JURACY CORREA CASTRO ra cy Curva de Normalidade da Autonomia Funcional e Nível de Ju Atividade Física em Idosas Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Vila Real, Portugal, 2010 Juracy Correa Castro Curva de Normalidade da Autonomia Funcional e Nível de Atividade ra cy Física em Idosas Este trabalho foi expressamente elaborado com vistas à obtenção do grau de Doutor em Educação Física e Desporto, de acordo com o disposto no 1 Ju do artigo 8º do Dec- Lei 388/70, de 18 de agosto. Orientador: Prof. Dr. Estélio Henrique Martin Dantas Co-orientador: Profa. Dra. Maria Helena Moreira UTAD Vila Real – 2010/1 II Este exemplar corresponde à redação final de tese original de conclusão de curso intitulado “Curva de Normalidade de Autonomia Funcional e Nível de Atividade Física em Idosas”, para obtenção do grau de Doutor em Ciências do Desporto e aprovada em ___/___/___ pela banca composta pelos professores Professor Doutor Estélio Henrique Martin Dantas Universidade Castelo Branco - Brasil ra cy Professora Doutora Maria Helena Moreira Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Professor Doutor Universidade Professor Doutor Universidade Ju Professor Doutor Universidade Professor Doutor Universidade Professor Doutor Universidade Professor Doutor Universidade III Dedicatória Ao concluir esta etapa de Este trabalho que representa o triunfo de mais uma etapa da minha jornada profissional, dedico às pessoas ra cy que formam o meu mundo particular e são a minha verdadeira família, com saudades, a meu pai, Meus irmãos ,Jurandir ,Lucivaldo e Lucídio à minha querida mãe Maria Correa Castro que completou 91 anos de Idade com muita Saúde , a meus irmãos,Luiz de Almeida castro Lucia,Nazaré Lucila ,Lucélia minha Ju maninha de todas as Horas, Francisco meu autarquia ,lucicleia ,Ubiracy,Rimunda,Iracely e Celma Correa Castro, com amor incondicional minha esposa, companheira de todos os momentos Maria Monica Machado de Paiva, e aos meus ,Cristian,Junior,Michel,Bruno,Laura Castro, IV filhos e Arthur AGRADECIMENTOS Quero expressar minha gratidão a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste estudo. Primeiramente agradeço a Deus, que me deu forças nos momentos mais difíceis mostrando que as barreiras existem para serem transpostas. À Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, na pessoa do seu Magnífico Reitor Prof. Dr. Armando Mascarenhas Ferreira, magnífico em todos os aspectos pela permanente disponibilidade, pelo apoio e carinho dedicados a mim também pelos meios que me foram disponibilizados na universidade ao longo destes anos, viabilizando um ambiente favorável para a realização deste trabalho. ra cy Ao Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do estado do Pará - IFPA, na pessoa de seu magnífico Reitor Prof. Dr,Edson Ary de oliveira Fontes pelo apoio ofertado expresso a minha imensa gratidão. Ao instituto Bioestatístico de Ciência e Tecnologia – IBCT, na pessoa de seu diretor Alex de Assis Santos dos Santos, pelo apoio e aconselhamento nas durante esses três anos de trabalho. Ao amigo Dr Darlindo Maria Veloso e Abílio Geraldo Barreto Mendes , Ju por suas atenções, mesmo nos momentos mais difíceis desta jornada. V RESUMO Curva de Normalidade da Autonomia Funcional e Nível de Atividade Física em Idosas O objetivo deste estudo foi avaliar a variação da autonomia funcional e do nível de atividade física em função da idade em mulheres na faixa de 60 a 80 anos. A amostra foi constituída de 775 idosas com idade entre 60 e 80 anos. Para verificar o desempenho nas atividades da vida diária e calcular o índice de ra cy autonomia funcional (IG), utilizou-se o protocolo do Grupo de Desenvolvimento Latino Americano para a Maturidade (GDLAM) composto de cinco testes: a. caminhar 10 metros (C10m); b. levantar-se da posição sentada (LPS); c. levantar-se da posição de decúbito ventral (LPDV); d. levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa (LCLC); e. vestir e tirar a camiseta (VTC). Para a Ju avaliação do nível de atividade física, foi utilizado o Questionário Internacional de Atividades Físicas (International Physical Activity Questionnaire - IPAQ). Em um primeiro momento, foi realizada a análise estatística com o objetivo de estimar as medidas de tendência central e variação dentro cada idade, no intervalo entre 60 e 80 anos. O segundo momento foi relativo a Estatística Inferencial através da qual fez-se a análise comparativa dos cruzamentos entre as variáveis, objetivando verificar os níveis de significância de associação classificatória entre os mesmos, utilizando-se do protocolo estatístico do QuiQuadrado de Pearson. Ressalta-se, ainda, que na criação da nova tabela referencial do GDLAM, foi usado o Box-Cox para normatização de amostras e o método de Fusy. Após isto, os níveis de autonomia funcional foram divididos VI por percentis. O Escore IPAQ observou a soma algébrica dos produtos freqüência semanal e quantidade de minutos de prática diária nas respectivas atividades, fracas, médias e fortes, dividida pelo tempo na condição sedentária semanalmente. Essa razão denota um índice do nível de atividade física. Uma vez calculado os escores individuais aplicou-se o protocolo estatístico de cluster analysis (grupamentos) subdividindo o universo observado em três classes de níveis de atividades física – pouco ativo, ativo e muito ativo. O nível de significância adotado foi de alfa=0.05. Os resultados demonstraram uma queda linear da autonomia funcional, com o aumento do IG de 27.3 no grupo 1 ra cy (60 a 64 anos) até 32.67 no grupo 4 (acima de 79 anos). Na avaliação do nível de atividade física, observou-se que grande parte apresenta-se pouco ativa (66,7%), seguido do nível ativo (31%) e muito ativo (2,3%). Desta forma, inferese que, além do sedentarismo contribuir para um nível de autonomia funcional Ju fraco, a curva de normalidade demonstrou uma redução linear deste nível. Palavras-Chaves: Autonomia funcional, idosos, nível de atividade física. VII ABSTRACT Normality curve of functional autonomy and Physical Activity in Elderly Women The objective of this study was to evaluate the variation in functional autonomy and physical activity level by age in women aged 60-80 years-old. The sample consisted of 775 elderly women aged between 60 and 80 years-old. To verify ra cy the performance in daily life activities and calculate the functional autonomy index (IG), it was used the protocol of the Latin American Development Group for Maturity (GDLAM) comprised of five tests: a. to walk 10 meters (C10m); b. to rise from a seated position (LPS); c. to rise from the ventral decubitus position (LPDV); d. getting up from a chair and moving around the house (LCLC); e. T- Ju dress and undress a T-shirt (VTC). In order to assess the physical activity level it was used the International Physical Activity Questionnaire – IPAQ. At first, it was performed the statistical analysis to estimate the measures of central tendency and variation within each age, in the interval between 60 and 80 years-old. The second moment was related to Inferential Statistics by which it was performed a comparative analysis of crosses between the variables in order to verify the significance levels of classifying association between them, using the Pearson’s Chi-Square statistical protocol. It is also noteworthy that in creating the new GDLAM’s referential table, it was used the Box-Cox for normalization of samples and the Fusy method. After this, the functional autonomy levels were divided by percentiles. VIII The IPAQ score observed the sum of the products weekly frequency and amount of minutes of daily practice in the respective activities, weak, medium and strong ones, divided by time in the sedentary condition per week. This ratio denotes an index of physical activity level. Once calculated the individual scores it was applied the statistical cluster analysis protocol (groups) subdividing the observed universe into three classes of physical activity levels - little active, active and very active. The significance level adopted was at alpha=0.05. The results showed a linear decrease of functional autonomy, with the increase in IG of 27.3 in group 1 (60-64 years-old) to 32.67 in group 4 (over 79 years-old). In ra cy assessing the physical activity level, it was observed that a large part is not very active (66.7%), followed by the active level (31%) and the very active one (2.3%). Thus, it appears that in addition to a sedentary lifestyle contribute to a weak functional autonomy level, the normality curve showed a linear decrease of this level. Ju Keywords: Functional autonomy, elderly people, physical activity level. IX INDICE GERAL 1 2. OBJETIVOS .............................................................................................. 11 2.1. OBJETIVO GERAL ................................................................................. 12 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................... 12 3. REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................... 13 3.1. O ENVELHECIMENTO DEMOGRÁFICO............................................... 14 3.2. O ENVELHECIMENTO FISIOLÓGICO.................................................... 18 3.3. AUTONOMIA FUNCIONAL...................................................................... 23 3.4. A ATIVIDADE FÍSICA E O ENVELHECIMENTO..................................... 28 ra cy 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 3.5. AVALIAÇÕES DA INDEPENDÊNCIA E DO NÍVEL DE ATIVIDADE 34 4. METODOLOGIA ........................................................................................ 39 4.1. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO .................................................. 40 4.2. SELEÇÃO DA AMOSTRA ...................................................................... 41 Ju FÍSICA............................................................................................................. 4.3. COLETA DE DADOS .............................................................................. 43 4.4. VARIÁVEIS DE ESTUDO ....................................................................... 44 4.5. TRATAMENTO DOS DADOS ................................................................. 49 5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS .................................................. 51 5.1. RESULTADOS REFERENTES À AUTONOMIA FUNCIONAL – GDLAM............................................................................................................ 52 5.2. RESULTADOS REFERENTES AO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA IPAQ................................................................................................................. 57 5.3. RESULTADOS REFERENTES ÀS ASSOCIAÇÕES ENTRE AS VARIÁVEIS....................................................................................................... 58 X 59 6.1. NÍVEL DE AUTONOMIA FUNCIONAL..................................................... 60 6.2. NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA................................................................. 66 7. CONCLUSÕES .......................................................................................... 69 8. REFERÊNCIAS........................................................................................... 71 ANEXOS ........................................................................................................ XCI Ju ra cy 6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................................... XI LISTA DE TABELAS Tabela 1: Distribuição da amostra por faixa etária....................................... 42 Tabela 2: Valores de referência para a classificação da autonomia funcional segundo Vale (2005)....................................................................... 46 Tabela 3: Nível de autonomia funcional pelo protocolo do GDLAM por faixa etária............................................................................................................... 47 Tabela 4: Distribuição da amostra por nível de índice de massa corporal (IMC)............................................................................................................... 52 Tabela 5: Comparação do nível de autonomia pela tabela geral e a 53 Tabela 6: Distribuição de freqüências por nível de atividade física............... 57 ra cy estratificada.................................................................................................... Tabela 7: Associação entre a faixa etária, o protocolo GDLAM e o 58 Tabela 8: Estudos prévios com o protocolo de GDLAM................................ 60 Ju questionário IPAQ.......................................................................................... XII LISTA DE FIGURAS Gráfico 1: Curva de normalidade do índice de GDLAM................................ 54 Gráfico 2: Nível de autonomia funcional do teste de C10m, na nova versão databela de GDLAM....................................................................................... 54 Gráfico 3: Nível de autonomia funcional do teste de LPS, na nova versão da tabela de GDLAM..................................................................................... 55 Gráfico 4: Nível de autonomia funcional do teste de LPDV, na nova versão da tabela de GDLAM...................................................................................... 55 Gráfico 5: Nível de autonomia funcional do teste de VTC, na nova versão ra cy da tabela de GDLAM...................................................................................... 56 Gráfico 6: Nível de autonomia funcional do teste de LCLC, na nova versão da tabela de GDLAM...................................................................................... 56 Gráfico 7: Nível de autonomia funcional do teste de IG, na nova versão da Ju tabela de GDLAM........................................................................................... XIII 57 LISTA DE QUADROS Ju ra cy Quadro1: Fórmula do índice de GDLAM...................................................... 46 XIV LISTA DE ABREVIATURAS ACSM: Colégio Americano de Medicina do Esporte. AVD: atividades da vida diária. C10m: Caminhar 10 metros. Fc: freqüência cardíaca. GDLAM: Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para a Maturidade. Grupo-WHOQOL: World Health Organization Quality of Life Group. ra cy IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IMC: índice de massa corporal. LABIMH-UCB : Laboratório de Biociências da Motricidade Humana da Universidade Castelo Branco. LCLC: Levantar-se da Cadeira e Locomover-se pela Casa. LPDV: Levantar-se da Posição de Decúbito Ventral. Ju LPS: Levantar-se da Posição Sentada. OMS: Organização Mundial da saúde. Pc: peso corporal. RML: resistência muscular localizada. SEG: Segundos. VTC: Vestir e Tirar a Camiseta. XV ra cy Ju 1. INTRODUÇÃO 1. INTRODUÇÃO A atual abordagem sobre o envelhecimento situa-o como um fenômeno fisiológico natural, progressivo e irreversível, entretanto, o envelhecimento cronológico pode ser dissociado do envelhecimento biofisiológico. Assim, a tarefa de estabelecer paralelos entre a idade cronológica e o nível de envelhecimento biológico dos indivíduos é complexa, visto que no processo de envelhecimento ocorrem modificações orgânicas e morfofuncionais devido às múltiplas exposições a condições sociais, culturais e econômicas, que variam em função das experiências vivenciadas desde a infância até a senescência (CARIDE, 2006). ra cy O processo de envelhecimento tem diversas causalidades, entre elas destaca-se a perda progressiva dos potenciais fisiológicos. Nesta fase da vida, ocorre naturalmente o declínio funcional de diversos órgãos e sistemas vitais (MARIN, 2003). As alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas, decorrentes do envelhecimento tornam o organismo do idoso mais susceptível Ju a agressões. Entre os eventos mais evidentes, destaca-se a gradual entropia do sistema muscular, levando o indivíduo idoso a apresentar gradual redução da autonomia funcional (CADER, 2007). Este é um dos aspectos que torna o idoso progressivamente mais susceptível a doenças e eventos indesejáveis resultantes de décadas de exposição a fatores de risco. Todas estas alterações estão intimamente ligadas a limitações funcionais importantes (Matsudo, 2001). Entretanto, os indivíduos da mesma espécie não reagem de igual forma aos estímulos externos, neste sentido, o conceito de envelhecimento incorpora os referenciais teóricos que remetem ao conceito de variabilidade biológica, o qual pode ser interpretado em relação ao envelhecimento, entendendo-se que os sujeitos com a mesma idade 2 1. INTRODUÇÃO cronológica, podem apresentar padrões diferenciados de saúde, doença, refletindo o potencial do idoso para idealizar e realizar atividades cotidianas (REIS et al., 2007). Para Weineck (2000), esta variabilidade biológica é observável em consequência da alteração que os indivíduos demonstram de forma característica com o passar do tempo, da idade adulta até no fim da vida, cabendo aos profissionais que atuam na atenção ao idoso estimar a diferença entre envelhecimento fisiológico e patológico. Com a idade mais avançada, as alterações fisiológicas ocorrem simultaneamente, com a exposição a fatores de risco e a ocorrência de ra cy doenças crônico-degenerativas, tendo como conseqüência para o idoso um incremento do nível de dependência, fator este que está associado ao decréscimo do nível de atividade física, de autonomia funcional e à dificuldade de realizar tarefas cotidianas (GUIMARÃES, 2004). Estas alterações relacionam-se com a perda da função física e com o declínio na habilidade Ju para desempenhar as AVD (YARASHESKI, 2003), tais como: caminhar, subir escadas, levantar-se de uma cadeira, carregar uma sacola, etc. (BROSS, JAVANBAKHT, BHASIN, 1999). Ao longo do processo de envelhecimento, perde-se cerca de um terço da massa muscular (cerca de 1% ao ano, a partir dos 65 anos de idade), o que provoca a redução da força muscular. Devido ao aumento da expectativa de vida da população mundial e, consequentemente, da população idosa, a sarcopenia vem se tornando uma questão de saúde bastante relevante no mundo desenvolvido. Estes processos podem progredir ao ponto de impedir que uma pessoa idosa tenha uma vida independente e necessite de assistência e cuidado constantes. Então, o nível de sarcopenia é 3 1. INTRODUÇÃO um importante indicador de fragilidade, ligado à redução do equilíbrio, perda de agilidade, quedas e fraturas. A partir dos 60 anos, eventos outrora sem grande importância podem causar grandes prejuízos a um sistema osteomuscular enfraquecido pela senescência, ocasionando o aumento dos índices de morbidez, imobilidade e mortalidade dessa população. É comum idosos caírem enquanto realizam atividades normais do dia a dia. Entretanto, a sarcopenia não é uma doença, mas sim uma consequência natural do processo de envelhecimento do ser humano, processo este de caráter individual e diretamente relacionado às ra cy interações com o meio ambiente em geral. A sarcopenia pode ser evitada e até mesmo revertida por meio de uma alimentação balanceada, uma vida psicologicamente saudável e com a prática de atividades ou exercícios físicos, uma vez que é uma das principais razões para a perda da autonomia funcional e da independência do idoso (ARAGÃO, 2002; DANTAS, OLIVEIRA, 2003). Ju Segundo Fleck e Kraemer (2006), essa redução é observada a partir da sexta década de vida e é mais significativa nas mulheres, prejudicando o desempenho e a realização das atividades da vida diária. Porém, também pode ser observada em homens, devido principalmente à má condição física, perda das qualidades e aptidão para o trabalho braçal, diminuição de força e da flexibilidade. As populações envelhecem em consequência de um processo conhecido como transição demográfica, no qual há uma mudança de uma situação de mortalidade e natalidade elevadas, com populações predominantemente jovens, para uma situação com mortalidade e natalidade baixas, com aumento da proporção de idosos. Em vários países europeus e no 4 1. INTRODUÇÃO Japão, as populações estão envelhecendo. O número de pessoas idosas cresce em ritmo maior do que a natalidade. Isso acarreta ao país maiores gastos com assistência social e aposentadorias. Atualmente, diversos governos aumentam a idade de acesso à aposentadoria por razão de adequação sócioeconômica. A população brasileira é uma das que sofre com o crescimento do envelhecimento populacional. Os Estados Unidos da América (EUA), por exemplo, tem baixo índice de envelhecimento populacional. Pois os americanos desde pequenos sofrem grandes esforços físicos onde sua saúde é prejudicada e esses mesmos não tem grandes chances de viver por muito ra cy tempo (Costa, 1996). Diante do envelhecimento populacional, o papel do estado em relação às políticas públicas de assistência ao idoso deve ter como objetivo não somente prolongar a vida, mas, principalmente, a manutenção da capacidade funcional de cada indivíduo, de forma que ele permaneça autônomo e Ju independente pelo maior tempo possível, nesse processo. Para que isso ocorra, o sistema de saúde das nações em rápido envelhecimento, como o Brasil, precisa garantir: acesso universal aos cuidados primários, políticas públicas para o controle de fatores de risco e estímulo a estilos de vida saudáveis, condições para o estabelecimento de indicadores capazes de identificar indivíduos de alto risco, ênfase em promoção da saúde e prevenção de doenças e a avaliação do idoso de forma holística, com o objetivo principal de manutenção da capacidade funcional (SOARES, 2001). Há uma grande dificuldade para avaliar o comportamento quanto à prática de atividades físicas devido à falta de instrumentos padronizados e com bom nível de precisão para utilização em estudos populacionais e em 5 1. INTRODUÇÃO diferentes contextos sociais e culturais. Diante das dificuldades para se obter medidas de atividades físicas internacionalmente comparáveis, a OMS, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos e o Instituto Karolinska da Suécia reuniram proeminentes pesquisadores da área, a fim de desenvolver e testar um instrumento para medidas de atividades físicas de uso internacional. Este grupo iniciou, então, o desenvolvimento do Questionário Internacional de Atividades Físicas (International Physical Activity Questionnaire, IPAQ) em suas diferentes versões e, no ano de 2000, realizou estudos em 12 países (Austrália, Canadá, Finlândia, Guatemala, Itália, Japão, ra cy Portugal, África do Sul, Suécia, Inglaterra, Estados Unidos e Brasil), visando determinar a confiabilidade e validade do instrumento. Em 2001, o Comitê Executivo responsável pelo desenvolvimento do IPAQ publicou um relatório parcial desta aplicação experimental no qual indicava que este questionário apresentava características psicométricas aceitáveis para uso em estudos de Ju prevalência sobre a participação em atividades físicas (MARCHAL, BAUMAN, 2001). Os resultados desse estudo foram então publicados por Craig et al. (2003). No Brasil, o Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (CELAFISCS), sob a coordenação do Doutor Victor Matsudo, foi responsável pela testagem do IPAQ conforme um protocolo formal de avaliação, que foi seguido por todos os outros centros participantes. Os resultados foram publicados por Matsudo et al. (2001) e Pardini et al. (1997). Paralelamente, outros estudos foram conduzidos no Brasil (BARROS, NARRAS, 2001; ,HALLAL, VICTORIA, LIMA, 2002; SILVA, BARROS, NAHAS, 2000), visando avaliar as versões correntes do IPAQ quanto à reprodutibilidade 6 1. INTRODUÇÃO (teste-reteste) e validade (face e concorrente). Em geral, os resultados encontrados nestes estudos demonstraram que o IPAQ é um instrumento com boa estabilidade de medidas e precisão aceitável para uso em estudos populacionais com adultos jovens e de meia idade. A avaliação de idosos através de questionários (autoadministrados ou em forma de entrevista) é um procedimento particularmente difícil, devido à imprecisão das informações fornecidas e à susceptibilidade ao viés de registro ou memória (PEREIRA, 2000). Outro problema é a inexistência de instrumentos que tenham sido adequadamente construídos ou adaptados para ra cy utilização nesse grupo de pessoas (BENEDETTI, MAZO, BARROS, 2004). Um dos indicadores de saúde do idoso reside no conceito de autonomia funcional, a qual pode ser definida em três seguimentos: autonomia de ação, autonomia de vontade e autonomia de pensamentos. A independência funcional é a capacidade de realizar tarefas sem auxílio de aparelhos ou Ju sistemas (GDLAM, 2004). Os testes de que medem a capacidade funcional de pessoas idosas funcionam como indicativos de avaliação e são instrumentos valiosos para determinar até que ponto o indivíduo encontra-se apto para realizar atividades da vida normal (DANTAS, VALE, 2004). Na conceituação de Aragão, Dantas E. e Dantas B. (2005), autonomia funcional pode ser definida em três aspectos: autonomia de ação, que se refere à noção de independência física; autonomia de vontade, que está associada à possibilidade de autodeterminação; e autonomia de pensamentos, que permite ao indivíduo julgar qualquer situação. Já segundo Abreu et al. (2002), ter autonomia é poder executar independente e satisfatoriamente suas atividades do dia-a-dia, continuando suas relações e atividades sociais e exercitando seus 7 1. INTRODUÇÃO direitos e deveres de cidadão. No conceito formalizado por um grupo de estudos da Organização Mundial de Saúde - OMS (1998), autonomia funcional é a habilidade pessoal para desempenhar as atividades necessárias que assegurem o bem-estar, integrando os três domínios funcionais: biológico, psicológico (cognitivo e afetivo) e social. Entre os temas mais relevantes ligados ao envelhecimento, as questões relacionadas à capacidade funcional e autonomia do idoso podem ser mais importantes que a própria questão da morbidade, pois se relacionam diretamente à qualidade de vida. Cerca de 30 a 50% dos indivíduos muito ra cy idosos (85 anos acima) são incapazes para pelo menos cinco das atividades da vida diária (banhar-se, vestir-se, alimentar-se, transferir-se da cama para a cadeira, usar o sanitário e manter a continência urinária e/ou fecal) e requerem cuidados pessoais em tempo integral. Eles são frágeis e apresentam propensão elevada para quedas, confusão mental, hospitalizações freqüentes, Ju sinais de maus-tratos e, em conseqüência, admissão em instituições de longa permanência (asilos) (RESENDE, 2001). Para propor conjecturas e estabelecer marcos teóricos e práticos a cerca desses conceitos, um grupo de pesquisadores do Laboratório de Biociências da Motricidade Humana da Universidade Castelo Branco (LABIMH), formado por docentes e discentes do curso de Mestrado desta referida instituição, fundou o Grupo de Desenvolvimento Latino Americano para a Maturidade (GDLAM). Este grupo se caracteriza como uma Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), legalmente constituída e protocolada com o registro nº 11624, em 11/05/2004. 