Secretaria Municipal de Educação de Cariacica
EMEF “ Euvira Benedita Cardoso da Silva”
Aspectos Históricos e Sociais que subjazem à
Orientação Curricular: as tendências
pedagógicas e as subjetividades da
comunidade – teoria e prática.
Conteúdo 1
Prof. Maria Dorotéa dos Santos Silva
[email protected]
1. Aspectos
Históricos:
Introdução
1. ASPECTOS HISTÓRICOS DO CURRÍCULO
Revisão histórica de Currículo
Para início de conversa, o que é Currículo? Qual a relevância na escola?
Proposta Curricular é uma questão de Identidade ou de Subjetividade?
Nas discussões cotidianas quando pensamos em Currículo pensamos apenas
em conhecimento, esquecendo-nos de que o conhecimento que constitui o
Currículo está centralmente e intrinsecamente envolvido naquilo que somos, na
nossa identidade, na nossa subjetividade.
Currículo – vem do latim curriculum e seu significado é pista de corrida.
Na história do currículo, as teorias da eficiência social têm seu desenvolvimento
inicial associado aos trabalhos de Franklin Bobbitt e Werret Charters , e seu
ápice associado ao trabalho de Ralph Tyler. Bobbitt, em seu The Curriculum,
publicado em 1918, nos EUA, visava alcançar a eficiência burocrática na
Administração Escolar a partir do planejamento do Currículo e o fazia transferindo
as técnicas do mundo dos negócios, marcado pela lógica de Taylor, para o
mundo da escola. Nessa perspectiva, a criança era entendida como um produto a
ser moldado pelo currículo, de maneira a garantir sua formação eficiente. Essa
eficiência consistia no atendimento às demandas do modelo produtivo dominante.
Por isso, as atividades do adulto produtivo eram, para Bobbitt, a fonte dos
objetivos de um Currículo.
Nenhum outro modelo de construção curricular antes de Tyler foi capaz de
influenciar tanto a atividade de desenvolvimento curricular.
Franklin Bobbitt
Frederick W. Taylor
1. Aspectos
Históricos:
Introdução
Origem
1. ASPECTOS HISTÓRICOS DO CURRÍCULO
Origem nas fábricas
Na tradição teórica de Bobbitt, Charters e Tyler, em linhas gerais, havia em
comum a estreita associação entre currículo e mundo produtivo, visando à
eficiência do processo educacional, à adequação da educação aos interesses da
sociedade e, conseqüentemente, ao controle do trabalho docente e à
administração do trabalho escolar. Tais teorias interpretavam a escola a partir
de princípios derivados do modelo de organização do mundo fabril. A idéia
dominante é de que a escola poderia educar de maneira mais eficiente se
reproduzisse os procedimentos de administração científica das fábricas (na
época, o modelo taylorista-fordista) e se executasse um planejamento muito
preciso dos objetivos a serem alcançados.
Ralph W. Tyler
A prevalência dos objetivos, especialmente comportamentais, esteve
intimamente relacionada a essa perspectiva.
A idéia, ainda muito presente no senso comum educacional de uma forma mais
ampla, de que a qualidade do desenvolvimento curricular, e da educação de
uma forma geral, depende de uma definição precisa dos objetivos a serem
implementados e, por conseguinte, do perfil de profissional, de cidadão ou de
sujeito social que se pretende formar, deriva do pensamento de que o currículo
existe para atender às finalidades sociais do modelo produtivo dominante.
Henry Ford
1. Aspectos
Históricos:
Introdução
Origem
Necessidade
de
Formação
1. ASPECTOS HISTÓRICOS DO CURRÍCULO
Necessidade de formação do trabalhador
Anos 70
Teorias Curriculares:
Ensino para a
Competência
Em seguida:
estendeu-se às
diferentes áreas
do ensino
Objetivos
comportamentais e
competências =
mensuráveis =
controláveis
Inicialmente:
associada aos
programas de
formação dos
trabalhadores
Objetivos
comportamentais foram
substituídos pela idéia de
competência
O objetivo foi associar o
comportamentalismo a dimensões
humanistas mais amplas, visando
formar comportamentos (as
competências) que representassem
metas sociais impostas aos jovens pela
sua sociedade e cultura.
1. Aspectos
Históricos:
Introdução
Origem
2. TEORIA TRADICIONAL CRÍTICA E PÓS
CRÍTICA DO CURRÍCULO: O QUE SÃO?
