INSPIRAÇÃO TAMBÉM PARA BRASIL Mesmo com a abundância de água apontada como uma de suas vantagens competitivas, o Brasil tem lições a aprender com Israel. Mais de uma dezena de gaúchos participaram da Watec 2011 e voltaram inspirados em soluções locais, como o controle de perdas de água tratada e o tratamento do lodo residual. Secretário da Produção, Indústria e Comércio de Porto Alegre,Valter Nagesltein se entusiasmou com a possibilidade de reduzir esse tipo de resíduo na Estação da Serraria, parte das obras do Projeto Integrado Socioambiental (Pisa).Representantes do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) se interessaram por sistemas que evitam perdas por meio de sensores ao longo do sistema.Afinal,não é porque o Brasil não tem perspectiva imediata de escassez de água que pode se dar ao luxo do desperdício. E na esteira do desenvolvimento de tecnologias para água,Israel acabou desenvolvendo outra especialidade que atrai brasileiros e gaúchos: o sistema de incubadoras considerado modelar. Foi um dos focos da atenção de Nagelstein e também será alvo de uma missão do governo do Estado no próximo ano, para prospectar tecnologias limpas e energias renováveis e oferecer alimentos premium, como cortes especiais de carne. São casos como a Treatec 21, considerada a primeira companhia israelense nascida na academia. Com uma década de trajetória, especializou-se em tratar esgoto sem lodo residual, obteve patente no ano passado e já exporta para a Espanha. Foi fundada por um respeitado professor da Universidade de Jerusalém,Avner Adin, que desenvolveu a solução com ajuda de um ex-prisioneiro de campo de concentração romeno. Na busca por investidores,Adin acabou vendendo a Treatec 21,mas segue atuando como consultor e já abriu uma nova empresa,a Adin Holdings,para seguir atuando no incentivo a novos negócios. Foco no futuro ETENERGY Desenvolveu um sistema de movimentação de painéis solares baseado no kite surfe. Usando cabos para orientar o painel, conseguiu solução que consome 50% menos aço, é mais leve e barata do que a convencional, mas robusta para operar no deserto e suportar ventos de até 70 km/h. Fundada há pouco mais de um ano, vai instalar um conjunto para o Deserto de Negev, no sul de Israel, e tem encomendas de 12 equipamentos. – Um em cada três israelenses é inventor – brinca Amit Dror, cofundador. EMEFCY – O esgoto é a nova fonte de energia – anuncia Ely Cohen, vice-presidente da empresa fundada em 2008. Vinte pessoas ajudaram a começar o negócio, que usa um tipo especial de bactéria para decompor a matéria orgânica do esgoto e transformá-la em elétrons e prótons. Uma das inspirações foi o fato de que o tratamento de esgoto consome 2% de toda energia do mundo. Por enquanto, nos ensaios foi possível gerar três watts com um metro cúbico de água, mas Cohen assegura que o processo deverá ganhar eficiência com o passar do tempo. ZERO HORA DOMINGO | 27 | NOVEMBRO | 2011 DINHEIRO 7