INTELIGÊNCIA COMPETITIVA PARA A 5ª DELEGACIA DE POLICIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Cesar José de Campos; Marcelo Soares de Oliveira Projeto Final submetido ao Corpo Docente dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de Especialista em Gestão do Conhecimento e Inteligência Empresarial. Aprovado por Prof. Marcos do Couto Bezerra Cavalcanti, D.Sc. Prof. Elisabeth Braz Pereira Gomes, D.Sc. André Faria Pereira Neto, D.Sc. RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL AGOSTO DE 2003 1 2 CAMPOS, CÉSAR JOSÉ DE; SOARES, MARCELO DE OLIVEIRA. Inteligência Competitiva para a 5ª Delegacia de Policia Civil do Estado do Rio de Janeiro. [Rio de Janeiro] 2003 VI, 80 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, Especialização, Engenharia de Produção, 2003) Projeto Final – Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE 1. Inteligência Competitiva 2. Gestão do Conhecimento 3. Segurança Pública 4. Delegacia de Polícia. I. COPPE/UFRJ, II. Título (série). 3 As nossas Famílias, pelo apoio. A Administração e ao Corpo Docente do CRIE, por nos despertar para o mundo da Gestão do Conhecimento. Aos colegas de turma, MBKM-RJ06, que tanto contribuíram com conteúdo no dia-a-dia em sala de aula. Aos companheiros do Grupo Executivo, pela inesgotável fonte de informações. 4 Resumo do Projeto Final apresentado a COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Especialista em Gestão do Conhecimento e Inteligência Empresarial. INTELIGÊNCIA COMPETITIVA PARA A 5ª DELEGACIA DE POLICIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Cesar José de Campos Marcelo Soares de Oliveira Agosto / 2003 Orientadora: Elisabeth Gomes Programa: Engenharia de Produção Este trabalho apresenta o desenvolvimento de um projeto de Inteligência Competitiva para a SIP - Seção de Inteligência Policial de uma delegacia de Polícia do Estado do Rio de Janeiro. Nele, encontram-se descritas as características da seção, o histórico de atuação da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro e do Programa Delegacia Legal. Na elaboração deste projeto, foi considerado um conjunto de ferramentas para a análise estratégica das Delegacias de Polícia, dentre elas, o Modelo das Cinco Forças de Porter, Matriz Swot, Análises de Cenários e Fatores Críticos de Sucesso. A partir desta análise, foram determinadas as bases para a implantação de novos procedimentos para a SIP Seção de Inteligência Policial. Neste sentido, foram definidos, ainda, modelos de gestão para as vigilâncias, as fontes básicas de Informação, como classificá-las e como utilizá-las. 5 Abstract for Final Project presented to COPPE/UFRJ as a partial requirement for the degree in Knowledge Management and Business Intelligence Specialist. COMPETITIVE INTELLIGENCE FOR THE 5th POLICE STATION OF POLICE OF THE STATE OF RIO DE JANEIRO Cesar José de Campos Marcelo Soares de Oliveira August / 2003 Advisor: Elisabeth Gomes Department: Industrial Engineering This paper presents the development of a project about Competitive Intelligence within a police station’s SIP (section of police intelligence) in Rio de Janeiro. The paper describes the features of the SIP as well as the history of Rio de Janeiro State Civil Police and the “Delegacia Legal” program. A set of tools for strategic analysis aimed on the police stations was considered while elaborating this project, including Porter’s Five Forces Model, SWOT Matrix, Scenario Analyses and Critical Factors to Success. From this point, the paper determines the bases for implanting new procedures on the SIP. In the same sense, the paper defines the management models for monitoring, the basic information sources, and their respective ways of classifying and use. 6 Sumário 1. Introdução A polícia Civil e a Sociedade do Conhecimento 2. A Organização 2.1. História da Polícia do Estado do Rio de Janeiro, da colonização até 1994 1 1 4 4 2.2. Programa Delegacia Legal 10 2.3. Organograma da Secretária de Segurança Pública 14 2.4. O projeto 15 2.4.1. Análise da Norma 3. Análise Estratégica 17 20 Missão da Polícia Civil 20 Missão da 5ª Delegacia de Polícia 20 Visão 20 Valores 21 Serviços 21 3.1. Modelo das cinco forças de Porter 3.1.1. Descrição dos atores apresentados no modelo Porter 22 22 3.2. Matriz SWOT 26 3.3. Estrutura de Macro-Processos 27 3.4. Estrutura de Organizacional 28 4. Inteligência Competitiva em uma Unidade Policial 29 4.1. MPIC – Modelo de Projeto de Inteligência Competitiva 30 4.2. Identificação das Necessidades de Informação 32 4.2.1. Descrição das Vigilâncias: 34 4.2.2. Seleção das vigilâncias prioritárias para a operacionalização dos novos processos da SIP – Seção de Inteligência Policial. 35 4.2.3. Questões estratégicas e relevantes – Vigilância Social 36 4.2.4. Questões estratégicas e relevantes – Vigilância Política / Legal 37 4.3. Coleta das Informações 38 4.3.1. Classificação das Fontes de Informação 39 4.3.2. Tratamento das Informações 40 4.4. Análise das Informações 42 4.4.1. Produto 43 4.4.2. Perfil desejado para o Analista de Informação da SIP 46 4.5. Disseminação 47 7 4.6. Produtos finais 5. Conclusão 5.1. Considerações Finais 48 50 50 Bibliografia 52 Sites Internet 53 Anexo I – Detalhamento do Processo 54 Anexo II – Apresentação Final 61 8 1. Introdução A polícia Civil e a Sociedade do Conhecimento A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, assim como as demais polícias no Brasil, vêm sofrendo uma forte pressão da sociedade para melhoria dos padrões de confiabilidade, eficiência, velocidade e resultados relacionados ao controle da criminalidade. Tal situação tem-se agravado muito rapidamente, em razão das condições objetivas de violência urbana que vêm se estabelecendo na maioria das grandes cidades brasileiras, cuja resposta às polícias brasileiras estão longe de resolverem em curto prazo. 9 Uma das razões é a forma como o controle da criminalidade tem sido realizado no Brasil. Apesar de o aumento da criminalidade ser um fato incontestável, juntamente com o agravamento das condições de desigualdade e exclusão social, as polícias brasileiras têm apresentado há anos o mesmo padrão de resposta – compram-se armas; compram-se veículos; compram-se computadores e utiliza-se tudo de forma desarticulada, sem planejamento, sempre atuando com padrão reativo de resposta e nunca com ações pró-ativas. Um aspecto muito interessante nesta questão é o fato de que boa parte das instituições brasileiras de segurança pública estaduais, agem da mesma forma diante dos problemas de segurança pública e todos, sem exceção, também obtêm os mesmos resultados medíocres e os mesmos padrões de ineficiência, sem deixar de lado que todos têm a mesma imagem desgastada diante da população. É um fenômeno que não nos cabe analisar neste trabalho, mas que se torna importante sob o aspecto de entendimento do projeto aqui apresentado. As instituições policiais não acompanharam a incrível mudança que a sociedade moderna vem sofrendo e, conseqüentemente, não conseguiram relacionar as conseqüências destas mudanças tanto nas formas novas da criminalidade, quanto nos instrumentos necessários ao seu controle. É quase inacreditável que a Polícia Civil no Brasil, que tem como missão institucional à atividade de polícia judiciária, que acabou levando , a investigação criminal, não ter se voltado com toda a sua energia para a análise desta nova sociedade, para a adaptação de seu conhecimento a esta nova ordem, para a reformulação de suas referências, para a construção de uma nova lógica funcional, para a instalação de uma nova estrutura organizacional, para a reformulação de seus processos de trabalho, para a definição de novos parâmetros de aferição de desempenho e produtividade, para a redefinição do perfil de seus colaboradores, para a reestruturação das academias de polícia e de seus currículos. Enfim, seriam todas as ações necessárias à adaptação de uma organização a uma nova realidade do ambiente. É incrível como a Polícia Civil no Brasil inteiro agiu de forma semelhante ao negar o advento desta nova forma de organização social, com inovações tecnológicas de impacto, com redes de informação bem desenvolvidas e com uma nova lógica na produção de riqueza. A Polícia Civil e, em geral a área de segurança pública, no Brasil manteve-se totalmente alheia às inovações surgidas. Manteve-se firme em suas posições tradicionais e nem se apercebeu de suas ações, que se tornaram cada vez mais distantes das necessidades da sociedade. 10 É por esses motivos que nos voltamos para a experiência do Programa Delegacia Legal do Governo do Estado do Rio de Janeiro, na gestão do Governador Anthony Garotinho, que percebeu seja intuitivamente, seja tecnicamente, seja politicamente, a grande necessidade de transformação do quadro das instituições de segurança pública, especialmente a Polícia Civil, cujo trabalho é fundamental para o controle da criminalidade. Assim, com a implementação do Programa Delegacia Legal, constatamos um gigantesco potencial nas informações mantidas nas bases de dados que são mantenedoras dos sistemas de suporte à atividade policial. Efetivamente, este Programa foi o passo que correspondeu ao rompimento da história de atraso e da defasagem da Polícia Civil em relação à tecnologia e aos anseios da sociedade. Com o Programa Delegacia Legal a informação on-line, os recursos computacionais, a digitalização, a interligação em rede, o banco de dados, as estatísticas e a democratização da informação passam a fazer parte do dia a dia da atividade policial, quase que redefinindo o trabalho policial em um sociedade do conhecimento. Entretanto, não basta apenas ter as informações criminais para que a ação policial seja bem sucedida na atual sociedade, cuja característica é a velocidade dos acontecimentos e da informação. Também é necessário que outras informações oriundas dos governos e da sociedade dêem maior sustentação às atividades de inteligência desenvolvidas pela unidade policial de cada região. Na complexidade da sociedade do conhecimento as informações sócio-econômicas, culturais e ambientais têm grande relevância na análise e na descoberta de alternativas para as estratégias das ações de controle da criminalidade. Tanto isto é verdade que em cada delegacia legal implantada há uma Seção de Inteligência Policial, cujo objetivo é o de coletar, reunir, classificar e selecionar todas as informações que possam ser úteis ao trabalho de inteligência policial. 11 2. A Organização Este capitulo, tem como objetivo contextualizar o projeto de gestão do conhecimento com o foco em inteligência competitiva para uma unidade policial do Estado do Rio de Janeiro, apresentando uma síntese histórica da Polícia Civil, as necessidades da polícia e da sociedade na nova era do conhecimento, a história do programa Delegacia Legal que revolucionou a forma e os processos das delegacias do Estado do Rio de Janeiro, além da realidade atual do programa.E, especificamente, em relação à 5ª DP (Delegacia de Polícia), são apresentados os motivos da escolha desta delegacia para a realização deste projeto de inteligência competitiva. 