Necessidade
de
Formação
II. Teoria
Tradicional
Crítica e Pós
Crítica: O
Que São?
1. Os aspectos teóricos: descrição, representação, signo, reflexo
de uma realidade.
Proposta
Curricular
2. Os aspectos históricos: localização temporal.
3. As justificativas: Porque e Para quê? O que queremos?
4. As tendências pedagógicas: aspectos políticos e pedagógicos.
5. Os aspectos sociais: Para qual sociedade? Quais as realidades
sócio-culturais?
6. Os aspectos didáticos: quais conhecimentos são importantes?
Qual o tipo de ser humano? Por que esses ou aqueles
conhecimentos? Como praticar e avaliar esses conhecimentos?
O que é
Currículo?
Lugar, espaço, território. O currículo é relação de poder.
Trajetória, viagem, percurso. Currículo é identidade.
Necessário autonomia e flexibilidade para a construção
de uma proposta curricular. Mas é preciso um parâmetro,
uma condução, uma identidade harmônica.
1. Aspectos
Históricos:
Introdução
ASPECTOS TEÓRICOS
Origem
Necessidade
de
Formação
II. Teoria
Tradicional
Crítica e Pós
Crítica: O
Que São?
Aspectos
Teóricos
Para isto, necessário
se faz considerar o
que os aspectos
teóricos da Educação
definem.
Vamos relembrar?
O que fundamenta a
Educação enquanto
área de estudo e de
trabalho?
1. Os modos de conhecer: Epistemologias que
determinam as visões, formas de considerar a
aquisição e/ou apropriação do conhecimento.
2. Os Fundamentos da Educação:
pressupostos da Educação.
Ciências
e
3. As correntes e tendências da Educação Brasileira:
Que tipo de Escola, de homem e de sociedade
pretende-se. São os modos de ensinar e aprender
para a realidade, para um determinado ideal filosófico
e uma sociedade.
4. A harmonia pedagógica: o enviesamento e integração
dos modos de conhecer, de ensinar e de aprender
para a composição do eixo curricular de acordo com a
identidade do Meio e seus aspectos.
ATIVIDADE 1 – BREVE RESGATE DAS TEORIAS DO CURRÍCULO: VAMOS RELEMBRAR AS
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS E AS TEORIAS DA APRENDIZAGEM? VAMOS HARMONIZÁ-LAS?
1. Aspectos
Históricos:
Introdução
ANÁLISO SÓCIO POLÍTICA
Origem
TABELA 1 – Análise sócio-política da visão de Sociedade
Necessidade
de
Formação
II. Teoria
Tradicional
Crítica e Pós
Crítica: O
Que São?
Aspectos
Teóricos
Análise
Sócio
Política
Abordagens
Sociedade Liberal: o
pensamento livre para
o saber produtivo –
1789 – Revolução
Francesa.
Sistema
político
adjacente
Capitalismo
Como o homem aprende?
Pressupostos
Teóricos
Daí vem a visão de Ensino.
Os homens são
diferentes
Visão Tradicional – Racionalista, do sujeito para o meio.
Teoria Tradicional do Currículo.
Os homens são
essencialmente
iguais, mas a
vida em
sociedade os
diferencia.
Visão Comportamentalista – Empirista – do meio para o
sujeito. Teoria Tradicional do Currículo.
Visão Tecnicista – do método, da técnica para
transformar o sujeito. Teoria Tradicional do Currículo.
Visão Libertadora – construir a partir de suas próprias
descobertas. Teoria Crítica do Currículo.
Sociedade
Progressista: o saber
para a busca
equilibrada da
emancipação do
sujeito.
A igualdade entre
Socialismo - os homens não
Idealismo se dá igualmente
na sociedade.
Visão Libertária – Transformar-se a partir do meio para
transformar, emancipar-se.
Teoria Crítica do
Currículo.
Visão Interacionista – o sujeito não é somente racional,
soberano, nem tampouco natural, puramente empírico.
Ele é simultaneamente os dois na medida em que é um
sujeito histórico-cultural. Teoria Pós-Crítica do Currículo.
1. Aspectos
Históricos:
Introdução
TEORIA TRADICIONAL DO CURRÍCULO
Origem
Necessidade
de
Formação
II. Teoria
Tradicional
Crítica e Pós
Crítica: O
Que São?
