Ano I - Número 10
20 de junho a 3 de julho /2005
Formas de amar dividem jovens
Fotos: Ricardo Lima
Os estudantes da Faculdade de Fisioterapia Vivian Aiello Bonfin e Augusto Von Zuben 'ficaram' muitas vezes e decidiram namorar sério
MURAL
A professora da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo (FAU) Vera
Santana Luz defendeu tese sobre
Ordem e Origem em Lina Bo Bardi.
Vera conta, na coluna, um pouco da
história de Lina, pautada pelo amor
por Pietro Bardi, um marchand com
ideologia política e estilo de vida
diferentes da arquiteta, mas que não
impediram que o casal vivesse junto
por 52 anos.
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Gorros e cachecóis
dão o tom do inverno
A estação mais fria do ano começa
no dia 21 de junho, mas as baixas
temperaturas registradas nos últimos meses mudaram o cenário na
Universidade. Os acessórios coloridos compõem o visual dos mais
'antenados' com a tendência da
moda outono/inverno. Embora
garanta um estilo ao visual, as peças
não previnem a infecção de ouvido, mas protegem a garganta.
Página 04
Historiador afirma
que Lula repete FHC
Na avaliação do professor da Universidade de São Paulo (USP)
Osvaldo Coggiola o governo Lula
garante a continuidade de políticas
precedentes, que priorizam o capital estrangeiro e a burguesia. Coggiola
defende uma esquerda revolucionária como alternativa política e compara a economia do País a uma bolha
que pode estourar a qualquer momento. O professor participou, no
dia 6 de junho, da Semana de História sobre o tema Perspectiva da
Esquerda no Brasil e na América
Latina, promovida pela Faculdade
de História, do Centro de Ciências
Humanas (CCH), quando avaliou
como graves as denúncias de corrupção envolvendo o governo Lula.
Página 04
Pedalando pelo
sonho A ciclista e
estudante da Faculdade
de Direito Gabriela Pires
Barbosa teria de
escolher entre os
estudos e o esporte. A
Bolsa Estímulo ao Atleta,
programa da PUCCampinas que beneficia
25 esportistas, permitiu
que ela continuasse se
dedicando aos dois
sonhos de sua vida.
A estudante Mariana Cunha esbanja elegância com os acessórios da moda
A moçada sofre com o dilema
entre manter relacionamentos tradicionais ou aderir às 'ficadinhas'
sem compromisso. Alguns casais
trocam alianças com apenas duas
semanas de namoro, compartilham a senha de e-mails confiantes na transparência e só vão para
as baladas juntos. Outros rompem, provocando nos ex-namorados uma resistência aos relacionamentos éticos. As preocupações
com os estudos e o mercado de
trabalho também influenciam a
vida amorosa, segundo o psicoterapeuta Hipólito Carretoni Filho.
Pesquisa do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE)
indica que os brasileiros estão
casando mais tarde.
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Página 06
Osvaldo Coggiola: economia é uma bolha
02
20 de junho a 3 de julho /2005
Jornal da PUC-Campinas
Editorial
Um jornal aberto à comunidade
N
esta 10ª edição, a última do semestre, é oportuno refletir sobre
a trajetória do Jornal da PUC-Campinas (JP), desde o seu
lançamento em fevereiro deste ano até o presente. O propósito da linha editorial tem sido de procurar integrar os públicos internos
pela divulgação de fatos jornalísticos, de dentro e de fora dos campi, que
permeiam as várias esferas da Universidade e da sociedade. Portanto,
uma opção pela diversidade. Já na edição inaugural, o JP mostrou a que
veio, franqueando seus espaços para as diferentes opiniões de alunos, professores e funcionários. Na ocasião, um dos assuntos publicados foi a
Reforma Universitária proposta pelo governo federal. A esse respeito,
concedi entrevista na qual enfatizei que uma das nossas principais preocupações - compreendida na implementação do Plano Estratégico
Institucional (PEs) - é oferecer pesquisa, ensino e extensão com qualidade. Falei sobre o cuidado e carinho com que estudamos a implantação
da carreira docente. E, no tocante especificamente à Reforma, deixei evidente minha opinião de que o governo federal deve estar vigilante no seu
papel de zelar pela qualidade do Ensino Superior, mas que não pode adotar excessiva regulamentação que leve ao engessamento das instituições
universitárias. O segundo número do jornal, ainda em fevereiro, trouxe
as importantes palavras do arcebispo Dom Bruno Gamberini, grão-
chanceler da PUC-Campinas, sobre a participação da comunidade universitária na Campanha da Fraternidade e sobre outras ações importantes para a sociedade. Edições subseqüentes repercutiram entre o público
interno o Programa Universidade para Todos (ProUni), as novas conquistas femininas e a polêmica Lei de Biossegurança. Duas edições destacaram questões conflituosas envolvendo nossos alunos. E, logo nas edições seguintes, assuntos que divulgaram a imagem altamente positiva da
Universidade para todo o País: o evento nacional sobre crime organizado e direitos humanos, a boa avaliação de nossos cursos no Exame Nacional
de Desempenho dos Estudantes (Enade), nossos avanços nas pesquisas,
entre outros. Na penúltima edição, foi colocada em evidência a produção
cultural nos campi. E nesta, a derradeira do semestre, as velhas questões
ideológicas que pontuam a política nacional. Assim sendo, este editorial,
face aos resultados obtidos pelo JP ao longo do semestre, reafirma o que
anunciamos no editorial da primeira edição: "Universidade é diversidade". Portanto, no segundo semestre, os espaços do jornal continuarão franqueados à pluralidade social e cultural que caracterizam nosso meio universitário e a sociedade brasileira. Boas férias para todos!
