Fisioterapia no Cuidados Paliativos Oncológicos ERNANI COSTA MENDES Fisioterapeuta FATORES DE RISCO • Estágios da Reabilitação em Oncologia (Dietz) – Preventiva - prevenção ou redução do impacto e severidade das desabilidades relacionadas ao câncer. – Restauradora - objetivos voltados para o retorno do paciente ao estado de saúde pré-doença sem distúrbios físico - funcionais significantes. – Suporte - redução das desabilidades relacionadas ao câncer naqueles pacientes onde a doença ainda persiste, mas tenham sido controladas pelo tratamento. – Paliativa - objetivos restritos ao conforto e qualidade de vida Dietz, 1974 PNAO Perpasse todos os níveis de atenção (primária, secundária e terciária) e de modalidades de atendimento (promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos). Movimento Hospice • Medicina Moderna - preservação da vida + minimização do sofrimento. • No séc.XX – começam os questionamentos dos limites éticos sobre manutenção da vida. • Hospitais - cuidados e tratamentos - parto até a morte. Isolamento dos doentes graves. • Tecnologia e as infindáveis possibilidades farmacológicas. • Adiamento da morte. • Acrescentando mais tempo a vida do que vida ao tempo • Hospice – do latim hospes – estranho, anfitrião, - hospetales – amigável, boas vindas ao estranho – hospitalidade • 1840 – França – hospices – abrigos para peregrinos religiosos • O movimento hospice divulga não conceito de cura, mas o de cuidado. • Cuidado Paliativo - origem no movimento hospice, Cecily Saunders, 1967 – St. Cristhopher’s Hospices – revolução cuidar e não só curar. • Filosofia do fundamentais: cuidar com dois elementos – Controle efetivo da dor e de outros sintomas, – Dimensões psicológicas, sociais e espirituais do paciente e família. Cuidados Paliativos ou Medicina Paliativa – Do latim Palliare – proteger, amparar, cobrir, abrigar. • OMS/1990 – “Cuidados paliativos são cuidados ativos e totais aos pacientes quando a doença não responde aos tratamentos curativos, quando o controle da dor e de outros sintomas (psicológicos, sociais e espirituais), é prioridade e cujo objetivo é alcançar a melhor qualidade de vida para os pacientes.” • OMS/2003 - “...medidas que aumentam a qualidade de vida de pacientes e seus familiares que enfrentam uma doença terminal, através da prevenção e alívio do sofrimento por meio de identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e outros problemas físicos, psicossociais e espirituais”. Fisioterapia em Cuidados Paliativos É necessário uma equipe multiprofissional envolvida e que conheça os principais objetivos: - Alívio da dor e de outros sintomas estressantes; - Afirmar os Cuidados Pliativos para a manutenção da vida, aceitando a morte como parte normal deste processo; Não pretender acelerar nem adiar a morte; Promover qualidade de vida, até quando for possível Aspectos Filosóficos • Segundo McCoughlan, 2003 uma das maiores dificuldades dos profissionais da saúde ao promover um abordagem paliativa é a mudança da visão exclusivamente curativa e reconhecer que o estado em que o paciente se encontra é, em curto e médio prazo, fatal. • A formação dos profissionais, até o momento, primou pela qualidade técnica e científica, subvalorizando os aspectos humanistas, transformando a área de saúde em ciência exata. • Não há uma abordagem nas necessidades dos pacientes terminais como pessoas, não dão crédito em que o paciente relata. Aspectos Filosóficos • Os Cuidados Paliativos implicam em uma visão holística, que considera não somente a dimensão física, mas também as preocupações psicológicas, sociais, espirituais. • Um conceito estreitamente relacionado aos Cuidados Paliativos é a ortotanásia ( orto=direito, normal; tanasia= morte) que é a idéia de morrer com dignidade considerando a morte como processo natural da vida. Para isso é preciso respeitar o bem-estar e oferecer apoio ao indivíduo próximo à morte, não afastar-se e parar os cuidados porque “nada mais pode ser feito.” Aspectos Filosóficos • É um conceito inverso da mistanásia (morte infeliz e insatisfatória ) e não estando ligada a eutanásia (trazer a morte) ou distanásia (afastar a morte). • É importante a participação da família e amigos próximos, no processo de aceitação e suporte do paciente. Equipe • Multiprofissional • • • • • • Médico Enfermeiro Psicólogo Assistente Social Fisioterapeuta Nutricionista interdisciplinar Aspectos Éticos Veracidade: Comunicar a verdade ao paciente e aos seus familiares constitui um benefício para eles, pois permite a possibilidade de sua participação ativa nas tomadas de decisão. (autonomia). Proporcionalidade Terapêutica: Deve se verificar se a terapia é útil ou inútil, meios alternativos com devidos riscos e benefícios, prognóstico com ou sem determinada terapia e viabilidade de custos. ( preservar a vida e aliviar os sintomas). Duplo Efeito: De um modo geral, boa parte das intervenções terapêuticas ou sintomatológicas podem gerar efeitos positivos e negativos, efeito este conhecido como duplo efeito ou efeito colateral. Ex.: morfina– alivio da dor x morte. Aspectos Éticos Prevenção: Prever possíveis sintomas e complicações é da responsabilidade de todos os profissionais. Não- abandono e alivio dos sintomas: Este princípio ético determina, salvo em casos de grave objeção de consciência, que o paciente nunca deve ser abandonado ao recusar determinadas terapias, pois de modo geral, ocorre pouca tolerância para enfrentar a morte e o sofrimento. Principais Complicações • • • • Estadiamento avançado. Toxicidade pela RT. Toxicidade Quimioterápica. Sangramentos. Principais Sintomas em Cuidados Paliativos • • • • • • Dor Fadiga Complicações osteomioarticulares Complicações linfáticas Complicações pulmonares Síndrome de Compressão medular e raquimedular • Metástases ósseas e fratura patológica Performance Status (Escala de Zubrod) PS O – Atividade normal PS 1 – Sintomas da doença, mas deambula e leva seu dia a dia normal PS 2 – Fora do leito mais de 50% do tempo PS 3 – No leito mais de 50% do tempo, carente de cuidados mais intensivos PS 4 – Preso no leito Dor • Buscar o bem estar e o conforto. • “Dor total” – síndrome que além da nocicepção (lesão), envolve fatores físicos, emocionais, sociais e espirituais que influem na gênese e na expressão da queixa. • Tem características especiais: • É freqüente • Intensidade significativa • Manifesta-se em mais de um local • É diária • Quando não é contínua, dura várias horas do dia • É o principal motivo da procura de atendimento e uma das principais causas de internação hospitalar. • A dor é referida por cerca de 60% dos doentes com câncer e 30% relatam como moderada a intensa. • A localização e a intensidade dependerão entre outros fatores, da natureza psicossocioambiental, localização do tumor, de suas metástases e das estruturas acometidas. • Ex: – Pacientes com tumores que se desenvolvem confinados, tais como, na cabeça, pescoço e cérebro tem maior probabilidade de causar dor desde o início da doença. – Pacientes com sarcoma, câncer de ouvido, nariz, pescoço, pulmão, gastrointestinais e cérvicouterinos, relatam sentir dor mais intensa do que os de que tem câncer de pele e testículos. – Pacientes com linfomas, câncer de próstata e bexiga metastáticos declaram sentir dor mais intensa do que os que possuem outros tipos de cânceres metastáticos. – Pacientes com mieloma múltiplo relatam dor moderada a intensa nas costelas e coluna desde o diagnóstico, devido à destruição osteolítica do osso. • A dor advém: do próprio câncer (46 a 92%), relacionada ao câncer (12 a 29%), do tratamento antitumoral (5 a 20%) e de distúrbios concomitantes (8 a 22%). Lesão lítica- fraturas patológicas. • SCM/ Radicular • Compressão de plexo braquial /lombo-sacral. • Nevralgia pós-herpética (dor neuropática). • Relacionada ao linfedema. • Os tipos de dor dependerão da causa e da duração: Aguda – está relacionada à existência de uma lesão. Evoca a função de alerta – respostas neurovegetativas de ataque ou fuga. Ex: taquicardia, aumento da PA. São resultantes de cirurgia, procedimentos diagnósticos e terapêuticos, traumas em