A partir de uma inter-relação entre os mecanismos teóricos da Educação, é
possível adotar uma linha, norte para pensar a Proposta Curricular. No cenário
curricular, as categorias de teorias de acordo com os conceitos que elas enfatizam
são:
Aspectos
Teóricos
Análise
Sócio
Política
Teoria
Tradicional
TEORIA
TRADICIONAL
DO CURRÍCULO
•Ensino;
•Aprendizagem;
•Avaliação;
•Metodologia;
•Didática;
•Organização;
•Planejamento;
•Eficiência;
•Objetivos;
•Quais as Tendências, Técnicas da Aprendizagem e
Abordagem do Ensino que se assemelham às
Teorias Tradicionais do Currículo?
1. Aspectos
Históricos:
Introdução
TEORIA TRADICIONAL DO CURRÍCULO (CONT.)
Origem
Necessidade
de
Formação
•Valoriza as atividades teóricas ou práticas de racionar a
partir da natureza, da hereditariedade, das raças, dos
dons, da escola, do currículo.
II. Teoria
Tradicional
Crítica e Pós
Crítica: O
Que São?
Aspectos
Teóricos
Análise
Sócio
Política
Teoria
Tradicional
TEORIA
TRADICIONAL
DO CURRÍCULO
•Considera que a razão e o pensamento são as únicas
fontes de conhecimento em detrimento ao conhecimento
que subjaz à ciência, à Escola, ao Currículo Programado.
•O conhecimento se dá por situações de treinamentos,
repetição exaustiva e memorização.
•Os métodos são baseados em aulas expositivas como na
demonstração dos conteúdos apresentados de forma
linear e numa progressão lógica, sem levar em
consideração as características próprias dos alunos.
•O professor é o detentor do saber e avalia o seu aluno
através de provas escritas orais e exercícios.
1. Aspectos
Históricos:
Introdução
TEORIA CRÍTICA DO CURRÍCULO
Origem
Necessidade
de
Formação
II. Teoria
Tradicional
Crítica e Pós
Crítica: O
Que São?
TEORIA
CRÍTICA DO
CURRÍCULO
Reflete a maneira em que a educação contribui para a
formação de uma sociedade mais igualitária, enfatizando a
escola pública. A escola visualiza o indivíduo adequando
suas necessidades ao contexto social em que está inserido.
Aspectos
Teóricos
Análise
Sócio
Política
Teoria
Tradicional
Teoria
Crítica
•Ideologia
•Reprodução cultural e social
•Poder
•Classe social
•Capitalismo
•Relações sociais de produção
•Conscientização
•Emancipação e libertação
•Currículo oculto
•Resistência
1. Aspectos
Históricos:
Introdução
Origem
TEORIA PÓS CRÍTICA DO CURRÍCULO
TEORIA PÓS-CRÍTICA DO CURRÍCULO
Necessidade
de
Formação
II. Teoria
Tradicional
Crítica e Pós
Crítica: O
Que São?
Aspectos
Teóricos
Análise
Sócio
Política
Teoria
Tradicional
Teoria Pós
Crítica
•Identidade, Alteridade, Diferença;
•Subjetividade;
•Significação e Discurso;
•Saber-Poder;
•Representação;
•Cultura;
•Gênero, raça, etnia, sexualidade;
•Multiculturalismo.
O conhecimento ocorre na relação entre o sujeito e o objeto e através dela. Sozinho, o
sujeito, por maiores que sejam suas potencialidades hereditários, nada é. Da mesma
maneira, o objeto, não tem como manifestar suas características. Na interação, ambos
são ativos e têm partes indispensáveis.
As práticas pedagógicas nessa teoria são aquelas que permitem que a escola, o
professor, o aluno, a comunidade e outros envolvidos no processo educativo apreendam
e sistematizem os conhecimentos juntos, numa relação de construção e interação.
Essa perspectiva dá mais importância a aprendizagem em grupo do que aos conteúdos
separados, entendendo que a idéia de conhecimento não está no simples fato
investigativo por meio de concepções aprendidas mas sim, nas interações e descobertas
relacionadas às exigências da vida social.
1. Aspectos
Históricos:
Introdução
Origem
Necessidade
de
Formação
II. Teoria
Tradicional
Crítica e Pós
Crítica: O
Que São?
Aspectos
Teóricos
Análise
Sócio
Política
Teoria
Tradicional
Teoria Pós
Crítica
III. Educação
e Trabalho:
Origem
3. FORMAÇÃO
CURRÍCULO
A ORIGEM DA
EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL NO
BRASIL
DE
PROFESSORES
E
Para localizar a situação atual da educação profissional, é
preciso fazer um breve histórico a fim de possibilitar uma
análise da evolução da Legislação de Ensino, criando
condições para repensar a situação atual com base na
história passada.