Reitor da PUC-Campinas
Padre José Benedito de Almeida David
SBI amplia base de dados
Sistema de Bibliotecas e
Informação disponibiliza,
gratuitamente, um acervo
com mais de 40 mil títulos
Agenda
Ricardo Lima
27/06 A 07/07
Período para pré-matrícula e matrícula
acadêmica dos alunos de pós-graduação
30/06
Encerramento das atividades
acadêmicas
01 a 30/07
O Sistema de Bibliotecas e Informação (SBI) da
PUC-Campinas disponibiliza, desde maio, quatro
novas bases de dados on-line de acesso restrito para
pesquisa, além da ampliação da participação da
Universidade no Consórcio de Periódicos Eletrônicos
(Copere) do Portal da Pesquisa. De qualquer computador da Universidade, alunos e professores podem
acessar, gratuitamente, o acervo de mais de 40 mil
títulos entre periódicos e livros completos. Esse acer- Diretora Rosa Vivona Oliveira: PUC-Campinas oferece 31 bases
vo pode ser acessado de fora da Universidade pelos
alunos de Ensino a Distância. Segundo a diretora do SBI, Rosa Machinery (ACM). Já a Safari Tech Books oferece acesMaria Vivona Bertolini Oliveira, entre as universidades so ao texto integral de 100 livros na área da Tecnologia
particulares, a PUC-Campinas é a que possui o maior da Informação, com o diferencial de que os títulos disnúmero de bases de dados.
poníveis podem ser trocados conforme solicitação dos
A assinatura da Universidade com a Science Direct professores. A participação da PUC-Campinas no Copere
torna disponível 546 títulos em texto completo nas áreas foi incrementada com mais oito bases de dados eletrôde Ciência da Computação, Engenharia e Gestão. A base nicas, totalizando 31 bases que permitem o acesso a mais
de dados American Chemical Society (ACS) oferece um de 40 mil títulos em diversas áreas do conhecimento. "A
sistema de busca de artigos publicados em mais de 30 partir de agora, em um simples clique, o nosso aluno
títulos de periódicos em texto completo na área de tem acesso a um verdadeiro arsenal tecnocientífico para
Química. Alunos e professores da Ciência da Computação pesquisa", avaliou a diretora .
têm disponíveis 93 títulos de periódicos acessando a base
>> Serviço
de dados bibliográficos Association for Computing
www.puc-campinas.edu.br/biblioteca/novas_bases.asp
Férias letivas
15/07
Data-limite para destrancamento de
matrícula e retorno à graduação e
pós-graduação
18 a 26/07
Matrícula acadêmica dos alunos de
graduação, matrícula nas Práticas de
Formação e pedidos de dispensa de
disciplina e enriquecimento curricular
26 a 28/07
Pré-matrícula e matrícula acadêmica
para os destrancamentos e retornos
autorizados na graduação e
pós-graduação stricto sensu
26 a 29/07
Período para realização da Colação
de Grau
01/08
Início das aulas do 2° semestre letivo
CORREÇÃO - Diferente do que foi publicado na última edição, o sorteio das promoções aconteceu no dia 14 de junho e não
14 de julho. O funcionário e guitarista da
Banda The Riders Francisco José Marinelli
toca há 20 anos e não há 35.
Notas
Afapucc promove viagem para Socorro
Conheça os livros do Vestibular 2006
A Associação dos Funcionários Administrativos da PUC-Campinas
(Afapucc) promove uma viagem para o Hotel Fazenda Portal do Sol, em
Socorro, destinada aos funcionários e familiares. A viagem ocorre nos dias
10 e 11 de setembro. Os pacotes incluem hospedagem, transporte, pensão
completa (sábado) e meia pensão (domingo). Crianças até 7 anos estão
isentas e as demais pagam de acordo com a faixa etária. O pacote para
sócios custa R$ 160,00 e para não-sócios, R$ 170,00. As inscrições podem
ser feitas até 8 de agosto. Informações: (19) 3735-5808 e 3735-5871.
A Coordenadoria do Ingresso Discente da PUC-Campinas divulgou no dia 9 de
junho os livros selecionados para a prova de Literatura Brasileira do Vestibular 2006.
As inscrições acontecem de 1º de setembro a 10 de outubro de 2005 e as provas
ocorrerão nos dias 2 e 3 de dezembro de 2005. A Rosa do Povo (Carlos Drummond de
Andrade), Libertinagem (Manuel Bandeira) , Manuelzão e Miguilim (Guimarães Rosa),
Memórias de um Sargento de Milícias (Manuel Antônio de Almeida), O Cortiço (Aluísio
de Azevedo) e Várias Histórias (Machado de Assis) compõem a literatura indicada pela
Universidade. Informações: (19) 3756-7100.
Expediente
Reitor- Padre José Benedito de Almeida David; Vice-rreitor - Padre Wilson Denadai; Conselho Editorial - Ciça Toledo, Wagner José de Mello e Domenico Feliciello;
Coordenador de Departamento de Comunicação - Wagner José de Mello; Coordenador do Setor de Jornalismo - Aderval Borges; Editora - Eunice Gomes (MTB 21.390);
Redatores - Du Paulino, Eunice Gomes, Aderval Borges e Fábio Guzzo; Revisão - Luiz Antonio Razera; Fotografia - Ricardo Lima; Tratamento de Fotos - Marcelo Adorno;
Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica - Neo Arte Gráfica Digital; Impressão - Grafcorp; Redação - Campus I da PUC-Campinas, Rodovia D. Pedro I, km 136, Parque
mail: [email protected]
das Universidades. Telefones: (19) 3756-7147 e 3756-7674. E-m
03
Jornal da PUC-Campinas
20 de junho a 3 de julho /2005
Opinião
Transformar é preciso e possível
Enildo Pessoa
Q
uando pensamos na evolução da
família humana, chamam a atenção duas questões básicas: o modo
de produção sempre esteve em
conformidade com os interesses dos grupos
dominantes e em todas as épocas que constituem o período denominado civilização,
o ser humano exerceu a função de meio no
processo de construção de riqueza. Foi
assim no escravismo, quando os interesses
dos senhores de escravo constituíam o referencial maior no andamento da sociedade,
também no feudalismo, quando os interesses dos senhores feudais orientavam o
encaminhamento da vida social e, agora,
no capitalismo, em que a prioridade dos
interesses do capitalista (busca incessante da mais-valia) fundamenta a economia
mercantil.
O mais importante, o processo produtivo, baseado na interdependência entre
forças produtivas (meios de produção e força de trabalho) e relações sociais (decorrentes das relações de produção), tende a
fazer surgir uma nova realidade, superior
à existente, pelo menos em dois sentidos:
gera uma maior possibilidade de atender
as necessidades materiais, imprescindíveis
Espaço leitor
Qual sua opinião sobre o Jornal da
PUC-Campinas? Quer sugerir uma pauta?
Divulgar o que você está fazendo? Participe!
Mande uma mensagem para a redação.
@
[email protected]
BANDA
Como faço para participar do Jornal da
PUC-Campinas! Sou de Jacutinga, em
Minas Gerais. Tenho uma banda que está na
estrada há mais de três anos. Temos um CD,
lançado no dia 12 de março desse ano.
