INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE / SOEBRAS TRATAMENTO DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR. LILIAN DE CARVALHO BRAZ Feira de Santana, 2014 INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE / SOEBRAS TRATAMENTO DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR. LILIAN DE CARVALHO BRAZ Monografia apresentada ao Programa de Especialização em Ortodontia do ICS – FUNORTE/SOEBRÁS NÚCLEO Feira de Santana-Ba, como parte dos requisitos para obtenção do titulo de Especialista. ORIENTADORA: Prof (a): Carolina Calabrich Feira de Santana, 2014 DEDICATÓRIA A Deus em primeiro lugar por me proporcionar saúde e perseverança me permitindo viver mais este momento importante em minha vida. A minha mãe Valdinéia Batista exemplo de vida e dignidade, a quem devo tudo, e a quem só tenho motivos de agradecimentos. A equipe de Ortodontia do IFAP que estiveram sempre prontos a cooperar com o bom andamento do curso. AGRADECIMENTOS Acima de tudo agradeço a Deus, pois é Ele que caminha ao meu lado todos os dias de minha vida. A minha orientadora Carolina Calabrich pela paciência, confiança, amizade, pelos ensinamentos transmitidos e pela orientação que tanto contribuíram para este trabalho. À equipe de funcionários e professores do Instituto de Ciências da Saúde, IFAP, que me atenderam carinhosamente durante esses três anos. . LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Hábito de sucção digital ..............................................................................14 Figura 2 - Hábito da Chupeta .......................................................................................14 Figura 3 - Interposição Lingual......................................................................................16 Figura 4 - Respirador Bucal .........................................................................................16 Figura 5 - Grade Lingual .............................................................................................20 Figura 6 – Esporão .........................................................................................................20 Figura 7 - Quadri-Hélice com Grade Palatina ..............................................................21 Figura 8 - Grade Palatina Removível.............................................................................21 Figura 9 - Binator Fechado ...........................................................................................21 Figura 10 – Aparelho Thurow ...................................................................................... 20 Figura 11 - Aparelho extrabucal AEB...........................................................................23 Figura 12 - Educador Lingual com elástico....................................................................23 Figura 13 - SN3..............................................................................................................24 Figura 14 - Elásticos intrabucais ..................................................................................24 Figura 15 - Hawley com grade......................................................................................25 RESUMO A mordida aberta anterior pode ser definida como a presença de um trespasse vertical negativo existente entre as bordas incisais dos dentes anteriores superiores e inferiores, classificada uma discrepância no sentido vertical. É considerada uma das más oclusões de maior comprometimento estético funcional, com diversos fatores etiológicos envolvidos. Torna-se fundamental o diagnóstico precoce e preciso desta má oclusão identificando seus fatores etiológicos associados e direcionando o tratamento mais adequado para cada caso. Deste modo, o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão de literatura sobre a mordida aberta anterior. Discutindo seus fatores etiológicos a ela associados, os tipos de tratamentos mais adequados e usualmente empregados em sua correção. Palavras Chave: má oclusão; mordida aberta anterior; mordida aberta esquelética; tratamento. ABSTRACT The anterior open bite can be defined as the presence of a negative vertical overlap between the incisal edges of the upper and lower front teeth, a as discrepancy in the vertical direction. It is considered one of with greater functional impairment aesthetic, with different etiologic factors involved. Its is essential to early and accurate diagnosis the malocclusion, identifying etiologic factors associated and directing the most appropriate treatment for each case. Thus, the aim of this study was to conduct a literature review on the anterior open bite. Discussing their etiological factors associated with the types of treatments best suited and usually employed in its correction. Keywords: malocclusion; anterior open bite; skeletal open bite; treatment. SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS RESUMO ABSTRACT 1 INTRODUÇÃO..................................................................................................09 2 OBJETIVO..........................................................................................................11 3 REVISÃO DE LITERATURA..........................................................................12 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR ..........................12 3.2 ETIOLOGIA DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR.....................................13 3.3 DIAGNÓSTICO DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR...............................16 3.3 TRATAMENTO DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR................................18 4 DISCUSSÃO.......................................................................................................27 5 CONSIDERAÇOES FINAIS.............................................................................32 6 REFERÊNCIAS..................................................................................................33 9 1. INTRODUÇÃO A mordida aberta anterior é considerada uma discrepância de natureza vertical, definida como a presença de uma dimensão vertical negativa entre as bordas incisais dos dentes anteriores superiores e inferiores (ALMEIDA et al. 1198; REIS, PINHEIRO & MALAFAIA, 2007). A mordida aberta anterior pode ser resultante de causas diversas que envolvem o resultado da interação de diferentes fatores etiológicos. Estes fatores interferem no crescimento e desenvolvimento normais das estruturas faciais, modificando não somente a morfologia, mas também a função do sistema estomatognático. Esta má oclusão pode acarretar alterações estéticas no indivíduo, dificultar apreensão e corte dos alimentos, prejudicar, também, a pronúncia dos fonemas, originando funções oclusais e até condições psicológicas desfavoráveis (LOPEZ, SOUZA & JUNIOR, 2007). As mordidas abertas em adultos podem ser classificadas em dentárias e esqueléticas. As dentárias são resultantes de interrupção do desenvolvimento vertical normal dos dentes anteriores, ou seja, o distúrbio ocorre na erupção dos dentes e no processo de crescimento dentoalveolar (IANNY FILHO, 2009). A mordida aberta anterior esquelética caracteriza-se por uma deficiência ou alteração no crescimento dos ossos faciais e do processo alveolar. Refere-se às displasias craniofaciais e caracterizam-se pela rotação do processo palatino no sentido anti-horário, associadas a um ângulo goníaco obtuso e a um ramo mandibular encurtado (ALMEIDA et al. 1198; LOPEZ, SOUZA & JUNIOR, 200; IANNY FILHO, 2009). Devido às diferentes características e etiologias, o diagnóstico da mordida aberta anterior é de fundamental importância para ampliar as chances de sucesso do tratamento (IANNY FILHO, 2009). O tratamento dessa má oclusão varia desde o controle do hábito até a adoção de procedimentos mais complexos, como a cirurgia ortognática. Várias condutas têm sido utilizadas na tentativa de melhorar o padrão facial do paciente, como o uso de grade platina, aparelhos ortopédicos, aparelho extrabucal de tração alta, bite blocks, extração dentária, miniplacas de titânio com sistema de ancoragem esquelética (SAS) e mini-implante (LOPEZ, SOUZA & JUNIOR, 2007; MAIA et al. 2008; IANNY FILHO, 2009). Logo, um estudo detalhado da morfologia e da função neuromuscular da respiração e dos dados cefalométricos que refletem esta má oclusão torna-se imprescindível para a avaliação do grau de dificuldade de correção da mordida aberta anterior e para o 10 restabelecimento das condições normais do sistema estomatognático (LOPEZ, SOUZA & JUNIOR, 2007; AZENHA & MACLUF FILHO, 2011). 11 2. OBJETIVO O objetivo deste trabalho é avaliar, através de uma revisão de literatura, os métodos de tratamento propostos para a correção da mordida aberta anterior. 12 3. REVISÃO DE LITERATURA 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR A mordida aberta pode ser definida como uma das más oclusões de maior comprometimento estético funcional, com diversos fatores etiológicos envolvidos. Pode ser determinada quando se verifica a presença de um trespasse vertical negativo entre as bordas incisais dos dentes anteriores superiores e inferiores. Isso provoca alterações dentárias e esqueléticas, atrapalhando a apreensão e o corte dos alimentos, além de poder criar condições psicológicas adversas para o paciente portador da má oclusão (MOYERS, 1991; MAIA et al. 2008). De modo geral, as mordidas abertas anteriores (MAA) podem ser classificadas em dentárias e esqueléticas, conforme as estruturas que afetam. As de natureza dentária são resultantes da interrupção do desenvolvimento vertical normal dos dentes anteriores, sem o comprometimento do processo alveolar. O distúrbio ocorre na erupção dos dentes e no processo de crescimento dentoalveolar (IANNY FILHO, 2009). A mordida aberta dentária