•As primeiras décadas do Império ;
•Expansão da lavoura cafeeira;
•Surto inicial de crescimento industrial;
•Urbanização significativa;
•Fim do regime escravo;
•Início do trabalho assalariado.
FIM DO IMPÉRIO
MODERNIZAÇÃO
INÍCIO DA REPÚBLICA
MAIOR PARTICIPAÇÃO POPULAR NOS PROCESSOS POLÍTICOS
URBANIZAÇÃO
EDUCAÇÃO
COMO...
NOVAS
NECESSIDADES
...META ALMEJADA PELAS
FAMÍLIAS QUE VIAM NAS
CARREIRAS UM CAMINHO
MAIS PROMISSOR PARA OS
SEUS FILHOS
1. Aspectos
Históricos:
Introdução
Origem
Necessidade
de
Formação
II. Teoria
Tradicional
Crítica e Pós
Crítica: O
Que São?
As forças sociais que participaram do movimento foram as mesmas
que governaram o país nos primeiros anos, freando os avanços em
torno da educação: o Exército, as oligarquias cafeeiras e os intelectuais
muito preocupados com a efervescência política oriunda da Europa
PROGRESSISMO
Aspectos
Teóricos
Análise
Sócio
Política
Teoria
Tradicional
Teoria Pós
Crítica
III. Educação
e Trabalho:
Origem
Progressismo
e Novo
Modelo
FINAL ANOS 10
CRESCIMENTO INDUSTRIAL
Após estabelecida a nova situação, as oligarquias
trataram de afastar o Exército e os Intelectuais,
comandando o poder e a economia brasileira
através da exportação do café. Isso arrefeceu
ainda mais os investimentos e tentativas de se
estabelecer um caminho para a educação no país.
FINAL DA GUERRA: IDEÁRIO
PEDAGÓGICO DE JOHN DEWEY
NOVAS PRESSÕES EM FAVOR DA
ESCOLARIZAÇÃO
PRIMEIRA GUERRA (1914-1918):
NOVO MODELO DE ESCOLA:
EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO
SURTO DE NACIONALISMO E
PATRIOTISMO
PEDAGOGIA LIBERTÁRIA
1. Aspectos
Históricos:
Introdução
Origem
Necessidade
de
Formação
II. Teoria
Tradicional
Crítica e Pós
Crítica: O
Que São?
Aspectos
Teóricos
Análise
Sócio
Política
Teoria
Tradicional
Teoria Pós
Crítica
III. Educação
e Trabalho:
Origem
Progressismo
e Novo
Modelo
Era Vargas:
Tecnicismo
ERA VARGAS: PERSPECTIVA PARA UM NOVO
TRABALHADOR – TECNICISMO
Três Constituições precederam a carta magna de 1937: a Constituição
outorgada pelo Imperador em 1824, a Constituição republicana de 1891 e a
Constituição de 1934. Ao contrário da carta de 34, produzida por uma
Assembléia Nacional Constituinte eleita pelo povo, a Lei maior de 1937 foi
produzida pela tecnocracia getuliana (Francisco campos) e imposta ao país
como ordenamento legal do estado Novo. A carta de 37 inverteu as
tendências democratizantes da Carta de 34:
•1934: “Artigo 149 – A Educação é um direito de todos e deve ser ministrada
pela família e pelos poderes públicos, cumprindo a estes proporcioná-la a
brasileiros e estrangeiros domiciliados no país (...)”;
•1937: “Artigo 125 –” A Educação integral da prole é o primeiro dever e o
direito natural do país. O Estado, não será estranho a esse dever,
colaborando, de maneira principal ou subsidiária, para facilitar a sua
execução de suprir as deficiências e lacunas da Educação particular”.
1. Aspectos
Históricos:
Introdução
Origem
3. EDUCAÇÃO E TRABALHO (cont.)
ERA VARGAS (cont.)
Necessidade
de
Formação
II. Teoria
Tradicional
Crítica e Pós
Crítica: O
Que São?
O Estado Novo de Getúlio Vargas se desincumbiu da Educação Pública
através de sua legislação máxima, assumindo apenas um papel
subsidiário.