José Augusto Grassi, estudante
da Faculdade de Engenharia
de Computação
NOTA DA REDAÇÃO - Grassi, publicamos
uma matéria sobre o tema na última edição. O
seu trabalho poderá ser divulgado em outra
oportunidade. Se a banda realizar algum show
em Campinas e região, envie para a redação um
e-mail e nós divulgaremos na coluna Mural,
destinada à programação cultural.
Outro caminho é você se cadastrar no
Banco de Talentos PUC-Campinas
(www.puc-campinas.edu.br/servicos/momentocultural).
para a conquista de vida digna para todos,
e favorece o avanço das condições para
que o ser humano entenda a sua potencialidade em exercer função ativa na construção de nova sociedade, com excelência de
qualidade acima da existente.
Com o capitalismo acontece uma profunda revolução social: o processo produtivo
favorece o avanço da ciência, de forma
notável, simultaneamente com sua metamorfose técnica. Criam-se crescentes condições, no mundo material e no mundo da
consciência (espiritual), para que o ser
humano possa pensar em uma nova sociedade, que será a mais avançada da história da família humana: passagem do "reino da necessidade para o reino da liberdade". A idolatria do capital tende a ser substituída pelo princípio que considera o ser
humano o fundamento da vida social.
...a transformação
somente ocorrerá
com o avanço
da consciência
da necessidade
histórica de
nova época...
Férias de Julho:
até breve!
As férias de julho estão chegando e a
Universidade ficará sem cerca de 22 mil alunos dos cursos de graduação e pós-graduação, que constituem a maior parte dos leitores do Jornal da PUC-Campinas. Por este
motivo, esta será a última edição deste primeiro semestre, que consideramos muito profícuo. Mas a equipe de jornalistas do Departamento de Comunicação não pára e estará
trabalhando durante o mês de julho para que
a recepção aos alunos, no início do segundo
semestre, conte com uma edição especial.
Agradecemos a todos que nos enviaram
mensagens com críticas, elogios, sugestões e
que participaram de nossas promoções.
Acreditamos que no segundo semestre consigamos ampliar, ainda mais, nosso relacionamento com os leitores, afinando a cobertura
jornalística com os interesses do público. Para
isto, contamos com a crescente colaboração
de professores, alunos e funcionários. Tenham
boas férias com descanso, lazer, curtição e
muita aventura.
Um abraço,
Eunice Gomes
[email protected]
(editora do Jornal da PUC-Campinas)
As condições são cada vez mais favoráveis
para que essa conquista possa acontecer,
desde que se tenha presente a necessidade de transformação consciente e democrática, ou seja, pensada maduramente e
conquistada pela maioria da sociedade. É
diferente do que ocorreu com a passagem
do feudalismo para o capitalismo. Nesse
caso, as conquistas relacionadas às exigências do imediato (busca incessante do lucro)
permitiam o avanço do novo sistema. Agora,
a transformação somente ocorrerá com o
avanço da consciência da necessidade histórica de nova época, em que o capital seja
meio, ao invés de fim, e o ser humano constitua fim, ao invés de meio, invertendo-se
as prioridades hoje existentes, atribuídas
ao capital e ao ser humano.
Essas reflexões, entretanto, dizem respeito às condições para que seja possível
pensar em estágio superior do processo evolutivo da humanidade, acompanhando a
própria tendência da história. Caminhar
para a conquista da nova realidade exige
a adoção de certos procedimentos, relacionados aos meios e prática, que devem,
necessariamente, ser observados. Sem a
pretensão de esgotar o tema, lembramos
dois sistemas de referência. Primeiro a diminuição do desnível social, buscando-se supe-
Galeria
rar a pobreza, definida em função dos
aspectos emprego, educação, saúde, habitação, alimentação, saneamento e transporte, tudo explicitado pelo Plano Local de
Combate a Pobreza (PLCP), seguindo a
Ciência da Planificação e tendo o município como referencial. Em segundo o trabalho conjunto da sociedade política
(Executivo, Legislativo e Judiciário) com a
sociedade civil (instituições que possam
contribuir no combate à pobreza), considerando os níveis internacional, nacional,
estadual, regional e municipal.
Enfim, vivemos um momento de transformação. A realidade existente permite
pensar em nova sociedade, que tenha por
fundamento a vida e a liberdade.
Enildo Pessoa,
cientista político, escritor e professor
aposentado da PUC-Campinas
[email protected]
COMO VOCÊ AVALIA O DESEMPENHO DA ESQUERDA
BRASILEIRA NO COMANDO DO PAÍS?
Alina Purvinis, professora
da Faculdade de Psicologia
Paulo de Tarso Cavassani,
estudante de Faculdade
de Direito
"A esquerda não mudou
a direção do governo e
está agindo como a
direita. As ações do
governo Lula são as
mesmas do governo
anterior e não resultam
nas ações esperadas
pelos seus eleitores. Isso
enfraquece a imagem do
governo no Brasil e no
exterior, colocando em
risco sua reeleição".
Fotos: Ricardo Lima
"Que esquerda? As
propostas tradicionais do
PT foram abandonadas. O
partido que está no poder
agora não é o mesmo
partido que lutava por
uma condição social mais
democrática no passado.
O perfil da esquerda se
desconfigurou."
Vanessa Nunes, funcionária da
Secretaria da Faculdade de Biologia
"A esquerda, quando é
situação, muda a
direção do discurso e
se comporta como
direita. Antes, o
discurso era composto
por ideologias sociais
que sempre foram
esperadas pela
população, mas, agora, esse discurso perdeu força e
parte dessas ideologias foi abandonada. Isso criou um
grande sentimento de decepção no eleitor."
“Somente as
investigações
DE uma CPI
podem
ESCLARECER
Imagens
até que PONTO
o governo
ESTÁ envolvido
nesse MAR
DE lama”.
ARTE NO CAMPUS I - A bailarina e universitária Ana Elise Freire participou da abertura do Fórum de Relações Públicas no Auditório
Dom Gilberto. Esculturas produzidas por alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) estão expostas nos vãos dos prédios da Biblioteca
Setorial e Praça de Alimentação. E estudantes do Centro de Linguagem e Comunicação (CLC) e da FAU aproveitaram os intervalos do período
matutino para 'fazer um som' na Agência Experimental de Publicidade e Propaganda. É a galera esbanjando arte na Universidade.
