COLÉGIO MARISTA - PATOS DE MINAS
3º ANO DO ENSINO MÉDIO - 2013
Professor (a): Flávio Matias de Araujo
2ª RECUPERAÇÃO AUTÔNOMA
GABARITO DE FILOSOFIA
Estudante: _______________________________________________ Turma: ___
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Conteúdos:
- A Crise da Razão
- A Autonomia da Política
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QUESTÃO 01:
Sobre a crise da razão, é incorreto afirmar:
A) A crise da razão é também uma crise da subjetividade.
B) A pós-modernidade não é fruto da chamada crise da razão.
C) A crise da razão é também uma crise do pensamento ocidental.
D) A descrença na razão iluminista é um dos pilares da crise da razão no final do século XIX e início do século
XX.
E) O filósofo alemão Friedrich Nietzsche é um dos pensadores que criticou severamente a razão e a
moral tradicional.
QUESTÃO 02:
“Na produção social de sua existência, os homens estabelecem relações determinadas, necessárias,
independentes da sua vontade, relações de produção que correspondem a um determinado grau de
desenvolvimento das forças produtivas materiais.” (MARX, 2009, p. 23).
A partir da análise desse fragmento de texto, é correto afirmar:
A) A existência para Marx se reduz à transcendência.
B) O pensamento marxista pode ser denominado de materialista mecanicista.
C) As relações de produção para Marx determinam a produção social da existência.
D) As forças produtivas materiais não têm importância para o pensamento marxista.
E) O conceito de relações de produção, em Marx, está restrito às classes dominantes.
QUESTÃO 03:
Sobre a crise da razão, analise as afirmativas, marcando com V as verdadeiras e com F, as falsas.
(V) A crise da razão é também uma crise da subjetividade.
(F) A Filosofia dos frankfurtianos não se insere no contexto da crise da razão.
(V) A descrença na razão iluminista é um dos pilares da crise da razão ocidental.
(V) O método socrático baseia-se em dois aspectos, a ironia e a maiêutica.
(F) Aristóteles foi discípulo de Platão e aceitou plenamente a Teoria das Ideias.
Após análise dessas afirmativas, a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo, é a
A) F F F V V
B) F V F V F
C) V F V V F
D) F V V V F
E) F F V F V
QUESTÃO 04:
São considerados filósofos contratualistas
A) Husserl, Bachelard e Deleuze.
B) Thomas Hobbes, Husserl e Baktin.
C) John Locke, Karl Marx e Max Weber.
D) Jean-Jacques Rousseau, John Locke e Sócrates.
E) Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Roussean.
QUESTÃO 05:
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Maquiavel acerca da relação entre poder e
moral, é correto afirmar.
a) Maquiavel se preocupa em analisar a ação política considerando tão-somente as qualidades morais do
Príncipe que determinam a ordem objetiva do Estado.
b) O sentido da ação política, segundo Maquiavel, tem por fundamento originário e, portanto, anterior, a ordem
divina, refletida na harmonia da Cidade.
c) Para Maquiavel, a busca da ordem e da harmonia, em face do desequilíbrio e do caos, só se realiza com a
conquista da justiça e do bem comum.
d) Na reflexão política de Maquiavel, o fim que deve orientar as ações de um Príncipe é a ordem e a
manutenção do poder.
e) A análise de Maquiavel, com base nos valores espirituais superiores aos políticos, repudia como ilegítimo o
emprego da força coercitiva do Estado.
QUESTÃO 06:
Texto
A maior parte daqueles que escreveram alguma coisa a propósito das repúblicas o supõe, ou nos pede ou
requer que acreditemos que o homem é uma criatura que nasce apta para a sociedade. Os gregos chamam-no
zoon politikon; e sobre este alicerce eles erigem a doutrina da sociedade civil [...] aqueles que perscrutarem
com maior precisão as causas pelas quais os homens se reúnem, e se deleitam uns na companhia dos outros,
facilmente hão de notar que isto não acontece porque naturalmente não poderia suceder de outro modo, mas
por acidente.[...]