geral, inflamações, infecções e complicações paraneoplásicas. Crônica – dura mais de 3 meses e dói continuamente ou de maneira intermitente, mesmo após a cura da lesão. Função de alerta não é predominante, as respostas neurovegetativas não se manifestam com as mesmas características. EX: neuropatias, toracotomias. • Nociceptiva – quando as terminações nervosas livres, das fibras do SNP, são ativadas por estímulos térmicos mecânicos ou químicos. • Neuropáticas – sensibilização periférica, hiperexcitabilidade dos aferentes nociceptivos primários diante de inflamação, reação dos tecidos adjacentes à lesão e os mecanismos de reparo do tecido neural em resposta a uma lesão, além de hiperexcitabilidade dos neurônios centrais ou sensibilização central. É causada por lesão parcial ou total dos sistemas nervoso central, periférico ou ambos. Manifesta-se por sinais e sintomas sensoriais: hipoestesia, alodínea, formigamento e queimação. • Incidental – são episódios de dor, relacionados à dor somática em 46% das vezes, visceral 30%, neuropática 10% e mista 16%. É a exacerbação transitória da dor que ocorre somada a uma dor de base persistente, é intensa e de curta duração. É um episódio transitório de dor incontrolável. Pode estar relacionada à movimentação ou a realização de alguma atividade específica. Ex: dor lascinante ou em queimação ao movimento na dor neuropática. • Avaliação: – Roteiro do doente para avaliação da dor e do alívio obtido. – Escala visual analógica da dor ou numérica. – Observações do comportamento. – Diários de dor. Nota zero Dor ausente ou sem dor Nota três Dor presente, havendo períodos em que é esquecida Nota seis A dor não é esquecida, mas não impede exercer atividades da vida diária Nota oito A dor não é esquecida, e atrapalha todas as atividades da vida diária, exceto alimentação e higiene Nota dez A dor persiste mesmo em repouso, está presente e não pode ser ignorada, sendo o repouso imperativo Recursos analgésicos: • TENS – nos quatro tipos de modulação de corrente, resultados rápidos. • Convencional, acupuntura e trens de pulso e breveintenso. • TENS de baixa a alta freqüência, induzem analgesia por liberação de opiódes endógenos. Pacientes em uso crônica de morfina, a baixa freqüência é menos efetiva, optar por de alta freqüência (maior que 50 Hz) que produz outro mecanismo de analgesia. • NA dor neuropática – seguindo o processo de redução ou minimização da dor por neuromodulação. (teoria das comportas) • Corrente Interferencial – Analgesia – Interage duas correntes de AF e modula-as em uma de BF. – Utiliza-se uma corrente fixa de 4000Hz e outra variando de 4000 a 4150HZ. – A AMF (modulação da amplitude da frequência não está bem definida). – Gera menos desconforto que o TENS porque têm menos resistência ao penetrar nos tecidos. – Tempo= 20 minutos • Termoterapia Superficial – promove relaxamento muscular interferindo no ciclo dor – espasmo – dor, principalmente nos indivíduos portadores de tumores primários ou secundários que estejam comprimindo estruturas neuromusculares. – O aquecimento reduz o espasmo muscular e a dor; remove produtos metabólicos e mediadores químicos responsáveis pela indução da dor e do espasmo muscular reflexo. • Crioterapia: – Ação vasoconstritora reduz mediadores químicos da dor, controla ao contato dos mediadores inflamatórios com os nociceptivos por redução da atividade elétrica das fibras nociceptivas. • Massoterapia: – Estimulação mecânica dos tecidos através da aplicação rítmica de pressão e estiramento. – Diminui a tensão muscular, melhora a circulação tecidual e diminui a ansiedade. • Cinesioterapia, incentivo condicionamento respiratório à marcha e – Os diferentes tipos de exercícios permitem restaurar ou melhorar o desempenho funcional dos segmentos comprometidos pela síndrome da imobilização. • Alongamentos – Para diminuir tensão muscular, gerada pela dor. – Recuperar a ADM através de estiramento passivo ou ativo dos tecidos que após a lesão se encurtaram. (tecidos conjuntivo colagenoso, fibroso ou elástico). – O alongamento