Luiz Inácio Lula da Silva, em
agosto de 2000, defendendo
a instalação da CPI da
Corrupção no governo de
Fernando Henrique Cardoso
04
20 de junho a 3 de julho /2005
Entrevista
Eunice Gomes
[email protected]
Jornal da PUC-Campinas
ESQUERDA
VOLVER!
cracia sindical, em gestora dos negócios
capitalistas e do Estado. O PT é a pequena burguesia que lutou contra a Ditadura
Militar em nome de um programa democrático e que abandonou a perspectiva de
uma revolução.
Jornal da PUC-Campinas - Como o senhor
avalia a esquerda brasileira no poder?
Osvaldo Coggiola - A esquerda que nós
temos, ou melhor, a que nós tínhamos,
está no poder. O PT tem diversas correnJP - Como o senhor avalia as recentes denúntes, mas a majoritária exerce o poder. Ela
Historiador da USP afirma que o governo cias de corrupção? O senhor acredita que
está preenchendo um papel, assim como
presidente Lula conseguirá se reeleger?
nos outros países latino-americanos nos
Lula garante a continuidade de políticas oCoggiola
- Estamos vivendo um possível
quais a esquerda chegou ao governo, de
precedentes, que priorizam o capital
'Lulagate' (alusão ao Watergate, escândalo no
dar continuidade aos contratos estabeleEstados Unidos que resultou na renúncia do
cidos com o capital estrangeiro em uma
estrangeiro e a burguesia, e
presidente Richard Nixon) com as denúnconjuntura política na qual a direita já não
defende uma esquerda revolucionária
cias de corrupção, que são muito fortes.
poderia continuar exercendo o poder. Para
Até o momento não se vê alternativa ao
no País como alternativa política
isto o PT deu garantias, antes de chegar
Lula. Vamos ver para onde vai este
ao poder, quando assinou uma carta de
'Lulagate'.
Antes
das denúncias, as pesquisas indicacompromisso com o Fundo Monetário Internacional
A economia do País é uma bolha prestes a
vam que o Lula venceria no primeiro turno. Agora,
(FMI) e divulgou uma carta à população compromeestourar. O governo do presidente Luiz
teríamos um segundo turno.
tendo-se com a continuidade das políticas vigentes.
Inácio Lula da Silva foi eleito para reconsCom o Lula e outros líderes nos países vizinhos, o
tituir o ciclo capitalista e atender aos anseios
JP - Então, o senhor diria que o presidente Lula é o
que se vê é uma continuidade, em alguns casos até
da burguesia. O cenário político da América
melhor que temos?
um aprofundamento das políticas precedentes.
Latina está mudando para a esquerda. Estas
Coggiola - Melhor que temos não. Mas do ponto de
opiniões são do professor do Departamento
vista da classe dominante, que é a que governa o País
JP - Por que a direita já não podia ficar mais no goverde História da Universidade de São Paulo
e escolhe os políticos, sim. Não há uma alternativa
no? Então não foi uma conquista da esquerda e sim
(USP) Osvaldo Coggiola. Ele participou no
revolucionária, por enquanto, dos explorados. Há
apenas uma troca de agentes políticos? O fim de um
dia
6
de
junho,
no
Campus
I,
da
Semana
de
uma forte disputa política e a mídia está dividida. Se
ciclo?
História
sobre
o
tema
Perspectiva
da
não saírem com todo o apoio da mídia, o 'Lulagate' e
Coggiola - Há uma crise mundial do capitalismo e
a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) não dão
uma crise do Estado na América Latina. No caso da Esquerda no Brasil e na América Latina,
em nada.
Argentina, trata-se de uma situação que afetou a pró- promovida pela Faculdade de História, do
pria existência do Estado. Na Bolívia, crise mais pro- Centro de Ciências Humanas (CCH). O
JP - Se a antiga esquerda agora é situação, quem é a
funda atualmente, um princípio da dissolução do argentino, radicado há 22 anos no Brasil,
concedeu
uma
entrevista
ao
Jornal
da
PUCesquerda no País?
Estado. A esquerda aparece como uma alternativa porCoggiola - Uma verdadeira esquerda passa pelos movique a direita, tradicional e histórica, levou à dissolu- Campinas, na qual defendeu a candidatura
mentos sociais e pelos partidos que estão fora do PT,
ção do Estado e ao início da dissolução do capitalis- da senadora Heloísa Helena, expulsa do
como PSTU e PSOL. Passa também dentro do PT
mo na América Latina. A esquerda, nesse quadro de Partido dos Trabalhadores (PT), para as
próximas
eleições
presidenciais.
por correntes de esquerda e por formações sindicais.
crise, aparece como uma garantia de recomposição do
capitalismo. O discurso com o qual Néstor Kirchner
Ricardo Lima
subiu na Argentina, com apoio da esquerda, foi de
puras miragens. Através de alguns mecanis'queremos reconstruir a burguesia nacional'. Esta pasmos, a crise chega ao Brasil. Toda a econosou a não existir porque o circuito do capitalismo deimia depende da contratação de empréstixou de existir. Não se comprava e não se vendia nada
mos de curto prazo no mercado mundial,
na Argentina em dezembro de 2001.
favorecidos por altas taxas de juros existentes no País, as maiores do planeta. Isto serve
JP - Mas nesta época não era este o cenário brasileiro...
para manter o fluxo artificial de capitais e o
Coggiola - Não era, mas se aproximava porque o endiequilíbrio fiscal das contas do Estado.
vidamento da economia brasileira era maior que o da
Aparentemente a economia está bem, mas
Argentina. O Brasil ia em direção do calote. Se tivesbasta que alguns especuladores dêem sinal
se uma fuga de capital, como na Argentina e no México
de alarme e explode, como uma bolha.
(1995), teríamos um calote em dimensões monuTeremos uma fuga de capital monumental
mentais no Brasil.
e o calote.
A
JP - O presidente Lula também assumiu com a proposta da reconstituição da burguesia brasileira?
Coggiola - Sim, com toda a clareza. Sobretudo com a
garantia de continuidade do ciclo econômico precedente para evitar que se chegasse a um calote. Na verdade, o Lula subiu com a única garantia de que o Brasil
não chegasse na mesma situação da Argentina. Procede
uma série de reformas que têm como objetivo reconstituir o ciclo capitalista e garantir o cumprimento dos
contratos com o pagamento das dívidas externa e interna. Com o compromisso de privatizar a Previdência
Social, ou seja, criar novos campos de investimentos
capazes de garantir o novo ciclo de acumulação de capital. Portanto, a esquerda está com sérios problemas.