2.1. História da Polícia do Estado do Rio de Janeiro, da colonização até 19941 Dos primórdios de nossa colonização até 1603, a vida colonial brasileira não conheceu nenhuma organização policial. Todo o poder executivo, legislativo ou judiciário estavam reunidos nas mãos dos governadores da Cidade, desde sua fundação em 1565, cabendo-lhes, desta forma, todas as providências de caráter policial. A primeira polícia existente no Rio de Janeiro foi a Guarda Escocesa, trazida por Villegagnon em 1555 para lhe garantir a vida, permitindo-lhe colocar em execução um regime opressor e severo. No dia 12 de março de 1565, na várzea existente entre o Morro Cara de Cão, hoje São João, e o pico do Pão de Açúcar, foi fundada solenemente a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Nessa ocasião, Estácio de Sá nomeou as primeiras autoridades, sendo indicado para o cargo de Alcaide Pequeno – encarregado das diligências noturnas - o carcereiro Francisco Fernandes. A primeira Cadeia Pública foi construída em 1567, no Morro do Castelo, local onde hoje se ergue o Palácio Tiradentes e o Conselho de Vereança – criado por Mem de Sá – foi quem editou as primeiras posturas referentes à atividade policial, sendo que a inaugural estabeleceu severas penas para o vício de jogo. A fiscalização e aferição de pesos e medidas, os preços dos comestíveis, o asseio da Cidade e o policiamento também foram objeto de normas governamentais. As diligências noturnas com o intuito 1 fonte: Adaptado - História da Polícia Civil no Estado do Rio de Janeiro, www.policiacivil.rj.gov.br 12 de realizar prisões foram atribuídas ao Alcaide Pequeno, que, quando necessário, se fazia acompanhar do tabelião que dava fé. A primeira organização policial apareceu em 1626. Era na realidade um esboço de organização, com sua sede instalada no Campo de Santana. Seu efetivo era de 16 policiais. Até a chegada de D. João VI ao Brasil, os vice-reis enfeixavam2 nas mãos, não só as funções administrativas mas também as policiais, juntamente com os ouvidores gerais. Pelo Alvará de 10 de maio de 1808, Dom João VI criou com as mesmas atribuições que tinha em Portugal, o cargo de Intendente Geral de Polícia da Corte, nomeando para exercê-lo o Desembargador e Ouvidor da Corte Paulo Fernandes Viana. iniciou-se, assim uma nova fase para a vida da cidade e grandes modificações no organismo policial. Dom João VI tinha por escopo organizar uma Polícia eficiente, visando precaverse contra espiões e agitadores franceses, não representando essa organização, na realidade, um mecanismo repressor de crimes comuns. Sua idéia era dispor de um Corpo Policial principalmente político, que amparasse a Corte desses informes sobre o comportamento do povo e o preservasse do contágio das temíveis idéias liberais que a revolução francesa irradiava pelo mundo. Essa polícia, além de dar cobertura política a D. João VI, foi à estrutura básica da atividade policial no Brasil. Os primeiros policiais civis remunerados que integraram a Secretaria de Polícia nos seus primórdios foram o Oficial-Maior Nicolau Viegas da Proença, os oficiais Luiz José dos Santos Marques e João Antônio dos Santos e o Tesoureiro e pagador Antônio Nicolau Ribeiro. Os demais servidores supranumerários não recebiam ordenado, apenas emolumentos 3 . De 1808 a 1827, as funções policiais e judiciárias permaneceram acumuladas, sendo exercidas pela autoridade policial. Em 15 de outubro de 1827 foi criado o Juizado de Paz, restringindo-se a função à simples vigilância e manutenção da ordem pública. Com ele, tentou-se separar a função policial da judiciária, que estavam sendo exercidas cumulativamente desde 1807 pela autoridade policial. Competia a esse juízo, entre outras atividades, separar os 2 3 Enfeixar v.t. 1. Atar em feixe. 2 juntar Emolumento sm. 1.Lucro, proveito, 2. Gratificação 13 ajuntamentos com perigo de desordem, custodiar bêbados, reprimir a vadiagem, a mendicância, a turbulência, o meretrício escandaloso, destruir quilombos, intervir em conflitos, velar pelo sossego público, lavrar auto de corpo de delito, interrogar criminosos e testemunhas e dividir seus distritos em quarteirões. Com a promulgação do Código de Processo Criminal do Império, teve a polícia uma nova organização descentralizada. O exercício das funções policiais foi conferido aos Juízes de Paz, e a um dos Juízes de Direito das cidades populosas. Este desempenhava as funções de Chefe de Polícia. A reforma de 1841 extinguiu a Intendência Geral de Polícia, e criou o cargo de Chefe de Polícia, sendo nomeado para ocupá-lo Euzébio de Queiroz Coutinho Matoso Câmara (1841-1844). Pela Lei de 3 de dezembro de 1841, o aparelho policial sofreu radical transformação com a criação no município da corte e em cada província, de um Chefe de Polícia auxiliado por Delegados e Subdelegados de Polícia, extinguindo-se as atividades dos Juízes de Paz no que dizia respeito às atribuições policiais, administrativas e judiciais. Com a queda do Império tivemos entre 1902 a 1916, o período áureo. Este surgiu com o advento da Lei no. 947 de 29 de dezembro de 1902, que reformou a organização policial. O Chefe de Polícia tinha de ser formado em Direito, obrigatoriedade extinta no governo de Artur Bernardes. A citada lei autorizou o poder executivo a reorganizar a polícia do Distrito Federal (a dividiu em civil e militar), a fazer a nova divisão das circunscrições policiais, atendendo ao desenvolvimento e extensão do Distrito, a regulamentar os serviços de estatística policial e judiciária e de identificação antropométrica, a criar colônias correcionais para reabilitação de mendigos, vadios, capoeiras e menores. Essa mesma lei subordinou a Polícia Civil diretamente ao Chefe de Polícia e determinou fosse exercida pelos delegados auxiliares, pelos delegados de circunscrições urbanas e suburbanas e seus suplentes, inspetores seccionais agentes de segurança e pela Guarda Civil integrada por 1500 policiais. Em 1932, o projeto Batista Luzardo propôs uma reforma geral na polícia, pretendendo modernizá-la e atualizá-la, para transformá-la em uma polícia técnica. O projeto – elaborado por técnicos – não foi posto em execução, mas seu espírito reformista foi adquirindo força e provocou modificações ocorridas posteriormente. 14 O Decreto n. 22.332, de 1933, autorizou o chefe de polícia a criar a Escola de Polícia, sem ônus para o Tesouro Federal. A organização policial sofreu novas alterações sob a chefia de Filinto Muller, que dirigiu os destinos da polícia de 1933 até 1944, quando foi substituído pelo Coronel Alcides G. Etchegoen. Filinto Muller, Chefe de Polícia enérgico e operoso, se destacou no combate ao comunismo e ao integralismo, notadamente, após a Intentona Comunista de 1935 e o golpe fracassado de 1937, liderado por Plínio Salgado que pretendia derrubar Getúlio Vargas do poder. A polícia sofreu em 1944, nova reforma, sob a chefia do Coronel Nelson de Mello. Com a edição do Decreto-Lei n. 6.378, de 28 de março de 1944, a Polícia Civil do Distrito Federal foi transformada em Departamento Federal de Segurança Pública, diretamente subordinado ao Ministério da Justiça e Negócios-Interiores. Nessa época, foram extintas as delegacias auxiliares, a Inspetoria Geral de Polícia e a Diretoria Geral de Investigações, esta última considerada uma verdadeira escola para novos policiais. O DFSP4 tinha a seu cargo, no Distrito Federal, os serviços de polícia e segurança pública e, no território nacional, os de polícia marítima, aérea e de segurança de fronteiras. Sua direção cabia a um Chefe de Polícia. Em 1955, Coronel Menezes Côrtes levou a efeito uma reforma geral do organismo policial. Criou várias Divisões, como a Divisão de Administração, a de Polícia Marítima, Aérea e de Fronteiras, além de várias delegacias especializadas, e de reformular o serviço de rádio-patrulha criado em 1948 e operado pela Polícia Civil desde então instalou também a rede de telex, que enormes vantagens trouxe aos serviços policiais. Com a transferência da Capital para Brasília em 1960, a Lei Federal n. 3.752 de 14 de abril de 1960, conhecida como Lei San Thiago Dantas – transferiu os órgãos e serviços policiais de caráter local para o Estado da Guanabara. Pela Lei n. 263, de 1962, foi criada a Secretaria de Segurança do Estado, sendo nomeado, para cargo de Secretário de Segurança, o Coronel Gustavo Borges. Durante a sua administração, através de sucessivos decretos do Governador Carlos Lacerda, a 4 DFSP - Departamento Federal de Segurança Pública 15 organização policial sofreu profundas alterações em sua estrutura. Nessa oportunidade, foram criadas a Superintendência de Administração e Serviços, a de Polícia Judiciária e a Executiva. Com a criação das três superintendências, as atribuições – anteriormente enfeixadas nas mãos do chefe de polícia – foram distribuídas entre os três superintendentes, desaparecendo o cargo de chefe de polícia. As funções policiais passaram a ser exercidas pelo Superintendente de Polícia Judiciária. As funções administrativas ficaram a cargo do Superintendente de Administração e Serviços. O policiamento ostensivo e o trânsito integravam a competência do superintendenteexecutivo, ao qual estava também subordinado o Departamento de Ordem Política e Social. Todos, porém, estavam subordinados ao Secretário de Segurança Pública. A nova estrutura da Secretaria de Segurança – estabelecida pelo DECRETO “N” n. 253, de 8 de julho de 1964 – complementou as modificações anteriormente iniciadas, criando novas delegacias especializadas e extinguindo outras. A Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e o Corpo Marítimo de Salvamento, passaram a compor a estrutura da Secretaria de Segurança Pública como órgãos relativamente autônomos. A estrutura da Polícia sofreu várias modificações com finalidade de corrigir imperfeições e suprimir lacunas, mas suas linhas mestras se mantiveram até o advento da fusão dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, ocorrida em 15 de março de 1975. Nesta data, assumiu a Chefia da Secretaria de Segurança Pública (SSP) o General de Brigada Oswaldo Ignácio Domingues, que deu logo início a uma reforma em sua base. Foram criados, como órgãos principais de atividade-fim o Departamento Geral de Polícia Civil – DGPC, e o Departamento Geral de Investigações Especiais – DGIE. Ao primeiro ficaram subordinados o Departamento de Polícia Metropolitana – DPM, o Departamento de Polícia Especializada – DPE, e o Departamento de Polícia do Interior – DPI. Este, posteriormente, descentralizado em Coordenadorias de Segurança Pública. A Academia de Polícia e a Corregedoria passaram também, à tutela do Departamento Geral de Polícia Civil. Ao DGIE ficaram subordinados o Departamento de Polícia Política e Social – DPPS e o Departamento de Investigações Gerais – DIG. Nesse tempo, foi criado o Departamento Geral de Defesa Civil. A Lei n. 689, de 29 de novembro de 1983, criou a Secretaria de Estado da Polícia Civil, conferindo autonomia administrativa e financeira à instituição policial. Seu 16 primeiro Secretário foi o Delegado de Polícia Arnaldo de Poli Campana. No quadriênio 1987/1990, o órgão passou por uma fase de grande progresso administrativo e policial. A Secretaria de Estado da Polícia Civil, após doze anos de existência, deu lugar à Secretaria de Estado de Segurança Pública, em decorrência de remanejamento de órgãos administrativos estaduais em 1995. Recentemente, em 2003, a Secretaria de Segurança Pública sofreu uma reformulação em sua estrutura integrando o Grupo Executivo do Programa Delegacia Legal ao gabinete do Secretário de Segurança, com responsabilidade de implantar as Delegacias Legais , as Casas de Custódia e os Centros de Polícia Técnica, além de criar uma Subsecretaria Geral de Segurança Pública para ser o órgão de coordenação e supervisão da estrutura da segurança pública. 