8 1. INTRODUÇÃO Uma das finalidades desse grupo de pesquisadores foi estabelecer uma métrica para autonomia funcional, visto que, segundo Pitta (2006), a atividade física pode ser avaliada e quantificada por observação direta, pelo consumo de energia, pelo uso de questionários e pela utilização de sensores de movimento. Com o surgimento do protocolo GDLAM foi possível a avaliação da autonomia funcional através da realização de testes relacionados com AVD. Já validado experimentalmente, este instrumento de avaliação da autonomia funcional permite a obtenção de uma medida fidedigna da situação funcional de forma geral. Os participantes são submetidos a uma bateria de testes com avaliação ra cy cronológica, e os idosos que apresentam os níveis mais elevados de aptidão e autonomia funcional são os que concluem os testes em menor tempo. O protocolo GDLAM é composto de cinco testes voltados para avaliar diferentes facetas da autonomia funcional, são eles: Caminhar 10 metros (C10M), Levantar-se da posição sentada (LPS), Levantar-se da posição decúbito ventral Ju (LPDV), Levantar-se da cadeira e mover-se pela casa (LCLC) e Vestir e Tirar a camisa (VTC); todos os testes foram validados e detalhadamente descritos em Vale (2005). O protocolo possibilita a avaliação da autonomia funcional através da realização de testes que utilizam exercícios baseados em situações idênticas às atividades cotidianas mais freqüentes, permitindo a obtenção de uma medida fidedigna da situação funcional de forma geral (AMORIM, DANTAS, 2002). No desenvolvimento de tal perspectiva foram considerados alguns problemas inerentes à autonomia funcional do idoso; e, dentre eles, um foi abstraído, essencialmente, para se constituir no problema que deu origem a este estudo, desenvolvido a partir de dados obtidos com a aplicação do 9 1. INTRODUÇÃO protocolo GDLAM, pois se observa que existe uma crescente preocupação por parte dos profissionais ligados à assistência ao idoso, em saber de que forma se desenvolvem as perdas de autonomia tão características da senescência. Face ao problema apresentado, torna-se necessário que profissionais de diferentes áreas do conhecimento, envolvidos ou comprometidos com a mesma, procurem, cada um a seu modo, apresentar alternativas para explicar tais fenômenos e apresentar soluções profiláticas para os diferentes problemas que a englobam. Uma das opções apresentadas com muita ênfase na literatura é o ra cy protocolo GDLAM, que apresenta uma métrica da autonomia funcional em idosos; portanto, este estudo apresenta a formulação hipotética de que a autonomia funcional apresenta-se normalmente distribuída em mulheres da mesma idade, nas faixas entre 60 e 80 anos. A OMS recomenda que os idosos devem ser estratificados em faixas Ju etárias de 60 a 70 anos, de 70 a 80 anos e de mais de 80 anos, os chamados gerontes. Obviamente, ao longo dessas faixas etárias, as condições fisiológicas e orgânicas dos idosos irão declinando, acarretando efeitos esperados sobre a autonomia funcional. A classificação do índice GDLAM não contempla o envelhecimento da população, nivelando numa mesma classificação o idoso de 60 e o de 98 anos de idade, apesar das óbvias diferenças existentes entre eles. Partindo desses pressupostos, surgem algumas indagações: como o envelhecimento da população (dividido por grupo etário) afeta a autonomia funcional avaliada pelo protocolo GDLAM e a classificação do nível de atividade física avaliado pelo IPAQ? 10 ra cy Ju 2. OBJETIVOS 2. OBJETIVOS 2.1. OBJETIVO GERAL Avaliar, por meio de uma abordagem transversal, os efeitos do envelhecimento, em função da faixa etária, sobre a classificação da autonomia funcional (avaliada pelo protocolo GDLAM) e do nível de atividade física (avaliado pelo IPAQ) em mulheres idosas residentes no município de Belém, Pará, Brasil, procurando oferecer subsídios para a proposição de futuros programas profiláticos e de promoção da autonomia funcional em idosas, e ra cy para fins diagnósticos. 2.2. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS Os objetivos específicos, tal como concebidos no presente estudo, serviram de base para a elaboração das hipóteses que foram testadas mesmo Ju que em uma perspectiva exploratória. Constituem-se em: A) Determinar os padrões de normalidade da autonomia funcional avaliada pelo protocolo GDLAM, para faixas etárias distintas de mulheres idosas; B) Determinar o nível de atividade física avaliada pelo IPAQ, para faixas etárias distintas de mulheres idosas. 12 Ju ra cy 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Os pressupostos teóricos disponíveis na literatura serão ordenados no sentido de proporcionar o conhecimento do comportamento de variáveis referentes à análise da autonomia funcional e do nível de atividade física bem como de sua importância dentro de um contexto que envolve saúde e senescência. 3.1. O ENVELHECIMENTO DEMOGRÁFICO Estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ra cy demonstram que no ano 2025 o Brasil será a sexta nação com o maior número de idosos no mundo, tendo aproximadamente 32 milhões de pessoas com idade superior a 60 anos e correspondendo a 13,8% da população (CARVALHO FILHO E PAPALÉO NETO, 1994; SCHOUERI JÚNIOR, RAMOS & PAPALÉO NETO, 1994; CAMARANO et al., 1997; KOPILER, 1997; IBGE, Ju 2006). O crescimento populacional é resultante de numerosos fatores que associadamente confluem e exercem um aumento sobre a expectativa de vida, o que é insuficiente a menos que esteja associado à expectativa de vida ativa, saudável ou funcional. Uma população saudável é aquela que mantém sua integridade funcional, que contribui significativamente para o aumento da qualidade de vida, particularmente nos indivíduos com risco de incapacidade funcional ou nos indivíduos fisicamente debilitados. Neste sentido, a expectativa de vida diminui, quando a capacidade funcional declina-se a um determinado nível, o que leva à perda da independência para a realização das atividades da vida, tornando o indivíduo dependente de outros ou de algum tipo de assistência (FRIES, 2002). 14 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Os países em vias de desenvolvimento ou do Terceiro Mundo, em processo de mudanças, iniciaram a transição demográfica mais tarde e de forma repentina. Atualmente, a maioria deles - sobretudo os países africanos se encontram no estágio 2 do processo: mantêm a natalidade muito alta mas, em geral, estão reduzindo consideravelmente a mortalidade. Outros países, em especial da América Latina, Ásia e também alguns da África, já se encontram na fase 3 do processo, porque reduziram muitíssimo a mortalidade e, ao mesmo tempo, estão diminuindo paulatinamente a natalidade. A moderação no crescimento da população mundial dependerá da velocidade com que os ra cy países em vias de desenvolvimento sejam capazes de completar a transição demográfica. Segundo cálculos da Organização das nações Unidas (ONU), se os países pobres acelerarem o ritmo, no ano 2050 haverá no planeta uns 7,5 bilhões de habitantes. Se, ao contrário, o processo se moderar, a população mundial se poderia situar àquele ano em cerca dos 11 bilhões de habitantes Ju (KOPILER, 1997) No Brasil, a transição demográfica é, no geral, um processo de diminuição de taxas de mortalidade e natalidade, sendo que a primeira diminui mais rápido que a segunda, causando um período de aumento do crescimento vegetativo e, portanto, de grande acréscimo populacional. E esse termo, que é utilizado em demografia, ajuda a entender ao mesmo tempo dois fenômenos: Em primeiro lugar, explica porque o crescimento da população mundial disparou nos últimos 200 anos (passando de 1 bilhão de habitantes no ano 1800 aos 6,5 bilhões na atualidade). Em segundo lugar, descreve o período de transformação de uma sociedade pré-industrial (cuja característica é 15 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA apresentar taxas de natalidade e mortalidade altas) em uma sociedade moderna ou pós-industrial (caracterizada por ter ambas as taxas baixas). A transição demográfica no Brasil, assim como na maioria dos países em desenvolvimento, vem ocorrendo de maneira um pouco diferente da que aconteceu nos países desenvolvidos e, sobretudo, muito mais rapidamente. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa média de vida do brasileiro ao nascer aumentou de 66 para 68,6 anos na última década. Assim, um índice que os países europeus levaram aproximadamente um século para atingir, o Brasil fará em trinta anos: dobrar a ra cy proporção de idosos de sua população de 7% para 14% (KELLER, 2002). Para que ocorresse o envelhecimento da população não bastou apenas aumentar a expectativa de vida. A partir dos anos sessenta, com o advento de métodos contraceptivos mais eficazes, as taxas de fecundidade caíram vertiginosamente; no Brasil, a taxa de fecundidade total diminuiu de 5,8 filhos Ju por mulher, em 1970, para 2,3 filhos, em 2000 (KALACHE, 1998). Em 1980, existiam cerca de 16 idosos para cada 100 crianças, vinte anos depois essa relação praticamente dobra, passando para quase 30 idosos para cada 100 crianças (KALACHE, 1998). Em um contexto de aumento do número de pessoas idosas, há também maior risco para que elas venham a adquirir doenças incapacitantes, e o fato de as famílias serem menores poderá comprometer o cuidado com essas pessoas, fazendo crescer a necessidade de instituições para cuidados de longo prazo, como os asilos (CHAIMOVICZ, 1997). Uma das consequências da transição epidemiológica é a modificação do perfil de saúde da população. Em vez de processos agudos que "se resolvem rapidamente" por meio da cura ou do óbito, as doenças crônicas não- 16 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA transmissíveis passam a predominar e, com elas, mais incapacidades e maiores gastos com saúde. Em relação ao Brasil, as taxas podem ser exemplificadas por um aumento participativo da população acima de 60 anos de idade de 4%, em 1940, para 8% em 1996 e 8,6% em 2006, ultrapassando a marca dos 15 milhões de habitantes (IBGE, 2006). Projeções recentes demonstram que em 2025 o Brasil será, provavelmente, a sexta nação com o maior número de idosos no mundo, tendo aproximadamente 32 milhões de pessoas com idade superior a 60 anos, correspondendo a 13,8% da população (IBGE, 2006). ra cy Ressalta-se, ainda, que desde 1940 as proporções da população brasileira dos "idosos - mais idosos" (indivíduos acima dos 85 anos) apresentam um aumento em ritmo acelerado, chegando a taxas de mais de 50% por década, resultando na alteração da composição etária dentro do próprio grupo, ou seja, a população considerada idosa também está envelhecendo. Faria Junior (1999) Ju alerta que a perda da autonomia ou independência pode ser considerada um declínio, assim como um indicador de necessidade de cuidados para os idosos. No Brasil, o número de idosos acima de 65 anos dependentes de outras pessoas para executar suas tarefas diárias já está num patamar de 84%, e estima-se que no ano de 2020, se chegue ao dobro desse percentual. Como conseqüência desta proporção, há o incremento significativo da população de idosos com moderada ou séria incapacidade, e este perfil epidemiológico pode ser complementado, sabendo-se que no Brasil o idoso ainda é estigmatizado e socialmente visto como pessoa portadora de múltiplas enfermidades crônicas e incapacitantes e, por isso, importantes consumidores dos recursos orçamentários destinados à saúde. 17 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.2. O ENVELHECIMENTO FISIOLÓGICO O envelhecimento fisiológico resulta de alterações biológicas, psicológicas e sociais, as quais condicionam o idoso a uma redução gradual das capacidades de adaptação e de desempenho psicofísico do indivíduo. Neste processo ocorrem diversas alterações orgânicas e morfofuncionais, observa-se o progressivo comprometimento da autonomia funcional e do desempenho das atividades da vida diária. Essas perdas estão associadas à redução da força muscular e às condições sociais, culturais e econômicas, as ra cy quais experimentam os seres humanos ao longo da vida (CARIDE, 2006; WEINECK, 2000; PAPALÉO NETO & BRITTO, 2001; HÄKKINEN et al., 2001; DANTAS & OLIVEIRA, 2003). O envelhecimento não coincide com a escala do tempo cronológico, deve ser considerado como uma das fases de desenvolvimento do ser Ju humano, a qual compreende o processo de transformação (NERI, 1996). O organismo não envelhece uniformemente, havendo aparelhos ou sistemas mais velhos que os outros no mesmo organismo, pelo que o envelhecimento deve ser encarado como um fenômeno biológico e não cronológico. Neste sentido, o conceito de envelhecimento integra a noção de variabilidade biológica, não só dos sujeitos com a mesma idade cronológica, mas também, dos diferentes órgãos e sistemas de um mesmo indivíduo e, segundo Weineck (2000), a conseqüência da alteração que os indivíduos demonstram de forma característica com o passar do tempo, da idade adulta até o fim da vida, sendo importante fazer a diferença entre o envelhecimento fisiológico e o patológico. 18 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O processo de envelhecimento está geneticamente programado e a prática de atividade física contribui para ganhos na qualidade e na prevenção da saúde. O envelhecimento tem como característica marcante a falta de autonomia para executar as atividades da vida diária (HENRIQUES et al., 2000). Ao longo da terceira idade as diferenças de habilidades físicas entre homens e mulheres ficam mais evidentes (ADES et. al., 2002), e as diferenças entre os sexos são fatores determinantes da resposta a um regime de exercícios físicos. As mulheres idosas apresentam menores níveis de força ra cy muscular, maior quantidade de massa gorda e menor capacidade aeróbica máxima. No estudo realizado por Murtagh (2004) são apresentados dados que evidenciam um paradoxo: apesar das mulheres apresentarem menor taxa de mortalidade em função de doenças cardiovasculares, foi consistentemente relatado que elas apresentam maiores limitações funcionais e inaptidão física Ju que os homens da mesma faixa etária (LEVEILLE et al., 1999). A perda de peso é um fenômeno multifatorial que envolve mudanças nos neurotransmissores e nos fatores hormonais que controlam a fome e a saciedade, a dependência funcional nas atividades da vida diária (AVD) relacionadas à nutrição, o uso excessivo de medicamentos, a depressão e o isolamento, o estresse financeiro, as alterações na dentição, o alcoolismo, o sedentarismo extremo, a hipotrofia muscular e o catabolismo associado a doenças agudas e certas doenças crônicas. Outra mudança significativa na composição corporal como conseqüência do envelhecimento é a redução da massa mineral óssea (osteoporose), com uma queda na quantidade total de potássio e albumina e uma diminuição de 19 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA cerca de 25% da água corporal total, principalmente nos líquidos intracelulares (REIS & CALSOLARI, 1997). Todavia, essa perda está relacionada não somente à senescência, mas também à genética, ao estado hormonal, nutricional, e ao nível de atividade física do geronte. Adicionalmente a esta redução da massa magra e do conteúdo mineral ósseo, ocorre o aumento da massa gorda (maior depósito de triglicerídeos no tecido gorduroso), situação denominada somatopausa (HUAYLLAS et al., 2001; PAPALÉO NETO & BRITTO, 2001). A importância do índice de massa corpórea (IMC) no processo de ra cy envelhecimento se deve ao fato de que valores acima da normalidade estão relacionados ao aumento da mortalidade por doenças cardiovasculares e diabetes; em contrapartida, os índices abaixo dos valores normais estão relacionados ao aumento da mortalidade por câncer, doenças respiratórias e infecciosas (FIATARONE-SINGH, 1998a, 1998b). Ju Além deste aumento da mortalidade, os obesos também possuem uma maior prevalência de complicações, tais como: osteoartrite do joelho, apnéia do sono, hipertensão arterial sistêmica, intolerância à glicose, diabetes, acidente vascular cerebral, baixa autoestima, intolerância ao exercício, alteração da mobilidade e níveis elevados de dependência funcional (ibidem, 1998a, 1998b). O metabolismo basal diminui aproximadamente 10% por década e a massa magra (água, vísceras, osso, tecido conectivo e músculo), ou massa livre de gordura, declina em torno de 10 a 20% entre os 25 e os 65 anos. Neste sentido, a prática de exercícios físicos regulares favorece o aumento da taxa metabólica basal e da massa magra, proporcionando um impacto significativo 20 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA na metabolização de calorias, especialmente nos idosos (FLECK & FIGUEIRA JUNIOR, 2003). Com o envelhecimento existe a morte progressiva dos neurônios e glias, interferindo nas funções do sistema nervoso. Além da diminuição do número de axônios dos feixes medulares e uma significativa perda das propriedades elásticas do tecido conjuntivo, meninges e epineuro, perineuro e endoneuro, observa-se também um declínio da rede dendrítica (plasticidade neural) e do número de sinapses no nível cortical (MOREIRA, 2001). Do ponto de vista fisiológico, essas alterações provocam um decréscimo ra cy da excitabilidade muscular e da velocidade de condução nervosa, as quais podem gerar lentidão na realização das tarefas motoras e afetar a manutenção da bipedestação e do equilíbrio estático e dinâmico (THOMPSON, 1994). A perda da massa muscular é alinear em função do tempo, ocorrendo uma maior perda nos membros inferiores (40%) quando comparada a dos Ju membros superiores (30%) (SIMÃO, 2004). Também há uma diferença nas alterações em relação aos diversos grupos musculares, ocorrendo maior redução da força muscular nos músculos flexores do antebraço e nos músculos que mantêm o corpo ereto (WEINECK, 2000). Dentre vários aspectos, as principais causas apontadas como responsáveis por essa redução gradativa da massa muscular e da produção de força (sarcopenia) que ocorre com o envelhecimento são a redução nos níveis do hormônio de crescimento e no nível de atividade física do indivíduo (EVANS et al., 2001; BAUMGARTNER et al., 1998). Apesar de existir uma germinação terminal dos axônios provenientes das unidades motoras adjacentes, com o avançar da idade, esta degeneração 21 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA é irreversível, sendo resultado da perda seletiva e gradual das fibras musculares - principalmente as do tipo II (BROSS, JAVANBAKHT & BHASIN, 1999), resultando em redução da força muscular e também da massa óssea (MCARDLE, KATCH F., KATCH V., 1998; MATSUDO, MATSUDO S., NETO V., 2003). Uma vez que estas fibras (tipo II) são muito importantes na resposta às urgências do dia-a-dia, sua disfunção inviabilizaria uma apropriada resposta corporal às situações de emergência, como a perda súbita de equilíbrio, acarretando grandes riscos de quedas e lesões, o que, consequentemente, pode proporcionar dificuldades para a execução das AVD (BALLARD et al., ra cy 2003; DE VITO et al., 2003; NARICI et al., 2003; BASSET JÚNIOR, SCHNEIDER & HUNTINGTON, 2004; VALE et al., 2006). Além das alterações neurológicas, do tamanho e da quantidade das fìbras musculares, o incremento da idade também interfere no metabolismo muscular, ocorrendo uma redução de aproximadamente 25% da capacidade Ju muscular oxidativa e do fluxo sangüíneo durante a atividade contrátil (ROGERS & EVANS 1993). A força muscular em mulheres idosas deve ser estudada considerando- se as características de força, duração e consumo de energia envolvida nas atividades da vida diária realizadas por pessoas nesta fase da vida. Entretanto, ainda não foram especificados limites que determinem a contraindicação na sobrecarga de exercícios. Portanto, recomenda-se a limitação do exercício com base em avaliações ergométricas (DANTAS E OLIVEIRA, 2003). As alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas decorrentes do envelhecimento tornam o organismo do idoso mais susceptível a agressões. Percebe-se que nestas alterações estão a presença de fatores de risco e a 22 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ocorrência de doenças crônico-degenerativas, que determinam para o geronte certo grau de dependência, relacionado diretamente com a redução de nível de atividade física, de autonomia funcional e dificuldade de realizar as AVD, interferindo ainda na qualidade de vida (GUIMARÃES et al., 2004; YARASHESKI, 2003). 3.3. AUTONOMIA FUNCIONAL Segundo Aragão, Dantas E., Dantas B. (2002), autonomia funcional ra cy pode ser definida sob três aspectos: Autonomia de ação – referindo-se à noção de independência física; Autonomia de vontade – referindo-se à possibilidade de autodeterminação; e Autonomia de pensamentos – que permite o indivíduo julgar qualquer situação. Para a World Health Organization - WHO (1999), autonomia funcional é a habilidade pessoal para desempenhar as atividades Ju necessárias que assegurem o bem-estar, integrando os três domínios funcionais: biológico, psicológico (cognitivo e afetivo) e social. Já segundo Abreu et al. (2002), ter autonomia é poder executar independente e satisfatoriamente suas atividades do dia-a-dia, continuando suas relações e atividades sociais e exercitando seus direitos e deveres de cidadão. A avaliação da capacidade funcional é relevante em Gerontologia, como indicativo de qualidade de vida do idoso. O desempenho das atividades de vida diária é considerado um parâmetro amplamente aceito e legítimo para firmar essa avaliação, sendo utilizado pelos profissionais da área de saúde, e de extrema valia para o enfermeiro, para avaliar graus de dependência de seus clientes. Pode-se entender avaliação funcional, dentro de uma função 23 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA específica, como sendo a avaliação da capacidade de autocuidado e de atendimento às necessidades básicas diárias, ou seja, do desempenho das atividades de vida diária (ARAÚJO & CEOLIM, 2007). A autonomia está associada ao declínio na habilidade para desempenhar as atividades da vida diária (AVD) e à gradual redução das funções musculares, podendo ser uma das principais perdas com o avançar da idade (DANTAS & VALE, 2004; ACSM, 2006). O meio ambiente oferece obstáculos que podem levar o idoso a ter uma perda do equilíbrio que pode ocasionar uma queda do corpo ao solo. Uma ra cy queda pode acontecer tanto no interior da própria residência como fora dela, em decorrência de uma diversidade de situações, como escadas ou saída de elevadores mal regulados, ambientes comprometidos por uma iluminação deficiente, ausência de corrimão ou mesmo devido ao espaçamento e a inclinação entre os degraus. Atualmente tem sido uma aventura andar se Ju desviando dos diversos buracos e obstáculos existentes nos equipamentos públicos urbanos. Outro aspecto importante a considerar é o uso dos transportes públicos, seja no momento do acesso, ou na tentativa de se manter equilibrado nos balaústres ou, mesmo, na saída do veículo. Há outras situações em que há um potencial significativo de ocorrências de quedas, como a própria residência, onde se pode perder o equilíbrio escorregando na umidade de banheiros e cozinhas, em tapetes não fixos, em pisos muito encerados, como também tropeçando em obstáculos dos mais diversos, como fios elétricos estendidos pelo chão, pequenos animais, etc. Considerando que esta lista contenha algumas das causas mais freqüentes das inevitáveis quedas que rondam 24 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA nosso cotidiano, não há nada de muito dramático quando o resultado destas quedas ou mesmo do simples desequilíbrio, não vai além de um simples susto, que mais parece fazer parte de alguns quadros humorísticos. Quando se é criança, ou mesmo um adulto mais jovem, a ocorrência de alguma queda, nem sempre implicará na mudança de comportamento. Isto se deve, em parte, ao fato de que em algumas das quedas que enfrentamos não têm maiores conseqüências, limitando-se a um simples hematoma ou alguma pequena fratura de rápida recuperação. O problema se torna sério quando as quedas ocorrem em pessoas mais idosas ou nas que têm os ossos mais ra cy fracos, aí as conseqüências deixarão de ser tão simples, já que por causas semelhantes, velhos e jovens caem diferentemente (ALVES JR, 1999; MOULIAS HERVY, 2000). Segundo Sanglard et al (2004), a redução da autonomia funcional aumenta a partir da sexta década de vida, e essa diminuição drástica é mais Ju dramática em mulheres, estabelecendo assim uma redução no desempenho e na realização de atividades da vida diária. Isso foi observado tanto em homens como em mulheres e a causa mais freqüente da má condição física é a perda das qualidades e da aptidão para o trabalho braçal, a diminuição da força e da flexibilidade. Recentes pesquisas apontam que indivíduos idosos podem se beneficiar dos exercícios aumentando não só a resistência e a força muscular, mas também o equilíbrio e a mobilidade. Isso pode reduzir os riscos de quedas e lesões, melhorando a autonomia funcional (DANTAS, VALE, 2004; ACSM, 2006; FLECK; FIGUEIRA JÚNIOR, 2003; FRONTERA; BIGARD, 2002; MATSUDO, 2002). 