Vivemos uma situação de retrocesso absoluto das perspectivas das forças produtivas nacionais.
JP - E os bons indicadores econômicos exibidos pela
equipe do governo federal?
Coggiola - O Produto Interno Bruto (PIB) inclui
todas as operações econômicas, inclusive as especulativas no mercado financeiro. Então você pode ter
um crescimento do PIB, mas sem um crescimento da
força produtiva nacional. A Argentina, antes do calote, tinha um crescimento do PIB que chegava perto
de 10% anual. Aqui estão festejando 4% ou 5% por ano.
São dados puramente de caráter conjuntural. O desemprego continua crescendo. Portanto são miragens,
JP - Dá para prever quando seria essa crise?
Coggiola - Essas crises dependem de uma
situação volátil do ponto vista financeiro.
Tivemos a crise de 94 no México, em 97 na
Ásia, em 98 na Rússia e em 2001 na Argentina.
Nenhuma delas era previsível sequer dois
meses antes. Na escala mundial, temos uma
situação extremamente frágil. A economia
mais forte, a dos Estados Unidos, dá sinal
de fraqueza com déficits fiscal e comercial
que não param de crescer. Se o Brasil ou
outro país é a bola da vez , não se sabe.
JP- Retomando à política, qual é a diferença entre os
governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio
Lula da Silva?
Coggiola - Do ponto de vista dos interesses de classe representados no Estado existe uma continuidade.
Do ponto de vista dos agentes políticos existe uma
mudança. O PSDB era uma espécie de partido orgânico da burguesia. Já o PT recruta o pessoal político
na pequena burguesia e é composto também por exlíderes sindicais, que perderam contato com as bases
de origem. As ideologias políticas em nome das quais
as alianças se produzem têm um papel secundário. O
importante são as forças de classe que estão presentes. O PT aparece como uma forte tentativa de transformar esta pequena burguesia, associada a uma buro-
Há todo um debate político em torno de uma alternativa autenticamente de esquerda. Porém uma estrutura política para esta esquerda revolucionária não
existe. Por isto não aparece no cenário político. Mas
há sondagens que indicam a senadora Heloísa Helena
como uma alternativa da esquerda com cerca de 5%
dos votos. O quadro político na América Latina está
mudando, e mudando para a esquerda. A direita não
aparece como alternativa política.
JP - Qual é o ponto positivo do governo Lula?
Coggiola - O governo Lula está obrigando os trabalhadores a pensarem que não basta ter um partido. É
necessário ter um partido revolucionário dos trabalhadores.
05
Jornal da PUC-Campinas
20 de junho a 3 de julho /2005
Fotos: Ricardo Lima
Comportamento
R
O
M
A
O
Á
T
S
E
R
A
NO
Histórias de casais
tradicionais se misturam
com outras realidades
pontuadas pela busca da
liberdade, pela dedicação aos
estudos e pela preocupação
com o mercado de trabalho
E
Fábio Guzzo
[email protected]
Juliana Cotrim
e Leandro Ramiro
Eunice Gomes
[email protected]
de namoro moderno. Tem de ter fidelidade. Como não estou com meu
namorado durante a semana, procuro não sair nas baladas", garantiu Adriana,
que exibe na contracapa do caderno uma fotografia do amado.
O amor à primeira vista, que muitos acreditam ser apenas argumento
de novela das seis, tem espaço garantido entre os universitários. A aluna da
Faculdade de Nutrição Juliana Cotrim é noiva do primeiro namorado, o
estudante de Engenharia Elétrica Leandro Gama Ramiro. "Logo na segunda semana de namoro, colocamos alianças de compromisso. Neste ano nós
dois entramos na Universidade e ficamos noivos", comentou. Eles compartilham quase tudo, até as senhas de e-mail.
Carretoni orienta os casais a procurar mais estabilidade. "Não tenham
pressa. Procurem conhecer a si mesmos e os parceiros, amadureçam antes
de assumir um compromisso. Não quero dizer para 'ficar' com todos e sim
usar a liberdade de forma saudável". Na Faculdade de Fisioterapia há um
casal que seguiu esses conselhos. Desde 2003, quando passaram na
Em relacionamentos amorosos, a juventude vive um dilema entre o liberalismo e a tradição. Ao mesmo tempo em que querem 'ficar' com diferentes parceiros e sem compromisso, os jovens desejam também um namoro estável e com base na fidelidade. Esta é a avaliação do professor da
Faculdade de Psicologia da PUC-Campinas Hipólito Carretoni Filho, que
há 31 anos atua na área de terapia de casais. Exemplos que ratificam este
diagnóstico são facilmente detectados nos corredores dos campi. Casais
que puseram alianças na segunda semana de namoro, garotos e garotas que
sofrem com as amarras de namoros sérios em tempo de estudo e curtição,
idas e vindas pontuam os relacionamentos. Os conflitos entre casais estão
presentes também entre os que têm longos anos de convivência, mas a
maturidade e a flexibilidade estão a favor deles.
Se as dúvidas amorosas persistem e as preocupações com o mercado de
trabalho aumentam, o melhor é adiar as decisões mais sérias. Dados
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que
as pessoas estão fazendo exatamente isto. O relatório de 2004 apontou que a idade média do casamento civil no
País aumentou. Em 2001
o brasileiro se casava com
28,2 anos em média. No
ano seguinte, a idade subiu
para 28,5 e chegou a 28,9
em 2003. "Credito este
aumento à competitividade
no mundo do trabalho. Os
jovens preferem se preparar
a
ro à mod
para o mercado e casar
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depois", explicou Carretoni.
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Merten teudos, ficou com o se
Arquitetura e Urbanismo FreUniversidade, Vivian Aiello Bonfin e
os est
derick Merten exemplifica a inAugusto Von Zuben 'ficaram' várias vezes.
Saviani Rey entre dois amores:
terpretação da pesquisa. Merten terminou um relacionamento de dois
"Foi
bom porque a gente se conheceu bem,
a família e a biblioteca
anos para se dedicar aos estudos ."Minha namorada reclamava que eu
antes de assumir o compromisso de namonão tinha tempo para ela e me colocou contra a parede. Depois de pensar
ro, há dez meses", comentou Von Zuben. Mas toda regra tem exceções,
uns três meses, optei pela faculdade. Hoje, minha amante é a Arquitetura,
que nesse caso é ilustrada pelo aluno da Faculdade de Ciências
não quero compromisso com mais ninguém", brincou Merten.