17 2.2. Programa Delegacia Legal O programa Delegacia Legal, instituído pelo governo do estado do Rio de Janeiro em 1999, teve como objetivo dotar a Polícia do Estado do Rio de Janeiro de uma nova concepção de atuação, em que a qualidade dos serviços de atendimento à população fosse a razão de ser da atividade policial, na medida em que a sociedade mantêm uma unidade policial com objetivo de investigar como instrumento fundamental para o controle da criminalidade, contrariamente à orientação tradicional, que priorizava mais o confronto com a criminalidade do que as ações de Inteligência. A realidade da Polícia Civil retratada através de instalações precárias, salários defasados, recursos materiais inadequados e escassos, servidores desmotivados e a baixa qualidade das investigações foi o fator determinante para tais modificações, que deveriam atender às premissas de objetividade, celeridade e qualidade do trabalho policial. Demarcada a realidade de toda Polícia Civil e os requisitos necessários à melhoria do trabalho realizado, passou-se a isolar os aspectos que deveriam ser criticados para a consecução do objetivo estabelecido. Um dos mais importantes aspectos da realidade policial encontrada foi a situação de isolamento de uma unidade policial em relação à instituição como um todo, gerando uma das mais sérias disfunções na organização – o conhecimento tornava-se exclusivo de alguns policiais e nunca da instituição, gerando outros tipos de disfunção, como a falta de unidade nas rotinas e nos procedimentos policiais que variava de delegacia para delegacia , dependendo de cada equipe ali instalada. Outro aspecto identificado foi a rotina burocrática de uma ocorrência policial, pois o tempo decorrido entre o registro da ocorrência e a sua efetiva investigação, era, em média, de uma semana, diminuindo consideravelmente a possibilidade de êxito. A imensa quantidade de documentos produzidos diariamente e arquivados sem qualquer critério, comprometia a “memória” da unidade policial, principalmente pela dificuldade em localizá-los quando necessário. Outro ponto crítico era a quantidade de policiais encarregados da mesma investigação: um para fazer o registro, um segundo para investigar, com cerca de uma semana do conhecimento do fato e , se houvesse instauração de inquérito, a repetição da maioria dos atos quando passasse para o escrivão no cartório. A tradição de que deveria 18 haver uma investigação “de seguimento”, mesmo que não houvesse qualquer possibilidade de se chegar à autoria, era outro ponto critico. Como resultado gerava-se um acúmulo de papel, sem qualquer objetivo prático, mas apenas pelo hábito de se manter tudo que houvera sido registrado, mesmo que sem utilidade para a investigação policial. Contribuindo para o prejuízo da atividade de polícia judiciária, havia ainda o efetivo de policiais empregados na carceragem, cujo tempo de trabalho era utilizado no atendimento e no encaminhamento de presos ao Fórum, às delegacias e aos hospitais, além de vistoria de visitantes, alimentação e guarda de presos, atividades estas de natureza administrativa, sem interesse para a investigação policial, absorvendo cerca de 75% do efetivo de uma delegacia. Na realidade, o trabalho de uma unidade policial próximo da virada do milênio conservava a mesma rotina de quarenta ou cinqüenta anos atrás, ainda realizado de forma burocrática, sem qualquer tipo de avaliação ou controle de qualidade, vergado ao peso da lentidão e do excesso de procedimentos administrativos, enquanto que este trabalho deveria ser dinâmico e com as características de trabalho de natureza mental. Isolados estes problemas e estabelecido o objetivo de fortalecimento da instituição por força de um trabalho rápido e eficaz, com a conseqüente elevação da auto-estima do policial civil e reflexos também nos salários, tornou-se imperiosa a adoção dos seguintes procedimentos: Extinção da carceragem, criando as casas de custódia sob a responsabilidade do sistema penitenciário; Implantação de lay-out mais funcional para as delegacias policiais; Implantação de novos procedimentos para atendimento da população, incluindo o serviço de estagiários de serviço social e psicologia para o primeiro atendimento; Desenvolvimento e implantação do Sistema de Controle Operacional (SCO) para desenvolver todas as atividades relacionadas ao registro de ocorrências policiais; 19 Desenvolvimento e implantação do Sistema de Inteligência Policial (SIP) para coletar, reunir, classificar e analisar todas as informações relacionadas ao controle da criminalidade; Desenvolvimento e implantação do Sistema Gerencial e Estatístico para consolidar e monitorar todas as atividades desenvolvidas pela unidade policial, tanto de natureza administrativa quanto operacional; Instalação da Central de Dados com todas as delegacias interligadas em rede; Criação da Seção de Inteligência Policial – SIP dentro de cada delegacia; Criação dos grupos de investigação (GI), onde cada GI iniciaria a investigação logo que tomasse conhecimento do fato e a prosseguiria até seu término; Implantação dos “fatores de resolução”, método de administração da investigação, mencionando em trabalho de pesquisa da Rand Corporation, encomendado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que resolve de forma rápida as investigações sem possibilidade de êxito. Cursos específicos continuados para os policiais, ministrados na própria Unidade Policial; O desenvolvimento de métodos de planejamento, coordenação e controle dos trabalhos realizados, de forma a transformar o perfil do delegado de polícia, de burocrata e rotineiro, em policial moderno apto a examinar de forma critica todo o processo investigatório, os recursos empregados e os resultados obtidos com vistas ao aperfeiçoamento de sua equipe; Uso intensivo da tecnologia da informação, principalmente na informatização dos processos investigatórios e suas conseqüências para o controle da criminalidade. A implantação do Programa Delegacia Legal está sob responsabilidade do Grupo Executivo, criado pelo decreto no. 25.99, de 22/10/1999, tendo sido inaugurada a primeira Unidade, a 5ª Delegacia de Polícia, em 29 de março de 1999. Atualmente são 62 unidades policiais implantadas e até o final do mandato da Governadora Rosinha Garotinho, serão implantadas todas as unidades de Polícia do Estado. 20 A 5ª DP por ter sido a primeira unidade policial a passar pelo processo de modificação, assumiu o status de Delegacia Legal - laboratório de todo o programa. Foi a primeira a ser submetida a um programa de certificação ISO 9001 e por isso, foi a primeira selecionada para o desenvolvimento de um projeto de Gestão do Conhecimento com foco em Inteligência Competitiva, que buscará um diferencial “inteligente” nas ações de segurança pública e contra o crime organizado. 21 2.3. Organograma da Secretária de Segurança Pública Após a posse do novo Secretário de Segurança Pública, Antony Garotinho, no dia 26 de abril de 2003 , o organograma (Figura 01) da secretária ficou assim constituído: Secretário de Segurança Pública Antony Garotinho Chefe de Gabinete Ana Paula de Oliveira da Costa Supervisão das Comissões Permanentes de Inquerito Administrativo Grupo Executivo Cesar Campos Principais Progamas - Delegacia Legal; - Posto de Polícia Técnica; - Cidade da Polícia, e - Casa de Custódia. Subsecretário da Subsecretaria Geral Marcelo Itagiba Ouvidoria Maria do Carmo Alvez Garcia Assessoria Técnica Especial Assessoria Técnica da Polícia Militar Assessoria Técnica da Polícia Civil Subsecretário da Subsecretaria de Inteligência Romeu Antonio Ferreira Subsecretário da Subsecretaria Administrativa Luiz Fernando Medina de Figueredo Subsecretário de Planejamento e Integração Operacional José Paulo Pereira Souto Inspetor Geral de Polícia Chefe de Polícia Civil Alvaro Lins dos Santos Conselho Administrativo de Fundos Departamento de Transito do Estado do RJ DETRAN/RJ Comandante Geral da PM Coronel Renato Hote Conselho de Segurança Pública do Estado do RJ CONSPERJ Conselho Estadual de Transito do Estado do RJ CETRAN/RJ Instituto de Segurança Pública RioSegurança - ISP Figura 01 – Organograma atual da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro Fonte: Diário Oficial do Estado do RJ de 03/07/2003 Este organograma representa os principais atores da atual estrutura da Secretaria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro 22 2.4. O projeto A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro há anos vem sofrendo uma deterioração em seu sistema organizacional que só foi interrompida graças ao Programa Delegacia Legal, que trouxe para a atividade policial, além de novas perspectivas, recursos tecnológicos, treinamento técnico e operacional. Ao mesmo tempo, questionou profundamente o processo de gestão existente, que não mantinha nenhum compromisso com resultados, metas e até mesmo com a imagem institucional. Assim, com a adoção de tecnologia e a mudança de processos de trabalho, impôs-se uma necessidade imperiosa de mudança na forma de gerenciar, controlar e planejar as atividades do dia a dia de uma unidade policial, abrangendo tanto os aspectos operacionais quanto administrativos, como nunca houve na história da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. A partir do momento em que a informação foi disponibilizada e democratizada entre todos os operadores do sistema policial e não apenas para alguns poucos, o modelo de gestão anterior mostrou-se totalmente ineficaz e deu espaço ao surgimento de novas formas de gestão das atividades policiais. A sistematização e a informatização das atividades policiais, a operação do sistema em rede e a implantação do banco de dados de ocorrências criminais trouxeram uma nova realidade ao dia a dia dos gestores do sistema policial. A informação e os recursos disponíveis em tempo real exigem resultados mais ambiciosos na área da investigação criminal, na melhoria dos níveis de integração com as unidades de policiamento ostensivo e preventivo, nos resultados das operações policiais de alto risco e na melhoria do planejamento e do controle gerencial das atividades policiais. Porém, tal mudança no sistema de gestão envolve aspectos culturais com raízes muito profundas e exige cuidados para a sua implementação. A resistência dos membros da organização, o corporativismo, as novas bases das relações de poder e os aspectos políticos são fatores que tem que ser considerados em qualquer proposta que venha a ser feita para facilitar, incrementar , modificar ou apoiar qualquer melhoria na prática de gestão da Polícia Civil. Assim, a implantação de um sistema de inteligência competitiva na área da Polícia Civil que transforme os dados e as informações em efetivo conhecimento para a melhoria dos resultados da atividade policial nos parece de grande importância para a instituição policial, para o Governo e para a sociedade. A medida em que a sociedade se torna mais complexa, maiores são as dificuldades de se definir a abrangência do trabalho policial, pois cada vez mais ele se torna mais amplo e mais diversificado. É 23 comum definir-se o trabalho policial utilizando-se de critérios diferentes, às vezes de exclusão e outras vezes de inclusão como, por exemplo, devem ou não os policiais se envolver com assuntos de prédios abandonados na cidade? Devem ou não os policiais se envolverem com condições de conservação da cidade? E com transporte clandestino? E com o comércio de Cds piratas? É necessário que o policial mesmo que não se envolva diretamente em cada um dos assuntos que afetam a segurança da população, tenha informações para o planejamento de suas ações ou para a prevenção de uma ação criminosa. Em artigo escrito pelo pesquisador Marcelo Lopes de Souza fica claro a urgência de uma mudança de postura ao afirmar que: Segundo SOUZA 1994, “Os estudiosos da reforma urbana (assim como os dos orçamentos participativos) e aqueles da violência urbana e segurança pública muitíssimo pouco interagem e trocam experiências, a despeito do fato de que a realidade das grandes cidades brasileiras crescentemente demanda esse tipo de cooperação. Os impactos sócio-espaciais negativos do tráfico de drogas, incluindo aquele focalizado aqui, não desaparecerão apenas por se agir como se eles não existissem. Pelo contrário: aí é que as suas chances de prosperar aumentam.” Assim, o conhecimento mais amplo e sistematizado que venha se colocar disponível para os policiais , certamente, se tornarão em material de grande valia para a melhoria da qualidade do trabalho policial. Por esta razão é que acreditamos que um projeto de inteligência competitiva voltado para o delegado e o policial que atuam em delegacia será fator de melhoria no serviço que é prestado diretamente à população, além da vantagem de poder ser facilmente implantado em todas as demais delegacias em razão da estrutura organizacional existente na Polícia Civil. Cabe ressaltar que uma das características de funcionamento da Polícia Civil é a classificação das diferentes unidades operacionais, que pode ser, da seguinte forma: A) unidades operacionais que recebem as demandas diretamente da sociedade (delegacias distritais); B) unidades operacionais que recebem demandas das delegacias operacionais (delegacias especializadas); C) unidades operacionais que dão apoio às demandas das delegacias distritais e especializadas (CORE5, DFAE6, CINPOL7, etc.), e 5 6 CORE – Coordenação de Operações e Recursos Especiais. DFAE - Divisão de Fiscalização de Armas e Explosivos. 