inibe a contração muscular porque estimula os órgãos tendinosos de Golgi. Estes inibem a atividade dos neurônios. – Evita a instalação de complicações ortopédicas, síndrome do desuso, distrofia e hipotonia muscular, bloqueio articular,... Fadiga • Sinônimos: astenia, letargia, exaustão, sensação de fraqueza e falta de motivação. • Ocorre em 75% a 99% dos doentes com doença oncológica avançada. • Compromete as Atividades de vida Diária e ocasiona prejuízos à qualidade de vida. • O conceito de fadiga e suas causas não estão bem estabelecidos, porém é considerada uma síndrome em que fatores físicos e psíquicos contribuem para sua gênese e manifestação. • É subjetiva, multifatorial, engloba os âmbitos físico, emocional e congênito do paciente. • Aguda – quando há relato de cansaço intenso e anormal, após estresse mental ou físico, que melhora com repouso. • Crônica – sem melhora ao repouso e piora da funcionabilidade. Varia de um a seis meses para caracterizar quanto ao tempo. • Doente com câncer geralmente tem fadiga crônica, em Cuidados Paliativos a fadiga pode chegar a 99% de ocorrência; cursa com extremo desconforto e prejuízos à qualidade de vida. Quanto mais próximo da morte mais intensa será a fadiga. • Sintoma associado a liberação de substâncias oriundas da lise e do hipermetabolismo tumoral ou efeito adverso dos tratamentos quimioterápicos e radioterápicos. • Agrava-se com a dor, infecção, desidratação, hipercalcemia, diabetes, constipação, caquexia, depressão, ansiedade e insônia. • Avaliação da Fadiga: – Geralmente questionários e escalas que avaliam aspectos físicos, emocionais e cognitivos. – Não são usados parâmetros físicos, como avaliação de atividade muscular, níveis de hemoglobina e metabolismo anaeróbico. • A Escala Visual Analógica – simples e satisfatório; a medida é unidimensional de percepção do paciente em relação ao sintoma. Como intervir? • Objetivo – manter a capacidade funcional do paciente e minimizar perdas. • Estratégias baseadas em manter ou aumentar os níveis de energia. • Organização dos momentos de descanso/sono; • Nutrição; • Terapia complementar • Atividades de lazer • Educação e aconselhamento • Importante: para otimizar energia, o doente deve planejar as atividades que irá realizar durante o dia, estabelecendo prioridades. • Exercícios • são meios importantes para controle da fadiga. • A atividade física deve preservar a força muscular, principalmente os exercícios aeróbicos. • Os exercícios colaboram com a melhora do apetite, dá sensação de bem-estar, melhora auto-estima e autopercepção. • A escolha dos exercícios deve ser baseada na satisfação. • Ex: Pacientes que optam por caminhadas, natação e ciclismo aderem melhor à reabilitação. • O programa deve ser implementado por pelo menos 3x por semana e com duração mínima de 30 minutos. • Atividades funcionais também podem ser utilizadas nesse programa. • Ex: jardinagem, dança e outros hobbies. • Conservação de energia – direcionar as escolhas individuais sobre as atividades priorizando os objetivos, distribuindo as tarefas, identificando recursos que facilitem a realização com menor investimento de energia. astenia 1-4 Exercício aeróbico(bicicleta) Exercício resistido 8-10 5-7 Exercício moderado(caminhada) Exercício ativo Relaxamento Otimização de energia Exercício passivo Equilibrar atividade com descanso Distração(terapias manuais, ver televisão) Estímulo atividades da vida diária EXERCÍCIOS FÍSICOS • Plaquetopenia – 30-50 mil – ativos de amplitude máxima + isotonia com resist. • 20 – 30 mil- ativos ou passivos sem resist. • - 20 mil – passivos e AVD’S. • Anêmicos – Hemoglobina • - 8g/dl – Hct menor 25% - isométricos, ativo c/ amplitude máx. e Avd’s – evitar ex. aeróbicos • Hct – 25 a 35% - Hg – 8 a 10 g/dl - aerobiose leve e ex. resist. • Hct – maior 30% e Hg maior 10g/dl – ex. resistido de acordo com a tolerância. (Baracat et.al. 2000) Complicações osteomioarticulares • Síndrome do desuso ou da imobilização – Composta por fraqueza muscular (hipotrofia), descondicionamento cardiovascular, respiração