Farmacêuticas Hítalo Camargo . "Antes de começar a namorar, a gente
Depois de uma frustração amorosa, na qual foi traída pelo namorado, a
se conheceu bastante. Mesmo assim, em três anos de namoro, já termiestudante da Faculdade de Nutrição, que prefere não se identificar, decinamos três vezes", afirmou.
diu pelo egoísmo. "Nos meus últimos relacionamentos os garotos tinham
Nos casais mais maduros, a natureza dos problemas muda e atinge a
compromisso. Não estava nem aí. Ninguém pensa na gente. Por que penconvivência entre os parceiros. A biblioteca do professor da Faculdade de
sar nos outros?", desabafou.
Jornalismo Luiz Roberto Saviani Rey, cujo acervo é constituído por cenEmbora a liberação comportamental promovida a partir da década de sestenas de livros e milhares de exemplares de jornais, foi motivo de conflito
senta tenha provocado muitas mudanças e conquistas, principalmente para entre ele e a mulher, casados há 30 anos. "A biblioteca chegou a ocupar um
as mulheres, a cultura ocidental continua valorizando a monogamia e a quarto inteiro de minha casa. Minha mulher ficava tão brava que chegou
fidelidade. "Por mais que os jovens afirmem que querem relacionamentos
a jogar parte dos jornais no lixo. Em 1999, decidi transferir a biblioteca para
liberais, a questão da fidelidade é essencial", observou o psicólogo. A aluoutra residência no Jardim Flamboyant. No começo da semana, quando a
na da Faculdade de Ciências Farmacêuticas Adriana Salvador, que namo- minha atividade acadêmica é mais intensa, fico lá, e na quinta-feira volto
ra há quase dois anos, exige fidelidade. "Para mim, não existe essa história
para o convívio da família", revelou Saviani.
20 de junho a 3 de julho /2005
06
Jornal da PUC-Campinas
Esporte & Cultura
Bolsa Atleta alimenta sonhos
Fotos: Ricardo Lima
A Universidade
beneficia 25 alunos de
diferentes cursos que
participam de
competições esportivas
“S
Fábio Guzzo
[email protected]
e não fosse esta bolsa, teria
de optar entre a faculdade e
o ciclismo. Meu pai não
teria dinheiro para pagar
todas as despesas do esporte e da graduação". A ciclista e aluna da Faculdade
de Direito Gabriela Pires Barbosa se
refere à Bolsa Estímulo ao Atleta, programa da PUC-Campinas que desde
2002 concede 25 bolsas a estudantes
representativos em suas modalidades
esportivas. Neste ano, as bolsas foram
distribuídas para 13 modalidades e entre A vice-campeã paulista 2003, Gabriela Pires Barbosa, é uma das contempladas pelo programa
dez cursos de graduação. De acordo
com a diretora da Faculdade de Educação Física (Faefi), Márcia Cândida Universidade em competições nacionais e internacionais. "O atleta vesGozzi, as bolsas são concedidas aos alunos filiados às federações esporti- te roupas com a logomarca da Universidade. Eles contam com a infravas que apresentem bons resultados. "Além de valorizar o esporte no meio estrutura da Faefi e a orientação dos professores".
universitário, o programa fornece um estímulo para que atletas de elite
A aluna da Faculdade de Odontologia Vanessa Paolieri Gianinni foi
continuem treinando enquanto cursam a graduação", detalhou Márcia.
uma das duas triatletas selecionadas neste ano. Décima colocada no
Vice-campeã paulista da prova feminina de contra-relógio na catego- Mundial de Triátlon, realizado ano passado em Portugal, Vanessa recebe
ria júnior em 2003 e vice-campeã interestadual da prova de resistência no a bolsa desde 2003. "Como o curso de Odontologia é integral e exige dediano passado, Gabriela participa do programa desde 2004. Única ciclista a cação, queria desistir do triátlon. Quando soube da bolsa, optei por conreceber a bolsa nesse ano, ela destacou o fato de o programa não limitar a ciliar o esporte e o curso", comentou Vanessa. Para semanalmente nadar
procura por apoio de outras empresas e instituições. "A bolsa não exige 25 quilômetros, correr outros 60 e pedalar mais 250 quilômetros, Vanessa
exclusividade e permite que se procurem outros patrocínios. Tenho apoio acorda às 4h30. "Antes de ir para o Campus II, pedalo na Lagoa do Taquaral.
da Prefeitura de Campinas e de uma academia", afirmou Gabriela. Há Depois das aulas, vou a uma academia nadar e correr", detalhou Vanessa.
dois anos, ela pedala quase todos os dias uma hora e meia na Lagoa do
Taquaral e na Rodovia Adhemar de Barros. "Também faço treino de resis- >> Serviço
Valor da Bolsa Estímulo ao Atleta - R$ 315,54
tência no Campus I, na ladeira em frente à Reitoria", comentou.
Seleção - fevereiro e março
A diretora da Faefi lembrou também que o projeto divulga o nome da
Informações: (19) 3756-7141 e [email protected]
A breguice histórica de Mário Lúcio PUC-Campinas
sedia Cole
Calça cor-de-rosa, casaco xadrez, óculos escuros e anéis extravagantes. Sim, ele
esteve aqui! Mário Lúcio, o famoso cantor da banda Mário Lúcio e Los Lúcios,
sucesso em Campinas e região nos anos
80 e 90, esteve na PUC-Campinas para
participar da aula de Estética da
Comunicação, ministrada pelo professor João Baptista Almeida Jr. na Faculdade
de Jornalismo. O grupo pop brega teve
um início inusitado. Marcelo do Canto,
autor do personagem Mário Lúcio, trabalhava como garçom durante sua graduação em Jornalismo na PUCCampinas. Quando ele conseguiu seu primeiro emprego
como jornalista no Diário do
Povo, decidiu se despedir do
restaurante fazendo um show
diferente. Travestiu-se de Mário
Lúcio e convidou os músicos
Ricardo (tecladista) e Deni
(baterista) para participarem da
apresentação. O inesperado
aconteceu: a banda estourou e
fez mais de 400 shows até 1999,
quando a carreira jornalística o
impediu de continuar na estrada da fama. Mas há controvérsias sobre este assunto.