24 D) unidades operacionais de natureza administrativa, Como o Programa Delegacia Legal é voltado para todas as unidades operacionais da Polícia Civil, cujos processos de trabalho são padronizados e operam com o mesmo sistema de informação, passando a ter condições de desenvolverem o trabalho policial completo, (do registro da ocorrência até a investigação, a inteligência e o encaminhamento para o Ministério Público), entendemos que um projeto de Inteligência Competitiva desenvolvido para uma destas unidades operacionais, será o mesmo que desenvolver para a Polícia Civil como um todo, modificando apenas o quantitativo de unidades envolvidas. Portanto, o Projeto de Inteligência Competitiva aqui apresentado terá como foco uma delegacia de polícia de natureza distrital, a 5ª DP, já modificada para o modelo Delegacia Legal, pois assim estaremos fazendo para todas as demais Delegacias Legais que operam segundo critérios e procedimentos unificados. Tomou-se o cuidado neste projeto de utilizar a Seção de Inteligência Policial – SIP, estrutura existente na 5ª DP para tratamento das informações criminais, que servem de apoio ao trabalho investigativo, buscando fortalecer a prática de aquisição sistemática de conhecimento dentro da mesma estrutura. Ao mesmo tempo, verificamos que as atividades da SIP já se constituem, de certa forma, em um projeto de inteligência competitiva ainda que incompleto. Para que melhor seja compreendida a escolha da SIP da 5ª DP, analisamos as normas de identificação policial, que serão apresentadas no ANEXO I, as que consideramos as mais próximas do conceito de inteligência competitiva. 2.4.1. Análise da Norma Como pode ser observada nos procedimentos descritos no ANEXO I, a SIP já desenvolve atividades de natureza semelhante àquelas relacionadas a um Projeto de Inteligência Competitiva, facilitando desta forma a compreensão do projeto pelos membros da organização, como também podendo reduzir muito os índices de resistência. Entretanto, não dispensamos as dificuldades que serão encontradas quando relacionarmos as informações obtidas e classificadas para auxiliar o processo de decisões estratégicas para o trabalho policial realizado em uma unidade policial, que tradicionalmente e historicamente nunca se viu participando de decisões estratégicas 7 CINPOL - Coordenadoria de Inteligência Policial. 25 relacionadas à segurança pública. É um fator de grande mudança cultural para uma unidade policial. A escolha da 5ª DP para a implantação de um Projeto de Inteligência Competitiva tem como motivo o fato de ser esta a delegacia legal de maior experiência operacional dentro do programa, operando com os novos sistemas de informação, desde abril de 1999. Também foi submetida ao processo de certificação de qualidade das normas ISO 9000, tornando-se a primeira delegacia policial certificada no Brasil e, conseqüentemente, ter desenvolvido todos os manuais de procedimentos e processos, além de ter testado novas práticas em rotinas e procedimentos e ter adquirido o status dentro do programa delegacia legal de delegacia laboratório. Implantar uma unidade de inteligência competitiva para atender a 5ª DP é , ao mesmo tempo, manter os mesmos critérios que tem sido mantido para testar novas experiências e viabilizar uma melhoria na qualidade do trabalho policial. O ganho de um projeto de inteligência competitiva para a 5ª delegacia de policia, se dará com a possibilidade “auto-conhecimento”, ou seja conhecer a circunscrição no qual ela esta inserida. O mapeamento fatores geradores de criminalidade, a medidas preventivas se tornaram mandatórias, agregando uma maior possibilidade de êxito nas medidas repressivas e /ou corretivas. O conhecimento social, demográfico, rotinas, comportamentos e necessidades da população, darão ao gestor da unidade uma maior possibilidade de acerto em suas tomadas de decisão. Um bom exemplo é a própria região da 5ª DP, uma área que estava se degradando social e urbanisticamente, vem sofrendo intervenções constantes de tanto de organizações privadas como da prefeitura. Que estão levando a uma mudança no fluxo e nas rotinas das pessoas, que vem buscar cultura, lazer e entretenimento na circunscrição. Esta mudança vem acarretar em uma alteração nas ocorrências da 5ª, que antes estava muito mais ligada à prostituição e tráfico, agora gradativamente indo para crimes contra o patrimônio por exemplo. Com base nestas informações os contingenciamentos dos recursos policiais e sociais que serão melhor administrados, objetivando uma maior probabilidade de êxito nas ações preventivas e repressivas. 26 Assim, temos como objetivo principal deste projeto de inteligência competitiva para a 5ª DP assegurar um fluxo de informações demográficas, criminais, legais, sociais, culturais e técnicas que contribuam para tomada de decisões da autoridade policial, buscando maior eficiência da unidade policial. 27 3. Análise Estratégica Para a análise estratégica da 5ª Delegacia de Polícia foram realizadas nos meses de março, abril e maio de 2003, na sede do Grupo Executivo, diversas entrevistas com coordenadores setoriais do Programa Delegacia Legal para nortear a utilização dos seguintes instrumentos: • Modelo das Cinco Forças de Porter (figura 02), • Matriz SWOT (figura 03), • Estrutura de Macro-Processos (figura 04), • Estrutura Organizacional (figura 05). A partir da análise estratégica, procurou-se identificar as necessidades de informação/ conhecimento, visando estabelecer as bases de melhoria da atividade da SIP da 5ª Delegacia de Polícia, buscando sempre complementar o processo de identificação policial que nos pareceu o processo com mais afinidade aos objetivos do projeto. Segundo as análises e entrevistas formais e informais feitas percebemos os complementares planejamentos estratégicos da Polícia Civil e da 5ª DP, apresentadas a seguir: Missão da Polícia Civil A Polícia Civil tem a missão de proteger a sociedade e o cidadão, desenvolvendo atividades de investigação criminal para o controle da criminalidade. É o órgão responsável pelas atividades de polícia judiciária. Missão da 5ª Delegacia de Polícia Atender a população nas suas necessidades de proteção e segurança, mediante o trabalho eficiente e eficaz de investigação criminal e inteligência policial. Visão Ser referência mundial de qualidade na prestação de serviços policiais. 28 Valores • Ética • Respeito • Transparência • Inovação Serviços • Polícia Judiciária; • Investigação criminal, e • Segurança Pública. A seguir, são apresentados os resultados das análises realizadas com o apoio das ferramentas utilizadas no decorrer das entrevistas. 29 3.1. Modelo das cinco forças de Porter Segue abaixo o gráfico (figura 02) resultante das análises baseadas no modelo das cinco forças de Porter. Podemos observar que as relações de consumo ficam pouco óbvias devido à abrangência de atuação de uma Unidade de Policial. NovosEntrantes Polícia Unificada Guarda Municipal Fornecedores Poder Executivo Contribuinte Concorrentes Polícia Civil Polícia Militar Polícia Federal Clientes Poder Executivo Sociedade Poder Judiciário Ministério Público Substitutos Ministério Público Segurança Privada Figura 02 - Modelo das Cinco Forças de Porter para Unidade Policial do Estado do Rio de Janeiro. Fonte: Própria. 3.1.1. Descrição dos atores apresentados no modelo Porter A partir das entrevistas desenvolvidas no decorrer do projeto podemos identificar os seguintes atores considerados no modelo de Porter: 3.1.1.1. Fornecedores As organizações necessitam de recursos existentes no seu ambiente de negócios e devem converter esses recursos em produtos ou serviços para serem vendidos. Os fornecedores são aqueles que provêem estes recursos. 30 Todo negócio deve obter pessoas (fornecidas por escolas ou universidades), matérias-primas (fornecidas por produtores, atacadistas e distribuidores) e capital (fornecido por bancos, acionistas ou outras fontes). Os fornecedores são importantes para as organizações não só pelos recursos fornecidos, mas também pelo poder de barganha (isto é, eles podem aumentar os preços) e pela possibilidade de alterarem a qualidade dos produtos ou serviços que vinham fornecendo. Da mesma forma, como fornecedores de pessoas, os sindicatos podem entrar em greve ou demandar salários maiores. Os trabalhadores podem realizar um trabalho imperfeito. Os fornecedores podem inviabilizar a existência de uma organização. No caso de uma Unidade de Polícia os principais fornecedores são: Poder Executivo Administra os recursos advindos dos pagamentos de impostos e repassa a parte do orçamento que cabe à Secretaria de Segurança Pública. Contribuintes Por meio do pagamento de impostos aos governos federal, estadual e municipal, o contribuinte gera receita para financiamento de investimento e custeio das ações de segurança pública. 3.1.1.2. Substitutos Por ser uma representante do estado, a total substituição de uma Unidade Policial é pouco provável. Porém, nos espaços deixados pela sua atuação acabam aparecendo oportunidades para iniciativas como: Ministério Público Devido à baixa qualidade das peças processuais encaminhadas pelas delegacias à justiça, e pela necessidade de agilidade a obtenção de fatores conclusivos, deu-se o inicio do trabalho investigativo pelo Ministério Público. Segurança Privada 31 A substituição pela segurança privada já é uma realidade em alguns setores da sociedade. Esta substituição é gradativa, porém demonstra a insatisfação com os serviços prestados pelos governos. 3.1.1.3. Novos Entrantes Os novos entrantes em um setor competem com as organizações estabelecidas. Se houver muitos fatores que dificultem a entrada de novas organizações em um setor, a ameaça à organização estabelecida é menos séria. Se houver poucas barreiras à entrada, a ameaça de novos entrantes é maior. No caso da Unidade Policial os novos entrantes são: Polícia Unificada Apesar de ser teoricamente uma ameaça por estar na posição de Novo Entrante, a possibilidade da criação de uma Polícia Unificada se vislumbra como uma grande oportunidade. Guarda Municipal Entidade Policial já constituída, hoje desarmada, com poder só de proteção ao patrimônio público municipal. Com mudança na legislação pode exercer poder de polícia. Esta mudança é reforçada pela experiência em outros países que têm a atividade policial sob responsabilidade dos municípios. 3.1.1.4. Clientes Os clientes usam os serviços que as delegacias oferecem. Existem dois tipos de clientes: o final e o intermediário. Uma pessoa será um cliente final se for atendido diretamente pela delegacia. Os consumidores intermediários dão continuidade ao trabalho desenvolvido pela unidade policial. De fato, os clientes intermediários utilizam mais os serviços da Unidade Policial do que os consumidores finais. Os principais clientes das Unidades Policiais são: Poder Executivo O principal produto da Unidade de Polícia esperado pelo poder executivo é a garantia da ordem pública na sua circunscrição. 32 Sociedade Busca a redução dos índices de criminalidade. Poder Judiciário Após a instauração e investigação dos inquéritos os mesmos são relatados ao poder Judiciário. Ministério Público Após a instauração e investigação dos inquéritos os mesmos são relatados ao Ministério Público. 3.1.1.5. Concorrentes Dos vários componentes do ambiente competitivo, os concorrentes dentro do setor devem lidar em primeiro lugar uns com os outros. Quando as organizações competem pelos mesmos consumidores e tentam ganhar participação de mercado às expensas dos outros, todos devem reagir e antecipar as ações de seus concorrentes. No caso de uma Unidade Policial os principais concorrentes a serem ressaltados são: Polícia Militar Teve a necessidade de montar uma equipe interna para o trabalho investigativo (P2-PM), suprindo uma deficiência do trabalho da Polícia Civil. Por outro lado, a Polícia Civil organizou alguns serviços de policiamento ostensivo ou de operações especiais, em decorrência das atividades desenvolvidas pela PM. Polícia Federal A Polícia Federal, após a constituição de 1988, que tipificou alguns tipos de crime (tráfico de drogas, armas e seqüestro) como crimes federais, aumentou significativamente o escopo de atuação. 