Toda associação [...] ou é para o ganho ou para a glória – isto é, não tanto para o amor de nossos próximos,
quanto pelo amor de nós mesmos. [...] se fosse removido todo o medo, a natureza humana tenderia com muito
mais avidez à dominação do que construir uma sociedade. Devemos, portanto, concluir que a origem de todas
as grandes e duradouras sociedades não provém da boa vontade recíproca que os homens tivessem uns para
com os outros, mas do medo recíproco que uns tinham dos outros. (HOBBES, T. Do Cidadão. São Paulo:
Martins Fontes, 1992. p. 28-29; 31-32.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento político hobbesiano, é correto afirmar.
a) Hobbes reafirma o postulado aristotélico de que os homens tendem naturalmente à vida em sociedade, mas
que, obcecados pelas paixões, decaíram num estado generalizado de guerra de todos contra todos.
b) O estado de guerra generalizada entre os homens emerge, segundo Hobbes, da desigualdade promovida
pela lei civil e pelo desejo de poder de uns sobre os outros.
c) A idéia de que o estado de guerra generalizada ocorre com o desaparecimento do estado de natureza, onde
todos os homens vivem em harmonia, constitui o fundamento da teoria política de Hobbes.
d) Segundo Hobbes, para restaurar a paz que existia no estado de natureza, os homens sujeitam-se, pelo
pacto, a um único soberano para subtrair-se ao medo da morte e, por sua vez, garantir a autopreservação.
e) Segundo Hobbes, à propensão natural dos homens a se ferirem uns aos outros se soma o direito
de todos a tudo, resultando, pela igualdade natural, em uma guerra perpétua de todos contra todos.
QUESTÃO 07:
Texto
O princípio de toda ação está na vontade de um ser livre, não poderíamos remontar além disso. [...] não há
verdadeira vontade sem liberdade. O homem, portanto, é livre em suas ações [...]. Se o homem é ativo e livre,
ele age por si mesmo. Tudo o que faz livremente não entra no sistema ordenado da Providência e não lhe pode
ser imputado. [...]
A consciência é a voz da alma, as paixões são a voz do corpo. [...] [A consciência] é o verdadeiro guia do
homem; ela está para a alma assim como o instinto está para o corpo: quem a segue obedece à natureza e não
tem medo de se perder. [...] Existe, pois, no fundo das almas um princípio inato de justiça e de virtude a partir
do qual, apesar de nossas próprias máximas, julgamos nossas ações e as de outrem como boas ou más, e é a
esse princípio que dou o nome de consciência. (ROUSSEAU, J. J. Emílio ou da Educação. São Paulo: Martins
Fontes, 2004. p. 396; 405; 409.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento moral de Jean-Jacques Rousseau, é correto
afirmar
a) Rousseau reafirma que o fundamento objetivo dos juízos morais está em Deus, que ilumina a consciência
humana e nela inspira o “princípio inato de justiça e de virtude”.
b) Herdeiro do pensamento de Platão, Rousseau defende que a prática do bem coincide com a busca
interminável do conhecimento da verdade e da justiça.
c) Rousseau reafirma que, por meio da consciência, o ser humano é movido pela busca da felicidade, alcançada
pela reflexão e pelo desprezo dos desejos e das paixões.
d) Rousseau rejeita que o fundamento da moral seja a conformidade com a lei divina, afirmando a
crença na objetividade de uma lei natural, anterior a qualquer lei positiva.
e) Rousseau recusa aceitar a existência de noções morais anteriores à experiência humana e defende que o ser
humano é naturalmente movido pela busca do prazer.
QUESTÃO 08:
Maquiavel não era filósofo, era historiador e consultor político, mas suas ideias geralmente são consideradas
não só como marcantes para o nascimento da ciência política, mas também das próprias questões que deram
origem à filosofia política moderna e contemporânea, e particularmente no que se refere à natureza do poder,
sobre o qual ele afirmou que:
A) o soberano deve cumprir apenas a vontade do povo, mesmo que isso prejudique a manutenção do poder em
suas mãos.
B) A Ética política é uma decorrência direta da moral individual.
C) A razão de Estado, ou os interesses da República, é que devem determinar a atuação do
governante.
D) A política está sempre sujeita aos interesses religiosos.
E) O ideal da República e do bem estar dos cidadãos deve estar acima da realidade das circunstâncias, sendo
esse ideal o norteador da ação do príncipe.
