfeiçoado por Chan et al. (1997) e que é referência para o presente estudo. O instrumento de mensuração das estratégias de TI tem como denominação o acrônimo STROIS - Strategic Orientation of Information 8 Systems. De um lado o instrumento STROBE avalia a extensão das estratégias organizacionais em relação à agressividade, análise, perspectiva futura e assim por diante, por outro, o STROIS avalia como os recursos da TI apóiam estas mesmas dimensões. O quadro 5 especifica os construtos envolvidos com este modelo. Dimensão de Estratégia de Negócio Executada (STROBE) Elementos Agressividade da Companhia Análise da Companhia Defensividade externa da Companhia Defensividade interna da Companhia Perspectiva futura da Companhia Proatividade da Companhia Aversão a riscos da Companhia Inovação da Companhia Dimensão de Desempenho do Negócio Elementos Crescimento no Mercado Desempenho Financeiro Inovação de produtos e serviços Reputação da Companhia Dimensão de Efetividade de TI Elementos Satisfação com os serviços e a equipe de TI Satisfação com os produtos de TI Satisfação com o conhecimento e envolvimento do usuário final Contribuição de TI para a eficiência operacional Contribuição de TI para a efetividade gerencial Contribuição de TI para o estabelecimento de ligações com o mercado Contribuição de TI para a criação e aperfeiçoamento de produtos e serviços Dimensão de Estratégia de TI Realizada (STROIS) Elementos Suporte de TI para a agressividade da Companhia Suporte de TI para a análise da Companhia Suporte de TI para a defensividade interna da Companhia Suporte de TI para a defensividade externa da Companhia Suporte de TI para a perspectiva futura da Companhia Suporte de TI para a proatividade da Companhia Suporte de TI para a aversão a riscos da Companhia Suporte de TI para a inovação da Companhia Quadro 7: Construtos do modelo STROBE-STROIS Fonte: Adaptado de Chan et al. (1997) A adequação (fit) entre STROBE e STROIS culmina no AE segundo a proposição de Chan et al. (1997), representado graficamente na figura 2. É possível fazer afirmações hipotéticas entre cada uma das dimensões que o modelo propõe. 9 Orientação Estratégica de Negócio Desempenho do Negócio Alinhamento Estratégico de TI Orientação Estratégica de TI Efetividade de TI Cálculo do alinhamento baseado nos índices STROBE e STROIS Ligação entre construtos da pesquisa Figura 2: Modelo conceitual STROBE-STROIS Fonte: Adaptado de Chan et al. (1997) Ao se definir AE e seus modelos e instrumentos, devem ser considerados também, estudos como o de Sabherwal e Chan (2001) (Figura 3), que, com base no modelo de estratégias de Miles e Snow (1978) e STROBE (VENKATRAMAN, 1989), enfocam a presença e contribuição do AE nas organizações, redefinindo o modelo proposto por Chan (1992). Sabherwal e Chan (2001) direcionam sua investigação para possíveis implicações do AE na performance das organizações. Utilizando a tradicional tipologia de estratégias de negócios de Miles e Snow, demonstram que variando o perfil estratégico das organizações, são observadas inferências maiores ou menores no que tange ao AE. Para Sabherwal e Chan (2001), o significado da associação entre alinhamento e performance do negócio, depende da estratégia de negócio adotada. Correlação mais expressiva entre AE e desempenho foi percebida em organizações caracterizadas como prospectoras e analisadoras, enquanto que naquelas consideradas defensoras, esta associação não foi percebida. Atributos – Estratégias de Negócio - Defensividade - Aversão a risco - Agressividade - Proatividade - Capacidade de Análise - Visão de Futuro Tipos de Estratégias de Negócio - Defensores - Analisadores - Prospectores Estratégias de Negócio [[[[[[[[[ Alinhamento [ Performance do Negócio Estratégias de TI Atributos – Estratégias de TI - SI de Suporte Operacional - SI de Mercado - SI Interorganizacionais - SI de suporte às decisões estratégicas Tipos de Estratégias de TI - SI para Eficiência - SI para Flexibilidade - SI para Compreensão Figura 3: Modelo de Sabherwal e Chan (2001) 10 Luftman (2000) apresenta o strategic alignment maturity – SAM salientando que maturidade em alinhamento envolve relação onde TI e outras áreas funcionais do negócio sintonizam suas estratégias. Uma evolução do modelo de AE de Henderson e Venkatraman (1990) tiveram inferência sobre a estrutura do modelo de Luftman cujos componentes são apresentados no quadro 6. I. Estratégias de Negócio Inclui os mercados, produtos, serviços, grupos de clientes, localização, competidores, fornecedores e a competitividade da empresa no meio que atua. 2. Competências Distintivas Fatores críticos de sucesso e as competências centrais que provem o potencial competitivo de uma organização. 3. Governança do Negócio Como é o relacionamento entre os stakeholders gestores e o quadro de diretores. Também inclui como a companhia é afetada por regulamentações governamentais, e como são gerenciados os relacionamentos e alianças com os parceiros estratégicos. II. Infra Estrutura e Processos da Organização 4. Estrutura Administrativa Modo como a firma está organizada. Exemplos: centralizada, descentralizada, matricial, horizontal, vertical, geográfica, federal, e funcional. 5. Processos Como são as operações ou fluxo das atividades de negócios da firma. As principais questões incluem as atividades de adição de valor e os processos de melhoria. 