está normalmente associada a hábitos bucais deletérios, como sucção digital, e seus portadores caracterizam-se por apresentar uma face proporcional, com um padrão de crescimento vertical normal, incisivos na maioria das vezes protruídos, dentes anteriores em infra-oclusão por deficiência vertical alveolar e altura molar levemente excessiva (ALMEIDA et al. 2002). Estes hábitos, quando não removidos precocemente, podem interferir no crescimento dentofacial, agravando a má oclusão (PERES, TRAEBERTB & MARCENESC 2002; IANNY FILHO, 2009). As mordidas abertas esqueléticas, por sua vez, envolvem displasias craniofaciais e caracterizam-se pela rotação no sentido anti-horário do processo palatino, associada a um aumento da altura facial ântero-inferior, a um ângulo goníaco obtuso, a um ramo mandibular encurtado e à hiperplasia dentoalveolar, tanto da maxila quanto da mandíbula (MOYERS, 1991; ALMEIDA et al. 1998). A mordida aberta esquelética geralmente causa uma rotação horária da mandíbula, o que gera um aspecto facial de desequilíbrio entre os terços faciais médio e inferior. Apresenta, também, um maior desenvolvimento vertical dos molares e um desenvolvimento normal dos processos alveolares na região anterior dos arcos dentários, que encontram-se em infra-oclusão devido a uma divergência entre as bases ósseas (ALMEIDA et al. 2002). Segundo Azenha &Macluf Filho (2011), a mordida aberta anterior esquelética pode envolver um desenvolvimento vertical alveolar posterior excessivo, bem como altura 13 facial anterior inferior aumentada, associada, frequentemente à falta de selamento labial passivo. A mordida aberta anterior também pode ser classificada em simétrica e assimétrica. Considerada simétrica quando há em geral uma postura lingual interdental baixa. A língua está posicionada habitualmente entre os dentes, bloqueando o mecanismo de erupção contínua, que em geral, resulta em contatos relativamente homogêneos entre as arcadas antagonistas, na posição de máxima intercuspidação. Uma mordida aberta anterior assimétrica resulta da postura habitual de um dedo ou outro objeto entre os dentes (ALMEIDA et al 1998; RODRIGUEs et al. 2008). 3.2 ETIOLOGIA DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR A etiologia da mordida aberta anterior é considerada multifatorial, sendo que os principais fatores etiológicos envolvidos são a hereditariedade e as causas ambientais. Acredita-se que nas fases de dentadura decídua e mista, os fatores casuais mais encontrados são os ambientais como a hipertrofia das tonsílas faríngeas, respiração bucal e principalmente, os hábitos bucais deletérios (MOYERS, 1991; REIS, PINHEIRO & MALAFAIA, 2007). A mordida aberta anterior pode ser resultante de causas diversas, como: irrupção incompleta dos dentes anteriores, alterações nos tecidos linfóides da região da orofaringe, que levam à dificuldades respiratórias e ao mau posicionamento da língua, persistência de um padrão de deglutição infantil e presença de hábitos bucais deletérios, bem como renitentes. Ou seja, ela se desenvolve como o resultado da interação de fatores etiológicos diversos (AZENHA & MACLUF FILHO, 2011). Outros fatores relacionados são: anquilose dentária, anomalias no processo de erupção, traumas ou patologias condilares e as iatrogenias. A macroglossia verdadeira, apesar de rara, também é considerada como um fator etiológico (SIMOES, 2008). Além de que pode haver causas diversas como: irrupção incompleta dos dentes anteriores, alterações dos tecidos linfáticos da região da orofaringe, que levam às dificuldades respiratórias e ao mau posicionamento da língua; persistência de um padrão de deglutição infantil e presença de hábitos bucais deletérios rinitentes (ALMEIDA et al, 1998) A genética é considerada o fator etiológico elementar das mordidas abertas esqueléticas, uma vez que o seu desenvolvimento e sua gravidade estão diretamente relacionados ao padrão de crescimento facial do paciente, além de que esta pode ser agravada caso hábitos bucais 14 deletérios estejam presentes principalmente a respiração bucal e a deglutição atípica (MACIEL & LEITE, 2005). A sucção digital constitui-se no hábito bucal mais frequentemente encontrado entre as crianças, ao lado da sucção de chupetas. Quando o dedo é sugado, várias alterações ocorrem na região dos dentes e da musculatura peribucal. Os dentes ântero-superiores e o processo alveolar sofrem uma pressão nos sentidos vestibular e apical, favorecendo o aparecimento de diastemas entre os incisivos, enquanto os incisivos inferiores são inclinados para lingual e apical, com consequente aumento do trespasse horizontal. A sucção da chupeta produz as mesmas alterações morfológicas que a sucção digital, porém, a mordida aberta anterior desenvolvida nessas condições mostra um aspecto mais circular (ALMEIDA et al, 1998). Os hábitos de sucção digital e chupeta têm uma grande participação na etiologia da