Aspectos
Teóricos
Análise
Sócio
Política
Teoria
Tradicional
A Carta de 37 não se preocupou com uma educação igualitária, pública
e gratuita, ao contrário, deixou transparecer a intenção de um
Dualismo educacional: os ricos proveriam seus estudos através do
sistema público ou particular e os pobres deveriam se destinar às
Escolas Profissionais.
Teoria Pós
Crítica
III. Educação
e Trabalho:
Origem
Progressismo
e Novo
Modelo
Era Vargas:
Tecnicismo
Assim, o Artigo 129 determinou como primeiro dever do Estado a
sustentação do ensino pré-vocacional e profissional destinado às classes
menos favorecidas. O incentivo dado a essas classes para procurarem a
escola pública foi condicionado à opção pelo ensino profissionalizante.
A Era
Vargas: O
Estado Novo
A Era
Vargas:
Novas
Políticas
Educacionais
ATIVIDADE 2
LDB’s:
4024/61
5692/71
A Qualidade
no Ensino
A QUESTÃO DA QUALIDADE DO ENSINO E AS
INTENÇÕES EXPRESSAS A PARTIR DO CURRÍCULO
As grades curriculares e os demais elementos da Reforma
Francisco Campos e das Leis Orgânicas do Ensino mostram com
clareza que o ensino do 2º grau (chamado na época de ensino
secundário e ligado estruturalmente ao “ginásio”) tinha como
objetivo único o ingresso na Universidade. E quem podia
efetivamente nela ingressar eram os alunos provenientes das
camadas sociais economicamente mais favorecidas, ficando
impedidos de chegar a esta modalidade do ensino os filhos de
trabalhadores: os dados estatísticos já analisados o demonstram.
Para os alunos oriundos da classe trabalhadora, essas duas
reformas reservaram, em nível de 2º grau - ...
...os cursos profissionalizantes rigidamente compartimentados,
impedindo-se que entre esses
cursos e os demais do ensino
médio houvesse possibilidade de
passagem.
Disponível em
http://www.cpdoc.fgv.br/nav_
historia/htm/ev_linhadotempo
.htm
A Era
Vargas: O
Estado Novo
A Era
Vargas:
Novas
Políticas
Educacionais
ATIVIDADE 2
LDB’s:
4024/61
5692/71
A Qualidade
no Ensino
A QUESTÃO DA QUALIDADE DO ENSINO E AS
INTENÇÕES EXPRESSAS A PARTIR DO CURRÍCULO
(CONT.)
Os cursos profissionalizantes, concebidos desde a Reforma de 1930/31 como
maneira de atender às populações escolares provenientes das classes
trabalhadoras, passaram a se constituir em “habilitações”, resguardando-se o
chamado “núcleo comum” como uma base supostamente igualitária para todos.
Tanto educadores como alunos, em grande parte, não aceitaram essa fórmula. Em
decorrência, a legislação editada em 1982 (Lei 7.044) acabou por eliminar a
obrigatoriedade anteriormente estabelecida.
É preciso considerar, ainda, que as habilitações em geral empobreceram os antigos
“cursos técnicos”. O exemplo mais gritante é o que aconteceu com o antigo “curso
normal” e com as escolas que o ministravam. Gomes, em estudo realizado no início
da década de 80, apresenta um quadro-síntese das “Características do Ensino
Médio no Brasil, de acordo com as Reformas de 1931 a 1971”. A apresentação desse
resumo é útil para completar nossa análise.
LINHA DO TEMPO
Vejamos a seguir um resumo de como se apresentava a educação Brasil na Primeira República até as
substanciais mudanças por um país novamente democrático no início dos anos 80
Iniciando-se com a Revolução de 1930 e encerrando-se com o golpe de Getúlio Vargas que
1930/1936 instalou o Estado Novo, esta fase tem como elemento principal de análise a Reforma Francisco
Campos.
1937/1946
Corresponde à duração do Estado Novo; as Leis Orgânicas do Ensino e as que criaram o SENAI
(Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e o SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial) são os documentos legais fundamentais.
1947/1963
A queda do Estado Novo e a edição da Constituição Federal de 1946 são os marcos iniciais
desta fase; encerra-se com o movimento militar de 1964. Permanece em vigor durante a maior
parte deste período a legislação produzida durante a ditadura Vargas, sendo aprovada apenas
em 1961, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 4.024/61), principal documento
legal a considerar.