Fontes garantem que foi a 'dona encrenca' quem encurtou a carreira do cantor. Ele nega categoricamente
esta versão. Desde então, o público cativo não pára de
O jornalista
Marcelo do Canto
(acima) e sua
cara-metade
solicitar a volta da banda. Para minimizar
esses apelos, Mário
Lúcio tenta se apresentar pelo menos um vez
ao ano. O astro pop
brega está negociando com a Universidade um show
para o próximo semestre. Quem nunca viu, prepare-se para se divertir, quem já conhece, matará saudades. Aguardem!
Pela primeira vez em 25 anos, a PUCCampinas será uma das sedes do Congresso de
Leitura do Brasil (Cole), que ocorre de 5 a 8 de
julho. Organizado pela Associação de Leitura
do Brasil (ALB), o Cole promove 400 palestras
e 1.462 comunicações orais de pesquisas
desenvolvidas por acadêmicos. Realizado
bianualmente, a 15ª edição do congresso, cujo
tema é Pensem nas Crianças Mudas
Telepáticas, está divida em 15 seminários. Em
salas do Campus I ocorrerão integralmente três
seminários sobre Educação e Matemática;
Leitura e Produção no Ensino Superior e
Mídia, Educação e Leitura. Os outros
seminários serão na Unicamp.
De acordo com a coordenadora do
Seminário Mídia, Educação e Leitura, Maria
Inês Ghilardi Lucena, professora da Faculdade
de Letras da PUC-Campinas, o congresso
reúne especialistas do Brasil e do mundo. "Eles
devem apresentar novas pesquisas sobre o
caráter crítico dos leitores", afirmou Maria
Inês. Segundo pesquisa da Câmara Brasileira
do Livro, o brasileiro lê 1,8 livro por ano. O
País está atrás de países como a Colômbia, com
2,4 livros. A França é uma das que lideram o
ranking com 7 livros.
>> Serviço
Inscrições: www.alb.com.br/novocole.php
07
Jornal da PUC-Campinas
MURAL
20 de junho a 3 de julho /2005
Fotos: Ricardo Lima
Reprodução
Vera Santana Luz
Quando os opostos se amam
Pietro Bardi e Lina Bo Bardi
O
Aderval Borges
[email protected]
s dois se conheceram em Roma, nos anos 40. Pietro
Maria Bardi era marchand e tinha o sonho de criar
um museu. Lina Bo trabalhava com desenho
industrial. Veio a guerra e apoiaram tendências opostas:
ele o fascismo e ela, a resistência. Mas nada abalou a relação entre os dois. Até a morte de Lina, em 1992, os Bardi
viveram em harmonia, apesar das diferenças. Cada qual
a seu modo, ambos foram idealistas.
Em 1946 vieram para o Brasil, a convite do empresário das comunicações Assis Chateaubriand, para
montar o Museu de Arte de São Paulo (Masp), em
São Paulo. Enquanto Pietro cuidava da aquisição do
acervo, Lina se dedicava ao projeto da obra. Em 1968,
o museu foi inaugurado.
No Brasil, cada um tinha sua tribo. Ele era da bur-
guesia e ela das rodas esquerdistas. Mas ambos eram
estranhos aos respectivos meios. Para Pietro, o dinheiro só tinha uma função: adquirir obras. O comportamento despojado de Lina não causava boa impressão
entre seus pares comunistas. Tinham-na como colega de percurso, mas com ressalvas. Não entendiam
como podia ser marxista e, ao mesmo tempo, debochar do sectarismo dos movimentos sociais.
Lina fez muito mais que política e arquitetura no
Brasil. Ajudou a formar uma geração de artistas brilhantes, entre eles os baianos Caetano Veloso, Gilberto Gil,
Glauber Rocha, Rogério Duarte e o paulista José Celso
Martinez Corrêa. A professora da Faculdade Arquitetura
e Urbanismo da PUC-Campinas Vera Santana Luz
defendeu, em 2004, tese de doutorado sobre o tema
Ordem e Origem em Lina Bo Bardi. Confira algumas
declarações da professora sobre a arquiteta.
Tecnologia e cultura popular "A obra de Lina está dentro de um conceito evolutivo da arquitetura, mas também se fundamenta em um conceito de origem. Ao mesmo tempo que defendia a arquitetura industrial, baseada na alta tecnologia, ela também se interessava por construções populares."
Arquitetura para ser usada "Suas obras não eram planejadas para serem contempladas. Pensava na utilidade de cada uma delas.
Todos seus prédios são agradáveis, com grande fluência de público. Veja o caso do Masp. Os grandes vãos são destinados para várias atividades e as pessoas que circulam por dentro do museu nem se dão conta de que se trata de um espaço particular."
Influências diversas "Lina não separava a arquitetura de outras atividades. Envolveu-se com teatro, música, cinema e cultura popular. No fim da vida, teve a preocupação de criar um núcleo de arquitetos mais jovens, para que seu trabalho tivesse continuidade. Fizeram parte desse núcleo Marcelo Ferraz, Marcelo Suzuki e André Vainer."
Para conhecer Lina e Pietro Bardi "Entre os principais projetos de Lina no Brasil estão a Casa de Vidro (onde morava com
Pietro, transformada no Instituto Lina Bo e P.M. Bardi), de 1950, o Museu de Arte de São Paulo, de 1968, o Sesc Fábrica da Pompéia,
de 1977, o Centro Histórico da Bahia, de 1986, e o Palácio das Indústrias - Prefeitura de São Paulo, de 1992. Sobre a própria obra, ela
dizia: 'Meu projeto mais importante foi uma capelinha miserável em Uberlândia (MG), feita sem dinheiro pelos padres franciscanos'.
>>
Serviço
O Instituto Lina Bo e P.M. Bardi é aberto a visitações. Informações (11) 3744-9902 e www.institutobardi.com.br
Intervenções
artísticas A artista plástica Sylvia
Focas Awards 2005
classificados
No dia 13 de junho, na
sala 803 do prédio H-1 do Campus I, com toda pompa de
uma noite de gala hollywoodiana, alunos da Faculdade de
Jornalismo premiaram em 20 categorias as nove peças apresentadas durante o primeiro semestre deste ano na disciplina
Expressão na Comunicação. O evento, batizado de Focas
Awards 2005, foi concebido pelos alunos e pelo professor da
disciplina, Paulo Afonso Coelho.
Furegatti integra o Ateliê Aberto - produções contemporâneas, de Campinas.