mordida aberta anterior (Figuras 1 e 2). Quando associada a estes fatores, esta má oclusão é considerada deformidade de caráter dentoalveolar, já que a abertura da mordida é restrita à região de sucção. Quando advinda do uso de chupeta, apresenta-se na forma circunferencial e circular, já com a sucção de polegar acarreta a inclinação dos incisivos superiores para vestibular e inferiores para lingual (REIS, PINHEIRO & MALAFAIA, 2007). O dedo ou a chupeta, durante a sucção, interpõem-se entre os incisivos superiores e inferiores, restringindo a erupção destes dentes, enquanto os dentes posteriores continuam a desenvolver-se no sentido vertical (REIS, PINHEIRO & MALAFAIA, 2007). As Figuras 1 e 2 mostram um esquema do efeito do hábito da sucção digital e do uso da chupeta. Fig. 1: Hábito de sucção digital Fig. 2: Hábito da Chupeta Fonte: www.ortodontista.net.com.br Fonte: www.ortodontista.net.com.br Segundo Graber (1996), a instalação de alterações morfológicas na presença do hábito depende de sua intensidade, duração e frequência, assim como da suscetibilidade individual, determinada, principalmente, pelo padrão de crescimento facial. 15 A maioria dos autores acredita que a respiração bucal é um dos fatores mais potente, constante e variado que leva ao desenvolvimento assimétrico dos músculos, ossos do nariz, maxilas, mandíbula e a desorganização das funções exercidas pelos lábios, bochecha e língua. As adenoides e tonsilas hipertróficas são a causa mais comum de obstrução nasal e, consequentemente, respiração bucal em crianças. Em um respirador bucal, ocorre o desvio funcional da musculatura bucal, do rosto e da postura que levam a um desenvolvimento inadequado do aparelho mastigatório, o que é uma indicação para a má oclusão do tipo mordida aberta (SIMÕES, 2008). Na respiração bucal, deixa-se de ter a necessária massagem e pressionamento de ar junto à região bucosinusal (nariz e seios paranasais), um dos principais fatores estimuladores do crescimento e desenvolvimento do terço médio da face. Portanto, os tecidos linfoides hipertróficos e a obstrução nasal podem obrigar a língua a se manter em uma posição projetada para permitir a respiração pelo espaço orofaríngeo, ao invés do nasofaríngeo. Devido à postura da língua, ocorre também à erupção contínua dos dentes posteriores aumentando a dimensão vertical do paciente, e em consequência aparece a Mordida Aberta Anterior (Figura 4) (ALMEIDA et al. 1998). No paciente que apresenta a deglutição atípica, há um desequilíbrio muscular entre a língua, lábio e músculos da bochecha, caracterizando-se por uma participação ativa da musculatura perioral. Esta é causada por problemas neurológicos, respiração bucal, macroglonia, anquiloglonia, mordida aberta anterior, perdas precoces dentre outras (SIMOES, 2008). Acredita-se que uma pressão suave, porém contínua, exercida pela língua contra os dentes seja capaz de movimentá-los, produzindo efeitos significativos. Se um paciente tem uma postura anterior de repouso da língua, a duração dessa pressão, mesmo que muito leve, pode interferir no processo de erupção ou movimentar os dentes anteriores resultando em mordida aberta (ARTESE et al, 2011). A interposição lingual, ou pressionamento lingual atípico, encontra- se presente em 100% dos casos com mordida aberta anterior (Figura 3) Ela pode ser classificada como primária, quando consiste na causa principal do desenvolvimento da má oclusão, ou secundária, quando a língua apenas adapta-se a uma alteração morfológica já existente, causada pela sucção de dedos ou de chupeta (MACIEL& LEITE, 2005). 16 Para que se obtenha um selamento anterior adequado para a deglutição, o paciente sente a necessidade de interpor a língua entre os incisivos, o que acaba por agravar e perpetuar o trespasse vertical negativo e acentuar o trespasse horizontal que porventura ainda exista. Quando da dicção de certos fonemas, a interposição lingual também está presente, atrapalhando ou acentuando os aspectos negativos mencionados (ALMEIDA et al. 2002). Nas Figuras 3 e 4 pode-se verificar o efeito do hábito da interposição língual e um respirador bucal respectivamente. Fig. 3: Interposição Lingual Fig. 4: Respirador Bucal Fonte: www.ortodontista.net.com.br Fonte: www.maissauderevista.com.br 3.3 DIAGNÓSTICO DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR Devido às diversas características e etiologias, o diagnóstico da MAA é de fundamental importância para se aumentar as chances de sucesso do tratamento. Diagnosticar é identificar o componente dentário ou esquelético da má oclusão e entender com que severidade e em que plano do espaço esses componentes se combinam (IANNY FILHO, 2009). Assim sendo, para se iniciar o tratamento desta má oclusão do tipo MAA, é necessário um exame detalhado do paciente, observando a faixa etária, os fatores predisponentes, com o intuito de tentar eliminar os hábitos deletérios e os