33 3.2. Matriz SWOT A figura 03 apresenta o resultado da análise SWOT8, que demonstra as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças as quais uma Delegacia de Polícia do Estado do Rio de Janeiros está submetida. S – Forças • • • • • • • • • W – Fraquezas Corporativismo9; Informatização; Ambiente de trabalho; Treinamento permanente; Banco de dados; Melhor qualidade no atendimento; Visibilidade política; Novos processos de trabalho, e Aceitação pela população. • • • • • • • • • • Baixa auto-estima; Falta treinamento; Alto índice de transferências de policiais; Burocracia jurídica; Horário de trabalho; Baixo comprometimento com resultados; Interferência política; Falta de confiança pela população; Baixo índice de resolução,e Ineficiência da Polícia Técnica. O - Oportunidades • • • • • T – Ameaças Aumento de Criminalidade; Sensação de Insegurança; Unificação da Polícia; Informatização do Tribunal de Justiça e do Ministério Público, e Sociedade Civil mobilizada em torno da segurança pública. • • • • • • • • Elevação nos índices de violência urbana; Falta de confiança pela população; Baixo índice de resolução; Mudanças na legislação; Falta de recursos financeiros; Atraso na modernização nos órgãos de polícia técnica; Falta de continuidade administrativa, e Interrupção no Fluxo de recursos financeiros. Figura 03 – Matriz SWOT Fonte: Própria. 8 Matriz SWOT – Forças; Fraquezas, Oportunidades e Ameaças para o negócio. Corporativismo – O corporativismo se faz uma das principais forças para o trabalho policial. Por ser considerada um atividade de alto risco a vida, o espírito de grupo, a confiança se faz extremamente necessária ao bom rendimento do trabalho do policial e da equipe. 9 34 3.3. Estrutura de Macro-Processos No levantamento dos processos, podemos retratar neste diagrama (figura 04) os principais relacionamentos necessários para o desenvolvimento das atividades diárias, de uma Unidade de Polícia. Figura 04 – Estrutura de Macro Processos Fonte: Adaptado do Manual da Qualidade Total; A implementação desta nova estrutura de processos por intermédio do Programa delegacia legal trousse uma quebra de paradigma na organização policia que levou a identificar a população como principal cliente e uma estrutura única de comunicação da DP como os demais órgãos do poder executivo e judiciário. 35 3.4. Estrutura de Organizacional A seguir o organograma ( figura 05) da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro – SSP/RJ, no qual buscou-se esclarecer a posição e os relacionamentos entre a Secretaria de Segurança, a Polícia Civil, o Grupo Executivo do Programa Delegacia Legal e uma das Unidades de Polícia Judiciária, neste caso a 5ª DP. Figura 05 – Estrutura Organizacional Fonte: Própria 36 4. Inteligência Competitiva em uma Unidade Policial O objetivo típico de um projeto de Inteligência Competitiva é monitorar a circunscrição na qual a Unidade Policial está inserida, através da captura do conhecimento incorporado em documentos – memorandos, relatórios, apresentações, artigos e assim por diante – e colocá-lo num repositório onde possa ser facilmente armazenado, recuperado, tratado e disseminado. Portanto, Inteligência Competitiva é o resultado da análise de dados e informações coletados do ambiente que envolve a Unidade Policial e que irão embasar a tomada de decisão, pois geram recomendações que consideram eventos futuros e não somente relatórios para justificar decisões passadas. Um bom exemplo de uso da informação atualmente na Unidade Policial está relatado no ANEXO I, que é o processo constante no manual da qualidade que se refere ao trabalho da SIP. Seguindo o objetivo central do projeto: Assegurar um fluxo de informações demográficas, criminais, legais, sociais, culturais e técnicas que contribuam para tomada de decisões da autoridade policial, buscando uma maior eficiência da unidade policial. Apresentaremos o desenvolvimento do projeto de Inteligência Competitiva – IC, para a SIP da 5ª Delegacia de Polícia. De maneira a consolidarmos as informações necessárias para iniciarmos construção de um sistema de Inteligência Competitiva para a 5ª Delegacia de Polícia, tomamos como base a matriz MPIC – Modelo de Projeto de Inteligência Competitiva, conforme recomenda a metodologia desenvolvida pelo CRIE – Centro de Referência de Inteligência Empresarial. 37 4.1. MPIC – Modelo de Projeto de Inteligência Competitiva MPIC – Modelo de Projeto de Inteligência Competitiva Responsáveis Cesar Campos e Marcelo Soares Data 01/05/2003 Clientes Secretária de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, 5ª Delegacia de Polícia, Seção de Inteligência Policial O quê? Oportunidades • Aumento de Criminalidade; Sistema de Inteligência • Sensação de Insegurança; Competitiva voltado para • Unificação da Polícia; a Seção de Inteligência • Informatização do Tribunal de Justiça e do Ministério Policial da 5ª Delegacia Público, e de Polícia. • Sociedade Civil Organizada em torno da segurança pública. Ameaças • Baixo índice de resolução; • Mudanças na legislação; • Falta de recursos financeiros; • Atraso na modernização nos órgãos de polícia técnica; • Falta de continuidade administrativa, e • Interrupção no Fluxo de recursos financeiros. Pontos Fortes • Corporativismo; • Informatização; • Ambiente de trabalho; • Treinamento permanente; • Banco de dados; • Melhor qualidade no atendimento; • Visibilidade política; • Novos processos de trabalho, e • Aceitação pela população. Pontos Fracos • Violência urbana; • Baixa auto-estima; • Falta treinamento; • Alto índice de transferências de policiais; • Burocracia jurídica; • Horário de trabalho; • Baixo comprometimento com resultados; • Interferência política; • Falta de confiança pela população; • Ineficiência da polícia técnica. 38 MPIC – Modelo de Projeto de Inteligência Competitiva Por quê? • Oportunidades geradas pela estruturação das informações oriundas dos inquéritos policiais; • Criação da Seção de Inteligência Policial e padronização dos procedimentos básicos da sua rotina pelo Programa Delegacia Legal; • Necessidade de obtenção de informações “ambientais”, para ações preventivas de segurança Pública. Como? • Desenvolvendo novos processos de inteligência competitiva para a SIP – Seção de Inteligência Policial. Quem? • Execução – Assessória do Grupo Executivo da SSP/RJ. • Coordenação – Grupo Executivo da SSP/RJ. • Equipe – Analista de informações das SIPs; Onde? Certos serviços serão executados na sede do Grupo Executivo da SSP/RJ. Quanto? Valor a ser definido. Início / fim do projeto Início Previsto para agosto de 2003. Fim Previsto para dezembro de 2003. Produtos finais Contínuos • Relatórios semanais demonstrando as áreas de risco da circunscrição da Unidade Policial; • Relatórios mensais demonstrando os resultados obtidos com o cruzamento das informações de inteligência com as ações policiais do período. Pontuais • Pesquisa e cruzamento de informações a partir de informações de apelo social (mostrada pela mídia); • Demandas vindas da chefatura de Polícia e /ou delegado titular. Fonte MPIC: Adaptado de Gomes e Braga, 200l. Fonte Informações: Entrevistas Grupo Gestor. Uma vez definido o MPIC, e dando continuidade à metodologia do CRIE, demonstraremos: Etapa 1 – Identificação das necessidades de informação Etapa 2 – Coleta de informações Etapa 3 – Análise de informações Etapa 4 – Disseminação de informações Etapa 5 – Avaliação dos resultados 39 4.2. Identificação das Necessidades de Informação Nessa etapa, que serve como catalisadora de todas as demais, são definidos os principais atores (clientes, fornecedores, entre outros) do ambiente externo que afetam os negócios. Para esta identificação, e ainda de acordo com a metodologia do CRIE, utiliza-se o chamado Modelo de Porter Adaptado (figura 06), com o objetivo de ampliar a análise através da inclusão das diversas vigilâncias que também impactam nas atividades da SIP. Além disso, nessa primeira etapa, as necessidades ou requisitos de informações das Unidades Policiais são definidas e as Questões Estratégicas e Relevantes, cujas respostas são necessárias para apoiar efetivamente a tomada de decisão (delegado titular), são identificadas e validadas através de entrevistas com os atuais usuários da SIP. De posse dessas questões estratégicas, elabora-se a Matriz de Identificação das Informações Necessárias (figuras 07 e 08). A partir do Modelo de Porter apresentado, tendo como base as entrevistas com a coordenação do grupo executivo, definiram-se as vigilâncias para monitoramento e, conseqüentemente, o seguinte Modelo das Cinco Forças de Porter Adaptado para uma unidade policial já adequada ao programa Delegacia Legal – 5ª Delegacia de Polícia. 40 NovosEntrantes Vigilância Tecnológica Fornecedores Poder Executivo Contribuinte Vigilância Política/Legal Polícia Unificada Guarda Municipal Concorrentes Polícia Civil Polícia Militar Polícia Federal Substitutos Ministério Público Segurança Privada Vigilância Econômica Clientes Poder Executivo Sociedade Poder Judiciário Ministério Público Vigilância Social Figura 06 - Modelo das Cinco Forças de Porter Adaptado para Unidade Policial do Estado do Rio de Janeiro. Fonte: Adaptado de Gomes e Braga, 200l. 41 4.2.1. Descrição das Vigilâncias: Vigilância Econômica (mercado) • Fornecedores; • Política de recolhimentos de impostos; • Prioridades Políticas; • Disponibilidade de Caixa do Governo Estadual; Vigilância Política / Legal • Alterações na Constituição Federal quanto à formação das Polícias Estaduais; • Proposições do SUSP – Sistema Único de Segurança Pública; • Deliberações do Poder Judiciário; Vigilância Tecnológica • Novos produtos de suporte operacional; • Novas tecnologias de processos; • Novos equipamentos de proteção individual; • Novos dispositivos de suporte ao trabalho investigativo; Vigilância Social • Movimentos Populares; • Matérias Policiais divulgadas pela mídia; • Relatos de Populares; • Aspectos Culturais • Aspectos Sociais; • Formação de pessoal técnico especializado; • Segurança da Região (índice de violência das regiões inseridas na logística de distribuição); • Aspectos Culturais da população; • Hábitos da população da Circunscrição; 42 4.2.2. Seleção das vigilâncias prioritárias para a operacionalização dos novos processos da SIP – Seção de Inteligência Policial. A SIP passará a realizar monitoramentos, sistematizados ou não, envolvendo as vigilâncias acima descritas. Para efeito deste projeto, selecionamos a Vigilância Social como exemplo do monitoramento sistemático, em virtude de sua abrangência (envolvimento de diversos atores) e relevância nas diversas atividades das Unidades Policiais, tais como: Delegado Titular, Delegado Adjunto, Analistas de Informação e Agentes de Polícia. Além disso, essa escolha foi referendada pelas entrevistas com os coordenadores do Grupo Executivo do Programa Delegacia Legal. Ainda no âmbito do presente trabalho, tomou-se como exemplo de monitoramento não sistemático a Vigilância Política / Legal, envolvendo não só o desenvolvimento como a disponibilidade de novas atribuições e / ou processos. Justifica-se esta escolha pela atuação histórica da Unidade Policial neste campo do conhecimento. Cabe ressaltar que as duas vigilâncias selecionadas (Política / Legal e Social) estão de certa forma relacionadas, uma vez que muitas das alterações na legislação impactam nos processos investigativos, sendo necessários modificá-los / adequá-los às novas exigências impostas. Selecionadas as vigilâncias prioritárias, dá-se prosseguimento às fases seguintes da primeira etapa de definição das Questões Estratégicas e Relevantes e Elaboração da Matriz de Identificação das Informações Necessárias. Além disso, no caso específico da Vigilância Social, classificada com Sistemática, as demais etapas do Sistema de Inteligência Competitiva (Coleta de Informações, Análise das Informações, Disseminação e Avaliação) serão abordadas de forma completa. Conforme descrito anteriormente, para a definição das Questões Estratégicas e Relevantes e elaboração da Matriz de Identificação das Informações Necessárias foram consideradas as entrevistas com os coordenadores do Programa Delegacia Legal, além da análise do Modelo de Porter Adaptado, entre outros. Cabe ressaltar que depois das entrevistas foi possível verificar que os fornecedores de informação são diferentes dos clientes e fornecedores de insumos para a Unidade Policial. Partindo desta observação buscamos as questões que melhor atenderiam às 43 necessidades de informação para a prevenção da criminalidade na circunscrição da Unidade Policial. 