REPESADO OS SUJEITOS DA HISTÓRIA E DA HISTÓRIA ESIADA:
COTRIBUIÇÕES DA PSICAÁLISE PARA A FORMAÇÃO DA IDETIDADE
CULTURAL
Maria José Beraldo de Moraes
Maria Lucia de Oliveira
UNESP-Campus de Araraquara
[email protected]
A HISTÓRIA
Eric Hobsbawn, historiador inglês do século XX, escreve que
“ A destruição do passado – ou melhor, dos mecanismos sociais que vinculam nossa experiência pessoal à das
gerações passadas – é um dos fenômenos mais característicos e lúgubres do final do século XX. Quase todos os
jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público
da época em que vivem. Por isso os historiadores, cujo ofício é lembrar o que os outros esquecem, tornam-se mais
importantes que nunca no fim do milênio. Por esse motivo, porém, elês têm de ser mais que simples cronistas,
memorialistas e compiladores.”(HOBSBAWN:1995,13)
Este autor nos coloca diante de três questionamentos: 1. o que é História para e na sociedade
atual; 2. a função do historiador e do professor de história; 3. a história ensinada como
mecanismo social que vincula nossa experiência pessoal à das gerações passadas. Assim nos
colocamos as seguintes questões: o ensino pode ser esse mecanismo social? Os professores de
História estão cientes da responsabilidade de ensinar jovens adolescentes? Estes professores
estão contribuindo para significar este conteúdo escolar? Se a função dos historiadores é
lembrar aquilo que todos esquecem, qual seria a função do professor de história? Como ajudar
os adolescentes a lembrar de seu passado, da constituição da cultura humana?
Um primeiro procedimento seria desvelar o significado da palavra História. Se nos atermos
em BORGES (1983) verificamos que História é uma palavra de origem grega que significa
investigação, informação. Deve ter surgido no século VI antes de Cristo na região
mediterrânea, ou seja nas regiões do Oriente próximo, da costa norte-africana e da Europa
Ocidental. Mas, antes dos homens usarem esse termo para designar uma explicação de algo
vivido, outros homens criaram o mito na tentativa de ter uma explicação sobre sua origem e
vida.
Na Antiga Grécia, a explicação histórica vai deixando de ser atribuída a causas sobrehumanas (o mito) e passam a examinar os fatos humanos tendo uma preocupação explícita
com a verdade. A história é vista como mestra da vida, meio que possibilita os homens a
compreender o seu destino. Apesar dos esforços dos historiadores gregos essa propensão à
verdade não é o que vai prevalecer na escrita histórica. Com a decadência da Antiga Grega e
ascensão de Roma, surge e se difunde dentro do império romano, a religião judaico-cristã que
vai fundamentar e justificar a história daqueles que viveram após a desestruturação do império
romano. Da mesma forma, também com o fim do império romano e a ascensão do
feudalismo, do Iluminismo, da Modernidade, o conceito do que é História, para que serve,
como deve ser utilizada, vai sendo definido pelos homens que a vivem e a fazem conforme
suas condições e necessidades materiais e psíquicas.
Em seu livro “História e Memória” Jacques Le Goff (1990) diz que hoje é possível colocar
seis tipos de problemas para o conceito História:
“1. Que relações existem entre a história vivida, a história ‘natural’, senão ‘objetiva’, das sociedade humanas, e o
esforço científico para descrever, pensar e excplicar esta evolução, a ciência histórica? (...) 2. Que relações tem a
história com o tempo, com a duraçaão, tanto com o tempo ‘natural’ e cíclico do clima e das estações quanto com o
tempo vivido e naturalmente registrado dos indivíduos e das sociedades?(...)3. A dialética da história parece
resumir-se numa oposição – ou num diálogo – passado/presente (e/ou passado/presente). Em geral, esta oposição
não é neutra mas subentende, ou exprime, um sistema de atribuição de valores, como por exemplo nos pares
antigo/moderno, progresso/reação.(...) 4. A história é incapaz de prever e de predizer o futuro. (...) 5. Em contato
com outras ciências sociais, o historiador tende hoje a distinguir diferentes durações históricas. Existe um renascer
do interesse pelo evento, embora seduza mais a perspectiva de longa duração.(...) 6. A idéia da história como
história do homem foi substituída pela idéia de história como história dos homens em sociedade. Mas será que
existe, se é que pode existir, somente uma história do homem? “ (LE GOFF, 1990:7-8)
Como vimos em Le Goff, a história abriu-se para várias e diferentes vertentes, abordagens de
estudos e interpretações. Isso mostra a amplitude desta ciência. Por outro lado, apresenta-se
como uma ciência em que se estendeu tanto de sentidos que agora busca sua identidade nesta
multiplicidade de possibilidades.