superficial e alterações posturais. – Os primeiros músculos a serem afetados são os antigravitacionais e de contração lenta (sóleo, eretores da coluna e da cabeça), em seguida os bioarticulares (gastrocnêmio e retofemural) e depois os de contração rápida. • As mudanças ocorrem em curto período de tempo com as alterações teciduais. Além das alterações musculares ocorre fibrose em tecidos periarticulares, diminuição de massa óssea, diminuição da síntese do líquido sinovial, diminuição da extensibilidade dos tecidos e diminuição da força. • O desuso pode ser agravado pela quimioterapia ou radioterapia, metástases ósseas, gerando osteopenia e osteoporose, aumento do risco de fraturas patológicas, sendo o fêmur o mais acometido. Como intervir? • Exercícios com pesos leves ou moderados para os principais grupos musculares • Retorno a atividades com descarga de peso como caminhadas e ciclismo • Alongamento para melhorar a relação comprimento X tensão. Complicações Linfáticas • O linfedema é o acúmulo anormal de líquido rico em proteínas no espaço intersticial decorrente da drenagem linfática deficiente. • A principal complicação linfática é o linfedema pós mastectomia • O diagnóstico do linfedema é realizado através da diferença pelo menos de 2 cm de cirtometria comparativa ente os membros ou a diferença de 200 ml de água deslocada através do método de infusão do membro. • O linfedema traz incômodos físicos como diminuição da amplitude de movimento, sobrepeso do membro e assimetria na composição corporal, além de envolver aspectos emocionais. • As possível intercorrências relacionadas ao linfedema estão o ceroma, deiscência dos pontos cirúrgicos, dor, infecção, aderências e celulites. • Linfedema maligno- Linfedema condicionado a malignidade. • Há um bloqueio nos ductos linfáticos ou linfonodos. • Representam 4% dos linfedemas secundários. • Formas: Linfedema maligno inicial - aparece como primeiro sintoma de uma metástase após terapia do Câncer; como primeiro sinal do câncer. Linfedema de início benigno e posteriormente maligno - após o tratamento do câncer , já existe um linfedema secundário, que por meio de metástase se agrava. • Linfedema Maligno de MS- Acentuação central, ombro e braço + afetados. • Propagação do edema na região torácica, pescoço e rosto. • Aumento rápido. • Lesão no plexo por infiltração tumoral. • Circulação venosa alternativa do ombro. • Aquecimento do edema. • Linfangiose carcinomatosa. • Linfonodos aumentados. • Síndrome parcial de Horner. • Paresia recorrente. • Paresia do n. frênico. • Linfedema Maligno de MI - Acentuação central, principalmente na coxa. • Propagação do edema no abdome , vulva, região pubiana. • Aumento rápido. • Lesão progressiva ao plexo por infiltração tumoral. • Aquecimento do edema. • Linfangiose carcinomatosa. • Linfonodos inguinais aumentados. • As intervenções fisioterapêuticas com melhor efetividade são o uso de bandagem elástica, a realização de drenagem linfática manual e aparelhos de compressão pneumática. • As bandagens devem ser colocadas diariamente e removidas durante o repouso noturno. • A compressão pneumática não deve superar a 40 mmHg para que não haja compressão das vias venosas responsáveis pela drenagem do líquido excedente. • Para prevenir rigidez articular usar mobilização passiva e ativa. • A eletroterapia é coadjuvante nos sintomas de dor de rigidez. Complicações Pulmonares • • • • • Atelectasia Acúmulo de secreção em vias aéreas Hipoventilação Derrame pleural Pneumonia • A mais freqüente é a Atelectasia - resultante da diminuição da capacidade residual funcional, respiração superficial e diminuição dos movimentos ativos e mudanças de decúbito. Atelectasia pode levar a hipoxemia e ao aumento de secreção. – Previne-se com mudanças de decúbitos, incentivo a atividade voluntária e aumento da profundidade da respiração. • Acúmulo de secreção Pacientes acamados cursam com diminuição da movimentação do transporte mucociliar e enfraquecimento da tosse, causando patologias pulmonares obstrutivas. Tratamento fisioterapeutico: – Drenagem postural – Manobras respiratórias – tosse assistida, Mobilização de secreção por instrumento de oscilação expiratória (FLUTTER) – Posicionamento adequado – sentado: aumenta os volumes pulmonares e diminui o trabalho respiratório, prono: aumenta a capacidade residual funcional e a relação ventilação X perfusão, laterais: aumenta a ventilação e a mobilização de secreção pela ajuda gravitacional. – Técnicas de vibração e percussão – auxiliam higiene brônquica através da propagação energia mecânica pela pare torácica. – Manobra de Huffing – Aumenta a efetividade tosse – Aspiração por sonda – sistemática e baseada necessidade imediata. na de da na Dispnéia • A Dispnéia é a sensação subjetiva e desconfortável de falta de ar, quando a demanda de O2 é maior que o suprimento. • É um sintoma comum e ocorre em 45 a 70% dos pacientes com câncer avançado, decorrente de alterações no parênquima pulmonar, excesso de secreção e descondicionamento físico. • É um sintoma limitante das atividades diárias, como caminhar, subir escadas, tomar banho, alimentar e concentrar. • Além dos aspectos fisiopatológicos, fatores psicossociais também influenciam na sensação de falta de ar e sua severidade. Avaliação: Causas de Dispnéia em Câncer • Malignas: Envolvimento do parênquima (ca pulmão, metástases) Envolvimento pleural (Mesotelioma pleura, derrame pleural) Obstrução da VAS (Linfodomegalias, invasão direta tumor) Envolvimento venoso (SVCS, embolia tumoral) Envolvimento linfático ( linfangite carcinomatosa ) Infiltração de parede torácica • Paramalignas: • Pneumotórax – Pneumonia – Fístula traqueobrônquica – Embolia pulmonar Relativas ao tratamento anti-neoplásico: – Cirurgia (pneumectomia, lobectomia) – QT (toxicidade pulmonar e cardíaca) – RXT (penumonite actínica, fibrose pulmonar, pericardite) – • • Sistêmicas (malignas e paramalignas) Fadiga dos músculos respiratórios Caquexia, Astenia (Fadiga) Sd. Paraneoplásicas Alterações hidro-eletrolíticas Sangue Anemia Sd. Hiperviscosidade • Disfunção Mecânica do diafragma: Ascite Neoplásica Metástase Hepática, Obstrução Maligna Paralisia diafragmática Acidose metabólica Falência renal Intestinal • Os meios fisioterapêuticos para o manejo da dispnéia são: – Exercícios de controle respiratório – que muitas vezes evitam a ansiedade durante um ataque dispnéico – Orientações sobre o gasto energético – que diminui a demanda metabólica – Relaxamento – diminui os aspectos emocionais, a ansiedade e alivia a tensão muscular gerada pelo esforço respiratório. – Oxigenoterapia – quando ocorrer queda de saturação para menos de 85% em ar ambiente, durante o repouso – Ventilação Não Invasiva por Pressão Positiva Intermitente, CPAP ou BIPAP. • TÉCNICAS DE EXPANSÃO PULMONAR − Inspirações Profundas - SMI Espirometria de Incentivo VNI: CPAP ou BIPAP A VNI deve ser utilizada em pacientes oncológicos quando a causa da insuficiência respiratória for potencialmente reversível, principalmente naqueles pacientes com EAP e DPOC descompensado. − − • – – Posicionamento Controle respiratório Otimização Biomecânica do gasto energético respiratório (RTA ) • – – – – – – TÉCNICAS DE HIGIENE BRÔNQUICA Posicionamento adequado (melhor V/Q) Técnicas associadas de Desobstrução Brônquica Umidificação PEP em Selo d’água Técnicas que envolvem: VC + Expiração Lenta “Breath Stacking” (“empilhamento do ar”) Síndrome de Compressão medular e raquimedular • Complicação neurológica, considerada urgência em oncologia, que afeta 5 a 10% dos casos de câncer originada por tumores primários e mais de 60% dos casos são secundários metastáticos por neoplasia de mama, pulmão e próstata. – As regiões mais acometidas são torácicas 70%, lombar 20%, cervical 10%. Os principais sintomas são: dor (96%) casos. Mecanismos Principais: – Disseminação direta do tumor; – Doença metastática óssea vertebral com compressão medular ou radicular; – Infiltração sistêmica gerando compressão do eixo neural medular • O tratamento preconiza o alívio da sintomatologia e evitar a deterioração neurológica. 