4.2.3. Questões estratégicas e relevantes – Vigilância Social Q1) Que informações demográficas estão disponíveis sobre a circunscrição da 5ª Delegacia de Polícia ? Q2) Qual o Perfil Sócio Econômico da população? Q3) Quais os projetos urbanos de impacto para a circunscrição? (urbanização, praças, conjuntos habitacionais, revitalização de áreas, etc...) Q4) A população da região possui hábitos sazonais? Quais são?. Q5) Quais são os tipos de transporte público da região? Q6) Quais são os equipamentos urbanos disponíveis na circunscrição e o estado de conservação deles? Q7) Quais são os serviços públicos disponíveis (água, luz, gás, escolas, postos de saúde, etc.)? Qual é o nível de satisfação dos usuários? Q8) Há abandono de áreas públicas (iluminação precária, árvores sem poda, prédios abandonados, invadidos, etc)? Q9) Existe população de rua na circunscrição? Em qual quantidade? Q10) Como é a fluidez do transito da região? Q11) Qual o perfil das empresas instaladas na circunscrição? Q12) Quais são os projetos Sócio Culturais previstos para a circunscrição Analista de Informações - SIP CL FN NE Q1, Q2, Q7, Q3, Q4, Q5, Q6, Q8, Q12 Q6, Q9,Q10 Q7,Q11, Q12 Legenda: CL: Clientes / FN: Fornecedores Figura 07 – Matriz de identificação das informações necessárias – vigilância política / legal Fonte: Adaptado de Gomes e Braga, 2001 44 4.2.4. Questões estratégicas e relevantes – Vigilância Política / Legal Q1) Há alterações no código de zoneamento urbano? Q2) Quais os projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional e na Assembléia Legislativa que podem impactar no modelo de gestão adotado pelo Programa Delegacia Legal? Q3) Que tipo de apoio o Governo Federal pode passar para o Governo Estadual através do SUSP – Sistema Único de Segurança Publica? Q4) Que tipo de exigências o Governo Federal pode trazer ao Governo Estadual para implementação do SUSP – Sistema Único de Segurança Publica? Área Analista de Informações SIP FN NE Q1, Q2,Q3, Q3, Q4 Legenda: FN: Fornecedores / NE: Novos Entrantes Figura 08 – Matriz de identificação das informações necessárias – vigilância política / legal - Fonte: Adaptado de Gomes e Braga, 2001. 45 4.3. Coleta das Informações Nesta segunda etapa são realizadas as atividades de identificação e classificação das fontes de informação, a coleta das informações e seu tratamento. A classificação envolve os seguintes aspectos: • Origem • Conteúdo • Estrutura • Nível de confiabilidade Cabe ressaltar que, no âmbito deste trabalho, somente a Vigilância Social, que foi classificada como sistemática, foi contemplada nesta etapa. Além disso, foram selecionadas algumas questões estratégicas e relevantes como indutoras para a realização da coletas de informações. A seguir, são apresentadas e classificadas algumas fontes de informação, através das matrizes – Matriz de Classificação de Fontes de Informação (figura 09) e Matriz de Tratamento e Avaliação das Informações (figura 10). 46 4.3.1. Classificação das Fontes de Informação Origem: Externa Vigilância: Social Estrutura Conteúdo Confiabilidade Formal - 1 Informal - 2 Primária - 1 Secundária - 2 Alto Risco - 1 Confiança Subjetiva - 2 Altamente Confiável - 3 Associações de Moradores 1 2 1 CetRio 2 1 3 COMLURB 2 2 3 Guarda Municipal 2 1 3 Instituto Pereira Passos (IPP) 2 2 3 JUCERJA – Junta comercial do Estado do RJ 2 2 3 Parques e Jardins 2 1 3 RioLuz 2 2 3 RIOTUR 2 2 3 RIO-URBE Secretaria Especial de Prevenção à Dependência Química Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social Secretaria Municipal de Educação 2 2 2 2 1 3 2 1 3 2 1 3 Secretaria Municipal de Esportes e Lazer 2 1 3 Secretaria Municipal de Fazenda 2 1 3 Secretaria Municipal de Habitação Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos Secretaria Municipal de Saúde 2 1 3 2 1 3 2 1 3 Secretaria Municipal do Trabalho e Renda 2 1 3 SMTU 2 1 3 CEDAE 1 1 3 Light 1 1 3 Fornecedor de Informação Figura 09 – Matriz de Classificação de Fontes de Informação 47 4.3.2. Tratamento das Informações Vigilância: Social Fornecedor de Informação Associações de Moradores CetRio http://www.rio.rj.gov.b r/cetrio COMLURB http://www.rio.rj.gov.b r/comlurb Guarda Municipal http://www.rio.rj.gov.b r/gmrio Instituto Pereira Passos (IPP) http://www.rio.rj.gov.b r/ipp JUCERJA – Junta comercial do Estado do RJ http://www.jucerja.rj.g ov.br Parques e Jardins http://www.rio.rj.gov.b r/fp RioLuz http://www.rio.rj.gov.b r/rioluz RIOTUR http://www.rio.rj.gov.b r/riotur RIO-URBE http://www.rio.rj.gov.b r/rio-urbe Secretaria Especial de Prevenção à Dependência Química http://www.rio.rj.gov.b r/livre_das_drogas Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social http://www.rio.rj.gov.b r/smds Secretaria Municipal Informação -Hábitos dos moradores; - Necessidades; - Suspeitos; - Volume de tráfego de veículos e transeuntes; - Ocorrências de transito; - Logradouros de maior movimento; - Forma de coleta; - Periodicidade de coleta; - Existência de varrição; - Depredação do ambiente; - Ações no período; - Mapas; - Estatísticas urbanas; - Projetos Urbanos; Rel Conf 1 1 2 3 3 3 2 3 - Coleta; Varrição. - Depredação; Ambiente. 2 3 2 3 - Localização; - Índices de depredação; 3 3 - Indicadores de urbanização; - Hábitos dos dependentes; - Identificação de traficantes; - Mapas; Estatísticas; Projetos. - Empresas; Atividades. - Localização; Depredação. - Regiões Críticas; Depredação; Pouca Iluminação. 3 3 2 3 2 2 - Agenda; Porte; Eventos. - Indicadores; Urbanização. - Hábitos; Identificação; Traficantes. 2 3 - Indicadores de desenvolvimento social; - Indicadores de - Necessidades; Comunidades; Suspeitos. - Tráfego; maior Movimento. - Quantidade de empresas; - Atividades; - Índices de apagamento; - Regiões criticas para manutenção; - Locais com maior índice de depredação; - Locais com pouca iluminação; - Agenda de Eventos; - Porte dos Eventos; Descritores - Indicadores; Desenvolvimento; Social. 2 3 2 3 - Escolaridade; Evasão. 48 Fornecedor de Informação de Educação http://www.rio.rj.gov.b r/sme Secretaria Municipal de Esportes e Lazer http://www.rio.rj.gov.b r/smel Secretaria Municipal de Fazenda http://www.rio.rj.gov.b r/smf Secretaria Municipal de Habitação http://www.rio.rj.gov.b r/habitação Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos http://www.rio.rj.gov.b r/smo Secretaria Municipal de Saúde http://www.saude.rio.r j.gov.br Secretaria Municipal do Trabalho e Renda http://www.rio.rj.gov.b r/trabalho SMTU http://www.rio.rj.gov.b r/smtu CEDAE http://www.cedae.rj.g ov.br Legenda Informação Rel -> Relevância Conf -> Confiabilidade Descritores Informação Rel Conf Descritores escolaridade; - Índice de evasão escolar; - Agenda de eventos de esporte e lazer; - Clubes de esporte; - Áreas de Lazer; - Inadimplência no recolhimento de impostos; - Valor dos imóveis; - Déficit Habitacional; - Zoneamento Urbano; - Nível de uso dos Equipamentos; - Estado de Conservação dos Equipamentos; - Postos de atendimento (hospitais, Postos de Saúde); -Tipos de atendimento; - Índice de desemprego da circunscrição; - Tipos de transporte público; - Quantidade de usuários; -Consumo médio por habitante; - % de residências não atendidas; - % de residências mal atendidas; - % de inadimplência; - Número provável de ligações clandestinas; 2 3 - Agenda; Eventos; Esporte; Áreas de Lazer. 2 3 - Inadimplência; Valor dos Imóveis. 2 3 - Déficit; Habitacional; Zoneamento. - Uso; Conservação. 2 2 3 3 - Tipos Atendimentos; Postos; Atendimento. - Desemprego. 2 3 2 3 - Transporte; Público. - Consumo Médio; Atendimento; Clandestinos. 2 3 Informações a serem levantadas Essencial – 1; Muito Relevante – 2; Relativa Relevância – 3; Irrelevante - 4 Alto Risco – 1; Confiança Subjetiva – 2; Altamente Confiável – 3; Palavras Chave que descrevem o conteúdo do item de informação Figura 10 - Tratamento das Informações 49 4.4. Análise das Informações Nesta etapa são analisadas e contextualizadas as informações coletadas com o objetivo de gerar “produtos de inteligência”. Para tanto, utilizam-se ferramentas de apoio, tais como: Modelo das Cinco Forças de Porter, Fatores Críticos de Sucesso, Swot, Benchmarking, Cenários, entre outros. Segundo GOMES e BRAGA (2001), “Para que a análise possa ter resultado, ela deve ter seu foco muito bem definido. Informações que parecem ser importantes, mas que no fundo não dizem respeito ao seu real objetivo, não devem ser analisadas”. Segundo MILLER (2000), “Os modelos são ótimas ferramentas para se fazer uma boa análise. Mas não são substitutos para pessoas com mente aberta curiosidade e habilidade de coleta de dados” , ou seja, a valorização do “Bom Senso” . Neste sentido, no âmbito deste trabalho, serão focadas as informações Sociais que mais impactam na tomada de decisão dos Delegados Titulares de Polícia, conforme as indicações da tabela a seguir. 50 4.4.1. Produto Fornecedor de Informação Informações Coletadas Resumo Periodicidade Informações a serem enviadas a 5ª DP por meio de formulário padronizado. O que se deve observar. Período no qual as informações deverão ser disponibilizadas Associações de Moradores - Necessidades e ocorrências da Comunidade. - Principais necessidades da comunidade, e - Ocorrências estranhas ao cotidiano. - Mensal, e - Sob-demanda. CetRio - Alterações no transito da região, e - Tipos comuns de infrações. - Alterações no trânsito levam a mudança do fluxo de pessoas podendo aumentar ou diminuir a criminalidade na região. - Quinzenal. COMLURB - Áreas de coleta regular, e - Áreas com depósito irregular. - Locais de depósito irregular, normalmente são locais ermos, que propicia a prática criminosa. - Bimestral. Guarda Municipal - Ocorrência e local de população de rua; - Comercio ambulante, e tipos de mercadorias ofertadas, e - Locais e regularidade de ocorrência de depredação. - Pequenos delitos que dão sustentação à população de rua, e - Mercadorias roubadas e pirateadas, são escoadas normalmente pelos ambulantes, e - Ambiente depredado é ocupado com facilidade por criminosos. - Quinzenal. Instituto Pereira Passos (IPP) - Indicadores econômicos e sociais. - Ações sociais preventivas, normalmente reduzem significativamente a prédisposição de uma determinada comunidade a se submeter às práticas criminosas. - Anual. JUCERJA – Junta Comercial do Estado do RJ - Tipos de empresas estabelecidas, e ramo de atividade. - Dependendo do ramo de atividade uma empresa pode trazer um “risco” social. Ex: Casa Noturna, Bares, etc. - Semestral. Parques e Jardins - Ocorrência e local de população de rua, e - Locais e regularidade de ocorrência de depredação. - Pequenos delitos que dão sustentação a população de rua, e - Ambiente depredado é ocupado com facilidade por criminosos. - Semestral. RioLuz - Locais com pouca incidência de luminosidade (diurno e noturno), e - Locais e regularidade de ocorrência de depredação. - Baixa luminosidade, propicia a ocorrência da pratica criminosa, e - Ambiente depredado é ocupado com facilidade por criminosos. - Mensal, e - Sob-demanda. RIOTUR - Eventos públicos, e - Rotas turísticas. - Procissões, Shows, etc., normalmente necessitam de um amparo logístico de segurança, de maneira a garantir a segurança dos participantes, e - Rotas turísticas pressupõem um maior zelo com a segurança. - Mensal, e - Sob-demanda. 51 Fornecedor de Informação Informações Coletadas Resumo Periodicidade Informações a serem enviadas a 5ª DP por meio de formulário padronizado. O que se deve observar. Período no qual as informações deverão ser disponibilizadas RIO-URBE - Locais e regularidade de ocorrência de depredação do mobiliário público. - Ambiente depredado é ocupado com facilidade por criminosos. - Semestral. Secretaria Especial de Prevenção à Dependência Química - Quantitativo de dependentes e distribuição na Região, e - Possíveis pontos de tráfico de drogas. - Partindo do dependente ao traficante, este tipo de mapeamento pode aumentar os índices de sucesso nas ações contra o tráfico de drogas. - Trimestral. Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social - Ações previstas; - Tipo de Ações; - Quantidade. de atendimentos, e - Moradores atendidos. - Principais necessidades da comunidade, e - Que ações a prefeitura esta tomando na região de forma a não conflitar com o trabalho policial. - Semestral. Secretaria Municipal de Educação - Nível de escolaridade, e - Índice de evasão escolar. - Quanto menor o nível de escolaridade maior a probabilidade do cidadão se submeter a ações criminosas, e - A evasão deve ser verificada pelo desvio comportamental que ela pode gerar. - Semestral. Secretaria Municipal de Esportes e Lazer - Áreas para pratica; - Projetos de atendimento, e - Eventos. - A prática de esportes normalmente diminui a criminalidade da região, e - Eventos esportivos, normalmente necessitam de um amparo logístico de segurança, de maneira a garantir a segurança dos participantes. - Mensal, e - Sob-demanda. Secretaria Municipal de Fazenda - Inadimplência de impostos. - A inadimplência de uma região pode demonstrar o domínio de um poder paralelo. - Semestral. Secretaria Municipal de Habitação - Construções irregulares; - Invasões; - Déficit habitacional, e - Áreas de Risco. - O uso de locações não regulares por criminosos, se demonstra uma pratica comum. - Semestral. Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos - Programação de intervenções, e - Previsão de conclusão. - Obras em logradouros públicos, dificultam a fluidez do trânsito de pessoas facilitando alguns tipos de abordagens. - Semestral. Secretaria Municipal de Saúde - Locais e tipos de atendimento, e - Quantidade de atendimentos. - Hospitais, postos de Saúde, etc., são os pontos finais de muitas ações criminosas. A monitoração deste tipo de ambiente, tem como efeito reduzir seu uso por marginais. - Mensal. 52 Fornecedor de Informação Informações Coletadas Resumo Periodicidade Informações a serem enviadas a 5ª DP por meio de formulário padronizado. O que se deve observar. Período no qual as informações deverão ser disponibilizadas Secretaria Municipal do Trabalho e Renda - Índices de desemprego, e - Índices e tipo de trabalho informal. - O desemprego pode levar à criminalidade, e - O trabalho informal pode ser utilizado para encobrir práticas delituosas. - Mensal. SMTU - Quantidade de transporte público; - Tipos de transporte público;; - Quadro de horários, e - Quantidade de passageiros. - O trânsito de pessoas está diretamente relacionado à disponibilidade de transporte, aumentando a probabilidade de eventos criminosos. - Trimestral. CEDAE - Áreas não atendidas; - Áreas com dificuldades para manutenção; - Áreas com atendimento irregular, e - Índices de inadimplência. - O esvaziamento da prestação de serviços públicos inibe a população em atuar a favor do estado, e - A inadimplência além de ser um fator social, pode junto com outros fatores demonstrar tendências ilícitas. - Mensal. Light - Áreas não atendidas; - Áreas com dificuldades para manutenção; - Locais e regularidade de depredação da rede; - Índices e locais com ligações clandestinas; - Áreas com atendimento irregular, e - Índices de inadimplência. - O esvaziamento da prestação de serviços públicos inibe a população em atuar a favor do estado, e - A inadimplência além de ser um fator social, pode junto com outros fatores demonstrar tendências ilícitas. - Mensal. Figura 11 – Produtos de Informação 53 4.4.2. Perfil desejado para o Analista de Informação da SIP Após os desenvolvimentos das análises, percebemos a necessidade de se traçar o perfil desejado para o Analista de Informações da SIP, que terá um papel de suma importância para operacionalização do sistema proposto de Inteligência Competitiva dentro da 5ª Delegacia de Polícia. • Formação na Academia de Polícia; • Comportamento ético; • Determinação e criatividade; • Habilidade analítica; • Vasto Conhecimento do Segurança Publica; • Visão holística; • Boa redação; • Poder de síntese; • Poder de análise, e • Conhecimentos gerais. 54 4.5. Disseminação Propõe-se para a fase inicial da implementação do projeto nas SIPs, a elaboração de boletins quinzenais, que poderão ser enviados via e-mail, fax e publicado no SIP – Sistema de Informação Policial. Havendo necessidade, serão expedidos boletins extraordinários abordando temas que mereçam destaque em função da urgência/ relevância. Em um próximo passo, com a própria consolidação dos novos processos, é indicada a inserção na intranet para a divulgação das informações para a da 5ª Delegacia de Polícia e para os demais órgãos da SSP/RJ – Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro. A seguir, é apresentado um exemplo de boletim (figura 12) cujos conteúdos baseiamse nas análises elaboradas na etapa anterior. Boletim Quinzenal da SIP – No XXX RJ, XX de xxxxxx de 2003 5ª Delegacia de Polícia do Estado do Rio de Janeiro Perfil Social Mapa de Risco da Circunscrição Comunidade de Xxpt, com baixo nível de escolaridade, com pouca presença do poder público, tendência a receber ajuda de traficantes e bicheiros. Área de muitos bares e atividades noturnas. Incidência de prostituição em algumas áreas próximas a hotéis. Rua xpto, com alto índice de furtos de veículos. Terreno com matagal provavelmente serve como abrigo de criminosos na rua Xxtp. Comunidade da Ttpo, informa tentativa de tráfico na rua xxpo. Principais Ocorrências Assaltos à mão armada- 20 Furto de veículos - 35 Seqüestro relâmpago – 3 Ações dos 3 Poderes Judiciário – Liberado o traficante Zezinho. Executivo – Liberada a compra de armas para a polícia Civil. Legislativo – Sai a lei de tipificação do seqüestro relâmpago. OBS: Acesse a intranet no treinamento interativo de agentes policiais. Figura 12 – Exemplo de Boletim Quinzenal da SIP Fonte Própria 55 4.6. Produtos finais Os produtos e serviços de informação / inteligência propostos para SIP, são direcionados ao apoio do processo de tomada de decisão dos delegados de polícia e informação a outras unidades policiais. A oferta dos produtos e serviços deverá ser sincronizada com o reconhecimento da demanda e o amadurecimento da seção quanto a seu uso. A implantação dos serviços deverá ser gradual, na medida da capacidade crescente do núcleo e da receptividade da equipe da Unidade Policial. Os produtos e serviços potenciais da SIP, serão os seguintes: • Base sumarizada de informações da circunscrição; • Base analítica de informações da circunscrição; • Pesquisas e estudos especiais, efetuados por demanda; • Consultoria sobre demandas específicas do setor; • Treinamento técnico especializado; • Biblioteca presencial e / ou virtual; • Desenvolvimento de projetos específicos por demanda, e • Boletim periódico, abordando aspectos técnicos/ legais, distribuído via email, fax ou correio. Para o caso específico do monitoramento tecnológico, não sistematizado, tem-se os seguintes produtos e serviços: • Interação com os órgãos de Polícia Técnica; • Elaboração de procedimentos para o planejamento de ações policiais; • Consultas às bases de dados e ao banco de dados criminais de outros estados; • Apoio no desenvolvimento / realização de cursos; • Informações sobre interações entre as polícias; • Informações sobre pesquisas em desenvolvimento na área Segurança Pública, e • Tendências na legislação. Considerando a abrangência proposta para as SIPs, na elaboração deste projeto optouse por um foco na geração de produtos de inteligência (boletim) envolvendo a Vigilância Social. 56 4.7. Avaliação Segundo GOMES e BRAGA (2001), os Sistemas de Inteligência Competitiva devem ser avaliados sob dois aspectos: o primeiro diz respeito ao desempenho de cada uma das etapas que compõem o sistema, e o outro se refere à avaliação com os usuários do sistema quanto aos resultados práticos obtidos com o uso dos produtos gerados pelo mesmo. Estas duas avaliações são fundamentais, tanto para o aprimoramento do sistema quanto para sua sobrevivência, uma vez que o processo de Inteligência Competitiva somente se consolida se os produtos de inteligência resultantes são utilizados nas tomadas de decisão. Propomos a utilização do seguinte formulário de avaliação (figura 13 – a ser elaborado) que deverá ser preenchido pelos usuários do sistema, a cada 3 meses, durante o primeiro ano, e a cada 6 meses a partir do segundo ano de operação. Avaliação das informações de Inteligência Esta avaliação sobre a eficiência do Boletim Quinzenal da SIP é crucial para aperfeiçoarmos seu formato e conteúdo. Nome: Data: Telefone: Email: 1ª Pergunta: Você está satisfeito com o formato do produto? ( )Sim ( ( )Parcialmente - Justifique: 2ª Pergunta: Você está satisfeito com a linguagem do Produto? ( )Sim ( ( )Parcialmente - Justifique: 3ª Pergunta: Você está satisfeito com a periodicidade? ( )Sim ( ( )Parcialmente - Justifique: 4ª Pergunta: O conteúdo atendeu às suas necessidades? ( )Sim ( ( )Parcialmente - Justifique: )Não )Não )Não )Não Figura 13 – Formulário de Avaliação do Boletim Quinzenal da SIP Fonte: Adaptado de Gomes e Braga, 2001 57 5. Conclusão 5.1. Considerações Finais Com este projeto procurou-se estabelecer as bases para a construção dos novos padrões para as atividades relacionadas à Inteligência Policial para a 5ª DP do Estado do Rio de Janeiro. Apesar de o projeto aqui apresentado ter um objetivo específico relacionado ao MBKM – turma 2002/RJ , buscou-se trabalhar com informações reais e fidedignas coletadas junto aos técnicos e operadores do sistema de segurança pública, especialmente os coordenadores do Programa Delegacia Legal, em virtude de este Programa estar voltado para o processo de modernização da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro e envolver vários aspectos relacionados à gestão do conhecimento. Além disto, facilitaram este processo os Delegados Adjuntos e Titulares, Agentes de Polícia, entre outros que respondera, os questionários, entrevistas, etc.. Por outro lado, é necessário ressaltar, diante da complexidade da sociedade moderna, que projetos de natureza inovadora, adaptados à realidade de uma sociedade do conhecimento, podem se tornar fundamentais para os órgãos de segurança pública no enfrentamento do desafio de manter a ordem pública em um ambiente de falta de emprego, recessão, instabilidade econômica, concentração excessiva de renda, tráfico de drogas e crime organizado e outros dramas da sociedade moderna. Ao desenvolvermos um projeto de inteligência competitiva para uma unidade da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, que está passando pelo mais profundo processo de modernização de sua história, estamos certos de que é o passo inicial para que possamos contribuir e enriquecer com o processo de mudança cultural em andamento. Tivemos o cuidado de selecionar criteriosamente a unidade policial e a definição de uma estrutura de desenvolvimento das atividades de inteligência competitiva (SIP) que não conflitasse com o processo de mudança que se encontra em curso. O projeto de IC vem contribuir e enriquecer com atividades que já se encontram incipientes. Outro aspecto que merece destaque refere-se à viabilidade de implementação que este projeto apresenta, na sua totalidade ou parcialmente. Diversas ações realizadas e / ou em andamento atestam esta viabilidade. No planejamento estratégico iniciado em 1999, com o início da implementação do Programa Delegacia Legal, ficou 58 claro o interesse político e a necessidade do setor de segurança pública em gerar, receber e utilizar “produtos de inteligência” em apoio às tomadas de decisão. Os investimentos visando maior eficiência das atividades de Inteligência Policial já vem sendo realizados dentro do Programa Delegacia Legal, como também em projetos paralelos como das câmeras de monitoramento de áreas, centrais de emergência informatizadas, Centros de Polícia Técnica, laboratórios de DNA, digitalização da identificação criminal e civil , central de escuta telefônica, dentre outros. Assim, desenvolvemos este projeto de inteligência competitiva que viesse fortalecer o caminho de inovação e melhoria de qualidade que já se encontra em andamento, considerando que, de maneira menos sofisticada, as Seções de Inteligência Policial - SIP já praticam uma coleta, uma análise e uma disseminação de informação especializada para as Unidades Policiais que integram o Programa Delegacia Legal. A proposta deste projeto de Inteligência Competitiva é agregar valor a esta atividade do SIP, focando nas novas necessidades do sistema de Segurança Pública, ampliando as vigilâncias para o monitoramento, melhorando a qualidade da informação e sistematizando o processo. Como argumentamos anteriormente as atividades de segurança pública estão cada vez mais difíceis de serem definidas e delimitadas em nossa sociedade. Em nome da segurança pública pode-se falar em política de emprego, iluminação pública, comércio ambulante, educação, atividades culturais, tecnologia da informação, geração de renda e tantos outros temas exigidos pela realidade que a sociedade esteja vivenciando. Definir atualmente a amplitude do trabalho policial é tarefa que está exigindo a participação cada vez maior de equipes multidisciplinares para tratar de temas tão abrangentes quanto a própria atividade humana. Portanto, espera-se que este trabalho seja um estímulo para outros setores da área de segurança pública e do Governo Estadual desenvolverem seus Núcleos de Inteligência Competitiva, com objetivo de melhorarem a qualidade de serviços que prestam à população e se integrarem mais à realidade da sociedade do conhecimento. 