XXX Encontro dos Cursos de Ciências Econômicas do RS Cruz Alta 18 de maio de 2007 Formação e Mercado de Trabalho do Economista Apresentação: Economista Gustavo Fanaya Escolha do curso de graduação: É sempre uma opção estratégica, visando qualificação profissional e conseqüente prêmio remuneratório. No caso de Economia => Escolha geralmente aleatória, por curiosidade, sem critério, em suma: sem pretensão original de seguir carreira na profissão. É grande a confusão em relação ao curso de Administração, e muitos optam por Economia pela menor relação candidato/vaga, o que compromete o perfil qualitativo do nosso quadro discente. O objetivo fundamental restringe-se, em geral, na obtenção de algum diploma de curso superior, para fins de: • Status social • Satisfazer expectativas familiares • Ascender no plano de cargos da empresa em que atua • Prestar concurso público para carreiras superiores • Obter melhores oportunidades de emprego • Direito a prisão especial: extinto no novo Código Penal Preferências de colocação profissional: • Grandes Corporações – – – – Demanda seletiva – processo de seleção subjetivo Cargos melhor remunerados: diploma 3º grau Buscam identificar perfil comportamental específico Palavras-chave: motivação e competência • Instituições Públicas – – – – Demanda genérica – processo de seleção objetiva Cargos melhor remunerados: diploma 3º grau Buscam classificar por nível de conhecimento Palavra-chave: conhecimento Alternativas de inserção econômica: • Pequenas e Médias Empresas – – – – Demanda genérica – sem critério – por indicação Pouca oportunidade de crescimento: 2º grau Em geral contratam por indicação de terceiros. Elevada informalidade nas relações de trabalho • Empreendedorismo – Alternativa de risco – Remuneração incerta – Requer habilidades inatas Alternativas de inserção econômica: Prestação de serviços / Consultoria – É necessário saber fazer determinadas tarefas complexas e especializadas, que excedem a capacidade técnica dos quadros da empresa ou instituição demandante do serviço. – O cliente somente busca um serviço se ele for capaz de compreender o resultado/solução apresentada. Ele não saber fazer, mas sabe o que procura. Sobre o Serviço a ser Prestado – Não pode ser simples demais senão ele mesmo faz – Não pode ser complexo demais senão ele não entende – Não pode ser dispendioso demais senão ele não paga Sobre o Serviço a ser Prestado – O cliente necessita ter elementos para ser capaz de fazer uma análise de custo-benefício para decidir sobre a contratação do serviço. – Os elementos necessários à geração das expectativas sobre o trabalho devem ser totalmente compreendidos pelo contratante interessado. Expectativas do mercado sobre as habilidades de um profissional economista – – – – Exímio conhecedor de Matemática Financeira Autoridade em Contas Públicas Especialista em Aplicações Financeiras Ter o domínio total de todos as questões relacionadas a dinheiro. Em suma, para quase todo mundo (exceto os contabilistas) economista é sinônimo de financista. Expectativas do mercado sobre as habilidades do profissional Economista Os cursos de graduação em Ciências Econômicas se reinventaram a partir de 1985 (Instrução 11/84), tornando-se muito mais ecléticos, ampliando e aprofundando o espectro de estudo dos futuros economistas, buscando atingir o limite máximo da própria Ciência Econômica. Porém deixaram de atender as expectativas do mercado, que não sabe quem o Novo Economista, que seria melhor definido como Cientista Econômico. A Formação do Cientista Econômico Para dar cabo do desafio de formar o novo Cientista Econômico, as graduações necessariamente acabaram por converter-se em meros Cursos Introdutórios à Ciência Econômica, uma fase preparatória para os complementares (e agora imprescindíveis) cursos de Mestrado e Doutorado. Pelo novo paradigma, o Cientista Econômico somente completa a sua formação após a defesa e aprovação de sua tese de doutorado. A Formação do Cientista Econômico Este processo estendido de formação (graduação-mestrado-doutorado) acaba forjando uma inegável identidade acadêmica ao Economista - perfeitamente adequada ao novo Cientista Econômico. Este profissional acaba naturalmente tendendo a abraçar a carreira de docente nas instituições de ensino. Porém cabe indagar: quantos dos nossos alunos de graduação realmente têm por meta profissional seguir a carreira acadêmica? Nichos de atuação perdidos Saindo do mundo acadêmico, observa-se que as melhores oportunidades de atuação (as mais rentáveis) são progressivamente assumidas por profissional de outras áreas de formação. Estes outros profissionais têm sua formação complementada através de cursos de pósgraduação, livremente ofertados, nas áreas de atuação dos economistas. Neles somos apenas 5%, contra 60% de engenheiros. Exemplos de Nichos de atuação perdidos: Área Tributária Advogados e contadores Finanças Engenheiros e contadores Tesouraria Contadores Controladoria Contadores Custos e Formação de Preços Contadores Perícia e Auditoria Contadores Área Concorrencial Advogados Área Mercadológica Administradores Exemplos de Nichos de atuação perdidos: Comercial Advogados e administradores Logística Engenheiros Economia Rural Engenheiros Agrônomos Impactos Ambientais Engenheiros e Biólogos Inovação Tecnológica Engenheiros Comércio Exterior Bacharéis em Com. Exterior Planejamento Regional e Urbano Arquitetos e engenheiros Projetos Viabilidade Econômica Engenheiros e contadores Exemplos de Nichos de atuação perdidos: Fusões e aquisições Advogados Análise de Política Econômica Jornalistas Literatura Econômica Jornalistas Gestão Pública Contadores e engenheiros Planejamento Estratégico Administradores e Engenheiros Docência Superior em disciplinas da área econômica Profissionais de qualquer formação, bastando ter doutorado em Economia. A desintegração das profissões A tendência atual leva à vulgarização da graduação cursada, que o próprio indivíduo normalmente omite quando instado a divulgar publicamente a seu identificação profissional. O status profissional está hoje muito mais relacionado à especialização, seja ela um doutorado ou uma simples curso de final de semana. E o pior é que todos consideram isso absolutamente normal. A desintegração das profissões Meras ocupações ou cargos tornaram-se verdadeiras “grifes profissionais”, tais como: consultor, analista, assessor, palestrante, conferencista, pesquisador, executivo, diretor, CEO, gerente... São infinitas as possibilidades. Até mesmo as carreiras têm preferência sobre a profissão, como por exemplo: funcionário público, bancário, professor, militar, auditor... A expressão “economista” fica sempre relegada ao último plano. Abdica-se à própria profissão. Nova compreensão geral: ANTERIOR ATUAL ECONOMIA Economia Finanças Negócios Gestão O mundo do trabalho atual identifica cada área profissional através de suas especialidades. Equivocadamente enxerga-se a “Economia” como sendo uma fração do seu verdadeiro conjunto, que deveria compreender também as finanças, os negócios e a gestão.