funcionais associados ao quadro da má oclusão o mais cedo possível (SIMÕES, 2008). Azenha & Macufl Filho (2009) acreditam que, para o correto diagnóstico desta má oclusão, deve-se sempre estar atento a sua etiologia e agrupar um maior número de informações para que se possa traçar um plano de tratamento adequado para cada caso. Desta forma, levando em consideração a análise facial, embora não possa ser vista de maneira isolada, pode ser considerado o item mais importante do diagnóstico, pois permite ao ortodontista avaliar as características morfológicas responsáveis pela estética do indivíduo. Durante a análise do diagnóstico facial, deve-se levar em consideração o padrão facial do paciente, relacionando-o ao crescimento da face e a tipologia facial, determinada pela morfologia óssea e muscular, as alterações verticais, o plano frontal e sagital, as alterações estéticas do sorriso, bem como, o posicionamento horizontal da maxila. 17 Ianny Filho (2009) afirma que, na análise facial, a proporção dos terços faciais em um paciente com esta má oclusão é de considerável importância, pois, terço inferior aumentado indica um padrão vertical de crescimento (dolicofacial), com um prognóstico, por exemplo, menos favorável no tratamento da MAA. Outro ponto relevante para se obter sucesso no diagnóstico da MAA é avaliar os estudos cefalométricos, uma vez que, além de estabelecer padrões de normalidade para uma determinada população, facilitam o diagnóstico e o planejamento do tratamento ortodôntico (NOUGUEIRA & OLIVEIRA, 2003; SANTOS et al. 2005). A análise cefalométrica, especificamente, tem sido empregada com o intuito de identificar as características e as alterações de crescimento dos portadores de má oclusão, realizar o diagnóstico diferencial entre a mordida aberta dentoalveolar e esquelétca e analisar os resultados de tratamento (ARAS, 2002; ALIMERE et al. 2005). A exposição dos incisivos pode auxiliar o ortodontista no momento de se estabelecer o diagnóstico da MAA. Quando o lábio inferior tem valor próximo à média de referência e não há deficiência de crescimento ou de erupção dos dentes anteriores da maxila, a exposição dos incisivos em repouso deve ser entre 2mm e 4mm. No sorriso a exposição ideal é de ¾ da coroa clínica até 2mm de gengiva. O aumento da exposição gengival, que compromete a estética facial, deve ser analisada, conjuntamente, com o comprimento de lábio superior. Lábio com comprimento normal e diminuição na exposição dos incisivos sugere deficiência de crescimento anterior da maxila e/ou falta de erupção dos dentes anteriores. A análise do comprimento de lábio superior, da exposição dos incisivos em repouso, e no sorriso, contribui para o diagnóstico diferencial da falta de erupção dos dentes anteriores/deficiência no crescimento vertical anterior da maxila ou do excesso de erupção dos dentes posteriores/excesso de crescimento vertical posterior maxilar (IANNY FILHO, 2009). A protusão do lábio superior também ajuda na decisão pelo tratamento com ou sem extrações da MAA. Assim, quanto maiores forem o envolvimento esquelético e a dificuldade de tratamento, maior será a necessidade da exodontia. Nesse sentido, as linhas de Brustone (SN Pog’) e o Plano Estético de Ricketts (PN Pog’) são importantes para quantificar a protusão ou a retrusão dos lábios superiores e inferiores e, portanto, a necessidade de extração de pré-molares nos casos de MAA (IANNY FILHO, 2009). Avaliar a base nasal é relevante para se traçar o diagnóstico da MAA, pois, ela permite diagnosticar a estenose da abertura nasal anterior, ajuda no diagnóstico de desvio de septo 18 nasal anterior e ainda facilita a constatação de problemas funcionais como a respiração bucal, que deve ser tratada, pois o equilíbrio das funções é primordial para a estabilidade do tratamento da MAA (ALIMERE, THOMAZINHO, FELÍCIO 2005). Agrupar o maior número de informações é o mais coerente para se fazer um bom diagnóstico da má oclusão do tipo MAA, devido a sua etiologia multifatorial. A mordida aberta anterior é assunto complexo, cujo diagnóstico preciso é de fundamental importância para o sucesso do tratamento. O fator etiológico é essencial na determinação do tipo da mordida aberta, o que torna necessário o tratamento do caso o mais precocemente possível, com métodos preventivos e terapêuticos adequados. 