1964/1982
Tendo por contexto os governos militares que se sucederam após o movimento de 1964, os
elementos legais são a Lei de Diretrizes e Bases para o Ensino de 1º e 2º graus (Lei 5.692/71),
os documentos que a complementam (em geral os Pareceres do Conselho Federal de
Educação) e a lei que acabou por determinar a não-obrigatoriedade da profissionalização no
ensino de 2º grau (Lei 7.044/82).
1983/1988
Com a eleição indireta do presidente da República (1984) no contexto de um movimento
político que se propunha promover a “transição democrática”, a tumultuada posse em março
de 1985, as eleições diretas para a Assembléia Nacional Constituinte (1986) e o
desenvolvimento dos trabalhos para elaboração da Nova Constituição Federal (1987/1988),
temos um panorama político em revolução e ainda não definido. Da nova Carta Constitucional
deverá decorrer a legislação sobre Educação Nacional. Até que seja aprovada, continuam em
vigor os dispositivos herdados dos governos militares. Modificação de caráter apenas
ajustatório, a Resolução CFE nº 6/86 reformulou o Núcleo Comum do Ensino de 1º e 2º graus.
A Era
Vargas: O
Estado Novo
A Era Vargas:
Novas
Políticas
Educacionais
ATIVIDADE 2
LDB’s:
4024/61
5692/71
A Qualidade
no Ensino:
Linha do
tempo 1
Linha do
tempo 2
Período
Militar:
Comentários
às Leis
7024/82
5540/68
5692/71
7044/82
PERÍODO MILITAR
As reformas do ensino promovidas no período – Lei 5540/68 Reforma do Ensino
Universitário e Lei 5692 - Reforma do Ensino Médio – correspondem a um esforço dos
grupos políticos e intelectuais por uma reorganização legislativa da educação brasileira,
mas não agradaram aos setores progressistas e não empolgou às parcelas de comunidade
acadêmica que não eram simpáticos às inovações conservadoras do Governo.
Na Lei 5692/71 os anteriores curso primário e ciclo ginasial foram agrupados no ensino de
1º grau para atender crianças e jovens de 7 a 14 anos, cujo objetivo era a formação da
criança e do adolescente em conteúdo e métodos segundo as fases de desenvolvimento
dos alunos. A nova legislação deixou por conta do CFE a fixação de matérias e dos
conteúdos do “Núcleo Comum do 1º Grau”. O 1º e 2º graus passaram a ter disciplinas do
núcleo Comum obrigatórias e uma Parte Diversificada para atender às necessidades locais.
O CFE fixou o Núcleo Comum extinguindo a divisão entre Português, História, geografia,
Ciências da Natureza e colocando no lugar Comunicação e Estudos Sociais, Ciências. O 2º
grau tornou-se integralmente profissionalizante. O CFE através do Parecer 45/72
relacionou 130 habilitações técnicas que poderiam ser adotadas pela para seus
respectivos cursos profissionalizantes, mais tarde chegando a 158. Em certos casos o CFE
chegou a prever várias habilitações para um mesmo setor o que chegou ao impraticável.
As escolas poderiam montar um Currículo com habilitação de carne e Derivados e outro
com a habilitação de Cervejaria e Refrigerantes.
A Era
Vargas: O
Estado Novo
A Era Vargas:
Novas
Políticas
Educacionais
ATIVIDADE 2
LDB’s:
4024/61
5692/71
A Qualidade
no Ensino:
Linha do
tempo 1
Linha do
tempo 2
Período
Militar:
Comentários
às Leis
7024/82
5540/68
5692/71
7044/82
PERÍODO MILITAR
Dessa forma, surgiu um grave problema: as escolas particulares preocupadas em
satisfazer os interesses da sua clientela e propiciar acesso ao 3º grau,
desconsideraram as habilitações e continuaram a oferecer o curso colegial
propedêutico à universidade. As escolas públicas obrigadas a cumprir a lei, foram
desastrosamente descaracterizadas, além disso, não havia recursos humanos para
transformar toda a rede de ensino nacional em profissionalizante.
A Lei 7044/82 reformula o ensino profissionalizante de “qualificação para o
trabalho”, para a “preparação para o trabalho”. O 2º grau se livrou da
profissionalização obrigatória e ficou sem características próprias. Esse conturbado
momento ocorreu no Governo do último Presidente Militar, o General Figueiredo..
Essa lei ficou conhecida como o reconhecimento público do fracasso da Política
Educacional da Ditadura.
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revisão de currículo - emef euvira benedita cardoso da silva