1. Estabilizar a coluna; 2. Posicionamento adequado; 3. Melhorar a QV; Obs: Radioterapia +Corticoterapia 48h + repouso no leito • A remissão dos sintomas poderá ser total ou parcial, porém a maioria dos casos tem prognóstico ruim (3 a 6 meses). • A fisioterapia visa à qualidade de vida corrigindo as alterações da postura e do equilíbrio, manutenção da força muscular, evitar encurtamentos e prevenir complicações respiratórias. • Exercícios ativos livres funcionais • Incentivadores respiratórios • Bola terapêutica • Adequação de órteses – permitindo posturas mais altas • TENS • Trocas posturais e de decúbito em bloco Metástases ósseas e fratura patológica • É uma das principais características das neoplasias malignas – mais de 80% dos carcinomas de mama, pulmão, próstata, tireóide e rins evoluem para metástases ósseas. Os principais sítios de metástases no câncer são os linfonodos, o fígado, os pulmões e os ossos, exceto no sarcoma que são os pulmões. • A disseminação pode ocorrer por via hematológica ou linfática. • A dor é a queixa mais freqüente, geralmente associada a fratura patológica de ossos longos e coluna vertebral. • As lesões podem se manifestar através de lesões osteolíticas, osteoblásticas ou mistas. • O objetivo da fisioterapia é promover a estabilização do foco da fratura e analgesia. • A estabilização é feita com auxílio de órteses que protegem ou imobilizam, previnem deformidade e reduzem a dor. • O Tratamento visa: - Estabilização = controle da dor; - Preservar ADM na tolerância da dor nas articulações livres; - Otimizar AVDs, mobilidade funcional – leito - Adequação postural- órtese e imobilizador; - Manter/ melhorar a FM nas regiões não afetadas; - Melhorar a expansibilidade torácica; AD Prescrição de Órteses de Coluna Vertebral em Cuidados Paliativos Órtese: • É qualquer dispositivo externo que se aplique ao segmento corporal, com o objetivo de melhorar ou manter a função desses segmentos. Funções: • Proteger ou imobilizar • Prevenir deformidades • Reduzir dor Indicações mais freqüentes das órteses de coluna vertebral • • • • • • Dor Osteoporose Compressões parciais e totais Fraturas Síndrome de compressão radicular Síndrome de compressão medular Órteses para coluna • Um dos métodos de confecção do colete sob medida • Molde negativo com gesso Prescrição das Órteses para coluna • Diagnóstico e objetivos terapêuticos; • Identificação de déficits biomecânicos; • Avaliação do paciente (médico, fisioterapeuta e técnico da oficina) Nomenclatura das órteses • • • • • Órtese cervical - OC Órtese cérvico-torácica - OCT Órtese tóraco-lombar - OTL Órtese lombo-sacra - OLS Órtese tóraco-lombo-sacra - OTLS Órteses para coluna cervical Indicações: • Conscientizar ao usuário a restrição dos movimentos da cabeça e coluna cervical • Posicionar a cabeça e restringir movimentos • Alívio da dor Tipos de órteses para coluna cervical • Colar de espuma – Indicado para torcicolos, traumatismo, artroses, artrites, estabilização da postura durante o sono. – Espuma macia de alta densidade. – Reforço de apoio interno – Fecho em velcro – Ajuste de altura – Tamanho P, M , G • Colar tipo Thomas – Torcicolos, traumatismo, artroses, artrites e afecções da coluna cervical. – Polietileno da alta densidade – Fecho em velcro e revestimento em EVA – Ajuste de altura – Tamanho P, M , G • Colar com apoio mentoniano – Torcicolos, traumatismo, sequelas reumáticas, artroses e outras afecções da coluna cervical. – Polietileno de alta densidade – Tamanho P, M , G – Fecho em velcro e revestimento em EVA – Ajuste de altura • Colar Philadelphia – Confeccionado em "softform“ com suporte mentoniano e occipital em plástico rígido – Proporciona controle de flexão, extensão e rotação – Fecho em velcro – Tamanho P, M , G Órteses para coluna cervico-torácica • • • • • • SOMI - IMOBILIZAÇAO ESTERNO-OCCIPTOMANDIBULAR Área de atuação - C6 - T2 Corpo moldado em polipropileno revestido em EVA Barra graduada em duralumínio(regulável) Fecho em velcro Parte lateral apoiado nos ombros com cruzamento de faixas no dorso, fechando na porção