59 Bibliografia ANGELONI, M. T. (Coord.) Organizações do conhecimento: infra-estrutura, pessoas e tecnologias. São Paulo: Saraiva, 2002. CAVALCANTI, Marcos. Gestão de Empresas na Sociedade do Conhecimento. Um roteiro para a ação / Marcos do Couto Bezerra Cavalcanti, Elizabeth Braz Pereira Gomes, André Faria Pereira Neto. – Rio de Janeiro: Campus, 2001. GOMES, Elisabeth; Inteligência Competitiva: como transformar informação em um negócio lucrativo– Rio de Janeiro: Campus, 2001. KELLING, G. L, (1982), Fixing Broken Windows: Restoring Order and Reducing Crime in Our Communities. LIMA, R. K. (1995), A polícia da cidade do Rio de Janeiro: seus dilemas e paradoxos. 2ª edição. Rio de Janeiro, Forense. MEYER, Christopher & DAVIS, Stan. "Blur: a velocidade da mudança na economia integrada". Rio de Janeiro: Campus, 1999 MINGUARDI, G. (1992), Tiras, gansos e trutas. Cotidiano e reforma na polícia civil. São Paulo, Página Aberta. PORTER, Michael E. "Estratégia Competitiva: Técnicas para análise das indústrias e da concorrência". 362 p. Rio de Janeiro: Campus, 1992. SOUZA, M L (1994), O tráfico de drogas no Rio de Janeiro e seus efeitos negativos sobre o desenvolvimento. Cadernos IPPUR/UFRJ, ano VIII, números 2/3, pp. 25-39 [publicado em 1996]. SSP/RJ (1999), Plano Estadual de Segurança Pública, Rio de Janeiro: Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro, 1999. 60 Documentos Internos Manual da Qualidade – revisão 03 de 23/10/2002 Sites Internet Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro; www.ssp.rj.gov.br Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro; www.policiacivil.rj.gov.br Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro; www.policiamilitar.rj.gov.br Polícia Federal; www.policiafederal.gov.br Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro; www.mp.rj.gov.br Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro; www.tj.rj.gov.br Superior Tribunal de Justiça; www.stj.gov.br Delegacia Legal; www.delegacialegal.rj.gov.br Dados Cadastrais da 5ª Delegacia de Polícia. Razão social 5ª Delegacia de Policial Endereço Av Gomes Freire, 320 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – 22.231-010 Telefones de contato Recepção - +55(21) 3399-5060 Delegado Titular - +55(21) 3399-5052 Local e abrangência de atuação Centro do Rio de Janeiro (parte). 61 Anexo I – Detalhamento do Processo Gerar Identificação Policial Após análises na documentação de processos no manual da qualidade da 5ª Delegacia de polícia foi identificado que o único processo que fazia menção às atividades da SIP – Seção de Inteligência Policial, é o processo relatado a seguir: 62 Objetivo Padronizar o processo de identificação policial da 5ª DP, tendo como objetivo a coleta, o processamento e a difusão de dados de interesse policial, interna e extremamente, a fim de que a autoridade policial elabora as políticas de segurança pública necessárias ao controle da criminalidade na sua circunscrição. Identificado do Processo PS-IDT-01 de 28 de janeiro de 2002, revisão 00 Aplicação Seção de Identificação Policial - SIP Definições Termo Esclarecimento Coletar dados Obtenção de dados para elaboração de políticas e procedimentos de controle da criminalidade na circunscrição. Processar dados Analisar, avaliar, integrar e interpretar as informações coletadas. Difusão de dados Promover a informação certa, para a pessoa certa, no tempo certo. GI Grupo de Investigação. SCO Sistema de Controle Operacional. SESOP Seção de Suporte Operacional. Referência • Legislação Constitucional e Infraconstitucional aplicável; • Manual do Sistema de Identificação Policial; • Manual do Sistema de Controle Operacional. 63 Responsabilidades Gerais Função Descrição da Responsabilidade Policiais do SIP Executar os trabalhos de identificação em geral, inclusive com captura de imagens; Promover intercâmbio congêneres permutando com órgãos informes e informações; Atualizar constantemente o banco de dados e arquivos, de forma a possuir com a maior amplitude possível, conhecimento de interesse policial; Extrair dados informativos de todos os dados policiais; Manter estreito contato com os demais policiais da delegacia coletando e fornecendo informes e informações úteis; Proceder, periodicamente, a análise crítica da massa criminalidade de dados da referente circunscrição à da delegacia. Diretrizes As atividades realizadas pelos policiais da SIP têm como finalidade apoiar o processo de investigação realizado pelos Grupos de Investigação – GI. Os policiais da SIP devem conhecer o ambiente e os principais pontos de referência da circunscrição da UPAJ, em especial o nome e localização das ruas, os hospitais, as escolas, os teatros, os cinemas, os pontos turísticos, os órgãos públicos, as empresas privadas, os restaurantes e bares etc. 64 É importante que os Delegados realizem a tipificação dos fatos ilícitos de acordo com o Manual de Títulos e Subtítulos, disponível na rede de informações da UPAJ, com o objetivo de facilitar as atividades de inteligências desenvolvidas pela SIP. Os GIs devem preencher corretamente todos os campos do Registro de Ocorrência – RO, sendo que nos campos “dinâmica” e “diligência” o preenchimento deve observar, sem prejuízo dos demais, os princípios de objetividade, concisão, simplicidade, imparcialidade e amplitude. Procedimentos Básicos Atividades Diárias do Plantão Realiza consulta no SCO dos registros de Ocorrência – ROs emitidos nos três últimos dias, com objetivo de alimentar a base dados da SIP. Efetuar a importação dos dados dos autores cadastrados nos Procedimentos do SCO, para o sistema da SIP. Analisa informações oriundas de diversas fontes (p.ex: dos GIs, de jornais, do Disque-Denuncia, etc.), com objetivo de registrar informações nos registros de dados: • Prontuários físicos novos; • Prontuários de pessoas jurídicas; • Locais; • Associações criminosas; • Informes, e • Informantes. Flagrante Atende o autor e solicita seu documento de identificação. Caso o autor possua documento de identificação, executam-se os seguintes procedimentos: 65 • Consulta os Banco de Dados do Instituto Félix Pacheco – IFP, do DETRAN-RJ, da rede Medusa da Polícia, do INFOSEG, do PRODERJ, para confirmação da identificação; • Preenche um prontuário novo ou atualiza os dados no prontuário existente; • Providencia a identificação dactiloscópica do autor, em casos previstos na lei; • Preenche, em duas vias, o formulário Pedido de Anotação Criminal – PAC, de acordo com o Módulo específico do sistema SIP (fotos PAC); • Fotografa o autor, registrando no módulo específico do sistema SIP e colocando o número do formulário Pedido de Anotações Criminal – PAC no registro; • Solicita assinatura do autor no PAC, e encaminha a 1ª via do Setor Criminal do IFP e a 2ª via ao Delegado, para compor os Autos de Flagrante; • Imprime, pelo Sistema SIP, o Boletim Individual – BI e o Relatório da Vida Pregressa – RVP; • Preenche o Livro de Fiança e solicita a assinatura do preso, após o pagamento da fiança; • Arquiva a Guia de Recolhimento de Preso, devidamente recibada pelo órgão que recebeu o preso; • Encaminha ao GI o Boletim Individual com o Relatório de Vida Pregressa, uma foto do preso e no caso de crimes previstos na Lei 1.054/00, uma cópia do documento de identidade; • No caso de inquérito de flagrante, providencia, diariamente, cópia das fotografias em meio eletrônico (disquete) e encaminha ao DETRAN-RJ com o PAC. Caso o autor não possua documento de identificação, executam-se os seguintes procedimentos: • Consulta os Banco de Dados do Instituto Félix Pacheco – IFP, do DETRAN-RJ, da rede Medusa a Polícia, do INFOSEG, do PRODERJ, para a confirmação da identificação; • Preenche um prontuário novo ou atualiza os dados no prontuário. • Providencia a identificação dactiloscópica do autor; • Preenche em duas vias, o formulário Pedido de Anotação Criminal – PAC, de acordo com o Módulo específico do Sistema SIP (Fotos PAC); 66 • Fotografa do autor, registrando no Módulo específico do Sistema – SIP e colocando o número do formulário Pedido de Anotação Criminal – PAC do registro; • Solicita a assinatura do autor no PAC, e encaminha a 1ª via ao Setor Criminal do IFP e a segunda via ao Delegado, para compor os Autos do Flagrante; • Imprime, pelo sistema SIP, o Boletim Individual – BI e o Relatório de Vida Pregressa – RVP; • Preenche o Livro de Fiança e solicita assinatura do preso, após o pagamento da fiança; • Arquiva águia do Recolhimento de Preso, devidamente recibada pelo órgão que recebeu o preso; • Encaminha ao GI o Boletim Individual com o Relatório de Vida Pregressa, uma foto do preso e no caso de crimes previstos na Lei 1.054/00, uma cópia do documento de identidade; • No caso de inquérito de flagrante, providencia, diariamente, cópia das fotografias em meio eletrônico (disquete) e encaminha ao DETRAN-RJ com o PAC. Inquérito Neste caso os procedimentos com o indiciado são os idênticos aos procedimentos de flagrante; Nota: para os crime previstos na Lei 1.054/00, mesmo que o autor apresente documentos de identidade há necessidade de proceder a sua identificação. Remessa de Fotografias Providencia, diariamente, cópia das fotografias em meio eletrônico (disquete) e encaminha ao DETRAN-RJ com o PAC, por intermédio da SESOP. Cadastro de Suspeitos Os suspeitos de crime que chegam a delegacia são encaminhados ao SIP para a realização de identificação policial, a obtenção de fotografia e entrevista. 67 Atualização de Dados de mandato de Prisão Recebe do Poder Judiciário Mandato de Prisão, em duas vias, e verifica se o autor está cadastrado. Se estiver cadastrado atualiza os dados referentes ao Mandato de Prisão e arquiva um via do documento. Encaminha a segunda via do Mandato ao GI. Se não estiver cadastrado realiza o cadastro do autor, acrescentando os dados referentes ao Mandato de Prisão e arquiva um via do documento. Encaminha a segunda via do Mandato ao GI. Obtenção e Divulgação de Dados Realiza a análise continua do banco de dados da SIP, buscando isolar suspeitos, modus operandi, locais, dias da semana, horários características dos autores, objetos e delitos de maior incidência da circunscrição a fim de realizar o confronto das informações coletadas. Efetua pesquisa de dados, utilizando os sistemas SIP e SCO e outras fontes de informação, para auxiliar os GIs nas investigações. Elabora relatório critico de infração penal, periódico, com os dados obtidos, para os Delegados Titular e Assistente. Registros • Pedido de Ação Criminal – PAC • Boletim Individual – BI • Relatório de Vida Progressiva – RPV 68 Anexo II – Apresentação Final Inteligência Competitiva para a 5ª Delegacia de Polícia do Estado do Rio de Janeiro Após esta apresentação foi utilizada na defesa final do projeto submetida à banca avaliadora dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 69