A citação de Hobsbawn nos alerta para os vários significados da História e da construção
sócio-cultural deste significado, já que cada época pode rediscutir, ressignificar sua concepção
e seu fazer histórico. Mas, por outro lado nos direciona o olhar sobre os aprendizes da
História, ou seja, os jovens. Quem é nosso jovem adolescente? Como afetá-lo com nosso
conteúdo?
Para investigar um pouco mais estas questões, pensamos ser necessário o auxílio de outras
ciências, e, neste caso acredito que a concepção de sujeito humano como concebe a
Psicanálise possa ampliar nossos horizontes sobre os debates na relação ensino-aprendizagem,
como da relação do sujeito individual e a dinâmica que estabelece com o social, ou seja, a
dinâmica do fazer a história.
Emprestamos de Fábio Herrmann uma citação que expressa muito da concepção de homem
que tenho buscado utilizar nesta pesquisa. Quando o autor exemplifica a maneira como o
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homem se constitui com a construção de uma casa que mesmo quando finda a construção não
completa o desejo do seu construtor, e diz:
“É que a casa que construíram, como a grande casa que a humanidade vem construindo para si, representa bem
demais a realização de seu desejo. Ora, o problema é que nós não desejamos o que queremos, nem tampouco
ficamos satisfeitos de encontrar o que desejamos. Na verdade, nós, humanos, não sabemos bem o que desejamos.
Veja um exemplo. Antes de mais nada, nós somos aquilo que desejamos ser. É fácil entender, já que desejo é o
nome daquilo que faz com que a gente pense, faça, seja. Ele parece vir de dentro da alma, mas é criado na vida
social e biológica, de sorte que se pode dizer até que “ somos desejados” desta ou daquela maneira. Somos
desejados ou entediados, cruéis ou compassivos, apavorados ou distraídos. Aliás, a humanidade deseja-se como é:
e, dizia, constrói-se e constrói o seu mundo de acordo com tal desejo. Só que não acredita que, de fato, se tenha
desejado como é.” (Herrmann, 1984, p.10-11)
A maneira como Herrmann coloca o sujeito, sua relação com o social e seu fazer história,
auxilia e amplia nosso olhar e dirige nossa atenção para as contribuições que a Psicanálise
possa vir a fornecer para esta pesquisa e, em especial para o repensar da dinâmica do processo
histórico. Esta deve contemplar elementos não só concretos e reais, mas também
determinantes da constituição do sujeito humano.