inferior do corpo moldado Colete Cervico-Torácico • Moldado em polipropileno • Revestido com EVA • Indicado lesões entre C6 e T3 Pontos de referência: • Parte superior - centro do mento - região occiptal • Parte anterior - manúbrio esternal • Parte posterior - apófise espinhosa de T5 • Parte lateral - Contorno de ambas as clavículas e art. Acrômio- claviculares Importante • A posição ideal para colocação do colar deverá ser em decúbito dorsal (0º) com a cabeça em posição neutra; • Ao adaptar o colar não devemos apertar demais, pois aumenta a pressão capilar e provoca dor isquêmica. Podendo comprimir a glote; • Devemos ter como referência a articulação temporomandibular (2 cm/abertura da boca); • Conservar a higiene da órtese; • Orientar o paciente ou acompanhante a forma de colocação e o posicionamento adequado; • Enfatizar o paciente e os familiares as conseqüências da não utilização da órtese; • Em alguns casos no período de repouso não é necessária a utilização da órtese; • Para o colete que tem apoio torácico, recomendase o uso da camiseta de malha. • Nos casos cirúrgicos a confecção deve ser no préoperatório. Órteses flexíveis de tronco • Indicações – – – – – Restringir levemente a mobilidade do tronco; Aumentar a pressão intra-abdominal; Fornecer suporte para o tronco; Aliviar dor lombar; Utilizar provisoriamente até a confecção do colete sob medida. Objetivo • • • • • • Redução de dor; Compensar fraqueza muscular; Corrigir deformidade; Prover suporte; Controlar mobilidade; Melhorar a qualidade de vida. Órtese de tronco • Colete de Brim Tipo "Putti” Estabilização da coluna tóraco-lombar • Confeccionada em elástico macio • 4 barbatanas de duralumínio • Tamanho P, M , G, GG • Fecho com velcro Coluna lombo-sacra • Colete Putti Elástico Baixo • • • • • Estabilização da coluna lombo sacro Confeccionada em elástico macio 4 barbatanas de duralumínio Tamanho P, M , G, GG Fecho com velcro • Colete Putti Elástico alto • • • • • Estabilização da coluna lombo sacro Confeccionada em elástico macio 4 barbatanas de duralumínio Tamanho P, M , G, GG Fecho com velcro Órteses Toraco-lombar rígida • Colete Taylor – – – – Atuação: T8-L3. Confeccionado em polipropileno, revestido com EVA. Apresenta barras paravertebrais e faixa interescapular. Fechamento anterior com velcro exercendo compressão abdominal. – Confeccionado sob medida ou pré-fabricado(P, M, G). • • • • CADEIRA DE BRAÇO Atuação: T10 - L5 Confeccionado em polipropileno revestido em EVA Fechamento anterior com velcro exercendo compressão abdominal • Confeccionado sob medida ou pré-fabricado (P,M,G) Órteses para coluna toraco-lombo-sacra • • • • • • • • • • • COLETE OTLS confeccionado em polipropileno revestido em EVA Sistema de fechamento bivalvado Confeccionado sob medida Área de atuação - T4 a L5 Pontos de referência - linha axilar - contorno do manúbrio - cristas ilíacas - contorna púbis - apoio no sacro Observações para a utilização das OTLS e cintas • Para todos os coletes ortopédicos é recomendável o uso de camisetas de algodão (diminui o atrito da pele com o colete e absorve o suor); • Em caso de alergia aos materiais plásticos devemos mudar o revestimento da órtese (couro); • A colocação da órtese deverá ser feita preferencialmente em DD (0º). Orientar paciente e acompanhante quanto ao posicionamento da órtese; • Em repouso não é necessário a utilização do colete. As mudanças de decúbito deverão ser em bloco; • Sentar preferencialmente em cadeiras altas e rígidas com encostos retos; • Manter a higiene do colete; • Vigiar o aparecimento de escaras nos pontos de pressão ou nas proeminências ósseas. Avaliar a necessidade de realizar aberturas de janelas. • A variação de peso é freqüente nos pacientes oncológicos, necessitando de ajustes nas órteses; • Na realização das refeições podemos diminuir a compressão abdominal; • Durante a realização da cinesioterapia com órtese devemos controlar os sinais vitais (fadiga); • As órteses sofrerão adaptações em decorrência de outras áreas com metástases (esterno, arcos costais e crista ilíaca).