3.4 TRATAMENTO DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR Fazer um exame minucioso do paciente para elucidar as possíveis causas relacionadas ao problema da mordida aberta é muito importante. Deve-se avaliar se a mordida aberta é de caráter emocional ou um distúrbio respiratório ou uma alteração funcional ou ainda a combinação de todos esses fatores (ALMEIDA et al. 1998). Deste modo, quando existe uma mordida aberta anterior, vários fatores devem ser considerados antes de qualquer intervenção (FAYYAT, 1999). Feitas essas considerações, Almeida et al (1998), acreditam que durante o planejamento do tratamento deve-se observar a faixa etária do paciente. Os autores afirmam que caso este esteja na faixa etária dos 4 anos de idade, os hábitos de sucção não devem sofrer interferências, visto que o benefício emocional do mesmo supera os prejuízos funcionais que acarretam. Na fase de dentadura mista torna-se importante intervir diretamente no problema ortodôntico do paciente, pois aumentam as chances de agravamento das alterações dentárias que porventura já tenham se instalado, dificultando a possibilidade de auto-correção. Para tanto, é necessária a eliminação dos hábitos deletérios e dos problemas funcionais associados ao quadro da má oclusão o mais cedo possível (ALMEIDA et al. 1998). Para uma boa elaboração do diagnóstico funcional no tratamento da mordida aberta anterior, é importante também bordar as alterações ligadas a deglutição e fonação, que se sabe que estes podem induzir o mau posicionamento da língua, resultando em protrusão dentoalveolar anterior. Os hábitos bucais, quando diagnosticados, devem ser eliminados o mais precocemente possível para que danos mais severos não ocorram (AZENHA & MACLUF FILHO, 2011). 19 A eliminação espontânea do hábito é sempre mais desejável, diminuindo-se as chances de recidiva após o tratamento e o paciente deve ser assim estimulado. Se não houver sucesso com este tipo de abordagem, deve-se recorrer ao auxílio de um psicólogo, ao mesmo tempo em que a má oclusão é interceptada com aparelhos ortodônticos adequados (ALMEIDA et al. 1998). A terapia miofuncional é utilizada para a modificação de função e consiste de um conjunto de exercícios para reeducar a musculatura orofacial na deglutição, fonação e posição postural de descanso. Acredita-se que as atividades voluntárias como a deglutição e a fonação sejam mais fácil de correção utilizando-se exercícios miofuncionais, enquanto que atividades involuntárias como o hábito postural de língua sejam de difícil automação. Outra forma de se corrigir hábitos funcionais é através de mecanismos que impeçam que a língua se apoie sobre os dentes. Conhecer a posturas de língua em repouso pode guiar o ortodontista na escolha do tratamento a ser realizado, que tem como objetivo trazer a língua a uma postura de repouso correta, removendo, assim, o agente causador da má oclusão (ARTESE et al, 2011). Uma vez definido que o agente etiológico da MAA é a postura anormal da língua, cabe ao ortodontista, através da análise das características mofológicas dessa má oclusão, classificar a postura da língua em repouso. Dentre os procedimentos utilizados para a correção das mordidas abertas anteriores de natureza dentária e dentoalveolar com relação oclusal normal, causadas pelos hábitos de sucção e de interposição de língua, o mais difundido como afirmam Almeida et al. 1999; Azenha & Macluf Filho, (2011) é a utilização da grade palatina, adaptada no arco superior. Esse aparelho pode ser fixo ou removível e a eleição do tipo a ser utilizado dependerá do grau de colaboração do paciente. Já Artese et al. (2011) acreditam que como as grades palatinas estruturas lisas, permitem que a língua se apoie sobre as mesmas, de tal forma que, em alguns casos, isso impeça a sua reeducação funcional. Nesses casos, a língua volta à sua posição original, ocorrendo, assim, a recidiva da MAA. No tratamento da mordida aberta de origem dentária, o importante é atrapalhar a língua para que ela não se interponha entre os dentes. Para isso, se utiliza aparelhos que tenham grades ou esporões (Figuras 5 e 6). As pontas ativas forçam uma mudança na postura de repouso da língua, permitindo, dessa forma, a erupção dos dentes e o fechamento da mordida aberta. Essa mudança na posição da língua modifica a percepção sensorial pelo cérebro, obtendo-se, assim, uma nova resposta motora. Essa resposta pode ficar impressa 20 definitivamente no cérebro, o que explica a mudança permanente da postura lingual produzida pelas pontas ativas, sendo esse um dos fatores responsáveis pela estabilidade do tratamento da mordida aberta (ARTESE et al 2011). Além disso, o trabalho do fonoaudiólogo pode ser indispensável para que se obtenha sucesso no final do tratamento. Então, os casos de mordida aberta de caráter esquelético, a preferência é pelo controle vertical, principalmente fazendo o uso da barra palatina afastada ou Bite Block (normalmente por um período que varia de 6 meses a 1 ano). A grade língual também pode ser usada para somar formas de controle do mau posicionamento da língua. Em alguns casos, associam-se estes recursos, porém esta associação pode causar desconforto para o paciente, devido ao excesso de parafernália instalada na cavidade oral. Um ponto relevante deste tratamento é que, com este tipo de aparelho, não se depende da colaboração do paciente, tendo o ortodontista um maior controle dos resultados do seu tratamento (AZENHA & MACLUF