25 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A obesidade e o sedentarismo já são considerados uma epidemia mundial e são fatores de risco para várias doenças. O sedentarismo pode acelerar o desenvolvimento da sarcopenia, com redução da proteína do músculo esquelético e da sua produção de força; por outro lado, a prática regular de exercícios traz benefícios para a saúde física e mental (PENEDO & RAHN, 2005; YARASHESKI & ZACHWIEJA, 1993). Para Matsudo (2002), o sedentarismo e a depressão são fatores agravantes no declínio dos níveis de atividade física e autonomia funcional. No estudo de Pereira et al. (2005) foi demonstrado que as características biofísicas ra cy de um grupo de idosas sedentárias correlacionaram-se com uma autonomia funcional fraca, segundo o índice de GDLAM – IG (VALE, 2005). Existe uma vasta literatura destacando que o treinamento de força (musculação) tem sido a principal intervenção utilizada para minimizar os efeitos do envelhecimento com relação aos declínios de massa magra e dos Ju níveis de força, de atividade física e de autonomia funcional e, para Häkkinen et al. (2001), a alteração hipertrófica (principalmente das fibras musculares tipo II) causada com o fortalecimento muscular continuado é importante para a manutenção da autonomia funcional (HORTOBÁGYI et at., 2002; FRONTERA, BIGARD, 2002; MORLEY, 2004; PORTER et al., 2002). Diversas intervenções têm sido sugeridas para reduzir as perdas de autonomia funcional: Landers et al. (2001) recomendam atividades de equilíbrio, flexibilidade e resistência muscular localizada (RML); Melo et al., (2004) recomendam o Tai Chi Chuan. Pereira et al. (2007) e Vale et al. (2006), em um estudo caso-controle, comprovaram que idosas praticantes de musculação obtiveram aumentos significativos (p<0,05) nos níveis de 26 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA autonomia funcional. Para Haboush et al. (2006) a dança de salão é indicada para reduzir os níveis de depressão em idosos. O sedentarismo é um dos fatores que mais causa problemas na saúde do idoso, causando alterações estruturais e funcionais, e o declínio qualitativo do desempenho motor (OLIVEIRA, 2005). Somando-se aos fatores de declínio natural dos órgãos, pode desencadear uma redução na força muscular que é um fator determinante no processo de envelhecimento e que tem como característica marcante a dependência para a execução das atividades da vida diária. O desuso da atividade física ou mesmo o sedentarismo permanente nos ra cy idosos pode evoluir para a depressão, enfermidade mental freqüente, associada a elevado grau de sofrimento psíquico. Na população geral, a depressão tem prevalência em tomo de 15% (KAPLAN et al., 1997); em idosos vivendo na comunidade, essa prevalência situa-se entre 2 e 14% (BENJAMIN, EDWARDS BHARTI, 2005). As causas de depressão no idoso configuram-se Ju dentro de um conjunto amplo de componentes, em que atuam fatores genéticos, eventos vitais, como luto e abandono, e doenças incapacitantes, entre outros. Cabe ressaltar que a depressão no idoso frequentemente surge em um contexto de perda da qualidade de vida associada ao isolamento social e ao surgimento de doenças clínicas graves. A osteoporose, que é uma “doença silenciosa”, apresenta alta prevalência entre mulheres idosas, e a sua descoberta muitas vezes ocorre após uma fratura e quase sempre após uma queda. A osteoporose é a redução da massa óssea, tendo como consequência os ossos se tornarem bastante porosos e frágeis; de causa múltipla, não necessariamente causa dor. Nos EUA o problema atinge entre 23 e 25 milhões de americanos: de cada cinco, 27 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA quatro são do sexo feminino e a metade destas está acima de 45 anos, e 90%, acima dos 75 anos. Segundo Bouchard, Shephard, & Stephens(1994), devido à perda de cálcio, a estrutura óssea pode começar a se deteriorar já nos trinta anos de idade e o processo tende a acelerar nas mulheres no período dos cinco anos próximos da menopausa, o que contribuiria para o enfraquecimento dos ossos. Segundo ele, exercícios físicos podem vir a alterar a diminuição da desmineralização óssea, e o sucesso é particularmente efetivo quando acompanhado de uma dieta com alta dosagem de cálcio e vitamina D. Segundo o reaumatologista Roberto Carneiro, presidente da Sociedade ra cy Brasileira do Estudo do Metabolismo Ósseo e Mineral (Sobemom), estima-se que, hoje, entre quatro e cinco milhões de brasileiros sofram de Osteoporose. Este assunto é de fundamental importância para os profissionais de Educação Física que vão atuar com idosos, merecendo uma boa reflexão sobre suas intervenções, principalmente no que toca as atividades físicas que são Ju consideradas como as mais apropriadas para influir na melhora da densidade óssea dos praticantes (ALVES JR, 2003) 3.4. A ATIVIDADE FÍSICA E O ENVELHECIMENTO A atividade física regular é um dos mais importantes fatores preventivos da incapacidade entre senescentes e promove a saúde e a qualidade de vida de idosos, melhora o desempenho físico, a capacidade aeróbica, a velocidade de caminhada e aumenta a força muscular; consequentemente, também contribui para manutenção da autonomia funcional e para o desempenho das atividades cotidianas. Portanto, a atividade física está associada diretamente a 28 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA melhorias da saúde e das condições físicas dos praticantes, promove um reengajamento dos gerontes em seu contexto social, visto que contribui para a redução dos níveis de ansiedade, de estresse, e apresenta resultados significativos na vida afetiva, social e cultural (CHEIK et al., 2003; AMORIM, DANTAS, 2002; DANTAS, OLIVEIRA, 2003; FERUCCI et al., 1994). A atividade física contribui para a manutenção da saúde dos idosos, minimiza os efeitos deletérios do envelhecimento e promove o aumento dos níveis de autonomia funcional. Com relação a aptidão muscular, pode tornar possível a realização das atividades da vida diária com menos esforço e ra cy prolongar a independência funcional, por permitir viver os últimos anos de modo autosuficiente e digno (ACSM, 2003; HERNANDES, BARROS, 2004; AVEIRO et al., 2004). Estudo realizado por Mattos e Farinatti (2007) com 16 mulheres entre 68 e 82 anos, divididas em dois grupos (experimental e controle) investigou os Ju efeitos do treinamento aeróbio de volume e intensidade reduzidos na manutenção da autonomia funcional em idosas. As voluntárias realizaram uma avaliação da capacidade cardiorrespiratória (VSAQ), um teste submáximo em ciclo-ergómetro (com análise da inclinação e intercepto da curva de regressão entre frequência cardíaca e potência desenvolvida – FC/W) e percepção do esforço (PSE) durante o treinamento (BORG CR10). Também foi avaliada a autonomia funcional, por meio do Sistema Sênior de Avaliação da Autonomia de Ação (SysSen). Os resultados para FC/W e PSE sugeriram melhorias cardiorrespiratórias para o grupo experimental, mas não para o controle (p<0,05). O grupo experimental também teve incrementos significativos no escore final do SysSen, sugerindo influência do treinamento na autonomia 29 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA funcional (p<0,05). Não foram observadas alterações estatisticamente significativas para o VSAQ. Conclui-se que programas de treinamento aeróbio, mesmo com volume e intensidade reduzidos, podem promover melhora na capacidade de trabalho submáximo e autonomia funcional de idosos. A condição aeróbia acima da média, que seria importante para prolongar esforços de baixa Intensidade, não é condicionante necessária para a realização das tarefas da vida diária nem da grande maioria dos trabalhos braçais. Robergs, Roberts (2002) afirmam que tem ficado cada vez mais claro que a atividade física regular e de longa duração é um componente importante ra cy para as medidas preventivas relacionadas à saúde. Em estudo realizado com indivíduos com idade igual ou superior a 65 anos, Westhoff et al. (2000) observaram que, após uma intervenção, os exercícios de baixa intensidade podem ser desenvolvidos por meio de programas de atividades físicas generalizadas e de intensidade moderada. Ao Ju aumentar a força muscular, consegue-se diminuir a Intensidade dos esforços em geral. No caso de uma participação com boa força muscular, na vida diária e no trabalho braçal, a homeostase somente será afetada na medida em que houver necessidade de prolongar os esforços, o que exige resistência. Estes recentes conhecimentos sobre fisiologia do exercício explicam porque os exercícios com pesos são tão eficientes na reabilitação geriátrica. O aumento da força e da flexibilidade devolve rapidamente qualidade de vida aos Idosos e, adicionalmente, auxilia na prevenção de quedas, com conseqüente diminuição da mortalidade. Além disso, a adaptabilidade dos exercícios para pessoas com qualquer condição física e o baixo índice de lesões contribuem para a escolha preferencial desses exercícios para pessoas 30 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA idosas e debilitadas. O declínio do sistema orgânico em função do processo de envelhecimento é proveniente de vários fatores, como influencia genética, hábitos pessoais, alimentação e influência do meio ambiente (HENRIQUES et al 2004), e a dependência nas atividades da vida diária é uma das características marcantes do envelhecimento. Para Frontera e Bigard (2002), a inserção de idosos em um programa de treinamento de resistência muscular pode levar a uma melhora na capacidade aeróbica através de mudanças no músculo excitado. Consequentemente, em idosos descondicionados, como mulheres idosas fracas ou pacientes em fase ra cy de reabilitação, os efeitos da resistência na capacidade de utilização do oxigênio do músculo exercitado pode ter um efeito no corpo todo. A imobilidade, entre outros fatores, pode ser proveniente de quedas, (PAULA et al., 2003), as quais, quase sempre, são provocadas pela perda ou pelo declínio das reações de equilíbrio. O risco da queda está relacionado tanto Ju com o processo de senescência, quanto ao de senilidade; conforme afirma Matsudo (2002), a incidência de quedas também pode ser reduzida pela manutenção da força muscular, e aponta o treinamento de força como ação efetiva em idosos para a melhoria das funções neuromusculares. Desta maneira, pode-se ajudar a prevenir as quedas que estes indivíduos normalmente sofrem, proporcionando maior segurança na realização dos movimentos diários, e preservando, assim, sua autonomia funcional. No entanto, devido a uma menor sensibilidade dos tecidos às quedas hormonais, o aumento dos seus níveis circulantes não é suficiente para estimular a captação adequada de glicose pelos tecidos. "Embora haja necessidade de maior 31 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA clareza quanto aos mecanismos neurobiológicos e psicológicos envolvidos na recuperação do paciente (JAGADHEESAN et al., 2002). A manutenção da autonomia funcional através da atividade física deve ser encarada como uma medida importante para o controle do peso corporal, pois conforme apontamentos de Dantas (2002), o aumento significativo de adultos obesos nos últimos anos proporcionou uma valorização da composição corporal sob o ponto de vista do fitness físico, ou seja, relacionado com saúde e qualidade de vida, podendo este aumento tornar-se um grave problema de saúde. ra cy Evidenciamos que a prática regular de atividade física poderá ser também um indicador de melhoria de qualidade de vida, desde que outros fatores importantes e básicos, como subsistência, segurança e outros, sejam preservados. O equilíbrio sofre os declínios naturais do processo de envelhecimento e acaba sendo um dos fatores responsáveis pelas quedas Ju nesta fase da vida (OLIVEIRA et al, 2001). Admite-se que a atividade física regular contribua para a minimização do sofrimento psíquico causado pelo quadro depressivo. A afirmação procede quando Paula et al. (2003) citam que o declínio de cada sistema orgânico em função do processo de envelhecimento, podendo variar de indivíduo para indivíduo, sofre influência da genética, dos hábitos pessoais, do tipo de alimentação e de fatores ambientais. A manutenção do equilíbrio depende de uma interação complexa entre os sistemas musculoesquelético WOOLLACOTT, 2000). 32 e neural, (SCHUMWAY-COOK, 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A Organização Mundial de Saúde relatou que a depressão era a quarta causa mais incapacitante devido a problemas relacionados à saúde, estimando que, em 2020, ela alcançaria o segundo posto, atrás das doenças cardíacas. O exercício físico na terceira idade pode trazer benefícios tanto físicos, como sociais e um estilo de vida mais saudável para os indivíduos que o praticam. SIMÃO (2007) entende que o envelhecimento não significa uma decadência e sim uma seqüência da vida com suas peculiaridades e características. Além das ações desenvolvidas pelo poder público, os Grupos de ra cy Terceira Idade, que têm se multiplicado por todo o país, podem incluir atividades físicas em suas programações, podendo recorrer ao apoio da Secretaria de Esportes e Lazer do respectivo município (COSTA, 1996). Outra medida importante que pode ser desenvolvida pelos municípios é estimular e apoiar a atividade física nas atividades cotidianas da população, Ju através de um conjunto de ações destinadas a promover o deslocamento a pé (arborização e conservação das vias públicas, faixa de pedestre, implantação de ciclo-faixas, etc.), além de proporcionar infraestrutura adequada e suporte técnico para as pessoas que, espontaneamente, vêm desenvolvendo o hábito de fazer caminhadas, em diferentes pontos de nossas cidades (COSTA, 1996). Cabe, ainda, destacar, por fim, a organização e implantação das Redes Estaduais de Assistência à Saúde do Idoso, cuja meta deve ser a atenção à saúde de idosos e idosas brasileiros, de forma adequada e digna, principalmente para aquela parcela da população idosa que teve, por uma série de razões, um processo de envelhecimento marcado por doenças e agravos que impõem sérias limitações ao seu bem-estar. 33 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.5. AVALIAÇÕES DA INDEPENDÊNCIA E DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA 3.5.1. Avaliação da independência No Brasil, em um estudo realizado em dezembro de 2001 e repetido em maio de 2002, os pesquisadores Araújo & Ceolim (2007) objetivaram identificar o grau de independência para a realização de atividades da vida diária dos idosos institucionalizados, Independência nas segundo avaliação AVD, de Katz. Voltados baseada no Índice de para percepções sobre ra cy independência, os autores focaram predominantemente sobre as habilidades funcionais que dispensam ajuda. Vários programas descrevem métodos, ou seja, medidas para mensurar a capacidade de pessoas idosas com relação às suas habilidades para realizar as atividades de vida diária. A primeira avaliação, feita com todos os residentes com idade igual ou superior a 60 anos Ju (139 mulheres e 48 homens), mostrou que 70 idosos eram considerados independentes para o desempenho das AVD, sendo que, dentre eles, 52 idosos tinham entre 70 e 89 anos. A segunda avaliação mostrou que 53 idosos mantiveram-se independentes. Os dados corroboram estudos anteriores, que apontam para o declínio da capacidade funcional de idosos institucionalizados. O Índice de Katz foi escolhido devido à praticidade de sua aplicação e sua confiabilidade. Neste instrumento de avaliação, as atividades contempladas são descritas como AVD, pois se relacionam ao cotidiano do ser humano. Trata-se de uma escala que permite atribuir diferentes graus de independência funcional aos sujeitos nos atos de: banhar-se, vestir-se, usar o banheiro para eliminações, mobilizar-se da cama para a cadeira, ter 34 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA continência das eliminações e alimentar-se. A independência significa que a função é realizada sem supervisão, direção ou ajuda, sendo essa avaliação baseada na situação real e não na capacidade do sujeito. Quando um indivíduo se nega a cumprir uma função, considera-se que não a realiza, embora possa ter capacidade para fazê-la. Os graus considerados para a independência ou dependência funcional são progressivos, desde a independência total para todas as funções (grau A), até a dependência total para realizar as seis funções avaliadas (grau G) (KATZ et al.,1963; SPECTOR, 1990; ARAÚJO & CEOLIM, 2007). ra cy O estudo de Lira e Araújo (2004) teve como objetivo avaliar o nível de independência em AVD de participantes de um programa de atividades físicas e educacionais, por meio da aplicação de uma bateria de testes de desempenho motor, validada no Brasil, especificamente para idosos. Esta pesquisa consistiu em submeter um grupo de idosos a uma bateria de testes Ju antes e após uma participação de 10 semanas em um programa de atividades físicas e educacionais. A aplicação dos testes visou verificar a hipótese de que o desempenho médio do grupo melhoraria após a participação no Programa. Os participantes foram selecionados dentre as pessoas que se matricularam no Programa Qualidade de Vida na Terceira Idade: uma Proposta Multidisciplinar, desenvolvido na Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília. Tendo em vista os resultados encontrados, conclui-se que: não houve variação, estatisticamente significativa entre as medidas de pré e pós-teste, para as variáveis antropométricas consideradas (peso corporal, estatura, IMC e circunferência de cintura). Apesar de não ter havido melhorias em todos os testes, os resultados encontrados - melhoria em dois testes, tendência de 35 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA melhoria em um e de manutenção dos resultados nos outros dois - oferecem um suporte experimental à possibilidade de alcance de progressos de desempenho em testes de AVD, em prazos e modalidades de treinos não rigorosamente condizentes com os princípios básicos do treinamento físico. A bateria de testes utilizada constitui-se num instrumento adequado, de baixo custo e comprovada utilidade para avaliar um dos aspectos mais importantes da prática de atividade física por idosos: a eficácia do programa para a manutenção da independência. Deve ser observado que os resultados encontrados contribuem para o fortalecimento da relação positiva entre a ra cy prática de atividade física e a melhoria de capacidades físicas e funcionais. Ou seja, a atividade física contribui de maneira fundamental para a manutenção da independência e esta se constitui num dos mais importantes fatores de qualidade de vida na velhice. Ju 3.5.2. Avaliação do nível de atividade física Quando a preocupação é alcançar grandes grupos populacionais, instrumentos de precisão, fácil aplicação e de baixo custo são fundamentais. Muitos estudos têm sido desenvolvidos procurando validar estes tipos de instrumentos conhecidos como questionários ou recordatórios. Vários estudos têm sido realizados para determinar o nível de AF em diferentes populações mediante o uso de questionários ou recordatórios: Riddoch (1990) utilizou um questionário de 7 dias para determinar o nível de atividade física, com crianças de 11 a 18 anos na Irlanda do Norte; Paffenbarger (1991), adotou o mesmo período de sete dias para descrever o nível de atividade física; Sallis (1985), no 36 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA projeto das “Five Cites”, utilizou questionário e relatórios para quantificar nível de atividade física; Baeck (1982) criou um questionário de teste com 5 pontos de classificação para medir o nível de atividade física; Gordon (1983) apresentou um questionário com 3 ou 4 questões sobre atividade física; Washburn (1993) utiliza um questionário para medir o nível de atividade física em idosos com três dias; Bouchard (1983) criou um registro de gasto energético, em que se completa uma planilha com valores referentes às atividades exercidas, com classificação de 1 a 9, a cada 15 minutos. Todos esses testes foram validados com outros, que apresentaram seus critérios de ra cy precisão (reprodutibilidade e objetividade). O questionário é um instrumento utilizado também para estudos epidemiológicos, pois oferece dados sobre a duração da atividade, freqüência, intensidade e tipo de atividade, o que permite uma estimativa do gasto calórico total e acaba facilitando, também, a classificação das atividades em leves, Ju moderadas e vigorosas, lembrando que atividades moderadas são atividades que resultam em um gasto de 3,5 a 6 MET´s (1 MET: 3,5 ml/kg/min), enquanto atividades vigorosas são atividades com um gasto superior a 6 MET´s (NAHAS, 2001). O IPAQ é um instrumento que permite estimar o tempo semanal gasto na realização de atividades físicas de intensidade moderada a vigorosa e em diferentes contextos da vida (trabalho, tarefas domésticas, transporte e lazer). Há a possibilidade de estimar o tempo despendido em atividades mais passivas (realizadas na posição sentada). O questionário (forma longa, semana usual, versão 8) foi aplicado na forma de entrevista individual (BENEDETTI, MAZO, BARROS, 2004). 37 Ju ra cy 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 38 Ju ra cy 4. METODOLOGIA 4. METODOLOGIA O presente estudo, de caráter transversal, se constitui como sendo uma pesquisa descritiva do tipo exploratório por envolver a utilização de questionários e correlacional, porque se propõe a analisar as associações entre variáveis (nível de atividade física e autonomia funcional). Nestes termos, para efeitos desse estudo, a coleta de dados objetivou a construção de indicadores associados aos níveis de autonomia funcional e ao nível de atividade física como determinante na correlação com a idade de idosas residentes no município de Belém, situado no estado do Pará, Brasil. O protocolo GDLAM foi aplicado para avaliação da autonomia funcional. Para classificação do nível de ra cy atividade física, foi utilizado o formulário IPAQ (versão curta). A coleta dos dados foi realizada de junho de 2008 a novembro de 2009 e a aplicação dos instrumentos de coleta de dados e as avaliações de autonomia funcional foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Castelo Branco sob o número 0040/2008 e estão em concordância com as Ju normas da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo seres humanos. 4.1. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO O Estado do Pará localizado na região norte do Brasil é o mais populoso da Amazônia brasileira com aproximadamente 1,600 mil Km² de área total, ocupando, portanto, 17% da extensão territorial nacional, ou seja, a segunda maior área entre os estado brasileiros. Nesta vasta e diversificada porção territorial, estão distribuídos 143 municípios. O principal centro urbano é a cidade de Belém, capital do Estado, a qual é habitada por 1,7 milhões de 40 4. METODOLOGIA habitantes. O município de Belém pertence à mesorregião Metropolitana de Belém e à microrregião Belém. A sede Municipal tem as seguintes coordenadas Geográficas: 01º 27’20” de latitude Sul e 48º30’15” de longitude a Oeste de Greenwich. O clima é quente e úmido com precipitação média anual alcançando os 2.834 mm. A temperatura média é de 25ºC, em fevereiro, e 26ºC, em novembro. Está na zona climática Afi (classificação de Köppen), que coincide com o clima de floresta tropical, permanentemente úmido, com ausência de estação fria, e temperatura do mês menos quente, acima de 18ºC. A cidade de Belém possui 1.4 milhões de habitantes. As religiões ra cy predominantes são: católica (71,7%) e protestante (18,4%). A população idosa atinge 7% (aproximadamente 98 mil pessoas) e destes, 58 mil são do sexo feminino. A Política de Atenção à Saúde do Idoso no Município Belém está sendo desenvolvida de acordo com as normas preconizadas pelo Ministério da Saúde, através de parcerias com outras instituições. No Centro de Atenção ao Ju Idoso (Casa do Idoso) há a participação de aproximadamente 20.000 idosos em diversos programas assistenciais, os quais oferecem serviços de atenção á saúde, ações de valorização e autoestima, atividades físicas, oficinas de memórias, danças e outras atividades educativas a esta população. Durante a realização deste estudo, o público freqüentador da Casa do Idoso foi estimado em oito mil idosos. 4.2. SELEÇÃO DA AMOSTRA Na cidade de Belém, Estado do Pará, residem 58,8 mil mulheres com idade acima de 60 anos. Para o cálculo do tamanho amostral foi previamente estabelecido o erro amostral em 4%, com base na teoria de Cochran (1986) e 41 4. METODOLOGIA chegou-se ao tamanho amostral de n=620 idosas. A amostra foi obtida em agências governamentais de assistência à saúde do idoso, denominadas “Casa do Idoso”. Neste estudo foram avaliadas n=775 idosas. Na Tabela 1 pode-se observar que há uma redução de participantes no grupo etário com maior idade (> 80 anos) e uma maior concentração no grupo etário entre 65-69 anos. Tabela 1: Distribuição da amostra por faixa etária. ra cy Grupo etário Frequência absoluta (n) Frequência percentual (%) 182 23,50% (60-64 anos) 197 25,40% (65-69 anos) 182 23,50% (70-74 anos) 177 22,80% (75-79 anos) 37 4,80% (80- + anos) 775 100,00% Total Critérios de inclusão. Os critérios de inclusão levaram em conta a aptidão física para realizar a bateria de testes selecionados para a avaliação da autonomia funcional, independência no desempenho de suas atividades de Ju vida diária, não apresentar déficit cognitivo e aceitar o termo de consentimento livre e esclarecido em pesquisa (TCLE). Assim, foram selecionadas, aleatoriamente, idosas com idade entre 60 e 80 anos e todas as participantes foram devidamente avaliadas pela equipe de apoio deste projeto. Critérios de exclusão. Foram excluídos todos os indivíduos do sexo masculino. Também foram impossibilitadas de participar da amostra as idosas cujo prontuário clínico apresentasse patologias crônicas, degenerativas, demências e quaisquer outros problemas que implicassem em bloqueios de autonomia funcional. Especificamente, foram excluídas as idosas que apresentaram as seguintes alterações patológicas: infecções de pele ou gastrointestinais, acidente vascular encefálico e embolia pulmonar recente, 42 4. METODOLOGIA sintomas agudos de trombose venosa profunda, processos micóticos e fúngicos, processos infecciosos e inflamatórios agudos na região de face e pescoço e as que estivessem em tratamento radioterápico ou quimioterápico. Também não fizeram parte da amostra as idosas que apresentaram demências, distúrbios neurológicos, reumatológicos ou traumato-ortopédicos que comprometessem ou que se tornassem um fator de impedimento para a aplicação do método, doença de Parkinson e Alzheimer, alterações auditivas e visuais severas, as que estivessem realizando fisioterapia ou qualquer outro tipo de terapia que envolvesse as articulações do quadril e joelhos, as que não ra cy aceitassem o TCLE. 4.3. COLETA DE DADOS Inicialmente, foi apresentado o Termo de Informação à Instituição, onde, Ju após a permissão para a realização da presente pesquisa, foi realizada uma palestra para a população de idosas, a fim de informá-las sobre os objetivos do estudo, a metodologia e sobre o Termo de Consentimento livre e Esclarecido em Pesquisa - TCLE (Anexo 1). Para avaliar o estado de saúde das idosas foi utilizada uma ficha de avaliação dividida em três seções: identificação, anamnese e exame físico (Anexo 2). Para a avaliação do índice de massa corporal (IMC), foram aferidas a massa corporal e a estatura, segundo Marfell-Jones et al. (2006). 