6. Habilidades RH – considerações tais como contratar/dispensar, motivar, capacitar e cultura. III. Estratégias de TI 7. Escopo da Tecnologia A importância das aplicações e tecnologias da informação. 8. Competências Sistêmicas Competências que distinguem os serviços de TI e acesso a informações relevantes para a elaboração de estratégias de negócio. 9. Governança de TI Como a autorização dos recursos, riscos e responsabilidades pela TI é compartilhada entre os parceiros de negócio, gestores de TI e provedores de serviço. IV. Infra Estrutura e Processos da TI 10. Arquitetura As prioridades tecnológicas, políticas e escolhas que permitem aplicações, software, hardware e gerenciamento de dados serem integrados em uma plataforma coerente. 11. Processos Práticas e atividades direcionadas para o desenvolvimento e manutenção de aplicações e gestão da infra-estrutura de TI. 12. Habilidades RH da TI – considerações tais como contratar/dispensar, motivar, capacitar e cultura. Quadro 6: Os Doze Componentes do Alinhamento Fonte: Luftman (2000) 1. Escopo do Negócio Alguns fatores podem favorecer ou inibir que as empresas alcançam níveis favoráveis de AE e a estes Luftman (2000) faz referência denominando-os de “habilitadores” ou “inibidores” do AE. A investigação foi motivada a partir da indagação de como as organizações podem estimular o AE e os resultados apontaram os seis fatores mais representativos conforme apresenta o quadro 7. Habilitadores Inibidores Apoio do executivo sênior para a TI Falta de relação entre TI e o negócio TI envolvida no desenvolvimento de estratégia TI não é priorizada TI entendendo o negócio TI falha diante de seus compromissos Parceria entre negócio e TI TI não entende o negócio Projetos de TI bem priorizados Executivos seniores não apóiam a TI TI demonstra liderança Falta liderança à gestão de TI Quadro 7: Principais Habilitadores e Inibidores do AE entre estratégias de negócios e TI. Fonte: Luftman (2000) 11 O SAM (LUFTMAN, 2000) envolve níveis de maturidade, ao todo são cinco e que permitem caracterizar a organização a partir de sua performance frente a seis componentes (ver figura 4) que são analisados em cada um destes níveis. Figura 4: Critérios de maturidade do AE entre TI e negócio Fonte: Luftman (2000 apud RIGONI, 2010) Os níveis, que partem do inicial e avançam rumo a um nível avançado, recebem a seguinte denominação: Nível 1 - Inicial/processo Ad Hoc; Nível 2 - Processo Comprometido; Nível 3 – Processo Estabilizado e Focado; Nível 4 – Processo Gerenciado/Melhorado; e Nível 5 – Processo Otimizado. 4 Considerações finais Observa-se nestes estudos que prevalecem as bases teóricas da tipologia de estratégias de Miles e Snow (1978) e da estrutura analítica STROBE, de Henderson e Venkatraman (1993). Apesar das mudanças no contexto organizacional interno e externo, os modelos para avaliar o AE nesta virada de milênio não apresentam significativas mudanças, apresentando apenas modificações incrementais que se por um lado, aperfeiçoam os modelos mitigando algumas limitações, de outro, não tem gerado instrumentos significativamente diferentes para avaliação e medição do AE. Algumas iniciativas como a de Hinssen (2008), Meijer e Thaens (2010) e Eckhardt e Rosenkranz (2010) propõem novas perspectivas para os estudos relacionados a TI e AE. Hinssen (2008) vê um esgotamento na forma como a TI e as variáveis associadas a ela são tratadas atualmente. Seu entendimento é que se avance do que ele chama de TI 1.0 para TI 2.0 e isso envolveria inclusive, o abandono dos esforços em se promover o AE e direcioná-los rumo à fusão entre TI e o negócio. Meijer e Thaens (2010) têm proposta semelhante e ao desenvolver estudos sobre a Web 2.0, também propõem que se pense o AE sobre a versão 2.0. 12 Eckhardt e Rosenkranz (2010) entendem que sejam direcionados os esforços para aperfeiçoamento da comunicação entre unidades de negócio e departamentos de TI, ambientes que apresentam um forte gap entre si. É possível abstrair que os estudos sobre o tema (AE) já têm uma caminhada e apresentam uma vasta gama de literatura retratando como esta variável organizacional pode ser diagnosticada. Contudo, parece que os esforços de pesquisa não têm evoluído no mesmo ritmo que a TI e isso está compondo um quadro de defasagem quanto a proposições teóricoanalíticas. Esta constatação estimula que sejam direcionados esforços no sentido de aprofundar o entendimento sobre esta realidade e sua demanda por novas perspectivas de análise. Observa-se a intensificação de iniciativas no sentido de dar dimensão nova ao estudo do tema partindo de proposições como da gestão do conhecimento e inteligência empresarial. 1 Neste estudo foi adotada a definição de TI proposta por Turban et al. (2005, p. 40) que considera “[...] a coleção de recursos de informação de uma organização, seus usuários e a gerência que os supervisiona; inclui a infra-estrutura de TI e todos os outros sistemas de informação em uma organização”. 2 ANOVA: ANalysis Of VAriance 3 MANOVA: Multiple ANalysis Of Variance 4 CAITA: Competitive advantage from an information technology application (SETHI, 1988 apud CHAN, 1992). 5 EFA: exploratory factor analysis. 6 CFA: confirmatory factor analysis. 7 PLS: partial least squares 8 SEM: structural equation modeling 9 AVE: average variance extracted 10 ICR: indicators’ composite reliability Referências BAKER, J.; JONES, D. A Theoretical Framework for Sustained Strategic Alignment and an Agenda for Research. 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