FILHO, 2011). O aparelho grade lingual e um tipo de esporão são ilustrados nas Figuras 5 e 6. Fig. 5: Grade Lingual Fig. 6: Esporão Fonte: www.labolyra.com.br Fonte: www.scielo.com.br Ramos et al. (2008) creditam que o uso da grade palatina fixa em dentição mista poderá travar o crescimento transversal do paciente. Então, eles acreditam que seria mais indicado usar um aparelho removível com grade palatina e torno expansor, nos casos em que o paciente apresente dentição mista (Figura 8). A grade palatina é um aparelho passivo que não exerce força alguma sobres estruturas dentárias, ou seja, funciona como um obstáculo mecânico que não só impede a sucção do dedo ou da chupeta, como também mantém a língua em uma posição mais retruída, não permitindo sua interposição entre os incisivos, durante a deglutição e a fala (ALMEIDA, ET AL 1998). Nos casos em que o paciente não colabora com o tratamento, uma alternativa é substituir o aparelho removível por um Quadri-Hélice com grade palatina que, por sua vez, obtém 21 características de ação semelhantes, de barrar a língua e fazer expansão dento-alveolar (Figura 7) (RAMOS et al. 2008). O modelo do aparelho Quadri-hèlice com Grade Palatina e o aparelho Grade Palatina Removível com expansor estão ilustrados nas Figuras 7 e 8. Fig. 7: Quadri-Hélice com Grade Palatina Fonte: Ramos et al. 2008. Fig. 8: Grade Palatina Removível com expansor. Fonte: Ramos et al. 2008 No tratamento precoce da má oclusão do tipo MAA, os aparelhos utilizados têm a finalidade de eliminar hábitos deletérios. Alguns aparelhos são bem utilizados como os aparelhos interceptores e funcionais. Dentre eles, estão o Bionator de Balters fechado, que é indicado para a correção da mordida aberta anterior causada por interposição lingual e sucção digital ou de chupeta (Figura 9). Esse aparelho proporciona função e postura normal para a língua, orientada pela alça palatina além que, ao mesmo tempo corrige a relação molar de classe II (REIS, PINHEIRO & MALAFAIA, 2007). O aparelho Binator Fechado esta apontado na Figura 9. Fig. 9: Binator Fechado Fonte: Ramos et al 2008. Outro tipo de aparelho que pode ser utilizado na correção da MAA é o Esporão Colado Lingual Nogueira. Ele é utilizado no tratamento da deglutição atípica por pressionamento lingual, podendo ser aplicado tanto no arco superior como no inferior (Ramos et al. 2008). 22 E no tratamento das mordidas abertas esqueléticas, o aparelho extrabucal (AEB) com tração alta é descrito na literatura como um meio de se controlar a extrusão dos dentes póstero-superiores (Figura 11). Para um efeito ortopédico, esse aparelho pode ser utilizado por um período de 12 a 14 horas/dia, com uma força de aproximadamente 350 a 400g de cada lado (REIS, PINHEIRO & MALAFAIA, 2007). Os aparelhos extrabucais podem ser usados individualmente ou combinados a aparelhos fixos ou removíveis. A forma com que o aparelho extrabucal atua sobre a maxila e mandíbula depende da direção da força aplicada, podendo esta ser cervical, alta (occipital) ou média (casquete de Interlandi) (Ianny Filho, 2009; Oliveira, 2012) Outro aparelho extrabucal para auxiliar no tratamento da MAA foi apresentado por Thurow em 1975. Este aparelho combina a tração extrabucal e aparelhos removíveis que tem como efeito a restrição do crescimento da maxila, permitindo também, uma rotação antihorária da mandíbula. Este autor propôs, um aparelho extrabucal acoplado a uma placa de acrílico com cobertura oclusal de todos os dentes superiores erupicionados, que ele denominou de “Splint maxilar”. Este aparelho proporciona um controle em massa de todos os dentes superiores, em todas as direções, exceto mesiodistalmente. A cobertura de acrílico desocluí os dentes eliminando possíveis interferências oclusais durante a aplicação da força, o que não apenas facilita o movimento dos dentes superiores, como também permite a correção de deslocamentos mandibulares funcionais. Este aparelho pode ser modificado dependendo da necessidade de tratamento, podendo o ortodontista incluir a grade lingual nos casos da mordida aberta ou, por exemplo, o torno expansor quando houver necessidade de adequação tranversal do arco superior. (Figura 10) (OLIVEIRA, 2012). Fig. 10: Aparelho de Thurow Fonte: www.google.com.br Como a mordida aberta dentária esta associada há hábitos viciosos, como a interposição lingual e deglutição atípica, para tratar este hábito deletério, um dos aparelhos mais utilizados é o Educadores Lingual, que pode ser confeccionado com ou sem torno expansor (Figura 11). 