43 4. METODOLOGIA Para avaliar a autonomia funcional foi utilizado o protocolo GDLAM, que avalia a autonomia funcional através de testes relacionados com atividades da vida diária (AVD), sendo um instrumento confiável e seguro. Permite a obtenção de uma medida fidedigna da situação funcional de forma geral. Os participantes são submetidos a uma bateria de testes com avaliação cronológica. Os indivíduos mais aptos concluem os testes em menor tempo. O protocolo GDLAM é composto de cinco testes voltados para avaliar diferentes facetas da autonomia funcional. Para a avaliação do nível de atividade física, ra cy foi utilizado o IPAQ (PARDINI et al., 2001). 4.4. VARIÁVEIS DO ESTUDO A variável independente Idade, categorizada em cinco faixas, fornece controle para avaliação das variáveis dependentes Autonomia funcional e Nível Ju de atividade física. 4.4.1. Nível de autonomia funcional As variáveis referentes à avaliação da autonomia funcional são as seguintes: Teste C10M: tem a finalidade de verificar com que velocidade o indivíduo percorre a distância de 10 metros (SIPILÄ et al., 1996). Teste LPS: avalia a capacidade funcional da extremidade inferior, e consiste em, partindo da posição sentada em uma cadeira, sem apoio de 44 4. METODOLOGIA braços, estando o assento a uma distância de 50 cm do solo, levantar-se e sentar-se cinco vezes, consecutivamente (GURALNIK et al., 1994). Teste LPDV: avaliar a habilidade do indivíduo de levantar-se do chão, e consiste em: partindo da posição inicial em decúbito ventral, com os braços ao longo do corpo, o indivíduo deve levantar-se, ficando em pé o mais rápido possível (ALEXANDER et al., 1997). Teste LCLC: avalia a agilidade e o equilíbrio do idoso, com uma cadeira fixa ao solo, deve-se demarcar dois cones a uma distância em relação à cadeira de 4 metros para trás e 3 metros para o lado direito e esquerdo da ra cy cadeira. Para iniciar o teste, o indivíduo deve sentar-se na cadeira, com os pés fora do chão e, ao sinal de início, deve levantar-se e mover-se à direita e circular o cone, retornar para a cadeira e sentar-se, retirando ambos os pés do chão. Em seguida, faz o mesmo exercício para o lado esquerdo da cadeira. O exercício deve ser repetido duas vezes para cada lado no menor tempo Ju possível (ANDREOTTI, OKUMA, 1999). Teste VTC: visa avaliar a autonomia funcional dos membros superiores através da mensuração do tempo necessário para vestir e tirar uma camiseta. É um movimento cotidiano do idoso. O indivíduo deve estar de pé, com os braços ao longo do corpo e com uma camiseta de tamanho “G” (Hering Brasil) em uma das mãos, no lado dominante. Ao sinal de “JÁ” ele deve vestir a camiseta e, imediatamente, despi-la, retornando à posição inicial. O cronômetro deve ser iniciado quando o indivíduo iniciar o movimento e paralisado quando o a camiseta estiver em sua mão, ao lado do corpo, estando o braço estendido (VALE et al., 2006). 45 4. METODOLOGIA O Índice Geral (IG) de autonomia funcional (GDLAM) é obtido através de uma fórmula, em que são atribuídos pesos para os tempos obtidos nos cinco testes (Quadro 1). Os resultados dos testes e do IG podem ser classificados em categorias de autonomia funcional (tabela 2). Quadro 1: Fórmula do índice de GDLAM. [(C10m + LPS + LPDV + VTC) x 2] + LCLC 4 Onde: ra cy C10m, LPS, LPDV, VTC e LCLC = tempo aferido em segundos. IG = índice GDLAM em escores. Fonte: Vale, 2005 Tabela 2: Valores de referência para a classificação da autonomia funcional segundo Vale (2005). CLASSIF Fraco C 10M LPS LPDV Ju TESTES VTC LCLC IG (SEG) (SEG) (SEG) (SEG) (SEG) (ESCORES) + 7,09 + 11,19 + 4,40 + 13,14 + 43,00 + 27,42 Regular 7,09-6,34 11,19-9,55 4,40-3,30 13,14-11.62 43,00-38,69 27,42-24,98 Bom 6,33-5,71 9,54-7,89 3,29-2,63 11,61-10,14 38,68-34,78 24,97-22,66 -5,71 - 7,89 - 2,63 - 10,14 - 34,78 - 22,66 Muito Bom C10m: caminhar 10m; LPS: levantar-se da posição sentada; LPDV: levantar-se da posição decúbito ventral; LCLC: levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa; VTC: vestir e tirar uma camiseta; SEG: valores em segundos; IG: índice de GDLAM (valores em escores) Baseado na normatização de amostras pelo Box-Cox e o método de Fusy, chegou-se à tabela estratificada do nível de autonomia funcional por faixa etária, através de percentis (Tabela 3). 46 4. METODOLOGIA Tabela 3: Nível de autonomia funcional pelo protocolo do GDLAM por faixa etária. Muito Bom Bom Regular Fraco C10m G1 G2 G3 G4 G5 -5,52 -5,67 -5,83 -5,98 -6,14 5,52 - 7,04 5,67 - 7,21 5,83 - 7,38 5,97 - 7,56 6,14 - 7,73 7,05 - 8,92 7,22 - 9,04 7,39 - 9,16 7,57 - 9,28 7,74 - 9,40 + 8,92 + 9,04 + 9,16 + 9,28 + 9,40 G1 G2 G3 G4 G5 -6,84 -6,91 -6,97 -7,04 -7,11 6,84 - 10,12 6,91 - 10,19 6,97 - 10,26 7,04 - 10,33 7,11 - 10,40 10,13 - 13,62 10,20 - 13,72 10,27 - 13,81 10,34 - 13,91 10,41 - 14,01 + 13,62 + 13,72 + 13,81 + 13,91 + 14,01 G1 G2 G3 G4 G5 -2,30 -2,47 -2,63 -2,80 -2,96 2,30 - 3,52 2,47 - 3,81 2,63 - 4,11 2,80 - 4,40 2,96 - 4,70 3,53 - 5,41 3,82 - 5,80 4,12 - 6,20 4,41 - 6,60 4,71 - 6,99 + 5,41 + 5,80 + 6,20 + 6,60 + 6,99 G1 G2 G3 G4 G5 -8,22 -8,75 -9,29 -9,83 -10,36 8,22 - 11,45 8,75 - 12,00 9,29 - 12,54 9,83 - 13,08 10,36 - 13,63 11,46 - 15,51 12,01 - 16,04 12,55 - 16,56 13,09 - 17,08 13,64 - 17,60 + 15,51 + 16,04 + 16,56 + 17,08 + 17,60 G1 G2 G3 G4 G5 -35,17 -35,96 -36,76 -37,55 -38,35 35,17 - 42,37 35,96 - 43,28 36,76 - 44,19 37,55 - 45,11 38,35 - 46,02 42,38 - 49,68 43,29 - 50,81 44,20 - 51,94 45,12 - 53,06 46,03 - 54,19 + 49,68 + 50,81 + 51,94 + 53,06 + 54,19 G1 G2 G3 G4 G5 -22,28 -22,82 -23,37 -23,91 -24,46 22,28 - 27,43 22,82 - 28,10 23,37 - 28,77 23,91 - 29,45 24,46 - 30,12 27,44 - 33,01 28,11 - 33,71 28,78 - 34,41 29,46 - 35,11 30,13 -35,81 + 33,01 + 33,71 + 34,41 + 35,11 + 35,81 LPDV Ju VTC ra cy LPS LCLC IG C10m = caminhar 10 metros; LPS = levantar da posição sentada; LPDV = levantar da posição de decúbito ventral; VTC = vestir e tirar uma camiseta; LCLC = levantar da cadeira e locomover-se pela casa; IG:índice de GDLAM. G1: 60-64 anos; G2: 65-69 anos; G3: 70-74 anos; G4: 75-79 anos; G5: + de 80 anos. A unidade de medida dos testes é em segundos. 47 4. METODOLOGIA 4.4.2. Nível de atividade física A avaliação da atividade física foi realizada utilizando-se o Questionário Internacional de Atividade Física-IPAQ (versão curta). Foram calculados os gastos de energia expressos em MET (measure energy total) para a computação do nível de atividade física. As idosas foram classificadas, conforme o seu nível de atividade física, em níveis alto, moderado ou baixo. Considerou-se como alto nível aquelas que realizavam atividade vigorosa três ou mais dias por semana, atingindo pelo menos 1.500 MET-minutos/semana, ou sete ou mais dias de qualquer combinação de caminhada e atividade física ra cy vigorosa ou moderada, atingindo 3.000 MET-minutos/semana. Como nível moderado foram classificadas todas as que alcançaram três ou mais dias de atividade vigorosa por pelo menos 20 minutos/dia, ou cinco ou mais dias de atividade moderada e/ou caminhada por 30 minutos/dia, ou ainda cinco ou mais dias de alguma combinação de caminhada, atividade moderada ou Ju vigorosa atingindo no mínimo 600 MET-minutos/semana. Finalmente, como baixo nível de atividade física foram consideradas aquelas que não alcançaram nenhum dos critérios das categorias anteriores (PARDINI et al., 2001). Valores de referência do MET Vigoroso = 8 Moderado = 4 Caminhada Vigoroso = 5 Caminhada Moderada = 3,3 Caminhada Lenta = 2,5 Sentar = 1 48 4. METODOLOGIA O gasto de energia semanal é calculado pela fórmula abaixo. Gasto calórico (kcal/sem) = MET x Minutos Dia x Dias Semana 4.5. TRATAMENTO DOS DADOS Em um primeiro momento, foi realizada a análise estatística com o objetivo de estimar as medidas de tendência central (média) e variação dentro cada idade (distribuição de freqüências, absolutas e relativas), no intervalo entre 60 e 80 anos. O segundo momento foi relativo à Estatística Inferencial ra cy através da qual se fez a análise comparativa dos cruzamentos entre as variáveis experimentais, objetivando verificar os níveis de significância de associação classificatória entre os mesmos. Para tanto, utilizou-se o protocolo estatístico do Qui-Quadrado, de Pearson. Ressalta-se, ainda, que, na criação da nova tabela referencial do GDLAM, foi usado o Box-Cox para normatização Ju de amostras e o método de Fusy. Em seguida, os níveis de autonomia funcional foram divididos por percentis. O Escore IPAQ observou a soma algébrica dos produtos Freqüência Semanal e quantidade de minutos de prática diária nas respectivas Atividades, Fracas, Médias e Fortes, dividida pelo tempo na condição sedentária semanalmente. Essa razão representa um índice do nível de Atividade Física. Uma vez calculado os escores individuais aplicou-se o protocolo estatístico de Cluster Analysis (Grupamentos), subdividindo o Universo observado em três classes de níveis de Atividades Física: Pouco Ativo, Ativo e Muito Ativo. 49 4. METODOLOGIA Foi previamente adotado o nível alfa=0,05 para rejeição de hipótese de normalidade. Os procedimentos estatísticos foram suportados pelos programas Ju ra cy BioEstat versão 5 e SPSS versão 14. 50 Ju ra cy 5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS A fim de avaliar o nível nutricional dos idosos, foi realizada uma distribuição frequencial (n e %) baseada nos níveis de índice de massa corporal (IMC). Nesta avaliação, pode-se observar que houve uma maior concentração de idosas com classificação “normal”, seguida das classificações “baixo peso”, “sobrepeso” e “obeso” (Tabela 4). Tabela 4: Distribuição da amostra por nível de índice de massa corporal (IMC). Frequência absoluta (n) Frequência percentual (%) Baixo Peso 290 37,40% Normal 431 55,60% ra cy IMC Sobre Peso 43 5,60% Obeso 11 1,40% Total 775 100,00% Ju 5.1. RESULTADOS REFERENTES À AUTONOMIA FUNCIONAL - GDLAM Baseado nos valores referenciais da Tabela 3 (estratificada por faixa etária) e dos níveis descritos na Tabela 2, por Vale (2005 – com valores gerais para indivíduos maiores que 60 anos), a Tabela 5 apresenta a comparação dos níveis de autonomia funcional em cada teste e do IG entre as duas tabelas referenciais. 52 5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Tabela 5: Comparação do nível de autonomia pela tabela geral e a estratificada. LPS LPDV VTC LCLC 10,78 3,22 10,28 47,36 1,63 0,57 1,47 4,50 R B B R R B B F 11,22 3,50 10,73 49,90 2,66 0,78 1,74 5,89 R B B R F B B F 11,62 3,75 11,24 52,35 1,44 0,86 1,93 5,93 R B B F F R B F 12,01 4,23 11,33 54,25 1,52 1,05 1,43 5,43 R B B F F R B F 12,17 5,05 11,33 56,06 1,87 1,14 1,93 4,19 R R B F F F B F IG 27,39 2,19 B R 29,00 3,61 R F 30,30 2,38 R F 31,51 2,23 R F 32,67 2,04 R F ra cy G1 média desvio-padrão estratificado geral G2 média desvio-padrão estratificado geral G3 média desvio-padrão estratificado geral G4 média desvio-padrão estratificado geral G5 média desvio-padrão estratificado geral C10m 6,83 0,81 B R 7,61 4,38 R F 7,82 0,99 R F 8,31 0,94 R F 8,76 1,10 R F Ju Estratificado: nível de autonomia pela tabela estratificada por faixa etária; geral: nível de autonomia pela tabela geral; C10m = caminhar 10 metros; LPS = levantar da posição sentada; LPDV = levantar da posição de decúbito ventral; VTC = vestir e tirar uma camiseta; LCLC = levantar da cadeira e locomover-se pela casa; IG:índice de GDLAM. G1: 60-64 anos; G2: 65-69 anos; G3: 70-74 anos; G4: 75-79 anos; G5: + de 80 anos. MB: muito bom; B: bom; R: regular; F: fraco. A unidade de medida dos testes é em segundos. Pode-se observar na Tabela 5 que, com a nova classificação por faixa etária, há uma maior tolerância à redução do nível de autonomia funcional com o avançar da idade, respeitando a curva de normalidade, apresentada no Gráfico 1. 53 5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Gráfico 1: Curva de normalidade do índice de GDLAM. 45,00 40,00 35,00 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 MB B R F Nível de Autonomia G2 G3 G4 G5 ra cy G1 G1: 60-64 anos; G2: 65-69 anos; G3: 70-74 anos; G4: 75-79 anos; G5: + de 80 anos. MB: muito bom; B: bom; R: regular; F: fraco. Do Gráfico 2 ao 7 é possível visualizar a distribuição do nível de autonomia funcional, em cada teste e no IG, em toda a amostra. Nestes gráficos, pode-se verificar que grande parte da amostra apresentou um nível regular nos testes de C10m, de LPS, de LCLC e no IG e um nível bom nos Ju testes de LPDV e VTC. Gráfico 2: Nível de autonomia funcional do teste de C10m, na nova versão da tabela de GDLAM. 54 5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Gráfico 3: Nível de autonomia funcional do teste de LPS, na nova versão da ra cy tabela de GDLAM. Ju Gráfico 4: Nível de autonomia funcional do teste de LPDV, na nova versão da tabela de GDLAM. 55 5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Gráfico 5: Nível de autonomia funcional do teste de VTC, na nova versão da ra cy tabela de GDLAM. Gráfico 6: Nível de autonomia funcional do teste de LCLC, na nova versão da Ju tabela de GDLAM. 56 5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Gráfico 7: Nível de autonomia funcional do teste de IG, na nova versão da ra cy tabela de GDLAM. Ju 5.2. RESULTADOS REFERENTES AO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA - IPAQ A distribuição de freqüências, por nível de atividade física, segue conforme a Tabela 6. Tabela 6: Distribuição de freqüências por nível de atividade física. EscIPAQ Pouco Ativo Ativo Muito Ativo Total Freq. Absoluta 517 240 18 775 % 66,7% 31,0% 2,3% 100,0% % Acumulada 66,7% 97,7% 100,0% 57 5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 5.3. RESULTADOS REFERENTES ÀS ASSOCIAÇÕES ENTRE AS VARIÁVEIS Após o processo de classificação, o passo seguinte foi verificar a existência de associações entre as respectivas classificações das variáveis do estudo. Os resultados seguem, conforme a Tabela 7. Tabela 7: Associação entre faixa etária, protocolo GDLAM e questionário IPAQ. FE C10m LPS LPDV LCLC VTC <0,001 0,002 0,006 <0,001 <0,001 0,002 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 0,01 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 ra cy IPAQ FE <0,001 C10m <0,001 LPS <0,001 LPDV <0,001 LCLC <0,001 VTC <0,001 IG <0,001 Ju C10m = caminhar 10 metros; LPS = levantar da posição sentada; LPDV = levantar da posição de decúbito ventral; VTC = vestir e tirar uma camiseta; LCLC = levantar da cadeira e locomover-se pela casa; IG:índice de GDLAM; Grupo: faixa etária; IPAQ: International Physical Activity Questionnaire; FE: faixa etária. Os resultados do Quadro 1 denotam que os índices de associação entre as respectivas classificações mostraram-se significativas (sig.p < 0,05 ) entre: o protocolo GDLAM (nível de autonomia funcional) e o grupo etário; o questionário IPAQ (nível de atividade física) e o grupo etário; o protocolo GDLAM (nível de autonomia funcional) e o questionário IPAQ (nível de atividade física). Isso significa que as classificações são dependentes entre si. 58 Ju ra cy 6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 6.1. NÍVEL DE AUTONOMIA FUNCIONAL A fim de nortear a discussão, a tabela 8 descreve os resultados de outros estudos relevantes que utilizaram o protocolo de GDLAM. Tabela 8: Estudos prévios com o protocolo de GDLAM. Estudo Característica C10m LPS LPDV VTC LCLC IG Hidroginástica 5,17 6,65 Sedentários 5,82 12,28 Asilados 13,39 13,07 sedentários al., Fortalecimento 9,3 9,36 inspiratório al., Força 5,65 11,76 2,24 4,01 6,15 37,54 49,35 15,7 76,6 47,32 Cader et 2007a Cordeiro et 2005 Côrtes e Silva, Força 2005 Guimarães et al. Programa de (2008) atividade física do PSF Paula et al., 2008 Programa de atividade física (EMG) Pereira et al., Sedentárias 2005 Pereira et al. Força (2007) Silva et al. (2009) Força Vale et al., 2005 Força 75-85% Flex. Dinâmico Vale et al., (2006) Força Vale et al. (2009) Sedentários (IGF) 6,65 14,05 63,13 35,46 4,65 - 53,57 - 6,5 10,78 3,77 - - Ju ra cy Belloni et al. (2008) Cader et al., 2006 - 6,29 11,11 3,24 11,59 40,59 27,33 6,43 3,58 9,5 34,09 7,22 11,71 4,96 13,35 42,52 5,65 2,77 8,28 5,48 8,3 5,65 7,16 5,93 8,35 5,35 8,3 7,21 11,46 8,75 37,75 22,16 2,6 8,48 3,28 3,32 2,54 3,49 11,29 37,09 21,70 35,76 38,35 45,32 27,68 PSF: programa de saúde da família; EMG: eletromiografia; Flex: flexionamento; IGF: Insulin like growth factor; C10m = caminhar 10 metros; LPS = levantar da posição sentada; LPDV = levantar da posição de decúbito ventral; VTC = vestir e tirar uma camiseta; LCLC = levantar da cadeira e locomover-se pela casa; IG:índice de GDLAM. 60 - 6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Berlloni et al. (2008) tiveram como objetivo a comparação entre a autonomia funcional de mulheres idosas, praticantes (GPH; n= 10; idade= 67,8±6 anos) e não praticantes de hidroginástica (GNPH; n=9; idade= 61,7±7 anos). Em seu estudo, observaram que o GPH apresentou nível de autonomia funcional muito bom no teste de C10m, LPS e LPDV e bom no LCLC. Em contrapartida, o GNPH revelou nível fraco nos testes LPS e LCLC, bom em C10m e regular no LPDV. Dentre os testes, o LPS, LPDV e LCLC apresentaram diferença estatística (p<0,05) entre os grupos, com resultados favoráveis ao GPH. Todavia, segundo a nova tabela estratificada, o LPS ra cy apresentou nível regular no teste LPS. O estudo de Paula et al. (2008) objetivou investigar o efeito da autonomia funcional de idosos praticantes de atividade física (n=11; idade= 67±7 anos) sobre a fadiga muscular, avaliada através da eletromiografia (EMG) de superfície. Segundo a classificação de Vale (2005), os níveis de autonomia Ju funcional foram: bom (C10m e LPS), regular (LPDV) e muito bom (LCLC). Todos os testes apresentaram a mesma classificação do nível de autonomia funcional estratificada por faixa etária, com exceção do LPDV, que apresentou nível bom. A pesquisa de Guimarães et al. (2008) verificou os efeitos de um programa de atividade física sobre o nível de autonomia de idosos participantes do Programa de Saúde da Família. Participaram do trabalho 70 gerontes de ambos os sexos, divididos em dois grupos: um grupo experimental (GE; n= 35; idade= 68±5 anos), no qual foi realizada a intervenção, e um grupo controle (GC; n=35; idade= 69±8 anos). No pré-teste, foi observado um valor fraco de autonomia funcional em todos os testes, tanto no GE quanto no GC. Após a 61 6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS intervenção, pôde-se perceber nos resultados do GE um valor fraco no teste LPS, regular nos testes LCLC e IG e bom nos testes LPDV, C10m e VTC. O GC não apresentou alteração de resultados e, em relação ao GE, observou-se diferença significativa (p<0,05) em todos os testes no pós-teste, sendo os resultados favoráveis a este último. Embora o GE tenha apresentado melhoras no pós-teste em relação ao nível de autonomia funcional, na classificação dividida por faixa etária, esta melhora foi mais valorizada, pois o teste LPS apresentou nível regular, ao invés de fraco, e o teste LCLC e o IG apresentaram um nível bom, ao invés de regular. ra cy Vale et al. (2009) objetivaram avaliar o grau de correlação do nível sérico basal de Insulin like growth factor (IGF1) e do nível de autonomia funcional na performance das atividades da vida diária. Para tal, participaram do estudo 11 idosos sedentários (idade= 68±5 anos), os quais apresentaram nível de autonomia bom para VTC, regular para LPS e LPDV e fraco para C10m, LCLC Ju e IG. Por se tratarem de idosos sedentários, com baixo nível de autonomia, com exceção dos testes de LPS e VTC, todos os demais apresentaram diferença na referência de classificação separada por faixa etária, a saber: nível bom no C10m, no LPDV e no IG e nível regular no LCLC. A pesquisa de Cader et al. (2006) teve por objetivo analisar o perfil da autonomia funcional e da qualidade de vida de idosos asilados em uma instituição filantrópica no município do Rio de Janeiro. A amostra foi constituída de 8 mulheres e 7 homens (n= 15, idade= 76±10 anos). Pela característica de extremo sedentarismo da amostra, todos os testes e o IG apresentaram nível fraco de autonomia funcional. Todavia, baseado nos valores referenciais 62 6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS descritos na Tabela 4 do vigente estudo, os testes de LPS, LPDV e VTC apresentaram nível regular de autonomia funcional. Pereira et al. (2007) avaliaram o efeito de um programa de treinamento de força, durante 20 semanas, sobre a autonomia funcional de mulheres idosas. A amostra foi dividida, aleatoriamente, em: grupo experimental (GE; n=13; idade= 65±5 anos) e grupo controle (n=11; idade=71±6 anos). Os testes apresentaram níveis de autonomia funcional muito bom (C10m, VTC e IG) e bom (LPS, LPDV e LCLC), pós-teste, no GE. Pelo fato deste grupo ter apresentado níveis altos de autonomia funcional, não houve diferença de ra cy classificação da mesma entre a referência de Vale (2005) e a dividida por faixa etária, apresentada na Tabela 4. Semelhante à investigação de Pereira et al. (2007), o estudo de Silva et al. (2009) também não revelou diferença no nível de autonomia funcional entre os valores referenciais gerais e aqueles descritos na presente pesquisa. Estes Ju autores objetivaram avaliar os efeitos do treinamento de força nas fases neurogênica e miogênica sobre o nível de força muscular e autonomia funcional de idosas sedentárias. Sua amostra foi composta de 40 idosas, divididas em grupo experimental (GE; n=20; idade= 64±4 anos) e grupo controle (GC; n=20; idade= 72±6 anos). O GE, após 20 semanas de treinamento, apresentou nível de autonomia funcional muito bom (C10m, LPDV, VTC e IG) e bom (LPS e LCLC), diferenciando-se, estatisticamente (p<0,05) do GC na fase neurogênica. Valores semelhantes também foram encontrados no trabalho de Vale et al. (2006) nos testes de C10m, LPS e LPDV. 63 6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Cader et al.,(2007) realizaram uma investigação que avaliou o efeito do fortalecimento muscular inspiratório sobre a pressão inspiratória máxima (Pimáx) e a autonomia funcional de idosos asilados. A amostra foi constituída de 34 gerontes, divididos em grupo experimental - GE (n=21, 76±2 anos) e grupo controle – GC (n=13, 75±2 anos). Após a intervenção, embora o GE tenha obtido melhora significativa (p=0,0001) em todos os testes, não houve melhora do seu nível de autonomia, classificado como: fraco. No entanto, observa-se que, pela maior sensibilidade da classificação da autonomia funcional estratificada por faixa etária, respeitando as alterações decorrentes ra cy da senescência, principalmente em uma idade mais avançada (76 anos), o teste de VTC apresenta a classificação regular. Vale et al. (2005) objetivaram comparar os efeitos do treinamento resistido de força e de flexibilidade sobre a autonomia funcional das atividades da vida diária (AVD) em 36 mulheres senescentes. Métodos - Os sujeitos foram Ju distribuídos em dois grupos, um de treinamento de flexibilidade (GFLEX, n=18; idade= 66±7 anos) e outro de treinamento resistido de força (GFOR, n=18; idade= 65±4 anos). Houve diferença significativa (p<0,05), no pós-teste, em todos os testes de ambos os grupos, a saber: C10m (GFLEX: bom; GFOR: muito bom); LPS (GFLEX: bom; GFOR: muito bom); LPDV (GFLEX: regular; GFOR: bom); LCLC (GFLEX: bom; GFOR: bom). Comparando estes valores com aqueles descritos na faixa etária de 65-69 anos, há discordância na classificação do teste LPDV do GFLEX, o qual obteria o nível bom e do teste de LCLC do GFOR, o qual obteria o nível muito bom. Com o propósito de avaliar a correlação entre níveis séricos de IGF1 e GH e a autonomia funcional e o fitness físico, Cordeiro et al. (2005) avaliaram a 64 6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS concentração sérica basal de GH e IGF-1 em 20 idosas (68±5 anos) praticantes de musculação. Em seus resultados, não encontraram correlação entre os hormônios e o nível de autonomia (p=0,29) e este último apresentou o seguinte comportamento: C10m (muito bom); LPS (regular) e LPDV e LCLC (fraco). Todavia, com base nos valores de referência para esta faixa etária, os testes LPDV e LCLC apresentariam a classificação regular de autonomia funcional. Com base no fato de que o processo de envelhecimento é acompanhado por muitas alterações orgânicas e, dentre estas, a sarcopenia ra cy que, devido a fatores biológicos, leva o idoso à perda de força muscular e autonomia funcional, uma pesquisa (CORTES e SILVA, 2005) teve como objetivo tratar da manutenção da força muscular e da autonomia funcional em idosos. Para tal, foi realizado um trabalho contra resistência (12 semanas), com ganhos significativos (p<0,05) nos testes de: uma repetição máxima (1 RM), Ju LPS (nível regular), LPDV (nível regular) e C10m (nível bom) em um grupo de 30 mulheres idosas (68±6 anos). Entretanto, nesta faixa etária de 68 anos, a Tabela 4 apresenta nível bom no teste LPDV. Pereira et al. (2005) objetivaram verificar as características biofísicas de mulheres idosas, dentre elas a autonomia funcional. A amostra foi composta por sete mulheres idosas, com idade média de 66± 4 anos. Em seus achados, observaram nível fraco de autonomia nos testes de C10m e LPDV e regular nos demais (LPS, LCLC e VTC). Quanto menor é o nível de autonomia funcional, maiores são as diferenças entre os valores de autonomia funcional entre a tabela geral e estratificada, a exemplo dos testes de C10m, LPDV e LCLC, que obteriam a classificação regular, regular e bom, respectivamente. 