Exmº Sr. Presidente do TST, Dr. Carlos Alberto Reis de Paula, Exmª Desembargadora Deoclécia Amorelli Dias, na pessoa de quem cumprimento a todos os magistrados e servidores deste Tribunal. Senhora Presidente da AMAT, Drª Isabel das Graças Dourado, na pessoa de quem cumprimento os advogados presentes e Dra.Lúcia Bernardes, na pessoa de quem cumprimento os servidores presentes É com muito alegria que o foro de Belo Horizonte participa deste evento de implantação do Processo Judicial Eletrônico que agilizará em muito o trabalho da Secretaria, dos magistrados, servidores e advogados. É também com grande júbilo e esperança que participamos da expansão do número de varas do trabalho nesta capital. A criação destas novas varas possibilitará a redução do percentual de 20% dos serviços de cada vara, redundando, por outro lado, na diminuição dos prazos entre a primeira e segunda audiência. Desta forma, essa tão esperada e festejada expansão beneficiará em primeira mão o jurisdicionado que é a razão de ser desta Justiça do Trabalho, estendendo tais benefícios aos advogados, servidores e magistrados. Desta forma, agradecemos imensamente o empenho e a obstinação do Dr. Carlos Alberto Reis de Paula e da Dra. Deoclécia Amorelli Dias e de toda a administração do TRT que não mediram esforços para inauguração das oito novas varas neste ano de 2.013. Agradecemos também o engenheiro Hudson Luiz Guimarães e sua equipe, que trabalharam arduamente nas reformas necessárias para instalação das novas Varas e a todos os demais trabalhadores, incluindo pintores, pedreiros, carpinteiros e outros profissionais, que neste último mês despenderam suas forças de trabalho neste prédio. Externamos também nossa gratidão ao Coordenador Nacional do PJE, Desembargador Ricardo Moalhem, ao Coordenador Regional, ao Desembargador Fernando Rios Neto, ao Diretor de Informática Gilberto Atman Picardi Faria, ao Juiz Fabiano Abreu e aos Diretores de Secretaria integrantes da Comissão do PJE bem como a todos aqueles que ministraram treinamentos aos juízes, servidores, advogados e peritos. Como disse anteriormente, a criação das oito novas varas, sem dúvida, trará benefícios à primeira instância, mas não solucionará da forma necessária o problema da sobrecarga de trabalho dos juízes, considerando que na data de hoje os processos distribuídos para cada vara da capital supera 2.600, observando-se que as Varas do trabalho de Belo Horizonte contam com apenas um juiz para solucionar esse grande número de demandas, salvo raras exceções de varas que são dotadas de dois juízes e, ainda assim, na maioria delas, o juiz titular é constantemente convocado para atuar na 2ª instância. Apesar de o momento ser festivo e de gratidão, não poderíamos deixar passar esta oportunidade ímpar em que contamos com a presença de nosso ilustre Presidente do TST, da Presidente do TRT e de nossa futura presidente do TRT, Dra. Maria Laura Franco Lima, bem como de vários desembargadores deste Regional, para demonstrar a nossa preocupação com a sobrecarga de trabalho dos juízes de 1ª instância. Num primeiro momento imaginamos que a prática da pauta referência solucionaria o problema, mas o que vimos é que tal iniciativa não resolveu a questão. Primeiro, devido ao excessivo número de processos acima mencionado. Segundo, porque o índice de acordos caiu vertiginosamente. Basta ver que, muitas vezes, em uma pauta com 12 audiências, entre sumaríssimos e ordinários, chegam a passar para julgamento 08 a 10 sentenças por dia. As audiências se arrastam por 06 a 08 horas e o juiz sai da vara exaurido, levando grande número de processos para sentenciar, sendo auxiliado por apenas 02 assistentes, em 10 meses por ano, em vista das merecidas férias dos assistentes, isto quando não há concessão de licenças médicas ou afastamentos em decorrência de maternidade. Além dessa sobrecarga, a atenção e atuação do juiz do trabalho nos dias atuais não se limita à investigação dos fatos controvertidos decorrentes da relação de trabalho, pois apesar de a maioria dos advogados deste foro se portarem de forma ética, temos registrado casos de advogados que estão praticando as mais absurdas e inimagináveis fraudes, como falsificação de atas de audiência para fruição indevida do benefício do seguro desemprego, distribuição dirigida, sem contar a irrefreável multiplicação dos pleitos de rescisões indiretas infundadas, o que assoberba, ainda mais, esta Justiça do Trabalho. Conversando com colegas de outros regionais nos Congressos e analisando as estatísticas nacionais da Justiça do Trabalho, percebemos que as condições de trabalho dos Juízes da 3ª Região são desfavoráveis em relação ao restante de regionais do mesmo porte do nosso. Como dissemos anteriormente, o número de processos distribuídos anualmente para cada vara de BH supera, na data de hoje, a casa dos 2.600, enquanto que, a título exemplificativo, no Tribunal da 8ª Região (Bahia), cada Vara recebe em média 1.400 processos por ano, e conta com 02 juízes em atuação. No TRT da 15ª região, as Varas que recebem 1.800 processos por ano e também contam com 02 juízes em atuação. Diante deste quadro, penso que a única forma de se equacionar e humanizar a jornada de trabalhos dos juízes deste foro e de outros similares no interior do Estado será a designação de 02 juízes por vara. Desta forma, contamos com a sensibilidade de nossa futura presidente para nos auxiliar nesta empreitada, afiançando a ela e a todo o Tribunal nosso intento em continuar trabalhando com afinco para que nosso TRT retome a posição de destaque que sempre teve no cenário nacional. A aprovação da lista simultânea para agilizar o processo de promoção dos juízes para a segunda instância, que contou com a aprovação de todos aqueles na iminência de serem promovidos, é um mecanismo que interessa a toda a magistratura pois possibilitará o acesso mais rápidos dos magistrados à 2ª instância, abrindo vagas para novas promoções, além de abrir oportunidades para aqueles advogados que aspiram ingressar na magistratura trabalhista, e viabilizar as remoções, fazendo com os juízes que laboram no interior consigam vagas na capital, estabilizando, assim, suas carreiras. Não podemos deixar de registrar nossa preocupação com a implantação da Resolução 63 que vem assombrando juízes e servidores nos últimos tempos, pois a simples notícia de sua aplicação vem desestabilizando os servidores que se veem ameaçados de perderem suas gratificações, o que ocasiona a redução da produtividade nas varas e demais unidades da Justiça do Trabalho. Para tanto, contamos com o apoio da Dra. Maria Laura e da nova administração do TRT e também com o apoio do Dr. Carlos Alberto Reis de Paula para que leve ao CNJ, CSJT E TST nosso grito de socorro pela melhoria de condições de trabalho dos magistrados deste Regional. Rogamos, também, ao Dr. Carlos Alberto que sugira ao CNJ, CSJT que revisite a 1ª Instância e volvam seus olhares para os problemas acima relatados, para que esta Justiça possa oferecer melhores serviços à sociedade. Muito obrigada.