CIVILIZAÇÃO: HISTÓRIA E CULTURA
Especificamente sobre o tema cultura e civilização Freud faz a seguinte observação:
“ A civilização humana, expressão pela qual quero significar tudo aquilo em que a vida
humana se elevou acima de sua condição animal e difere da vida dos animais – e desprezo ter
que distinguir entre cultura e civilização -, apresenta, como sabemos dois aspectos ao
observador. Por um lado, inclui todo o conhecimento e capacidade que o homem adquiriu com
o fim de controlar as forças da natureza e extrair a riqueza desta para a satisfação das
necessidades humanas; por outro lado, inclui todos os regulamentos necessários para ajustar as
relações dos homens uns com outros e, especialmente, a distribuição da riqueza disponível. As
duas tendências da civilização não são independentes uma da outra; em primeiro lugar, porque
as relações mútuas dos homens são profundamente influenciadas pela quantidade de satisfação
instintual que a riqueza existente torna possível; em segundo, porque, individualmente, um
homem pode, ele próprio, vir a funcionar como riqueza em relação a outro homem, na medida
em que a outra pessoa faz uso de sua capacidade de trabalho ou escolha como objeto sexual;
em terceiro, ademais, porque todo indivíduo é virtualmente inimigo da civilização, embora se
suponha que esta constitui um objeto de interesse humano universal.”(FREUD, 1927:15-16)
Para Freud o espaço a que chama cultura refere-se a dois fins básicos. Um primeiro que é o de
conquistar e dominar as forças da Natureza para dela extrair bens, o segundo diz respeito à
criação de organizações necessárias para regular as relações dos homens entre si. Ou seja, por
questão de necessidade os homens se unem. Para Freud a noção de necessidades vitais está
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além de produção de bens de consumo. Associa necessidade à pulsão1, ou seja, ao satisfazer
nossas necessidades vitais estamos na verdade satisfazendo nossas necessidades pulsionais.
Assim a civilização vive sobre um enigma que seja o de que ao satisfazer as necessidades
pulsionais cada indivíduo é obrigado a se associar a outros indivíduos, porém este fato leva a
limitação a satisfação das pulsões de cada um. Ou seja, a civilização é tanto fonte de
satisfação como de frustração, o que implica que a cultura, assim como a civilização deve ser
defendida contra o indivíduo, aspecto comentado na sua terceira consideração.
As organizações institucionais, associações, leis, mandamentos, etc criados pelo próprio
homem é o que promove a defesa deste contra a civilização, e inclusive a defende de seus
impulsos hostis. Desta forma a cultura precisa do investimento de cada indivíduo. Esse
investimento tem que estar afastado do erotismo fundamental. A cultura ao reprimir os
instintos mais primitivos da condição humana e educá-lo para a civilização, promove a
sublimação como condição de cada um investir na cultura aquela energia sexual reprimida
pela mesma, é a sublimação que promove a cultura. Renato Mezan ao analisar a trajetória do
pensamento freudiano com relação à cultura, menciona o seguinte:
“ Freud considera os fenômenos culturais apenas como elementos de um balanço econômico que se
opera no nível do indivíduo, e onde será decisivo o resultado da comparação entre prazer e
desprazer.(Mezan:1985,484)
O evento fundante das relações entre os homens seria a morte do pai primevo, descrito por
Freud em Totem e Tabu. Freud cria este modelo para ilustrar alguns aspectos da cultura
interessantes à psicanálise: a violência, a ineducabilidade do ser humano ou sua capacidade
para o mal. Assim surge sua hipótese de que os homens teriam se unido e fundado a vida
social, ou seja a cultura. Assim, após matar o pai todos devoram seu corpo num banquete e
incorporam a sua força, e acabam ocupando seu lugar de poder. O mais forte poderia ocupar
esse lugar se os mais fracos não se unissem para impedi-lo. Assim, surge o direito como
forma de impedir o uso descontrolado da força e por a segurança coletiva em risco. Desta
forma, criam, por um lado o Tabu, ou seja uma série de proibições que protegem a cultura
contra o indivíduo, e por outro o Totem como representante do pai morto, mas que agora será
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Pulsão de vida - grande categoria de pulsões que Freud contrapõe, na sua última teoria, às pulsões de morte.
Tendem a constituir unidades cada vez maiores, e a mantê-las. As pulsões de vida, também designadas pelo
termo “Eros”, abrangem não apenas as pulsões sexuais propriamente ditas, mas ainda as pulsões de
autoconservação. As pulsões de morte designa uma categoria fundamental de pulsões que se contrapõe às
pulsões de vida e que tendem para a redução completa das tensões, isto é, tendem a reconduzir o ser vivo ao
estado anorgânico.