65 6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 6.2. NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA Os achados do presente estudo denotam que 66,7% da amostra foram classificadas como sujeitos pouco ativos, distribuídos nas categorias etárias. Estes resultados são corroborados por Hallal et al. (2003) em estudo realizado em Pelotas - RS com 3.182 pessoas acima de 20 anos, em que se observou que 43,2% das mulheres entrevistadas na faixa etária de 60 a 69 anos (n=183) eram insuficientemente ativas e, com o avançar da idade, esses valores foram ainda superiores, atingindo 69,1% entre aquelas com mais de 70 anos. Esta ra cy relação foi encontrada na presente pesquisa, em que os escores do IPAQ apresentaram uma associação significativa com os grupos etários, apontando que, quanto maior a idade, maior é a prevalência de sujeitos pouco ativos. Os achados de Cardoso et al. (2008) se contrapõem aos resultados da presente pesquisa, pois relataram que 89,5% das 225 mulheres avaliadas Ju numa cidade do Sul do Brasil foram caracterizadas como muito ativas. Esses dados são superiores aos encontrados por Mazo et al. (2001) em estudo com idosas de grupos de convivência de Florianópolis - SC, que registraram que 66,2% das participantes eram muito ativas. Da mesma forma, Alves et al. (2010) observaram sujeitos adultos e verificaram uma prevalência de sedentários de 37,1%, utilizando a versão curta do IPAQ no ponto de corte de 150 minutos/semanais de atividade física. Esses resultados quanto ao nível de atividade física podem estar relacionados às condições sócio-econômicas da população. Pessoas com elevado nível de pobreza, com atividades ocupacionais intensas e que utilizam transportes públicos realizam mais tempo de atividades físicas cotidianas, o 66 6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS que poderia justificar menores percentuais de prevalência de sedentarismo (ALVES et al., 2009). Por outro lado, Van Der Horst et al. (2007) apontam que, em países desenvolvidos, os níveis de atividade física são inferiores nas populações com níveis sócio-econômicos mais baixos, especialmente por não praticarem atividade física de lazer. Outro fator que pode justificar as diferenças dos níveis de atividade física das pessoas idosas é o hábito de vida. Andresen e Meyers (2000) apontaram que as principais atividades detectadas no dia a dia de mulheres idosas foram ver televisão, ouvir rádio, costurar, ler e receber visitas. Essas atividades são ra cy predominantemente de intensidade de esforço leve, que adotam em geral postura sentada e não promovem nenhum estímulo benéfico à saúde. Ao contrário, a falta de atividade física e a quantidade de horas vendo televisão estão associadas significativamente aos marcadores bioquímicos de obesidade e de risco para doenças cardiovasculares (TERESA et al., 2000). Ju Dessa forma, a prática regular de atividades físicas se constitui como um fator de prevenção para a saúde. Em estudo realizado com pessoas de idade igual ou superior a 65 anos, Westhoff, Stemmerik e Boshulzen (2000) observaram que após uma intervenção, os exercícios de baixa intensidade podem ser desenvolvidos por meio de programas de atividades físicas generalizadas e de intensidade moderada. Ao aumentar a força muscular, consegue-se diminuir a intensidade dos esforços em geral. Isso facilita o desempenho nas AVD e no trabalho braçal, influenciando a qualidade de vida. Toscano e Oliveira (2009) realizaram um estudo transversal de base populacional, com uma amostra composta por 238 idosas (idade: 69,2±6,6 anos) escolhidas aleatoriamente em 23 grupos de convivência do município de 67 6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Aracaju-SE. Os domínios da qualidade de vida foram avaliados através do questionário SF-36 e comparados entre os grupos de idosas mais ativas com as menos ativas, avaliadas pelo IPAQ. Pode-se verificar que, em todos os domínios, os resultados dos indivíduos mais ativos foram significativamente superiores. Neste sentido, o exercício físico pode mudar o estado psicológico dos idosos. Taylor et al. (2004) concluíram que os efeitos são positivos quanto ao bem estar psicológico provocado pela prática da atividade física, sendo que um dos mecanismos que podem explicar esses efeitos é o aumento do fluxo ra cy cerebral durante o exercício. Algumas evidências sugerem que a atividade física sistemática também pode estar associada com a prevenção ou o atraso no desenvolvimento da demência ou do mal de Alzheimer (LANDI, RUSSO e BERNABEI, 2004). No entanto, os sujeitos da presente pesquisa não realizavam exercícios físicos nos centros de atendimento avaliados, o que Ju limita estas considerações. 68 Ju ra cy 7. CONCLUSÕES 7. CONCLUSÕES Este estudo conclui que o declínio da autonomia funcional tem um valor esperado para cada idade. Entretanto, os autores deste estudo reconhecem que os diversos regimes de atividade física podem elevar tais níveis. O achado mais consistente deste estudo foi encontrar um fator linear, estatisticamente significativo, que representa a redução da autonomia funcional entre os 60 e os 80 anos. Os achados deste estudo lançam um fundamento consistente para a avaliação da autonomia de idosas, tendo como parâmetro a idade cronológica. Após a observação dos resultados e da discussão, o presente estudo pôde inferir que a estratificação da avaliação da autonomia funcional por faixa ra cy etária é muito mais sensível à realidade da evolução das alterações pertinentes à senescência, refletindo uma avaliação de nível de autonomia funcional mais real para esta população. O traçado evolutivo da curva de normalidade do índice de GDLAM pôde confirmar esta análise, pois através desta curva, verificou-se uma redução gradual e linear do nível de autonomia funcional com Ju o avançar da idade. Em relação aos níveis de atividade física, observou-se que sujeitos idosos podem variar conforme a população estudada, contudo os escores do IPAQ apresentaram uma associação conforme o avançar da idade, demonstrando que quanto maior é a idade, menor é o escore obtido. Sendo assim, é importante haver um planejamento consistente, com estratégias e ações voltadas para esse grupo populacional, objetivando preparar a sociedade para um envelhecimento saudável. Recomendam-se novos estudos que avaliem o estado cognitivo e suas relações com a prática de atividades físicas. 70 Ju ra cy 8. REFERENCIAS 8. REFERÊNCIAS Abreu, F.M.C., Dantas, E.H.M., Leite, W., Baptista, M.R, Aragão, J.C.B. (2002) Perfil da autonomia de um grupo de idosos intitucionalizados. Fórum Brasileiro de Educação Física e Ciência do Esporte. Revista Mineira de Educação Física. 10, 455. ACSM. American College of Sports Medicine. (2006) Guideline for exercise testing and prescription. 7. ed. USA: Lippincott Williams & Wilkins. 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Cardíaca KATS: GDLAM IPAQ C10M LPDV VTC IPAQ 1a caminhou (dias) 1b por dia (horas) IPAQ 2a moderada (dias) LPS 2b por dia (horas) LCLC IPAQ 3a vigorosa EXAMINADOR 3b por dia IPAQ 4a sentado (seg. a Sex.) 4b sentado (Sab e Dom) QUESTIONÁRIO MÉDICO PAS PAD Massa corporal Consulta médico regularmente ? Está tratando alguma doença ? Pedra nos rins Alteração nos olhos Qual doença? Alteração nos ouvidos Alteração na pele Bebe bebida alcoólica ? Já foi usuário regular de bebida alcoólica ? É fumante ? Já foi fumante ? Alergia a medicamento Colesterol alto Quantos anos de fumante ? Usa medicamento regularmente? Hipertensão arterial Doença congênita Defeito físico Úlceras intestinais ou duodenais Hepatite Diabetes Tireóide Depressão Artrite Problemas na coluna Câncer DST ou AIDS Asma Problemas cardíacos Insuficiência cardíaca Enfarte ou angina Arritmia ou bloqueios Doença de válvulas Miocardiopatia Pericardite Endocardite Varizes Pai já falecido Mãe já falecida Irmão já falecido Estatura Original Paper. Physical Education and Sport, 52, 81 - 83, 2008 DOI: 10.2478/v10030-008-0017-3 Authors’ contributions: A Study design B Data collection C Statistical analysis D Data interpretation E Literature search F Manuscript preparation G Funds collection Serum levels of IGF-1 in elderly women engaged in various motor activities Estélio H.M. Dantas A C D F, Thales Pires B D E F, Juracy C. Castro B D E F, Fernando A.C. Bastos B D E F, César A.S. Santos B D E F, Lenita F. Caetano C D F Human Motricity Biosciences Laboratory, LABIMH-UCB/RJ; Castelo Branco University – UCB/RJ, Brazil Summary Study aim: To compare serum levels of IGF-1 in elderly women engaged in diverse activities. Material and methods: Four groups of subjects, aged 63 – 78 years were studied: untrained (Control; n = 10), practicing dance (Dance; n = 30), practicing meditation (Meditation; n = 28) and engaged in weight training (Training; n = 30). Their engagement in those activities lasted at least 6 months. IGF-1 was determined by chemiluminescence. Results: Training group had significantly (p<0.05) higher levels of IGF-1 than Meditation or Control groups, Dance group having significantly (p<0.05) higher levels than the Control group. Conclusions: Intense motor activities seem to bring about an increase in IGF-1 concentrations in elderly women. Key words IGF-1 – Physical activity – Ageing Introduction Ageing is a regressive process affecting multiple organs [2], associated to hormonal changes which, in turn, are mediated by other factors. Among these is cytokine, the insulin-like growth factor 1 (IGF-1), secreted by the liver and other tissues that modulate the growth in autocrine, paracrine or endocrine way [11]. These mediating substances participate in the regulation of growth hormone by the hypothalamus-pituitary axis. However, IGF-1 secretion can also be influenced by exogenous factors like diet and physical exercise that may enhance the inhibiting or stimulating action of growth factors [8]. The secretion of IGF-1 is associated with strength, muscle mass, and its maintenance and with metabolic cost of work [4,13] and decreases with age [7]. Therefore, a decrease in the system IGF-1 and its binding protein (IGFBP) may increase the risk of diseases and dependency [3,17]. However, an increase in IGF-1 level in response to physical training may bring about regeneration of muscle fibres of the elderly [16]. In other words, the re- sponses induced by physical exercise can vary according to the type and intensity of physical activity [8,14]. The aim of this study was thus to compare the concentrations of IGF-1 in serum of elderly women engaged in weight training, dance or meditation programmes at Casa do Idoso in the city of Belém PA. Material and Methods Subjects: A total of 98, elderly women volunteered to participate in the study. Only those aged at least 60 years, not under hormonal replacement therapy, with no chronic diseases and medically fit were included. According to their regular activities, practiced for at lest 6 months under the Casa do Idoso Health Programme supported by the Municipal City Hall of Belém do Pará, the subjects were assigned into the following groups: Dance (n = 30), Meditation (n = 28), Training (weight training; n = 30) and Control (untrained, practicing no regular motor activity; n = 10). All subjects gave their written consents conforming to the Research on Human Beings regulations (196/96 Resolution of the National Dr Estélio H. M. Dantas, Rua Prof. Hermes Lima, 238 - CO2, Recreio do Bandeirantes, CEP: 22795-065 Author’s address Rio de Janeiro, Brazil [email protected] E.H.M. Dantas et al. 82 Health Council). The study was approved by the Institutional Ethics Committee. Groups: Dance - the subjects attended ballroom dance sessions lasting 50 min, 3 times a week, the pace being individually adjusted. The dances included foxtrot, waltz, rumba, swing, cha-cha and tango. Every session was preceded by a warm-up and concluded with relaxation. Training – the subjects attended weight training sessions lasting 50 min, 3 times a week. The sessions consisted of alternating exercises (bench press, leg press 450, rear pull-up, leg curl, biceps twist with dumbbell, leg ex-tension, triceps twist and abdominal crunches) – double 8 - 10 repetitions at 75 - 85% of 1RM. Every session was preceded by a warm-up and concluded with relaxation. Meditation - The subjects attended meditation sessions lasting 50 min, 3 times a week. The sessions started with sitting position, eyes closed, listening to slow rhythm and soft volume music, and consisted of 3 stages: (1) breathing control, with slow and deep breath, aimed at reducing breathing frequency and learning the correct sequence of chest mobilisation and followed by concentrating on consecutive body parts from head to pelvis (a technique known to those practicing yoga as complete yoga breathing, or pranayama); (2) mental repetition of the word “peace” avoiding any other type of thought, breathing rhythm being spontaneous. This phase was based on relaxing response technique; (3) this stage consisted of meditating healthy and pleasant memories [6]. Methodology: Body height and mass were determined using medical scales with stadiometer (Filizola, Brazil), the accuracy amounting to 0.1 cm and 0.1 kg, respectively. The IGF-1 was determined by commercial assay kits using chemiluminescence (Immulite, DPC Med Lab, Brazil; closed vacuum system) and the results were related to norms for age category 66 – 70 years (69 – 200 ng/mL [10]). Blood was withdrawn from the antecubital vein before 7:30 a.m. after a 12-h fasting. Data analysis: All data proved normal by ShapiroWilk’s test and were subjected to one-way ANOVA followed by Scheffé’s post hoc test, the level of p<0,05 being considered significant. The SPSS 14.0 software was used. Results Mean values (±SD) of age, BMI and concentrations of IGF-1 in serum are shown in Table 1. IGF-1 values were within normal limits in all groups except the Control one, with levels significantly lower than normal. The latter group had significantly (p<0.01) lowest values of IGF-1 and was most homogenous in that respect, the coefficient of variability amounting to less than 11% in contrast to 23 – 36% in other groups. No significant between-group differences were noted for BMI or age. Table 1. Mean values (±SD) of age, BMI and IGF-1 levels (with ranges) Group Training Meditation Dance Control n 30 28 30 10 Age (years) BMI (kg/m2) 68.0 ± 5.9 67.6 ± 2.4 69.4 ± 4.6 68.2 ± 5.5 25.9 ± 5.9 26.5 ± 3.6 26.8 ± 3.7 27.9 ± 4.9 IGF-1 (ng/mL) 107.5 ± 38.6 80.5 ± 19.1# 99.8 ± 23.6 60.1 ± 6.4* (53.0 – 186.0) (48.4 – 140.0) (48.4 – 144.2) (53.2 – 71.4) * Significantly (p<0.01) different from all other groups; # Significantly (p<0.01) different from the Training group Discussion The results of this study demonstrated significantly higher levels of IGF-1 were in elderly women engaged in physical activities (weight training and ballroom dance) as compared with control women or those practicing meditation. These findings are corroborated by the study of Lambert et al. [12] who found significantly elevated levels of IGF-1 in elderly women who realised weight exercises of high intensity (80% 1RM); in our study, the loads applied to training women was equal to 75 – 85% 1RM. On the other hand, the group in Lambert’s study subjected to low-intensity training (40% 1RM) showed no significant changes, like in our women from Meditation and Control groups. This suggests that physical exercises associated with high-intensity stimulation bring about a higher release of IGF-1 in elderly people. Beld et al. [3] studied the associations between IGF1 and its binding proteins (IGFBP), and motor functions (standing balance, walking speed and ability to rise from a chair) in the elderly; they suggested that low serum concentrations of IGF-1, associated with increased levels of IGFBP2, negatively affected motor performance and leg muscle strength. Their results support those presented by us, thus suggesting that an engagement of elderly individuals in intense motor activities improves their 83 IGF-1 in serum of elderly women functioning via stimulating the secretion of IGF-1. Cappola et al. reported that decreased IGF-1 levels were associated with reduced muscle strength and walking speed [4] and with difficulties in daily functioning [5]. These findings were corroborated by Onder et al. [15] who found that those elderly who had higher IGF-1 levels could also walk faster than those with low levels of that substance. Furthermore, Haboush et al. [9] reported that dance reduced depression and improved self-esteem and Amir et al. [1] showed anaerobic exertions (Wingate’s test) to significantly increase IGF-1 levels in elderly subjects. Although muscular strength was not determined in this study, groups engaged in intense motor activities (weight training and dance) had highest levels of circulating IGF-1 which is in agreement with the abovementioned reports. Subjects practicing meditation did not attain as high levels of IGF-1 which were, nevertheless, significantly higher than in the control group. Thus, meditation which involves concentration and breathing control may improve the quality of life and reduce concentrations of noradrenaline in plasma [6]. In conclusion, our results suggest that activities associated with more intense stimulation induce higher serum levels of IGF-1. Such activities thus seem to improve anabolic functions of mediating substances in elderly individuals. However, further studies on other types IGF-1-associated substances that decrease with age. References 1. Amir R., D.Ben-Sira, M.Sagiv (2007) IGF-I and FGF-2 responses to Wingate anaerobic test in older men. J.Sports Sci. 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P.in41–46 Depression inactive and active elderly women © lietuvos mokslų akademija, 2009 © lietuvos mokslų akademijos leidykla, 2009 © Vilniaus universitetas, 2009 41 Depression in inactive and active elderly women practitioners of dance, weight-lifting or meditation Juracy C Castro1, Tania S Giani2, Márcia A Ferreira3, Fernando AC Bastos1, Thales HP Cruz1, Rosane Boechat1, Estélio HM Dantas1, 4 Sensu Stricto Post-graduation Program in Human Kinetics Sciences of Castelo Branco University, RJ, Brazil 1 Estácio de Sá University, RJ, Brazil 2 Rio de Janeiro Federal University, RJ, Brazil 3 Research Grant of National Council of Research Background. The aim of the study was to confront inactive (control group) to active (practicing weight-lifting, dance or meditation) elderly women for investigating the impacts of depression. Analysing the hypothesis that depression in old age is commonly associated with inactivity, this study compares depression in randomly selected elderly women of similar parameters – active practitioners of different activity programs (dance, weight-lifting and meditation) – and in women with a sedentary way of living (control group). Materials and methods. The sample was divided into four groups: dance (DG, n = 20, age 67 ± 4 years), weight-lifting (WG, n = 15, age 67 ± 5 years), meditation (MG, n = 15, age 68 ± 4 years) and control (CG, n = 20, age 68 ± 6 years). The Kruskal-Wallis and ShapiroWilk tests were employed. To evaluate depression, the Beck Depression Inventory (BDI) was utilized. The expected level II error was 10%, and the accepted level I error was 1%. Results. The Kruskal-Wallis test revealed a significant difference (p < 0.001) among the groups. Satisfactory results were found in multiple comparisons between DG × CG (CI = –47.723–6.671), WG × CG (CI = –55.024–10.676) and MG × CG (CI = –62.024– 17.676). The practice of activity, either physical (dance and weight-lifting) or meditation, showed statistically reliable satisfactory results (p < 0.05) as regards depression versus the control group. Conclusions. This original research, comparing the groups of active and non-active elderly women, has shown that the activity programs, either physical (dance and weightlifting) or meditation, as compared with inactivity (control group), contributed to a lower level of depression. 4 Key words: depression, elderly women, inactivity, meditation, weight-lifting, dance INTRODUCTION Ageing promotes progressive psychological, social, motor and functional changes caused by decreasing muscular strength, joint amplitude and cardio- respiratory resistance. The literature consensus on activity and depression moods in older adults is that those factors contribute to the functional autonomy reduction, compromising the elderly self-esteem, self-image, and quality of life (1). Ageing brings considerable changes in needs (2), and sedentary life can interfere with the quality of life, driving the elderly to depression (3, 4). Depression constitutes a mental infirmity frequent in elderly persons, deeply compromising their quality of life. Regular and well-planned activity contributes (4) to miniCorrespondence to: Juracy Correa Castro, Coordenação de Educação Física, Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará, Av. Almirante Barroso, No 1155. ZIP: 66093-020. Belém, Pará, Brasil. E-mail: [email protected] mizing depression in elderly individuals, offering them an opportunity of psychosocial engagement and increasing their self-esteem. Quality of life is a multifactorial concept defined by the World Health Organization Quality of Life Group (WHOQOL-Group) (5) as an individual’s perception on his / her position in life, in the value system and in the cultural context of the environment in relation to his / her goals, expectations, patterns and concerns. Improvement in the quality of life through activity can come from its prophylactic effects on the physical and mental state because an active life drives to a healthy ageing (6, 7), whereas sedentary in the elderly can interfere negatively with their quality of life, driving them into depression (3, 4). Furthermore, a reduction of daily activity is already a suggestion of depression characterized by a set of signals and symptoms such as the loss of interest and pleasure in the activities that used to be meaningful, a decrease of energy, presence of somatic anxiety, terminal and intermediary insomnia, reduction of sexual interest, psychomotor retard, cognitive difficulties, loss 42 Juracy C Castro, Tania S Giani, Márcia A Ferreira, Fernando AC Bastos, Thales HP Cruz, Rosane Boechat, Estélio HM Dantas of hope, reduction of self-esteem, reflections on death, etc. (7, 8). The process of ageing varies among people. It is influenced by genetic factors as much as by lifestyle. Maintaining a healthy lifestyle with no inactivity prevents and minimizes the harmful effects of ageing (9, 10), producing beneficial effects on the psychosocial aspects (10). Within this perspective, the present study confronts inactivity with activity by investigating the levels of depression in elderly women involved in programs of weight-lifting, dance or meditation and comparing those levels with the ones found in non-active elderly women. MATERIALS AND METHODS This original ex post facto research involved 70 randomized volunteer elderly women. Of them, 50 participated in the activities of the Belém do Pará Municipal Health Program and the other 20 were inactive elderly women living in their neighborhood. The active elderly women were divided into three activity groups: dance (DG, n = 20, age 67 ± 4 years and body mass index (BMI) = 25.78 ± 3.93), weight-lifting (WG, n = 15, age 67 ± 5 years, BMI = 27.12 ± 4.66) and meditation (MG, n = 15, age 68 ± 4 years, BMI = 27.17 ± 2.46). The inactive women comprised the control group (CG, n = 20; age 68 ± 6 years, BMI = 26.19 ± 4.09). The general inclusion criteria to participate in this trial were to be healthy as defined by the researchers and to sign the consent form of a volunteer. The inclusion criterion for the active elderly women was to attend at least 75% of the group activities (dance, weight-lifting or meditation) for at least six months. The inclusion criterion for non-active elderly women was not to practice any physical activity for at least three months (11–13). To evaluate the body mass and stature, we used a mechanical balance and calculated the body mass index (BMI) or the Quetelet index (15, 16) by dividing weight (kg) by square height (m2). To evaluate depression, the Beck Depression Inventory (BDI) was utilized. This questionnaire contains 21 groups of questions with four options (from 0 to 3) of answers each. The total sum is the general score of individual depression. The highest score shows the highest depression (17). The four ranges suggested by Beck are as follows: (a) below 10 – no or minimum depression, (b) 10 to 18 – mild to moderate depression, (c) 19 to 29 – moderate to serious depression, (d) 30 to 63 – severe depression. Concerning the three activity groups, the routines were as follows. For the meditation group, the sessions were held three times a week and lasted 50 minutes each. The elderly were sitting, with their eyes closed, in a quiet ambiance, listening to soft slow music. Each session was divided into three stages: (1) breathing control with deep slow breathing, reducing the breathing frequency and learning a proper sequence to mobilize the thoracic chamber, followed by an exercise of concentrating in many parts of the body from head to pelvis; (2) the mental repetition of the word “peace”, trying to avoid any other thought and breathing freely / openly; this stage was based on the relaxing-answer technique; (3) meditating pleasant and healthy thoughts. For the dance group, sessions were held three times a week and lasted 50 minutes each. The variety of rhythms included foxtrot, waltz, rumba, swing, cha-cha and tango. The basic structure of the class was the same for each elderly woman, although each one showed her own progression (development) according to her physical capacity, energy level, motivation and cognitive ability. The classes started with a flexibility and warming session and ended with relaxing. For the weight-lifting group, sessions were held three times a week and lasted 45 minutes each. Like in the dance classes, they were also composed of three phases: warming, main work and relaxing. The training (2 × 8–10 repetitions; 75–85% of 1-MR), alternating by body segments, included the following exercises: straight supine, leg press 45°, backwards pull, leg flexion, biceps curl with halters, leg extension, triceps row pushdown, and abdominals. The statistical treatment of data comprised descriptive analysis by localization (mean M and median Md) and dispersion (standard deviation SD, mean standard error e) measures. Sample normality was tested by the ShapiroWilk (SW) inferential analysis (14). To check the differences among the groups, the Kruskal-Wallis (KW) test was employed, followed by multiple comparisons according to the confidence interval (CI). The statistical package for social sciences (SPSS) 14.0 and the Excel program were used. The study was carried out in compliance with the Helsinki Declaration (18) on Human Being Research and was approved by the Castelo Branco University Ethics Committee. RESULTS Evaluating the elderly women’s depression level in the three groups of activities (dance, meditation and weight-lifting), the results were statistically significant (p < 0.05) as compared to the data on inactive elderly women of the control group. Although the purpose of this research was to compare the level of depression between inactive and active elderly women, the activity groups were also compared among themselves, but no significant difference was found. Table shows the descriptive data and the SW inferential statistics evaluating a sample’s normality / homogeneity. One can see that in each group the distribution of the data is heterogeneous. As the SW test revealed data to be heterogeneous, the KW was preferred to ANOVA for depression evaluation by BDI via KW. As regards the confidence interval (CI), the result is satisfactory as it contains no zero. The