QUESTÃO 09:
Maquiavel em O Príncipe fornece elementos para uma nova ciência política a partir do contexto do renascimento
nas cidades européias. Segundo ele não existe um fundamento anterior ou exterior à política, tais como Deus
ou Natureza, mas toda cidade está dividida em dois desejos opostos: os poderosos com o desejo de oprimir e
comandar e o povo com o desejo de não ser oprimido. Nessa perspectiva, do realismo político, Maquiavel
defende que:
A) O verdadeiro Príncipe é aquele que sabe tomar e conservar o poder;
B) A finalidade da política é a divisão do povo;
C) Os poderosos são quem devem eleger o Príncipe;
D) O poder deve ser negociado democraticamente com todas as partes;
E) O líder político precisa unir a cidade superando os desejos opostos.
QUESTÃO 10:
O existencialismo foi uma corrente de pensamento que fez do homem efetivamente existente o centro e o
núcleo das questões filosóficas, e o ponto de partida para a Ontologia; um dos seus mais conhecidos criadores
e pensadores, o francês Jean Paul Sartre,
A) Rejeita toda e qualquer dependência da filosofia de Heidegger.
B) Não aceita a metodologia fenomenológica e prefere um discurso filosófico mais próximo do dramático.
C) Considera que a existência de Deus é a garantia da plena liberdade humana.
D) Define o ser humano como um ser em projeto, inacabado, que se completa nas suas relações de
solidariedade com os outros.
E) Argumenta que a essência do ser para si é sua própria existência.
QUESTÃO 11:
O que é a crise da razão?
A crise da razão é a descrença no fato de que a razão iluminista fosse suficiente para dar
sentido a toda realidade humana.
QUESTÃO12:
O que significa a experiência religiosa para Kierkegaard?
Para kierkegaard a experiência religiosa é a tomada de consciência do ser humano com
relação às suas paixões, contradições e angustias e posteriormente o enfrentamento dessas
paixões, contradições e angustias.
QUESTÃO 13:
Como a fenomenologia, com o conceito de intencionalidade, contrapõe-se à teoria do conhecimento tradicional?
Para a fenomenologia o conhecimento humano não alcança o objeto em si, mas apenas
aquilo que sua consciência intenciona conhecer, aquilo que a sua consciência observar, a partir de
suas próprias experiências, ou seja, o ser humano observa, mas modifica o objeto de seu
conhecimento a partir de sua própria experiência.
QUESTÃO 14:
Qual é a teoria contratualista de Hobbes?
Para Hobbes o contrato social é necessário para garantir a segurança, o direito a propriedade
e paz social, já que o ser humano naturalmente é egoísta e vive em constante conflito.
QUESTÃO 15:
Qual é a teoria contratualista de Locke?
Para Locke o contrato social é necessário para garantir o direito a propriedade, o direito a
vida e á segurança, já que o ser humano naturalmente tende a julgamentos tendenciosos
favorecendo seus caprichos, e portanto, necessita de um juiz para moderar seus conflitos.
QUESTÃO 16:
Qual é a teoria contratualista de Rousseau?
Para Rousseau o contrato social é necessário para garantir que vontade geral prevaleça
sobre a vontade de todos, ou seja, que bem coletivo prevaleça sobre a somatória das vontades
individuais, que muitas vezes entra em contradição com o bem coletivo.
QUESTÃO 17:
Qual é a novidade do pensamento de Montesquieu?
Montesquieu entendeu que apenas o poder é capaz de frear o poder, sendo assim percebeu a
necessidade de uma divisão do poder em poderes de igual intensidade e autônomos entre si.
QUESTÃO 18:
Qual é a relação entre virtu e fortuna para Maquiavel?
Para Maquiavel a virtu é a capacidade que o governante tem de compreender as
circunstancias e agir de maneira adequada em resposta aos problemas detectados; e fortuna seria a
capacidade de identificar o momento propicio para agir.
QUESTÃO 19:
Qual é a relação entre ética e política para Maquiavel?
Para Maquiavel a política exige atitudes que são direcionadas ao momento, ele tem a
obrigação de agir da maneira mais conveniente para o momento, portanto, uma ética baseada em
comportamentos pré-estabelecidos não é adequado para a ação política.
QUESTÃO 20:
Qual foi a importância das teorias contratualistas no movimento contra o absolutismo?
As teorias contratualistas representam o esforço dos filósofos em busca o fundamento
racional do poder soberano, para legitimá-lo sem recorrer à intervenção divina ou qualquer
fundamentação religiosa.
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Gabarito rec. filos 3ano ok