Ela trabalha com intervenções no meio
urbano. Elege um espaço e faz um
projeto de evento, levando em conta o histórico do local, sua utilização,
características físicas e o público que
o freqüenta. Seu último trabalho ocorreu no dia 11 de junho, num gramado da Unicamp. Ela reproduziu no local,
com cal, um desenho de um ícone do
Capitólio Romano, em uma área livre de
mais de 60 metros. Participaram do projeto
17 alunos da Faculdade de Artes Plásticas da
Unicamp. O evento teve apresentações de outros artistas e até um avião sobrevoou o local para que fossem tiradas fotos aéreas. "Tenho a idéia
de fazer uma intervenção no Campus I da PUC-Campinas. Para isso, estou à disposição
do pessoal que queira compartilhar", afirmou. Informações: [email protected].
>
>
Imagens O ceramista Daniel Soares organiza em julho uma
mostra de fotografias artesanais no Bar e Restaurante Seo Quim,
à Rua Heitor Penteado, 1173, no Distrito de Joaquim Egídio.
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Suavidade trágicaO inglês
Nick Drake (1948-1974) compunha
canções com letras estranhas, que
falavam de diferentes países e
culturas, recheadas com o imaginário
psicodélico da época, e as cantava
com voz suave e intimista. Nasceu na
Índia, onde seu pai servia como
engenheiro. A família viveu por vários
países. Na Inglaterra, o tímido Drake
lançou três álbuns, que não
emplacaram. Com o fracasso do
último, Pink Moon, de 1972, desistiu
da carreira. Em 1974, morreu de uma
overdose de antidepressivos. A partir
de 1976, Drake foi descoberto pelo
grande público, seus discos venderam
milhares de cópias e ele se tornou
mais um mito do rock-and-roll.
Confira os ganhadores do último sorteio, que
devem retirar seus prêmios até 5 de julho no
Departamento de Comunicação, localizado
no Prédio da Pastoral I (Campus I), das 8h30 às
11h30 e das 13h30 às 16h30.
FICTÍCIOS
Grasiele Cristina Fernandes (Proad)
Fabiana de Cássia Fernandes Cuculi (CGDRH)
Daniele Martins (CGDRH)
Thiago Marinho Jean Papayannopulos (Celi)
Dalva Marçal dos Santos (Centro Cirúrgico HMCP)
ISOBEL
Aguinaldo Silva (CCSA)
Telma Cruz Bianco (CID)
Luciana Batemarco de Oliveira (Laboratório de Química)
Victor Saccardi (Faculdade de Biologia)
Mônica Cardoso (Faculdade de Fonoaudiologia)
REVENGE
Regina Amaral Costa Azevedo (Laboratório de Química)
Isaias Silva Pinto (Faculdade de Jornalismo)
Ana Rita Goldoni (Faculdade de Relações Públicas)
Silvana Teixeira (Gerência de Operações)
Valdecir Batista da Costa (Análise de Sistemas)
08
20 de junho a 3 de julho /2005
Jornal da PUC-Campinas
Fotos: Ricardo Lima
Moda
Acessórios,
antes usados
apenas pelos
avôs e
netinhos,
conquistam os
jovens e
anunciam a
chegada do
inverno nos
campi; médica
atesta a
eficácia da
proteção do
pescoço, mas o
mesmo não
acontece com
os ouvidos
Bárbara Bento: garota
propaganda dos produtos
da mãe no Campus II
A funcionária Mônica Cardoso
Os universitários Tito Naville e
Rafael Diego Madona Vaz
O
GORROS e
CACHECÓIS
A estudante
Renata Scocate
Du Paulino
[email protected]
O inverno começa no dia 21 de junho, mas o friozinho dos últimos meses já mudou o visual da galera. Gorros
e cachecóis deixam os guarda-roupas e as vitrines e dão
um tom colorido nos campi da Universidade. As peças,
antes usadas apenas pelos avôs e netinhos, consolidam a
tendência na nova estação e até rende negócios para a mãe
da estudante da Faculdade de Fisioterapia Bárbara
Alessandra Bento. Ela começou a desfilar as peças confeccionadas pela mãe no Campus II. As colegas gostaram
e Bárbara apostou no charme e na sofisticação dos acessórios para comercializar o produto.
Vestida a caráter para encarar as baixas temperaturas,
a aluna da Faculdade de Jornalismo Mariana Cunha assumiu que adota os gorros e as toucas independentemente da estação. "Não uso só porque é moda, acho que tem
a ver com minha personalidade. Me sinto bem, tanto que
no verão também uso toucas de crochê." Gorros e toucas fazem parte do estilo da funcionária do Campus I e
aluna da Faculdade de Fonoaudiologia Mônica Cardoso,
que compartilha da mesma opinião de Mariana, e considera o acessório indispensável.
Mais prática, a futura nutricionista Marcela Baruco
usa o gorro porque tem frio na orelha mesmo. Manter
a cabeça quente, no sentido literal da palavra, é a opção
dos rapazes. Os alunos das faculdades de Economia e
Administração Tito Naville e Rafael Diego Madona
Vaz, respectivamente, elegeram o gorro como peça
fundamental para enfrentar o frio. Naville confessa
que tem gorros de várias cores para combinar com a
aquecem
a moçada
roupa. Para Vaz, além de incrementar o visual, o acessório serve para proteção.
A proteção também é a justificativa da aluna de Faculdade de Psicologia Renata
Testa para adotar o cachecol como seu companheiro de inverno e acertou na escolha. A otorrinolaringologista do Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP) da
PUC-Campinas Rosana Ribeiro revelou que a imunidade do corpo cai quando sentimos frio, por isso as inflamações de garganta são tão comuns nessa época do ano.
Ela esclareceu que a circulação sangüínea é muito intensa no pescoço, o que faz
com que seja uma das regiões mais quentes do corpo e o cachecol ajuda a manter
a temperatura prevenindo infecções. Já as toucas e gorros não têm prevenção comprovada. "As dores de ouvido no inverno são causadas pela contratura muscular devido ao frio e não pela exposição dessa área às baixas temperaturas", explicou Rosana.
Alheia aos benefícios do pescoço aquecido, a aluna da Faculdade de Jornalismo
Renata Scocate exibe seu cachecol colorido que contrasta com o cinza da estação.
Ela disse que só usa o acessório quando está bastante frio. "Estou até aprendendo a
fazer!", gabou-se. (Colaborou Maísa Urbano)
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A moçada sofre o dilema entre manter - PUC