graph makes it possible to visualize that the groups that practiced activities (DG, WG and MG) showed the lowest BDI scores. Satisfactory results were found in multiple com- Depression in inactive and active elderly women parisons among DG × CG (CI = –47.723–6.671), WG × CG (CI = –55.024–10.676) and MG × CG (CI = –62.024–17.676). Ta b l e. The Shapiro–Wilk descriptive and inferential sample analysis BDI GD WG MG CG M e Md SD SW 3.05 2.00 0.67 13.20 0.95 0.65 0.16 1.65 1.50 1.00 1.00 11.50 4.26 2.51 0.62 7.36 p < 0.001 0.002 0.001 0.045 DG – dance group; WG – weight-lifting group; MG – meditation group; CG – control group; M = mean; e = mean standard error; Md = median; SD = standard deviation; SW – Shapiro–Wilk test statistical; BDI – Beck Depression Inventory. Figure. Evaluation of the difference by Beck Depression Inventory rank mean * p < 0.05; DG × CG ** p < 0.05; WG × CG # p < 0.05; MG × CG DG – dance group; WG –weight-lifting group; MG – meditation group; CG – control group; BDI – Beck Depression Inventory. As mentioned above, in the BDI the highest score shows the highest depression. In this graph, one can see that DG (29) and WG (26) were in the c rank, MG (18) in the b rank, while the CG mean (57) was at the top of the d rank, i. e. that the meditation group showed moderate depression, the G and WG serious depression, and the inactive elderly women (CG) were scored with severe depression. DISCUSSION Considering that inactivity in old age leads to depression, maintaining a healthy lifestyle with activity programs (weight-lifting, dance or meditation) should prevent or minimize the depression in elderly women. In our research, the meditation group showed the best results concerning the depression level. This finding is in agreement with the data of a research in which practicing meditation resulted in a significant reduction of depression and improved the functional capacity and quality of life of elderly persons (19) as compared to a group of individuals that attended solely “health education” classes. Practicing meditation resulted in a significant reduction of depression in the elderly (19), although more studies are needed on this issue (20). Although the neurobiological and psychological mechanisms involved in the elderly depression are not very clear 43 (20), it has been revealed (21) that regular activities contribute to minimizing the suffering caused by depression. In a similar way, in a retrospective research with 860 elderly (aged 75.3 ± 10.0), sedentary elderly showed higher scores (p < 0.05) of depression assessed by the Montgomery-Åsberg Depression Rating Scale as compared to those practicing low or high intensity physical exercises many times a week (8). These findings agree with the results of our study in which the groups that practiced any activity (DG, WG or MG) showed the lowest BDI scores. The elderly that are active throughout their life have the highest probability of healthy ageing without depression (8, 9). Regular physical activity contributes to the minimization of the psychic suffering caused by the depressive state (21). The same result was found in a research that evaluated the effects of the aerobic training on the depression level (Geriatric Depression Scale, GDS) in healthy elderly persons (22). Their sample was divided into the experimental (n = 23) and control groups (n = 23). All the GDS variables showed a significant reduction (p < 0.05) in the intra- and inter-group results in favor of the experimental group. There was also an improvement in the quality of life, revealed by the shortform-36 (SF-36) questionnaire. Contrary to the finding of the present research, in a study on aged people living in long-term care facilities, an isolated training of force and recreation did not offer a significant improvement of their depression level as assessed by the GDS(23). The result (p < 0.05) was significant exclusively in a group of complex activities as compared with the control group. Population ageing needs specific studies involving the aged. It is being increasingly recognized that the impact of chronic diseases must be assessed in terms of their influence on quality of life (24), and depression is one of the most frequent chronic diseases in old age. There is a worldwide concern about studying the quality of ageing and designing interventions to ensure a healthy process of ageing. Therefore, researchers in geriatrics are increasingly interested in determining the factors that are relevant to the quality of life in older adults (25–37). The quality of life in the elderly, as well as variations or restrictions brought about by ageing, are the issues of scientific and social relevance (38). Those who report the poorest quality of life will be least likely to have met their own goals, expectations, standards and concerns (39– 41), and physical activity may improve the self-perception of their physical well-being as compared to the individuals that remain sedentary and use anti-depressant medicines (42). Different factors determine the efficacy of group activities in the treatment of depression. Enhancement of social communication is secondary to the improvement of the “biological” background (endorphins, serotonin, cortisol): enhancing social communication among the members of a group is a nonspecific factor that may be similar to many social activities (43), plus exercising specific factors in the production of biological modifications (44–49), such as elevating the level 44 Juracy C Castro, Tania S Giani, Márcia A Ferreira, Fernando AC Bastos, Thales HP Cruz, Rosane Boechat, Estélio HM Dantas of endorphins and decreasing the level of cortisol or improving the production of serotonin. In our research, the season was not considered, accepting that there is no evidence of a systematic seasonal pattern in depression as no seasonality reached statistical significance (50). Investigations of ageing disclose relevant and actual realities and contribute to a better understanding of this process and of the elderly subjects themselves (51). CONCLUSIONS This paper strives to make a useful contribution to the literature on activity and depressed mood in older adults. It describes a comparison between three different types of activity groups and a non-activity control group. The activity groups included aerobic activity (dancing), strength training (weight-lifting), and meditation. Analysis of the data allowed to infer that both activity programs, either physical (dance and weight-lifting) or practicing meditation, contributed to lowering the level of depression as compared to the control group (inactivity). In addition, the Beck Depression Inventory proved to be a sensible instrument to confirm the anti-depressive effects on the groups that had practiced physical activity or regular meditation. The meditation group reported the lowest scores of depression, driving to the conclusion that this form of activity contributes most to improving the general well-being. As compared to the inactivity group, all the activity groups showed an improvement of depression patterns, meditation being the topmost factor. Received 23 January 2009 Accepted 14 April 2009 References 1. Vale RGS, Barreto ACG, Novaes JS, Dantas EHM. Efeitos do treinamento resistido na força máxima, na flexibilidade e na autonomia funcional de mulheres idosas. Revista Brasileira de Cineantropometrometria & Desempenho Humano 2006; 8(4): 52–8. 2.Tareque V. Bangladesh population ageing and life expectancies: 1950–2050. Ind J Gerontol 2008; 22(1): 119–26. 3. Hirvensaloa M, Sakari-Rantalaa R, Kallinenc M, Leinonena R, Lintunenb T, Rantanen T. Underlying factors in the association between depressed mood and mobility limitation in older people. Gerontology 2007; 53: 173–8. 4. Stella F, Gobbi S, Corazza DI, Costa JLR. Depressão no idoso: diagnóstico, tratamento e benefícios da atividade física. Motriz 2002; 8(3): 91–8. 5. WHOQOL-GROUP. 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Doi:10.1016/j.archger.2008.11.017 46 Juracy C Castro, Tania S Giani, Márcia A Ferreira, Fernando AC Bastos, Thales HP Cruz, Rosane Boechat, Estélio HM Dantas Juracy C Castro, Tania S Giani, Márcia A Ferreira, Fernando AC Bastos, Thales HP Cruz, Rosane Boechat, Estélio HM Dantas Neaktyvių ir įvairia veikla (šokiais, svorių kilnojimu ar meditacija) užsiimančių vyresnio amžiaus moterų depresijos palyginimas Santrauka Įvadas. Šio tyrimo tikslas buvo palyginti neaktyvių (kontrolinė grupė) ir aktyvių vyresnio amžiaus moterų (užsiimančių svorių kilnojimu, šokiais ar meditacija) depresijos lygį. Analizuojant prielaidą, kad vyresnio amžiaus žmonių depresija yra susijusi su neveiklumu, šiame tyrime palyginama aktyvia veikla užsiimančių ir neaktyvių moterų depresija. Medžiaga ir metodai. Tiriamosios buvo suskirstytos į keturias grupes: šokių grupė (DG, n = 20, amžius 67 ± 4 metai), svorių kilnojimo grupė (WG, n = 15, amžius 67 ± 5 metai), meditacijos grupė (MG, n = 15, amžius 68 ± 4 metai) ir kontrolinė grupė (CG, n = 20, amžius 68 ± 6 metai). Tyrime naudoti Kruskal-Wallis ir Shapiro-Wilk testai. Depresija vertinta pagal Beko depresijos skalę (Beck Depression Inventory (BDI)). Tikėtina II lygio paklaida sudarė 10%, I lygio paklaida – 1%. Rezultatai. Kruskal-Wallis testas atskleidė statistiškai patikimą (p < 0,001) skirtumą tarp grupių. Teigiami rezultatai buvo gauti lyginant įvairias grupes: DG × CG (CI = –47,723–6,671), WG × CG (CI = –55,024–10,676), MG × CG (CI = –62,024–17,676). Tyrimas atskleidė, kad bet kokia veikla, tiek fizinė, tiek meditacija, teigiamai veikia depresijos lygį (p < 0,05), palyginus su kontroline grupe (CG). Išvados. Įvairūs užsiėmimai, tiek fiziniai (šokiai, svorių kilnojimas), tiek meditacija, teigiamai veikia vyresnio amžiaus moteris ir turi įtakos žemesniam depresijos lygiui. Raktažodžiai: depresija, vyresnio amžiaus moterys, neaktyvumas, meditacija, svorių kilnojimas, šokiai Tuesday, May 18, 2010 Dr Samaria Ali Cader Catholic University of Nuestra Senora de Asuncion Brazil Dr Mark Elkins Level 11, Building 75 Royal Prince Alfred Hospital Sydney, Australia email: [email protected] Dear Dr Samaria Ali Cader, I am pleased to inform you that the following paper has been accepted for publication in the Journal of Physiotherapy: Manuscript Title: 'Inspiratory muscle training improves maximal inspiratory pressure and may assist weaning in older intubated patients: a randomised trial' Manuscript Number: MS0999 Authors: Samária Ali Cader, Dr, physiotherapist and professor, São Bernardo Hospital, Brazil and Catholic University of Nuestra Senora de Asunción, Paraguay Rodrigo Gomes de Souza Vale, Dr, professor of physical education and professor, Laboratory of Human Kinetics Bioscience from Castelo Branco University LABIMH-UCB and Program of Postgraduate in Health Science from Federal University of Rio Grande do Norte, Brazil Juracy Correa Castro, Dtd, professor of physical education and professor, Laboratory of Human Kinetics Bioscience from Castelo Branco University - LABIMHUCB. Dtd. Of Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Silvia Corrêa Bacelar, Dr, physiotherapist, Quinta D’or Hospital and Cancer Institute, Brazil Cintia Biehl, Dr, professor, Catholic University of Nuestra Senora de Asunción, Paraguay Maria Celeste Vega Gomes, Dr, professor, Catholic University of Nuestra Senora de Asunción, Paraguay Walter Eduardo Cabrera, Dr, professor, Catholic University of Nuestra Senora de Asunción, Paraguay Estélio Henrique Martin Dantas, PhD, professor, Laboratory of Human Kinetics Bioscience from Castelo Branco University - LABIMH-UCB and Brazilian Scholarship Research Productivity – CNPq Level 2, Brazil The paper will be published in Volume 56, Issue 3 of the Journal of Physiotherapy. This issue will be published in September 2010. I do not have page numbers yet. Thank you for your contribution to the Journal of Physiotherapy. Sincerely, Dr Mark Elkins Scientific Editor Title: Inspiratory muscle training improves maximal inspiratory pressure and may assist weaning in older intubated patients: a randomised trial Authors: 1. Samária Ali Cader, Dr, physiotherapist and professor, São Bernardo Hospital, Brazil and Catholic University of Nuestra Senora de Asunción, Paraguay 2. Rodrigo Gomes de Souza Vale, Dr, professor of physical education and professor, Laboratory of Human Kinetics Bioscience from Castelo Branco University LABIMH-UCB and Program of Postgraduate in Health Science from Federal University of Rio Grande do Norte, Brazil 3. Juracy Correa Castro, Dtd, professor of physical education and professor, Laboratory of Human Kinetics Bioscience from Castelo Branco University - LABIMH-UCB. Dtd. Of Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro 4. Silvia Corrêa Bacelar, Dr, physiotherapist, Quinta D’or Hospital and Cancer Institute, Brazil 5. Cintia Biehl, DR, professor, Catholic University of Nuestra Senora de Asunción, Paraguay 6. Maria Celeste Vega Gomes, Dr, professor, Catholic University of Nuestra Senora de Asunción, Paraguay 7. Walter Eduardo Cabrera, Dr, professor, Catholic University of Nuestra Senora de Asunción, Paraguay 8. Estélio Henrique Martin Dantas, PhD, professor, Laboratory of Human Kinetics Bioscience from Castelo Branco University - LABIMH-UCB and Brazilian Scholarship Research Productivity – CNPq Level 2, Brazil Correspondence (for review): Name Samária Ali Cader Department LABIMH Institution Catholic University of Nuestra Senora de Asunción Country Brazil Tel +55 21 Fax +55 21 31509501 Email [email protected] Correspondence (for publication) Name Samária Ali Cader Department LABIMH Institution Catholic University of Nuestra Senora de Asunción Country Brazil Email [email protected] Abbreviated title: Inspiratory muscle training, weaning time Key words: Respiration, artificial; Weaning; Aged; Rehabilitation; Inspiratory muscle training. Word Count: 234 words (Abstract) 3814 words (Introduction, Method, Results, Discussion) References: 30 Tables: 3 Figures: 2 Ethics Committees approval: Committee of Ethics in Research Involving Human Beings of the Euro-American Network of Human Kinetics – REMH (protocol number: 005/2007). Informed consent was obtained from each participant’s relatives with no refusals, and the experimental procedures were executed in accordance with the Declaration of Helsinki from 1975 (WMA, 2008). Source(s) of support: None. Acknowledgements: We are grateful to the physiotherapists in the Center of Intensive Therapy for their help with measurement. Competing interests: No. ABSTRACT Questions: Does inspiratory muscle training improve maximal inspiratory pressure in intubated, older people? Does it improve breathing pattern and time to wean from mechanical ventilation? Design: Randomised trial with concealed allocation and intention-to-treat analysis. Participants: 41 elderly, intubated adults who had been mechanically ventilated for at least 48 hr in an intensive care unit. Intervention: The experimental group received usual care plus inspiratory muscle training using a threshold device, with an initial load of 30% of their maximal inspiratory pressure, increased by 10% (absolute) daily. Training was administered for 5 min, twice a day, 7 days a week from the commencement of weaning until extubation. The control group received usual care only. Outcome measures: The primary outcome was the change in maximal inspiratory pressure during the weaning period. Secondary outcomes were the weaning time, ie, from commencement of pressure support ventilation to successful extubation, and the index of Tobin, ie, respiratory rate divided by tidal volume during a 1-min spontaneous breathing trial. Results: Maximal inspiratory pressure increased significantly more in the experimental group than the control group (MD 7.6 cmH20, 95% CI 5.8 to 9.4). The index of Tobin decreased significantly more in the experimental group than the control group (MD 8.3 br/min/L, 95% CI 2.9 to 13.7). In those who did not die or receive a tracheostomy, time to weaning was significantly shorter in the experimental group than the control group (MD 1.7 days, 95%CI 0.4 to 3.0). Conclusions: In intubated older people, inspiratory muscle training improves maximal inspiratory pressure and the index of Tobin, with a reduced weaning time in some patients. Trial registration: NCT00922493. INTRODUCTION The primary reason for admission to an intensive care unit is the requirement for mechanical ventilation (Tobin 2001). Weaning from mechanical ventilation often accounts for a large proportion of the total time spent on the ventilator (Esteban et al 1994) and respiratory muscle weakness is a major determinant of failure to wean (Ambrosino 2005). Failure to wean increases the risk of ventilator associated pneumonia and further respiratory muscle deconditioning (Epstein 2006). With aging, lung elastic recoil, chest wall compliance and respiratory muscle strength all decrease, with resultant changes in static lung volumes and regional ventilation (Kim and Sapienza 2005, Krieg et al 2007). Therefore interventions to improve the success of weaning, especially those targeting respiratory muscle strength, may be particularly important in the older population. Inspiratory muscle strength and the index of Tobin are recognised as predictors of the success of weaning patients from mechanical ventilation (Meade et al 2001). Maximal inspiratory pressure is widely used as a test of inspiratory muscle strength (Green et al 2002). The index of Tobin is the ratio of respiratory frequency to tidal volume (Yang and Tobin 1991). It therefore quantifies the degree to which the breathing pattern is fast and shallow. Data from several other studies support the hypothesis that inspiratory muscle training improves inspiratory muscle strength in patients who are weaning from ventilatory support and therefore result in an improvement in the likelihood of success of extubation (Chang et al 2005a, Epstein et al 2002). However, most of the clinical studies that have examined the efficacy of inspiratory muscle training in the intensive care setting have been performed with tracheostomised participants (Aldrich et al 1989, Chang et al 2005b, Martin et al 2002, Sprague and Hopkins 2003). One study with intubated patients (Caruso et al 2005) delivered the inspiratory muscle training intervention primarily while patients were still receiving controlled ventilation. The controlled ventilation was continued until approximately one day before extubation. In our experience, however, a longer ‘weaning period’ (ie, spontaneously initiated breaths with pressure support only) is used before extubation. We are unaware of any clinical studies of inspiratory muscle training in critically ill, intubated patients during the weaning period. Therefore, the research questions were: 1. Does inspiratory muscle training during the weaning period improve maximal inspiratory pressure in intubated older patients? 2. Does it improve the index of Tobin and the time to wean from mechanical ventilation? METHOD Design A randomised trial was conducted between December 2007 and November 2008. Participants were recruited from the intensive care unit of one hospital in Brazil. After undergoing confirmation of eligibility and baseline measurements, the participants were randomly allocated into either an experimental group or a control group. The enrolling investigator contacted another investigator to request an allocation for the participant from the concealed list of random allocations that had been generated by drawing numbers from a bag. This investigator was not otherwise involved in the study. The experimental group received usual care and also underwent inspiratory muscle training twice daily throughout the weaning period. The control group received usual care only. The weaning period was defined as from the end of controlled ventilation (ie, the commencement of pressure support ventilation only) until extubation. Maximal inspiratory pressure and the index of Tobin were measured immediately before participants commenced pressure support ventilation, daily during the weaning period, and immediately before extubation. Participants Patients were included in the study if they were aged at least 70 years, had undergone mechanical ventilation for at least 48 hours in a controlled way (Chang et al 2005a), had been intubated because of acute hypoxaemic (Type I) respiratory failure, and were unable to generate greater inspiratory pressure than 20 cmH2O (Yang and Tobin 1991). Patients were excluded if they had a condition that could compromise weaning, eg, cardiac arrhythmia, congestive heart failure or unstable ischemic cardiac disease, or that could prevent adequate performance of inspiratory muscle training, eg, neuropathy or myopathy. Patients were also excluded if they had been tracheostomised before the commencement of weaning, had a major neurological comorbidity, were morbidly obese, or were taking medication that could cause a disorder of attention. Intervention In the experimental group, inspiratory muscle training was commenced when the participant was changed from controlled to spontaneous (ie, pressure support) ventilation. The Threshold® inspiratory muscle training device was used. This provides resistance to inspiration through the use of a flow-independent one-way valve, generating a linear pressure load. During expiration there is no resistance because the unidirectional valve opens, while during inspiration the valve closes, providing resistance to inspiration. The amount of resistance can be adjusted by increasing the compression on a spring mechanism in the device (Sprague and Hopkins 2003, Johnson et al 1996). At each training session, participants were positioned supine with the backrest raised to 45 deg (Sprague and Hopkins 2003). The target regimen was to commence with a load of 30% of the participant’s maximal inspiratory pressure (Chang et al 2005b), increasing daily by 10% (absolute), with training for five minutes (Cahalin et al 1997), twice a day, seven days a week (Liaw et al 2000) throughout the weaning period. Supplemental oxygen was provided as needed (Martin et al 2002). The training session was interrupted when the treating therapist observed any of the following: respiratory rate greater than 35 breaths/min or 50% higher than at the start of the session; oxyhaemoglobin saturation less than 90%; systolic pressure greater than 180 mmHg or less than 80 mmHg; heart rate more than 140 beats/min or 20% higher than at the start of the session; paradoxical breathing; agitation; depression; haemoptysis; arrhythmia or sweating (Caruso et al 2005, Conti et al 2004). When any of these signs occurred during a training session, the load was maintained (ie, not increased by 10%) at the next session. The control group did not undergo any training of the respiratory muscles during the weaning period. Both groups continued to receive all other usual care. This included changes in ventilatory support settings (such as positive end-expiratory pressure and supplemental oxygen) as needed by the patient, in accordance with arterial blood gas reports. Usual care also included regular physiotherapy intervention including passive to active-assisted mobilisation of the limbs, chest compression with quick release at end-expiration, aspiration of the endotracheal tube, and positioning. Decision to extubate The decision to extubate was based on the presence of: improvement in the etiology that resulted in respiratory insufficiency; a cough reflex; hemodynamic stability; normal body temperature; no vasoactive drugs (with the exception of Dopamine 5 mg/kg/min); stable electrolytes (mainly calcium, magnesium and phosphate); and normal radiological evaluation (without pneumothorax, congestion or major pleural effusion or atelectasis). In addition, the pH was required to be between 7.30 and 7.60; the partial pressure of carbon dioxide to be less than 60 mmHg; the fraction of inspired oxygen to be less than 40%; and the ratio of partial pressure of oxygen : fraction of inspired oxygen to be at least 200. Also, the participant was required not to have paradoxical breathing, use of accessory musculature, a respiratory rate over 35 br/min (or increase in 50% compared with before the training) and sweating (Martinez et al 2003). The decision to extubate was also delayed until the patient could demonstrate maximal expiratory pressure of at least 20 cmH2O (Afessa et al 1999). The cutoff point for the index of Tobin considered in the study to extubated was of 100 br/min/L (Epstein and Ciubotaru, 1996). The protocol for extubation was to reduce the pressure support to 8 cmH2O ensuring that a minimum tidal volume of 6 ml/kg was maintained, followed by use of a T-tube for 30 minutes (Boles et al 2007). The extubation was considered a failure if the patient returned to mechanical ventilation within 48 h (Sprague and Hopkins 2003) or required a tracheostomy. Outcome Measures The primary outcome was maximal inspiratory pressure, measured using a vacuum manometer according to the method of Marini and colleagues (1986), which needs little contribution from the patient. The manometer is attached to the endotracheal tube via a connector with an expiratory unidirectional valve, permitting expiration while inspiration is blocked. This causes the participant to make successive respiratory efforts as their lung volume progressively approaches residual volume. Measurement of inspiratory pressures is maintained with the valve in situ for 25 seconds to obtain the best result (Caruso et al 1999). Testing was performed once daily in both groups before any inspiratory muscle training or other physiotherapy, with participants positioned supine with the backrest raised to 45 deg (Sprague and Hopkins 2003). Secondary outcomes were the index of Tobin and weaning time. For the index of Tobin, the participant was disconnected from the ventilator and a ventilometer measured the participant’s spontaneous ventilation for one minute (Yang and Tobin 1991). The index is calculated as the number of breaths per minute divided by the tidal volume in litres. Testing was performed once daily in both groups before any inspiratory muscle training or other physiotherapy, with participants positioned supine with the backrest raised to 45 deg (Sprague and Hopkins 2003). Outcomes were measured or recorded by physiotherapists in the intensive care unit. Compliance with the training regimen was also noted daily. Data analysis In the absence of an established minimum clinically important difference in maximal