Voltadas inicialmente para o interior e tendendo à autodestruição, as pulsões de morte seriam secundariamente
dirigidas para o exterior, manifestando-se então sob a forma da pulsão de agressão ou de destruição. In
Laplanche e Pontalis. Vocabulário da Psicanálise. São Paulo:Martins,1992,p.407 e 414
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adorado e respeitado por todos como forma de amenizar sua culpa, e símbolo daquilo que une
todos os homens..
Sendo assim, Freud não explica um evolucionismo progressista para o termo cultura e
civilização, pois estes conceitos estão dialeticamente ligados, sendo a ação de um, a existência
do outro está ameaçada. Conforme este raciocínio, a História não seria uma seqüência de fatos
encadeados para destacar a eficiência do Homem em dominar e produzir bens cada vez mais
sofisticados, mas sim, como nos apresenta o próprio Freud,
Todo o curso da história da civilização nada mais é que um relato dos diversos métodos adotados pela
humanidade para ’sujeitar’ seus desejos insatisfeitos, que, de acordo com as condições
cambiantes(modificadas, ademais, pelos progressos tecnológicos) defrontam-se com a realidade, às
vezes favoravelmente e outras com a frustração.”( FREUD,1913, 187)
Renato Mezan(1985) busca a apreensão da teoria freudiana da cultura e as contribuições que
Freud teria deixado para entendermos a relação individual- social. Neste trabalho o autor vai
relatando o percurso de Freud, pensador da cultura, ao mesmo tempo aponta aquilo que da sua
teoria é mais significativo para a elaboração do conceito cultura, como também, apresenta a
evolução do pensamento freudiano, seus avanços, retrocessos, momentos de reflexão e limites
da sua teoria.
Mezan observa que a relação pulsão de vida e a pulsão de morte, assim como o complexo de
Édipo serão os pilares que fundam a cultura e por isso deverão servir de referenciais teóricos
para pensar a cultura.
Dentro desta dualidade pulsional, o autor cita a sublimação como manifestação de Eros.
“A esfera social se apresenta como campo privilegiado para Eros, dado que, por meio das tendências
libidinais ‘inibidas quanto ao fim’ – isto é, sublimadas- a finalidade de vinculação em unidades cada vez
mais amplas pode se exercer em escala infinitamente mais vasta que no nível celular ou no da
sexualidade no sentido estrito do indivíduo. Mas, da mesma forma, ela oferece as tendências opostas, de
natureza agressiva, um campo de exercício igualmente grande, quer nas relações interpessoais, quer sob
a forma da hostilidade entre grupos, classes, povos e nações.(...) O vínculo afetivo que une diversos
indivíduos num mesmo grupo é o mecanismo da identificação. A identificação atuante nos grupos não é
primária, mas resulta da transformação de um sentimento primitivamente hostil. A hostilidade surge da
inveja infantil ( do desejo de que todos sejam igualmente amados pelos seus pais). Sendo isso
impossível, a hostilidade se inverte, todos passam a amar o mesmo. (...) a condição de tal transformação
é a presença, real ou imaginária, de uma pessoa exterior ao grupo, cujo amor há de ser igualmente
distribuído por todos os seus membros: a identificação recíproca exige assim a posição do líder como
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aquele para o qual convergem as aspirações libidinais inibidas quanto ao fim, e é somente porque todos
amam o mesmo que a hostilidade mútua pode ser vencida. (...)”(MEZAN,1985:453).
Se o combate entre pulsão de vida e de morte alcança na civilização sua máxima envergadura,
também é verdade que, sob a forma da coerção social, as inclinações pulsionais são refreadas
e provocam graves conflitos na vida psíquica do animal civilizado!(Mezan,1985,454)
Freud considera que,
(...) a cultura é o espaço que precisa de “enorme investimento de cada indivíduo em atividades
realizadas afastadas do erotismo fundamental, e que ao mesmo tempo este investimento só pode provir
da sublimação das pulsões sexuais (pré genitais) ela impõe a cada qual uma renúncia cada vez mais
intensa às demandas eróticas.(...) a cultura se constrói com a energia desviada da libido, e esta termina
por protestar; embora a intensidade da renúncia libidinal possa ser diminuída(...), a necessidade desta
renúncia é contínua e integral, sob pena de desmoronamento da civilização.”(Mezan,1985,488)
Como conceber a história e o social a partir da teoria freudiana da cultura? Segundo Mezan, o
social e o psíquico são constituídos pela mesma substância, ou seja, o assassinato do pai da
horda. Este ato institui o complexo de Édipo e faz surgir no mesmo movimento o desejo, a
culpa e a proibição ao incesto. Cada uma destas faces tem um caráter psíquico e outro social.