inspiratory pressure in this population, we nominated 10 cmH20. The best estimate of the standard deviation of maximal inspiratory pressure in a population of intubated elderly patients is 4.5 cmH20 (Yang et al 1993). A total of 10 participants would provide an 80% probability of detecting a difference of 10 cmH20 in maximal inspiratory pressure at a twosided 5% significance level. We anticipated that a substantial proportion of these critically ill participants would die or receive a tracheostomy. We therefore increased the recruited sample to 20 participants to allow for this. All participants with follow-up data were analysed according to their group allocation, ie, using the intention-to-treat principle. Statistical significance was considered as p < 0.05, therefore mean between-group differences and 95% confidence intervals are presented for maximal inspiratory pressure, the index of Tobin, and weaning time. The Kappa Test was used to evaluate the agreement between the evaluators of maximal inspiratory pressure. Total intubation time was analysed using a Kaplan-Meier curve. In the event of death, tracheostomy or self-extubation, participants were excluded from the independent t-tests of between-group differences and were treated as censored cases in the survival analysis. RESULTS Flow of participants and therapists through the trial During the recruitment period, 198 patients were screened, of whom 67 were eligible and monitored daily to assess readiness to start weaning. Of the 67, 20 were tracheostomised, 5 died and 1 was transferred to another centre before the start of weaning. The remaining 41 were randomised: 21 to the experimental group and 20 to the control group. The baseline characteristics, ie, on the day weaning started, of the two groups are presented in Table 1 and in the first two columns of Table 2. Four participants in each group died before extubation. Three participants in the experimental group and two in the control group were tracheostomised before extubation. The intensive care unit had a total of 24 beds, with 8 of these dedicated to postoperative patients. The physiotherapy team was comprised of 11 physiotherapists working in three shifts, all with expertise in intensive care, of which two have doctoral and six have masters qualifications. Consistency between the physiotherapists for the assessment of maximal inspiratory pressure was good, with a Kappa value of 0.68. Compliance with trial method Participants in the experimental group underwent training on all days during their weaning period. The average training load of the participants in the experimental group increased from 3 cmH2O initially to 20 cmH2O at the end of the weaning period. Effect of intervention Group data for all outcomes at the start of weaning and at extubation for the experimental and control groups are presented in Table 2 while individual data are presented in Table 3 (see eAddenda for Table 3). Maximal inspiratory pressure increased significantly more in the treatment group than the control group (MD 7.6 cmH20, 95% CI 5.8 to 9.4). The index of Tobin increased (ie, worsened) in both groups over the weaning period, but the increase was attenuated significantly by the inspiratory muscle training (MD 8.3 br/min/L, 95% CI 2.9 to 13.7). Among uncensored participants (ie, those who did not die or receive a tracheostomy), the weaning period was significantly shorter in the experimental group than the control group. The effect of inspiratory muscle training was to reduce the weaning period by 1.7 days (95% CI 0.4 to 3.0), as presented in Table 4, with individual data in Table 3 (see eAddenda for Table 3). Prior to the weaning period, the controlled ventilation period (presented in Table 1) accounted for approximately half of the total ventilation period. A Kaplan-Meier analysis of the total intubation time (ie, the controlled ventilation period plus the weaning period) did not identify a significant difference between the experimental and control groups (p = 0.72). (See Figure 2.) DISCUSSION Although we screened 198 patients in the intensive care unit, a large proportion of these critically ill patients died or were tracheostomised either before or after commencing weaning. This is typical of research in inspiratory muscle training in the intensive care setting (Caruso et al 2005, Chang et al 2005a, How et al 2007, Sprague and Hopkins 2003). This loss to follow-up was one limitation of the study. It was compounded by the wide variability in the condition of these patients, including modifications in their medication regimen, psychological state, haemodynamic stability, and degree of sepsis. Nevertheless, the sample size remained sufficient for statistically significant between-group differences to be identified on several outcomes. Another limitation of the study was the lack of blinding. However, because informed consent was provided by the relatives of these critically ill patients, the potential for placebo and Hawthorne effects to operate within the patients was reduced. Previous research suggests that imbalance between the ventilatory load and the strength and endurance of the respiratory muscles is an important determinant of dependence on mechanical ventilation. For example, patients who have success in weaning have a significantly higher maximal inspiratory pressure than those who do not successfully wean (Epstein et al 2002). This relationship is also reflected in our data, with the experimental group showing both a significant increase in maximal inspiratory pressure and a reduction in the weaning period when compared to the control group. Our findings that inspiratory muscle training improved both inspiratory muscle strength and the weaning process are also similar to the findings of several other case series. Martin and colleagues (2002), Sprague and Hopkins (2003), and Chang and colleagues (2005b) delivered inspiratory muscle training to tracheostomised patients with a long-standing dependence on mechanical ventilation. All of these patients showed improved inspiratory muscle strength and almost all weaned successfully within several weeks of starting the training. However, the participants in the current study differed by being intubated and not tracheostomised, and the conclusions are more robust due to the inclusion of a randomised control group. Our findings differ, however, from those of one randomised trial (Caruso et al 2005). In this trial, inspiratory muscle training was achieved by increasing the pressure required to trigger pressure support, and the outcomes were the duration of the weaning period and the rate of reintubation in critically ill patients. The experimental and control groups did not significantly differ in terms of the weaning period (p=0.24) and the maximum inspiratory pressure final value (p=0.34). One possible explanation for the discrepancy between the studies is that inspiratory muscle training via reduction of sensitivity of the pressure support trigger only offers an initial resistance to the opening of the valve of the system, while inspiratory muscle training with a threshold device maintains resistance to the respiratory system for the period of the inspiration. Other studies have also reported differences in the clinical efficacy of inspiratory muscle training when delivered by a threshold device versus another method (Johnson et al 1996). The beneficial effect of inspiratory muscle training on the index of Tobin in this study indicates a more relaxed breathing pattern. This is consistent with a study of inspiratory muscle training in 23 healthy adults (Huang et al 2003). After training, a significant increase in maximum inspiratory pressure was observed, which had a significant negative correlation with the significant reduction in respiratory stimulation P0.1. These data suggest that a reduced time of P0.1 results in a reduction in the occurrence of dyspnoea. Inspiratory muscle training in the experimental group was found to contribute to a significant increase in maximum inspiratory pressure and to a reduction of the index of Tobin. These are considered to be good predictors of weaning, which is consistent with our finding that inspiratory muscle training significantly reduces the weaning period in patients who did not die or receive a tracheostomy. We conclude that inspiratory muscle training improves inspiratory muscle strength in older intubated patients. In patients who do not die or receive a trachesotomy, it may also reduce weaning time. The submitted material is original. It has not been published and is not being considered for publication elsewhere. All the authors assume the responsibility for this paper. REFERENCES Afessa B, Hogans L, Murphy R (1999) Predicting 3-day and 7-day outcomes of weaning from mechanical ventilation. 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Screened for eligibility (n=198) Excluded (n = 131) • Not meeting inclusion criteria (n=128) • Refused to participate (n=3) Eligible, awaiting start of weaning (n = 67) Excluded (n =26) • tracheostomised (n = 20) • died (n = 5) • transferred out of the hospital (n = 1) Start of weaning Lost to follow-up • died (n = 4) • tracheostomised (n = 3) Extubation Measured maximal inspiratory pressure and index of Tobin Randomised (n = 41) (n = 21) (n = 20) Experimental Group • inspiratory muscle training 5 min twice daily • usual care Control Group • usual care Measured maximal inspiratory pressure and index of Tobin (n = 14) (n = 14) Figure 1. Design and flow of participants through the trial. Lost to follow-up died (n = 4) tracheostomised (n = 2) • • Table 1: Baseline characteristics of participants. Characteristic Randomised Lost to follow up Exp (n=21) Con (n=20) Exp (n=7) Con (n=6) Age (yr), mean (SD) 83 (3) 82 (7) 82 (6) 82 (5) Gender, n male (%) 9 (43) 10 (50) 3 (50) 3 (50) Weight (kg), mean (SD) 66 (5) 65 (6) 67 (3) 66 (2) 7.0 2 (10) 2 (10) 1 (14) 1 (17) 7.5 9 (43) 9 (45) 3 (43) 2 (33) 8.0 10 (48) 9 (45) 3 (43) 3 (50) 20 (6) 20 (7) 19 (4) 20 (1) Postoperative 3 (14) 2 (10) 1 (14) 1 (17) Pneumonia 11 (52) 10 (50) 3 (43) 3 (50) Aspiration 5 (24) 5 (25) 2 (29) 1 (17) Trauma 1 (5) 2 (10) 1 (14) 1 (17) Sepsis 1 (5) 1 (5) 0 (0) 0 (0) 7 (2) 6 (2) 8 (1) 8 (1) Size OTT, n (%) APACHE II score, mean (SD) Causes of ARF, n (%) Controlled ventilation period (d), mean (SD) Exp = experimental group, Con = control group, OTT = oro-tracheal tube; APACHE = Acute Physiology And Chronic Health Evaluation; ARF = Acute Respiratory Failure Table 2: Mean (SD) of outcomes for each group, mean (SD) difference within groups and mean difference (95% CI) between groups. Outcome Groups Pre-test Post-test Difference within groups Difference between groups Post-test minus pretest Post-test minus pre-test Exp (n = 14) Con (n = 14) Exp (n = 14) Con (n = 14) Exp Con Exp minus Con MIP (cmH2O) 15.1 (2.6) 15.3 (2.2) 25.0 (3.9) 17.6 (1.9) 9.9 (2.5) 2.3 (2.1) 7.6 (5.8 to 9.4) IT (br/min/L) 73.6 (8.8) 81.5 (6.9) 79.7 (11.2) 95.9 (12.4) 6.1 (3.6) 14.4 (9.1) -8.3 (-13.7 to -2.9) IT = index of Tobin (br/min/L); MIP = maximal inspiratory pressure (cmH2O); Exp = experimental group; Con = control group, Pre-test = start of weaning, Post-test = extubation, shaded row = primary outcome. Table 4: Mean (SD) duration (days) of the weaning period among uncensored participants. Outcome Weaning period Exp = experimental group, Con = control group Groups Mean difference between groups Exp (n=14) Con (n=14) Exp minus Con 3.6 (1.5) 5.3 (1.9) 1.7 (0.4 to 3.0) group 1 2 1.0 0.8 0.6 0.4 0.2 0.0 0 2.50 5.00 5 7.50 10.00 10 days Group 1: experimental group; Group 2: control group. Figure 2: Kaplan-Meier estimates of time to extubation. 12.50 15.00 15 ANEXO REFERENTE SUBMETIDO A A AUTONOMIA ARCHIVES OF FUNCIONAL GERONTOLOGY - AND GERIATRICS CURVA DE NORMALIDADE DA AUTONOMIA FUNCIONAL EM IDOSAS Juracy Corrêa Castro, MD Laboratório de Biociências da Motricidade Humana da Universidade Castelo Branco– LABIMH-UCB/RJ. Email: [email protected] Samária Ali Cader, PhD. Laboratório de Biociências da Motricidade Humana da Universidade Castelo Branco– LABIMH-UCB/RJ. Universidad Católica Nuestra Señora de La Asunción – Paraguay. Email: [email protected] Rodrigo Gomes de Souza Vale, Dr. Laboratório de Biociências da Motricidade Humana da Universidade Castelo Branco– LABIMH-UCB/RJ. Universidad Católica Nuestra Señora de La Asunción – Paraguay. Email: Estélio Henrique Martin Dantas, PhD Laboratório de Biociências da Motricidade Humana da Universidade Castelo Branco– LABIMH-UCB/RJ - Brazil Bolsista de Produtividade em Pesquisa – CNPq Email: [email protected] Correspondência para: JURACY CORREA CASTRO, Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará – CEFET-PA. Coordenação de Educação Física – CEF. Av. Almirante Barroso, No 1155, Belém, Pará, Brasil. CEP: 66093-020. email: [email protected] RESUMO O objetivo da presente investigação foi traçar a curva de normalidade da autonomia funcional em idosas residentes na Amazônia - Brasil. A amostra foi constituída de 775 idosas com idade entre 60 e 80 anos. Para verificar o desempenho nas atividades da vida diária e calcular o índice de autonomia funcional (IG), utilizou-se o protocolo do Grupo de Desenvolvimento Latino Americano para a Maturidade (GDLAM) composto de cinco testes: a. caminhar 10 metros (C10m); b. levantar-se da posição sentada (LPS); c. levantar-se da posição de decúbito ventral (LPDV); d. levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa (LCLC); e. vestir e tirar a camiseta (VTC). O tratamento estatístico foi composto por análise descritiva e inferencial através do teste de através da qual fez-se a análise comparativa dos cruzamentos entre as variáveis experimentais, objetivando verificar os níveis de significância de associação classificatória entre os mesmos Os resultados demonstraram uma queda linear da autonomia funcional, com o aumento do IG de 27.3 no grupo 1 (60 a 64 anos) até 32.67 no grupo 4 (acima de 79 anos). Desta forma, infere-se que, além do sedentarismo contribuir para um nível de autonomia funcional fraco, a curva de normalidade demonstrou uma redução linear deste nível. Palavras-chave: autonomia funcional; idosos; sedentarismo. 2 1. Introdução O processo da senescência se caracteriza pela perda progressiva das capacidades fisiológicas, com o declínio das funções de diversos órgãos e sistemas (Marin et al., 2003). Dentre estas perdas, encontra-se o declínio do sistema muscular (Hunter et al., 2001), que pode ser acelerado com a inatividade física (Cader et al., 2007) e prejudicar as atividades da vida diária (AVD), gerando um maior nível de dependência funcional e uma menor autonomia funcional (Cader et al., 2007a e 2007b; Pereira et al., 2007; Rubio et al., 2007; Roger set al., 2008). No entanto, para os idosos, a atividade física parece ter importante efeito sobre a redução do progresso das deficiências de funcionamento físico (Backmand et al., 2009). A autonomia funcional, segundo o Grupo de Desenvolvimento LatinoAmericano para Maturidade -GDLAM (Vale, 2005) é definida como o poder de executar de forma independente e satisfatória suas AVD, continuando suas relações e atividades sociais, exercitando seus direitos e deveres de cidadão (Pereira et al., 2003) e ainda mantendo suas funções cognitivas (Amorim e Dantas, 2002). A sua redução pode ser considerada como uma causa importante para a perda da independência dos idosos (Anton et al., 2004). Nikolova et al. (2009), dizem que o declínio cognitivo parece estar associado à deterioração funcional e, ainda, que as pessoas com baixo nível de funcionamento cognitivo são mais propensas a ter deficiência funcional. Prevenir a deterioração da autonomia funcional é o principal objetivo da medicina geriátrica (Zelada et al., 2009). O protocolo GDLAM possibilita a avaliação da autonomia funcional através da realização de 5 testes relacionados com atividades da vida diária (AVDs) é instrumento confiável e seguro. Permite a obtenção de uma medida fidedigna da situação funcional de forma geral. Os participantes são submetidos a uma bateria testes com avaliação cronológica, os indivíduos mais aptos concluem os testes em menor tempo (Vale, 2005; Dantas e Vale, 2004). O único inconveniente do protocolo GDLAM é que a classificação da autonomia funcional não é distribuída por faixa etária, considerando apenas o idoso a partir dos 60 anos de idade. Ainda assim, este critério uniforme é resguardado na distribuição normal como um modelo quantitativo de fenômenos naturais e nas ciências biológicas e médicas, onde sua importância 3 é devido ao Teorema do Limite Central (Ayres, 2008). Muitas medições, que vão desde testes psicológicos a fenômenos físicos podem ser aproximadas, em diferentes graus, pela distribuição normal. Neste sentido, o objetivo da presente investigação foi traçar a curva de normalidade da autonomia funcional em idosas da Amazônia. 2. Sujeitos e métodos 2.1. The sample and the data collection Para este estudo descritivo, transversal, a amostra foi selecionada de forma probabilística e todos eram voluntários. O Cálculo do tamanho amostral foi realizado sendo previamente estabelecido o erro amostral em 4%, com base na teoria de Cochran (1986), sendo obtido o valor de um n= 620 idosas. Entretanto, o estudo findou com775 idosas com idade entre 60 e 80 anos (70±6 anos; IMC: 26,7±4,1). Todas as idosas eram residentes na Amazônia - Brasil. As participantes desta pesquisa assinaram o termo de consentimento e os procedimentos experimentais foram executados dentro das normas éticas previstas na Resolução No 196, de 10 de Outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde. O estudo teve seu projeto de pesquisa submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro, sob o número 0040/2008. Como critério de inclusão, os indivíduos da amostra deveriam ser autônomos funcionalmente no desempenho das atividades físicas diárias. Foi considerado critério de exclusão qualquer tipo de condição aguda ou crônica que pudesse comprometer ou que se tornasse um fator de impedimento para os testes de autonomia funcional, tais como: cardiopatias, diabetes, hipertensão arterial e bronquite-asmática não controlada; quaisquer condições musculoesqueléticas que pudessem servir de fator interveniente à prática da atividade (osteoartrite, fratura recente, tendinite e uso de prótese); problemas neurológicos; obesidade mórbida; indivíduos renais crônicos e aqueles que fizessem uso de medicamentos que pudessem causar distúrbios da atenção Para verificar o desempenho nas AVD e calcular o índice de autonomia (IG) utilizou-se o protocolo GDLAM de autonomia funcional (Vale, 2005; Dantas 4 e Vale, 2004), em que se registrou o melhor tempo de duas tentativas, em segundos, através de um cronômetro (Casio, Brasil), para a execução dos seguintes testes: a. caminhar 10 metros (C10m): caminhar 10 metros o mais rápido possível (Sipilä et al., 1996); b. levantar-se da posição sentada (LPS): levantar−se cinco vezes da posição sentada (Guralnik et al., 1994); c. levantarse da posição de decúbito ventral (LPDV): levantar−se, ficando de pé, o mais rápido possível, partindo da posição de decúbito ventral (Alexander et al., 1997); d. levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa (LCLC): levantar−se de uma cadeira e caminhar uma distância de cinco metros, em linha reta, contornando um cone à direita e diagonal, retornar e sentar−se novamente, e levantar-se outra vez e caminhar cinco metros contornando um outro cone à esquerda e diagonal, repetir todo o procedimento mais uma vez (Andreotti et al., 1999); e. vestir e tirar a camiseta (VTC): vestir e tirar uma camiseta, estando o indivíduo de pé, com os braços ao longo do corpo e com uma camiseta de tamanho “G” (Hering, Brasil) em uma das mãos (no lado dominante) (Vale et al., 2006). 2.2. Análise estatística Em um primeiro momento, foi realizada a análise estatística com o objetivo de estimar as medidas de tendência central (média) e variação dentro cada idade (distribuição de freqüências, absolutas e relativas), no intervalo entre 60 e 80 anos. O segundo momento foi relativo a Estatística Inferencial através da qual fez-se a análise comparativa dos cruzamentos entre as variáveis experimentais, objetivando verificar os níveis de significância de associação classificatória entre os mesmos. Ressalta-se, ainda, que na criação da nova tabela referencial do GDLAM, foi usado o Box-Cox para normatização de amostras e o método de Fusy. Após isto, os níveis de autonomia funcional foram divididos por percentis. Foi previamente adotado o nível alfa=0.05 para rejeição de hipótese de normalidade. Os procedimentos estatísticos foram suportados pelos programas BioEstat versão 5 e SPSS versão 14. 5 3. Resultados A tabela 1 apresenta a freqüência absoluta (n) e percentual (%) da distribuição da faixa etária de quatro em quatro anos. Nela pode-se observar que há uma redução de participantes no grupo etário com maior idade (> 80 anos) e uma maior concentração no grupo etário de 65-69 anos. A fim de avaliar o nível nutricional dos idosos, foi realizada uma distribuição frequencial (n e %) baseada nos níveis de índice de massa corporal (IMC). Nesta avaliação, pode-se observar que houve uma maior concentração de idosas classificadas como “normal”, seguida da classificação de “baixo peso”, “sobre peso” e “obeso” (tabela 2). Baseado na divisão por percentis, chegou-se a tabela estratificada do nível de autonomia funcional por faixa etária (tabela 3). Baseado nos valores referenciais da tabela 3 (estratificada por faixa etária) e dos níveis descritos por Vale (2005 – com valores gerais para indivíduos maiores que 60 anos), a tabela 4 traz a comparação dos níveis de autonomia funcional em cada teste e do IG entre as duas tabelas referenciais. Pode-se observar na tabela 4 que com a nova classificação, por faixa etária, há uma maior tolerância à redução do nível de autonomia funcional com o avançar da idade, respeitando a curva de normalidade, apresentada no gráfico 1. A tabela 5 traz a distribuição do nível de autonomia funcional, para uma melhor visualização da amostra, por nível alcançado. Nela pode-se verificar que grande parte da amostra apresentou um nível regular nos testes de C10m, de LPS, de LCLC e no IG e um nível bom nos testes de LPDV e VTC. 4. Discussão A fim de nortear a discussão, a tabela 6 descreve os resultados de outros estudos relevante que utilizaram o protocolo de GDLAM. Berlloni et al. (2008) tiveram o objetivo de comparar a autonomia funcional de mulheres idosas, praticantes (GPH; n= 10; idade= 67,8±6 anos) e não praticantes de hidroginástica (GNPH; n=9; idade= 61,7±7 anos). Em seu estudo observaram que, o GPH, apresentou nível de autonomia funcional muito bom no teste de C10m, LPS e LPDV e bom no LCLC. Em contrapartida, o 6 GNPH revelou nível fraco nos testes LPS e LCLC, bom em C10m e regular no LPDV. Dentre os testes, o LPS, LPDV e LCLC apresentaram diferença estatística (p<0,05) entre os grupos, com resultados favoráveis ao GPH. Todavia, segundo a nova tabela estratificada, o LPS apresentou nível regular no teste LPS. O estudo de Paula et al. (2008) objetivou investigar o efeito da autonomia funcional de idosos praticantes de atividade física (n=11; idade= 67±7 anos) na fadiga muscular, avaliada através da eletromiografia (EMG) de superfície. Segundo a classificalção de Vale (2005), os níveis de autonomia funcional foram: bom (C10m e LPS), regular (LPDV) e muito bom (LCLC). Todos os testes apresentaram a mesma classificação do nível de autonomia funcional estratificada por faixa etária, com exceção do LPDV que apresentou nível bom. A pesquisa de Guimarães et al. (2008) verificou os efeitos de um programa de atividade física sobre o nível de autonomia de idosos participantes do Programa de Saúde da Família. Participaram do trabalho 70 gerontes, de ambos os sexos, divididos em 2 grupos: um grupo experimental (GE; n= 35; idade= 68±5 anos), no qual foi realizada a intervenção, e um grupo controle (GC; n=35; idade= 69±8 anos). No pré-teste, foi observado um valor fraco de autonomia funcional em todos os testes, tanto no GE quanto no GC. Após a intervenção, pôde-se perceber nos resultados do GE um valor fraco no teste LPS, regular nos testes LCLC e IG e bom nos testes LPDV, C10m e VTC. O GC não teve alteração de resultados e revelou, em relação ao GE, uma diferença signiicativa (p<0,05) em todos os testes no pós-teste do GE, sendo os resultados à favor deste último. Embora o GE tenha apresentado melhoras no pós-teste em relação ao nível de autonomia funcional, na classificação dividida por faixa etária, esta melhora foi mais valorizada pois o teste LPS apresentou nível regular, ao invés de fraco e o teste LCLC e o IG apresentaram um nível bom, ao invés de regular. Vale et al. (2009) objetivaram avaliar o grau de correlação do nível sérico basal de Insulin like growth factor (IGF1) e novel de autonomia funcional na performance das atividades da vida diária. Para tal, participaram do estudo 11 idosos sedentários (idade= 68±5 anos), os quais apresentaram nível de autonomia bom para VTC, regular para LPS e LPDV e fraco para C10m, LCLC 7 e IG. Por se tratarem de idosos sedentários, com baixo nível de autonomia, com exceção dos testes de LPS e VTC, todos os demais apresentaram diferença na referência de classificação separada por faixa etária, a saber: nível bom no C10m, no LPDV e no IG e nível regular no LCLC. A pesquisa de Cader et al. (2006) teve por objetivo analisar o perfil da autonomia funcional e da qualidade de vida de idosos asilados em uma instituição filantrópica no município do Rio de Janeiro. A amostra foi constituída de 8 mulheres e 7 homens (n= 15, idade= 76±10 anos). Pela característica de extremo sedentarismo da amostra, todos os testes e o IG apresentaram nível fraco de autonomia funcional. Todavia, baseado nos valores referenciais descritos na tabela 4 do vigente estudo, os testes de LPS, LPDV e VTC apresentaram nível regular de autonomia funcional. Pereira et al. (2007) avaliaram o efeito de um programa de treinamento de força, durante 20 semanas, sobre a autonomia funcional de mulheres idosas. A amostra foi dividida, aleatoriamente, em: grupo experimental (GE; n=13; idade= 65±5 anos) e grupo controle (n=11; idade=71±6 anos). Os testes apresentaram níveis de autonomia funcional muito bom (C10m, VTC e IG) e bom (LPS, LPDV e LCLC), pós-teste, no GE. Pelo fato deste grupo ter apresentado níveis altos de autonomia funcional, não houve diferença de classificação da mesma entre a referência de Vale (2005) e a dividida por faixa etária, apresentada na tabela 4. Semelhante a investigação de Pereira et al. (2007), o estudo de Silva et al. (2009) também não revelou diferença no nível de autonomia funcional entre os valores referenciais gerais e aqueles descritos na presente pesquisa. Estes autores objetivaram avaliar os efeitos do treinamento de força nas fases neurogênica e miogênica sobre o nível de força muscular e autonomia funcional de idosas sedentárias. Sua amostra foi composta de 40 idosas, divididas em grupo experimental (GE; n=20; idade= 64±4 anos) e grupo controle (GC; n=20; idade= 72±6 anos). O GE, após 20 semanas de treinamento, apresentou nível de autonomia funcional muito bom (C10m, LPDV, VTC e IG) e bom (LPS e LCLC), diferenciando, estatisticamente (p<0,05) do GC na fase neurogênica. Valores semelhantes também foram encontrados no trabalho de Vale et al. (2006) nos testes de de C10m, LPS e LPDV. 8 Cader et al.,(2007) realizaram uma investigação que avaliou o efeito do fortalecimento muscular inspiratório sobre a pressão inspiratória máxima (Pimáx) e a autonomia funcional de idosos asilados. A amostra foi constituída de 34 gerontes, divididos em grupo experimental - GE (n=21, 76±2 anos) e grupo controle – GC (n=13, 75±2 anos). Após a intervenção, embora o GE tenha obtido melhora significativa (p=0,0001) em todos os testes, não houve melhora do seu nível de autonomia, a saber: fraco. No entanto observa-se que, pela maior sensibilidade da classificação da autonomia funcional estratificada por faixa etária, respeitando as alterações decorrentes da senescência, principalmente em uma idade tão avançada (76 anos), o teste de VTC apresentaria um classificação regular. Vale et al. (2005), objetivaram comparar os efeitos do treinamento resistido de força e de flexibilidade sobre a autonomia funcional das atividades da vida diária (AVD) em 36 mulheres senescentes. Métodos - Os sujeitos foram distribuídos em dois grupos, um de treinamento de flexibilidade (GFLEX, n=18; idade= 66±7 anos) e outro de treinamento resistido de força (GFOR, n=18; idade= 65±4 anos). Houve diferença significativa (p<0,05), no pós-teste, em todos os testes de ambos os grupos, a saber: C10m (GFLEX: bom; GFOR: muito bom); LPS (GFLEX: bom; GFOR: muito bom); LPDV (GFLEX: regular; GFOR: bom); LCLC (GFLEX: bom; GFOR: bom). Comparando estes valores com aqueles descritos na faixa etária de 65-69 anos, há discordância na classificação do teste LPDV do GFLEX, o qual obteria o nível bom e do teste de LCLC do GFOR, o qual obteria o nível muito bom. Com o propósito de avaliar a correlação entre níveis séricos de IGF1 e GH e a autonomia funcional e o fitness físico, Cordeiro et al. (2005) avaliaram concentração sérica basal de GH e IGF-1 em 20 idosas (68±5 anos) praticantes de musculação. Em seus resultados, não encontraram correlação entre os hormônios e o nível de autonomia (p=0,29) e esta última se comportou da seguinte forma: C10m (muito bom); LPS (regular) e LPDV e LCLC (fraco). Todavia, baseado nos valores de referência para esta faixa etária, os testes LPDV e LCLC apresentariam a classificação regular de autonomia funcional. Com base no fato de que o processo de envelhecimento é acompanhado por muitas alterações orgânicas e, dentre estas, a sarcopenia que, devido a fatores biológicos, leva o idoso à perda de força muscular e 9 autonomia funcional, uma pesquisa (Cortes e Silva, 2005) teve como objetivo tratar da manutenção da força muscular e da autonomia funcional em idosos. Para tal, foi realizado um trabalho contra resistência (12 semanas), com ganhos significativos (p<0,05) nos testes de: uma repetição máxima (1 RM), LPS (nível regular), LPDV (nível regular) e C10m (nível bom) em um grupo de 30 mulheres idosas (68±6 anos). Entretanto, nesta faixa etária de 68 anos, a tabela 4 apresentaria nível bom no teste LPDV. Pereira et al. (2005), objetivaram verificar as características biofísicas de mulheres idosas, dentre elas a autonomia funcional. A amostra foi composta por sete mulheres idosas, com idade média de 66± 4 anos. Em seus achados, observaram nível fraco de autonomia nos testes de C10m e LPDV e regular nos demais (LPS, LCLC e VTC). Quanto menor é o nível de autonomia funcional, maiores são as diferenças entre os valores de autonomia funcional entre a tabela geral e estratificada, a exemplo dos testes de C10m, LPDV e LCLC que obteriam a classificação regular, regular e bom, respectivamente. 5. Conclusão Após a observação dos resultados e da discussão, o presente estudo pôde inferir que a estratificação da avaliação da autonomia funcional por faixa etária é muito mais sensível à realidade da evolução das alterações pertinentes à senescência, refletindo uma avaliação de nível de autonomia funcional mais real para esta população. O traçado evolutivo da curva de normalidade do índice de GDLAM pôde confirmar esta análise, pois através desta curva, verificou-se uma redução gradual e linear do nível de autonomia funcional com o avançar da idade. 6. 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Grupo etário 1 (60-64 anos) 2 (65-69 anos) 3 (70-74 anos) 4 (75-79 anos) 5 (80- + anos) Total Frequncia absoluta (n) 182 197 182 177 37 775 Frequência percentual (%) 23,50% 25,40% 23,50% 22,80% 4,80% 100,00% 1, 2, 3, 4, 5 e 6: grupos etários. 14 Tabela 2: Distribuição da amostra por nível de índice de massa corporal (IMC). IMC Baixo Peso Normal Sobre Peso Obeso Total Frequncia absoluta (n) 290 431 43 11 775 Frequência percentual (%) 37,40% 55,60% 5,60% 1,40% 100,00% 15 Tabela 3: Nível de autonomia funcional pelo protocolo do GDLAM por faixa etária. Muito Bom Bom Regular Fraco C10m G1 G2 G3 G4 G5 -5,52 -5,67 -5,83 -5,98 -6,14 5,52 - 7,04 5,67 - 7,21 5,83 - 7,38 5,97 - 7,56 6,14 - 7,73 7,05 - 8,92 7,22 - 9,04 7,39 - 9,16 7,57 - 9,28 7,74 - 9,40 + 8,92 + 9,04 + 9,16 + 9,28 + 9,40 G1 G2 G3 G4 G5 -6,84 -6,91 -6,97 -7,04 -7,11 6,84 - 10,12 6,91 - 10,19 6,97 - 10,26 7,04 - 10,33 7,11 - 10,40 10,13 - 13,62 10,20 - 13,72 10,27 - 13,81 10,34 - 13,91 10,41 - 14,01 + 13,62 + 13,72 + 13,81 + 13,91 + 14,01 G1 G2 G3 G4 G5 -2,30 -2,47 -2,63 -2,80 -2,96 2,30 - 3,52 2,47 - 3,81 2,63 - 4,11 2,80 - 4,40 2,96 - 4,70 3,53 - 5,41 3,82 - 5,80 4,12 - 6,20 4,41 - 6,60 4,71 - 6,99 + 5,41 + 5,80 + 6,20 + 6,60 + 6,99 G1 G2 G3 G4 G5 -8,22 -8,75 -9,29 -9,83 -10,36 8,22 - 11,45 8,75 - 12,00 9,29 - 12,54 9,83 - 13,08 10,36 - 13,63 11,46 - 15,51 12,01 - 16,04 12,55 - 16,56 13,09 - 17,08 13,64 - 17,60 + 15,51 + 16,04 + 16,56 + 17,08 + 17,60 G1 G2 G3 G4 G5 -35,17 -35,96 -36,76 -37,55 -38,35 35,17 - 42,37 35,96 - 43,28 36,76 - 44,19 37,55 - 45,11 38,35 - 46,02 42,38 - 49,68 43,29 - 50,81 44,20 - 51,94 45,12 - 53,06 46,03 - 54,19 + 49,68 + 50,81 + 51,94 + 53,06 + 54,19 G1 G2 G3 G4 G5 -22,28 -22,82 -23,37 -23,91 -24,46 22,28 - 27,43 22,82 - 28,10 23,37 - 28,77 23,91 - 29,45 24,46 - 30,12 27,44 - 33,01 28,11 - 33,71 28,78 - 34,41 29,46 - 35,11 30,13 -35,81 + 33,01 + 33,71 + 34,41 + 35,11 + 35,81 LPS LPDV VTC LCLC IG C10m = caminhar 10 metros; LPS = levantar da posição sentada; LPDV = levantar da posição de decúbito ventral; VTC = vestir e tirar uma camiseta; LCLC = levantar da cadeira e locomover-se pela casa; IG:índice de GDLAM. G1: 60-64 anos; G2: 65-69 anos; G3: 70-74 anos; G4: 75-79 anos; G5: + de 80 anos. A unidade de medida dos testes é em segundos. 16 Tabela 4: Comparação do nível de autonomia pela tabela geral e a estratificada. G1 média desvio-padrão estratificado geral G2 média desvio-padrão estratificado geral G3 média desvio-padrão estratificado geral G4 média desvio-padrão estratificado geral G5 média desvio-padrão estratificado geral C10m 6,83 0,81 B R 7,61 4,38 R F 7,82 0,99 R F 8,31 0,94 R F 8,76 1,10 R F LPS LPDV VTC LCLC 10,78 3,22 10,28 47,36 1,63 0,57 1,47 4,50 R B B R R B B F 11,22 3,50 10,73 49,90 2,66 0,78 1,74 5,89 R B B R F B B F 11,62 3,75 11,24 52,35 1,44 0,86 1,93 5,93 R B B F F R B F 12,01 4,23 11,33 54,25 1,52 1,05 1,43 5,43 R B B F F R B F 12,17 5,05 11,33 56,06 1,87 1,14 1,93 4,19 R R B F F F B F IG 27,39 2,19 B R 29,00 3,61 R F 30,30 2,38 R F 31,51 2,23 R F 32,67 2,04 R F Estratificado: nível de autonomia pela tabela estratificada por faixa etária; geral: nível de autonomia pela tabela geral; C10m = caminhar 10 metros; LPS = levantar da posição sentada; LPDV = levantar da posição de decúbito ventral; VTC = vestir e tirar uma camiseta; LCLC = levantar da cadeira e locomover-se pela casa; IG:índice de GDLAM. G1: 60-64 anos; G2: 65-69 anos; G3: 70-74 anos; G4: 75-79 anos; G5: + de 80 anos. MB: muito bom; B: bom; R: regular; F: fraco. A unidade de medida dos testes é em segundos. 17 45,00 40,00 35,00 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 MB B R F Nível de Autonomia G1 G2 G3 G4 G5 Gráfico 1: Curva de normalidade do índice de GDLAM. G1: 60-64 anos; G2: 65-69 anos; G3: 70-74 anos; G4: 75-79 anos; G5: + de 80 anos. MB: muito bom; B: bom; R: regular; F: fraco. 18 Tabela 5: Distribuição da amostra, estratificada, por nível de autonomia funcional. Testes Distribuição Fraco C10m n 64 8,30% Classificação Bom Muito Total Bom 392 297 22 775 50,60% 38,30% 2,80% 100,00% Regular % 24 511 224 16 775 LPS n 3,10% 65,90% 28,90% 2,10% 100,00% % 12 203 535 25 775 LPDV n 1,50% 26,20% 69,10% 3,20% 100,00% % 358 361 53 3 775 LCLC n 46,20% 46,60% 6,80% 0,40% 100,00% % 2 197 514 62 775 VTC n 0,30% 25,40% 66,30% 8,00% 100,00% % 97 503 167 8 775 IG n 12,50% 64,90% 21,50% 1,10% 100,00% % C10m = caminhar 10 metros; LPS = levantar da posição sentada; LPDV = levantar da posição de decúbito ventral; VTC = vestir e tirar uma camiseta; LCLC = levantar da cadeira e locomover-se pela casa; IG:índice de GDLAM. 19 Tabela 6: Estudos prévios com o protocolo de GDLAM. Estudo Característica C10m LPS Hidroginástica 5,17 6,65 Sedentários 5,82 12,28 Asilados 13,39 13,07 sedentários al., Fortalecimento 9,3 9,36 inspiratório al., Força 5,65 11,76 LPDV VTC LCLC IG Belloni et al. (2008) Cader et al., 2006 2,24 4,01 6,15 Cader et 2007a Cordeiro et 2005 Côrtes e Silva, Força 2005 Guimarães et al. Programa de (2008) atividade física do PSF Paula et al., 2008 Programa de atividade física (EMG) Pereira et al., Sedentárias 2005 Pereira et al. Força (2007) Silva et al. (2009) Força Vale et al., 2005 Força 75-85% Flex. Dinâmico Vale et al., (2006) Força Vale et al. (2009) Sedentários (IGF) 6,65 14,05 63,13 35,46 6,5 10,78 37,54 49,35 15,7 76,6 47,32 4,65 - 53,57 - 3,77 - - - 6,29 11,11 3,24 11,59 40,59 27,33 6,43 3,58 9,5 34,09 7,22 11,71 4,96 13,35 42,52 5,65 2,77 8,28 5,48 8,3 5,65 7,16 5,93 8,35 5,35 8,3 7,21 11,46 - 8,75 37,75 22,16 2,6 8,48 3,28 3,32 2,54 3,49 11,29 37,09 21,70 35,76 38,35 45,32 27,68 PSF: programa de saúde da família; EMG: eletromiografia; Flex: flexionamento; IGF: Insulin like growth factor; C10m = caminhar 10 metros; LPS = levantar da posição sentada; LPDV = levantar da posição de decúbito ventral; VTC = vestir e tirar uma camiseta; LCLC = levantar da cadeira e locomover-se pela casa; IG:índice de GDLAM. 20 ANEXO REFERENTE AO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA SUBMETIDO A REVISTA ESPANHOLA DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA NÍVEIS DE ATIVIDADES FÍSICAS DE IDOSOS Juracy Corrêa Castro Laboratório de Biociências da Motricidade Humana da Universidade Castelo Branco– LABIMH-UCB/RJ. Email: [email protected] Rodrigo Gomes de Souza Vale Laboratório de Biociências da Motricidade Humana da Universidade Castelo Branco– LABIMH-UCB/RJ. Universidad Católica Nuestra Señora de La Asunción – Paraguay. Email: [email protected] Samária Ali Cader Laboratório de Biociências da Motricidade Humana da Universidade Castelo Branco– LABIMH-UCB/RJ. Universidad Católica Nuestra Señora de La Asunción – Paraguay. Email: [email protected] Estélio Henrique Martin Dantas Laboratório de Biociências da Motricidade Humana da Universidade Castelo Branco– LABIMH-UCB/RJ - Brazil Bolsista de Produtividade em Pesquisa – CNPq Email: [email protected] Correspondência para: JURACY CORREA CASTRO, Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará – CEFET-PA. Coordenação de Educação Física – CEF. Av. Almirante Barroso, No 1155, Belém, Pará, Brasil. CEP: email: [email protected] 66093-020. RESUMO O objetivo da presente investigação foi verificar a associação entre o nível de atividade física e os grupos etários de mulheres idosas residentes em Belém, Pará - Brasil. A amostra foi constituída de 775 idosas com idade entre 60 e 80 anos (70±6 anos; IMC: 26,7±4,1). Para verificar o nível de atividade física foi utilizado International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) versão curta. O teste estatístico de Cluster Analysis foi usado para dividir o universo observado em três classes de níveis de atividade física, apresentando 66,6%, 31,0% e 2,3% para as classificações pouco ativo, ativo e muito ativo, respectivamente. O protocolo estatístico do Qui-Quadrado de Pearson apresentou associações significativas entre os escores do IPAQ e grupo etário (p<0,001). Desta forma, o estudo indica que conforme o avançar da idade da amostra nas distintas faixas etárias do idoso, menor é o nível de atividade física. Palavras-chave: atividades da vida diária; envelhecimento; sedentarismo. Introdução O envelhecimento está geneticamente programado e a prática de atividade física contribui para uma qualidade e prevenção da saúde. Fatores de declínio natural dos órgãos podem desencadear uma redução na força muscular que é um fator determinante neste processo e, que tem como característica marcante a dependência nas atividades da vida diária (AVD) (Henriques et al., 2007). O sedentarismo é uma das principais causas de problemas na saúde do idoso, provocando alterações estruturais e funcionais e o declínio qualitativo do desempenho motor (Krinski et al., 2008). O idoso, com o passar do tempo, sofre alterações nos seus sistemas em geral. No sistema neuromuscular há um decréscimo de massa e força muscular, redução da resistência e da mobilidade articular (Vale et al., 2009). Estas alterações podem levar ao aparecimento de doenças crônicas, declínio da capacidade funcional, perda da autonomia e independência (Lojudice et al., 2008). A falta de atividade física também pode evoluir à depressão que consiste em enfermidade mental freqüente, associada ao elevado grau de sofrimento psíquico, oriundo de um conjunto amplo de componentes em que atuam fatores genéticos, eventos vitais, como luto e abandono, e doenças incapacitantes, entre outros (Benedetti et al., 2008). A inatividade física duplica os riscos à saúde, acarreta um aumento nos custos de saúde pública semelhante ao cigarro, obesidade e hipertensão e reduz a longevidade. No entanto, a prática regular da atividade física pode trazer benefícios para a saúde física e mental, reduzindo as taxas de mortalidade (Penedo e Rahn, 2005; Benedetti et al., 2008). Dentre estes benefícios pode-se destacar: a melhora no equilíbrio, na coordenação, nos níveis de força, na auto-estima e na função cognitiva. Estes fatores contribuem para aumento da capacidade funcional e maior autoconfiança (Assumpção et al., 2008; Borges, Benedetti e Mazo, 2008), refletindo diretamente no desempenho das AVD (Zak et al., 2009) e na qualidade de vida (Toscano e Oliveira, 2009). A atividade física, portanto, constitui ferramenta importante para minimizar os efeitos deletérios do envelhecimento por permitir a manutenção e aumento da aptidão física (Mazo et al., 2007) e tornar possível a realização das AVD com menor esforço e prolongar a autonomia funcional, permitindo que o idoso viva de modo auto-suficiente e digno, pelo maior tempo possível (Dantas e Vale, 2004). Diante do exposto, o objetivo do presente foi verificar a associação entre o nível de atividade física e os grupos etários de mulheres idosas. Materiais e Métodos Amostra O estudo é de caráter descritivo e transversal, em que a amostra foi selecionada de forma probabilística do universo de 7.800 idosos pertencentes as agências governamentais de assistência a saúde do idoso, denominadas Casa do Idoso em Belém, Pará, Brasil. Os sujeitos deveriam ser do sexo feminino, independentes nas suas AVD e capazes de entender instruções verbais. Foram excluídas do estudo as idosas que apresentaram qualquer tipo de condição aguda ou crônica que pudesse comprometer ou que se tornasse um fator de impedimento para a realização das AVD, tais como: osteoartrite, fratura recente, tendinite e uso de prótese; problemas neurológicos; doenças de demência, Parkinson ou Alzheimer; obesidade mórbida; indivíduos renais crônicos e aqueles que fizessem uso de medicamentos que pudessem causar distúrbios da atenção. O cálculo do tamanho da amostra seguiu as recomendações de Cochran (1986) admitindo um erro amostral de 4%. Foi calculado um tamanho amostral mínimo de 620 sujeitos. Contudo, o estudo conseguiu alcançar 775 idosas com idade entre 60 e 80 anos (70±6 anos; IMC: 26,7±4,1). Os sujeitos participantes do estudo assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido conforme a Resolução 196, de 10 de Outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde e a Declaração de Helsinki (WMA, 2008). O estudo teve seu projeto de pesquisa submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro, sob o número 0040/2008. Procedimentos de Coleta de Dados Avaliação Antropométrica Utilizou-se uma balança mecânica, de capacidade de 150kg e precisão de 100g, com estadiômetro, da marca Filizola (Brasil) para a avaliação da massa corporal e estatura, seguindo o protocolo da International Society for the Advancement of Kinanthropometry (Marfell-Jones et al., 2006). Avaliação dos níveis de atividade física Para determinar o nível de atividade física, foi empregada a versão curta do IPAQ (International Physical Activity Questionnaire). Conforme o nível de atividade física, as idosas foram classificadas em muito ativo, ativo e pouco ativo, de acordo com a frequência, duração e tipo de atividade realizada durante a semana (Marshall e Bauman, 2001; Craig et al., 2003; Benedetti, Mazo e Barros, 2004). O questionário foi aplicado na forma de entrevista. O centro de convivência era previamente comunicado sobre a visita e as idosas sorteadas para participarem da amostra eram convidadas pelos entrevistadores para locais no próprio centro que pudessem reservar o direito à privacidade de suas respostas; em todos os grupos foi possível concluir a coleta no mesmo dia da visita. Análise estatística Os dados foram tratados pelos programas Excel e SPSS 14.0 e apresentados como média, desvio padrão e distribuição de freqüências absolutas e relativas. Aplicou-se o protocolo estatístico de Cluster Analysis (Grupamentos) para dividir o universo observado em três classes de níveis de atividade física: pouco ativo, ativo e muito ativo. Após o processo de classificação, verificou-se a existência de associações entre as respectivas classificações mencionadas com os grupos etários, utilizando-se o protocolo estatístico do Qui-Quadrado de Pearson. O estudo adotou o valor de p < 0,05 para a significância estatística. Resultados A tabela 1 apresenta a freqüência absoluta (n) e percentual (%) da distribuição da faixa etária a cada cinco anos. Nela pode-se observar que há uma redução de participantes no grupo etário com maior idade (> 80 anos) e uma maior concentração no grupo etário de 65-69 anos. A característica do estado nutricional dos idosos foi avaliada através do índice de massa corporal (IMC). A distribuição de freqüência (n e %) desta variável está exposta na tabela 2. Nesta avaliação, pode-se observar que houve uma maior concentração de idosas classificadas como normal, seguida da classificação de baixo peso, sobrepeso e obeso. A tabela 3 apresenta a distribuição de freqüência dos resultados do IPAC em três classes de níveis de atividades física: pouco ativo, ativo e muito ativo. O Escore IPAQ observou a soma algébrica dos produtos freqüência semanal e quantidade de minutos de prática diária nas respectivas atividades, fracas, médias e fortes, dividida pelo tempo na condição sedentária semanalmente. Essa razão denota um índice do nível de atividade física. A concentração foi maior no nível pouco ativo. A tabela 4 apresenta a análise das associações entre as variáveis grupo etário, IMC e IPAQ. Observou-se significância estatística nas associações entre IPAC e grupo etário e IMC e grupo etário. O mesmo não ocorreu entre IPAQ e IMC. Discussão Os achados do presente estudo denotam que 66,7% da amostra foram classificadas como sujeitos pouco ativos, distribuídos nas categorias etárias. Estes resultados são corroborados por Hallal et al. (2003) em estudo realizado em Pelotas - RS com 3.182 pessoas acima de 20 anos, em que se observou que 43,2% das mulheres entrevistadas na faixa etária de 60 a 69 anos (n=183) eram insuficientemente ativas e, com o avançar da idade, esses valores foram ainda superiores, atingindo 69,1% naquelas com mais de 70 anos. Esta relação foi encontrada na presente pesquisa em que os escores do IPAQ apresentaram uma associação significativa com os grupos etários, apontando que quanto maior a idade, maior é a prevalência de sujeitos pouco ativos. Os achados de Cardoso et al. (2008) se contrapõem aos resultados da presente pesquisa, pois relataram que 89,5% das 225 mulheres avaliadas numa cidade do Sul do Brasil foram caracterizadas como muito ativas. Esses dados são superiores aos encontrados por Mazo et al. (2001) em estudo com idosas de grupos de convivência de Florianópolis - SC, que registraram que 66,2% das participantes eram muito ativas. Assim como Alves et al. (2010) observaram sujeitos adultos e verificaram uma prevalência de sedentários de 37,1%, utilizando a versão curta do IPAQ no ponto de corte de 150 minutos/semanais de atividade física. Esses resultados quanto ao nível de atividade física podem estar relacionados às condições sócio-econômicas da população. Pessoas com elevado nível de pobreza, com atividades ocupacionais intensas e que utilizam transportes públicos realizam mais tempo de atividades físicas cotidianas, o que poderia justificar menores percentuais de prevalência de sedentarismo (Alves et al., 2009). Por outro lado, Van Der Horst et al. (2007) apontam que em países desenvolvidos, os níveis de atividade física são inferiores nas populações com níveis sócio-econômicos mais baixos, especialmente por não praticarem atividade física de lazer. Outro fator que pode justificar as diferenças dos níveis de atividade física das pessoas idosas é o hábito de vida. Andresen e Meyers (2000) apontaram que as principais atividades detectadas no dia a dia de mulheres idosas foram ver televisão, ouvir rádio, costurar, ler e receber visitas. Essas atividades são predominantemente de intensidade de esforço leve, que adotam em geral postura sentada e não promovem nenhum estímulo benéfico à saúde. Ao contrário, a falta de atividade física e a quantidade de horas vendo televisão estão associadas significativamente aos marcadores bioquímicos de obesidade e de risco de doenças cardiovasculares (Teresa et al., 2000). Dessa forma, a prática regular de atividades físicas se constitui como um fator de prevenção para a saúde. Em estudo realizado com pessoas de idade igual ou superior a 65 anos, Westhoff, Stemmerik e Boshulzen (2000) observaram que após uma intervenção, os exercícios de baixa intensidade podem ser desenvolvidos por meios de programas de atividades físicas generalizadas e de intensidade moderada. Ao aumentar a força muscular consegue-se diminuir a intensidade dos esforços em geral. Isso facilita o desempenho nas AVD e no trabalho braçal, influenciando a qualidade de vida. Toscano e Oliveira (2009) realizaram um estudo transversal de base populacional, com uma amostra composta por 238 idosas (idade: 69,2±6,6 anos) escolhidas aleatoriamente em 23 grupos de convivência do município de Aracaju-SE. Os domínios da qualidade de vida foram avaliados através do questionário SF-36 e comparados entre os grupos de idosas mais ativas com as menos ativas, avaliadas pelo IPAQ. Pode-se verificar que, em todos os domínios, os resultados dos indivíduos mais ativos foram significativamente superiores. Neste sentido, o exercício físico pode mudar o estado psicológico dos idosos. Taylor et al. (2004) concluíram que os efeitos são positivos quanto ao bem estar psicológico provocado pela prática da atividade física, sendo um dos mecanismos de explicação para esses efeitos o aumento do fluxo cerebral durante o exercício. Algumas evidências sugerem que a atividade física sistemática também pode estar associada com a prevenção ou o atraso no desenvolvimento da demência ou do mal de Alzheimer (Landi, Russo e Bernabei, 2004). No entanto, os sujeitos da presente pesquisa não realizavam exercícios físicos nos centros de atendimento avaliados, o que limita estas considerações. Conclusão Diante dos resultados observados, conclui-se que os níveis de atividade física de sujeitos idosos podem variar conforme a população estudada, contudo os escores do IPAQ apresentaram uma associação conforme o avançar da idade, demonstrando que quanto maior é a idade, menor é o escore obtido. Sendo assim, é importante haver um planejamento com estratégias e ações voltadas para esse grupo populacional, objetivando preparar a sociedade para um envelhecimento saudável. Recomendam-se novos estudos que avaliem o estado cognitivo e suas relações com a prática de atividades físicas. Referências Alves, J.G.B., Gale, C.R., Mutrie, N., Correia, J.B., Batty, G.D. A 6-month exercise intervention among inactive and overweight favela-residing women in Brazil: the Caranguejo Exercise Trial. Am J Public Health 2009; 99:76-80. Alves, J.G.B., Siqueira, F.V., Figueiroa, J.N., Facchini, L.A., Silveira, D.S., Piccini, R.X., Tomasi, E., Thumé, E., Hallal, P.C. Prevalência de adultos e idosos insuficientemente ativos moradores em áreas de unidades básicas de saúde com e sem Programa Saúde da Família em Pernambuco, Brasil. Cad. Saúde Pública 2010;26(3):543-556. Andresen, E.M., Meyers, A.R. Health-related quality of life outcomes measures. Arc Phys Med Rehabil 2000;81:30-44. 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Tabela 3: Distribuição de freqüência da classificação do IPAQ da amostra IPAQ Freq. % Absoluta % Acumulada Pouco ativo 517 66,7% 66,7% Ativo 240 31,0% 97,7% Muito ativo 18 2,3% 100,0% Total 775 100,0% IPAQ: International Physical Activity Questionnaire. Tabela 4: Análise das associações entre as variáveis IPAQ, grupo etário e IMC da amostra Variáveis valor-p Resultado IPAQ * Grupo etário <0,001 Associação Significativa IPAQ * IMC 0,225 Associação NÃO Significativa IMC * Grupo etário 0,005 Associação Significativa IMC: índice de massa corpórea. IPAQ: International Physical Activity Questionnaire.