Tendo sido fundado na mesma origem a analogia vai tanto do psíquico individual ao psíquico
coletivo como na direção oposta. Sendo assim, a vida social remete “`a atualização de algo
que a funda e ao mesmo tempo só por ela vem à existência efetiva(...)”(MEZAN, 1985,p.543)
Por ora vimos que os elementos inconscientes constituintes do sujeito individual também
aparecem no social. Por uma dinâmica entre estes âmbitos, e, perpassada pelo desejo, é que se
faz a História e age o sujeito histórico. Temos entendido que o movimento e a dinâmica
humana ocorre para além da intenção. Que o civilizar humano consiste e deve ser concebido a
partir a existência do inconsciente e do consciente sendo que nem um domina o outro, mas
que há uma inter-relação entre eles que co-determina o social.
EDUCAÇÃO, CIVILIZAÇÃO...
Para que a civilização se mostre construtiva às ações humanas é necessário um investimento
libidinal na cultura, o que não tem se efetuado criativamente e em benefício da vida mental
dos indivíduos na sociedade contemporânea. Desta forma, a educação se apresenta como um
dos meios de acionar este investimento libidinal promovendo tanto o enriquecimento da
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cultura como as restrições aos comportamentos humanos, necessários à vida social. Sendo
assim, civilização e cultura constituem-se por intermédio de processo dialético e dinâmico, e,
não em tendência evolucionista como suspeitam alguns historiadores e cientistas sociais.
A cultura está marcada pela dimensão inconsciente da humanidade. A psicanálise ao buscar
entender a dimensão inconsciente na cultura e compreender aquilo que é essencial no
desenvolvimento humano,
se mostra como caminho fecundo nesta relação que aqui se
procura estabelecer entre a concepção da História, a dinâmica da relação educativa e da
fecundidade da história ensinada para a formação do jovem adolescente de maneira que lhe
possibilite saber de si, na medida em que vincule sua experiência presente identificando-se
com a cultura de gerações passadas.
Entender a história, tanto aquela vivida pelos homens quanto a ciência por eles criada, ambas
produto da cultura e da necessidade psíquica de todos os homens, muito mais que uma
seqüência de fatos, acontecimentos, sujeitos e temas, manifesta-se como um atestado do que é
humano e do que este pensa ser.
Dentro deste contexto e com estas perspectivas enunciadas por Freud que pretendemos
colocar o ensino da história enquanto conhecimento que pode recriar um laço humano entre
adolescentes e a cultura. O ensino da história nesta perspectiva pode ajudar o adolescente a se
ver e se construir humano (civilização) e, ao mesmo tempo, mostra a história enquanto espaço
das possibilidades e limites da humanidade.
BIBLIOGRAFIA
BORGES, V.P. O que é História?. São Paulo: Brasiliense,1983.
FREUD, S. O Interesse da Psicanálise do Ponto de Vista da História da Civilização(1913).
Rio de Janeiro: Imago,1976.
FREUD, S. “O Futuro de Uma Ilusão”(1927). Rio de Janeiro:Imago,1995.
HERRMANN, F. O que é Psicanálise? São Paulo:Brasiliense,1984
HOBSBAWN, E.. A Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991(trad. Marcos
Santarrita). São Paulo: Cia das Letras,1995.
LE GOFF, J. Memória e História. Campinas, São Paulo: editora da UNICAMP, 1990.
MEZAN, R. Freud Pensador da Cultura, , São Paulo:Brasiliense, 1985.
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Autora – Maria José Beraldo de Moraes
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repensando os sujeitos da história e da história ensinada