23 A força do elástico presente neste aparelho é aplicada na vestibular, no intuito de fazer a desinclinação e extrusão dos incisivos superiores (Figura 12) (RAMOS et al. 2008). Nas Figuras 11 e 12 estão a demonstração do aparelho extrabucal AEB e o Educador Lingual com elástico. Fig. 11: Aparelho extrabucal AEB Fig.12: Educador Lingual com elástico Fonte: www.cetrobh.com.br Fonte: Ramos et al 2008 Segundo Santiago & Santiago Jr. (1996) os aparelhos ortopédicos funcionais mais indicados no tratamento da mordida aberta anterior, seriam os aparelhos Simões Network, idealizados pela Dra. Wilma Alexandre Simões, SN2, SN3, SN6 e Bimler C. Eles podem ser: Bioplásticos- um pouco mais rígidos, por exemplo, SN1 e SN7 ou Bioelásticos- aparelhos mais leves, tendo como exemplo SN2, SN3 e SN6. O aparelho Simões Network 1; SN1 - são usados para neutroclusão e distoclusão e nunca para mesioclusão bem quando os incisivos não erupcionam o suficiente para colocar escudo e gravata de Bimler e indicados também na época de erupção dos segundos molares para colocação de acessórios para girar os mesmos. O aparelho Simões Network 2; SN2, estimulam a mudança de postura da língua, elevando a sua ponta e a levando para cima. Também é indicado para quadrar a mandíbula . Já os Simões Network 3; SN3, esta indicado nos casos de Biprotusão ou mordida aberta, principalmente quando há divergência dos planos oclusais. Atuam no desenvolvimento transversal e favorecem o controle da região anterior (Figura 13). Azenha & Macluf Filho, (2011) afirmam também que para o a correção não cirúrgica da MAA vários tratamentos têm sido propostos para corrigir esta má-oclusão. As intervenções podem ser realizadas com o uso de aparelhos ortopédicos funcionais como o Regulador de função de Frankel. O aparelho Regulador da Função de Frankel foi desenvolvido pelo Dr. Rol Frankel por volta de 1967. Ele tem ação muscular que visa exercitar a musculatura e estimular a remodelação óssea. Neste aparelho na região do palato não há a base de acrílico o que facilita o seu uso em pacientes que apresentam dificuldade de 24 respiração e com problemas posturais da língua. Além de que outros aparelhos ortodônticos fixos como a técnica MBT podem ser usados no tratamento da mordida aberta anterior (ARAGÃO, 1992). O tratamento mais utilizado na dentadura permanente é o uso do aparelho ortodôntico fixo com elásticos intermaxilares na região anterior, com o objetivo de extruir os dentes anteriores (Figura 14). A mecânicas dos elásticos intrabucais são utilizadas tanto para a extrusão de incisivos como para a intrusão de molares e giro do plano oclusal, associados aos arcos multiloops (ARTESE et al. 2011). Outros preconizam que, além desse subsídio, o que pode facilitar a correção da mordida aberta e talvez melhorar sua estabilidade são as extrações dentárias que, dependendo da situação, podem ser dos pré-molares ou dos primeiros molares (REIS, PINHEIRO & MALAFAIA, 2007). O modelo do aparelho SN3 e os elásticos intrabucais são apresentados nas Figuras 13 e 14. Fig.13: SN3 Fig. 14: Elásticos intrabucais Fonte: Ramos et al 2008. Fonte:www.beflash.com.br Ianny Filho (2009) acreditam que em crianças o grau de dificuldade do tratamento pode ser definido a partir da análise de alguns indicadores da severidade da má oclusão. Em alguns casos, a remoção dos hábitos deletérios concomitante com o uso de aparelhos específicos são suficiente para se obter sucesso no tratamento da mordida aberta anterior. A extração dentária pode ser uma alternativa para solucionar casos de mordida aberta anterior. A extração de incisivo inferior em casos limítrofes e a de primeiros ou segundos prémolares bem como segundos molares, seriam alternativas de tratamento para situações limitadas, não rotineiras, com características específicas (REIS, PINHEIRO & MALAFAIA, 2007). No tratamento da mordida aberta esquelética, a extração dos primeiros pré-molares, mesmo quando o apinhamento é considerado moderado, tem sido aceita por muitos clínicos 25 (ARAS 2002). Aras (2002) acredita que o objetivo da extração de pré-molares é mesializar molares para permitir a rotação anterior da mandíbula. Para este autor as extrações dos segundos pré-molares também são úteis no tratamento de pacientes com mordida aberta e face inferior longa limitando o aumento na altura alveolar posterior. Alguns autores levantaram a hipótese de que a terapia com extração, preferível em indivíduos com um padrão de crescimento vertical, torna-se inválida em pacientes em fase de crescimento com tendência a apresentarem mais extrusão dos dentes posteriores. Portanto, sugeriram que o tratamento ortodôntico deveria ser adiado até que o surto do crescimento puberal estivesse praticamente completo ou após a puberdade (ARAS, 2002). Dentre os últimos recursos tecnológicos incorporados na prática ortodôntica, destacam-se os dispositivos temporários de ancoragem. Estes dispositivos tanto os miniimplantes, nos seus diversos desenhos, como as miniplacas de titânio têm permitido ampliar a capacidade corretiva nos tratamentos compensatório da mordida aberta anterior, principalmente nos casos de caráter esqueléticos (RAMOS et al. 2008). Após a finalização do tratamento corretivo da mordida aberta, Almeida et al. (1998), Freitas et al. (2003); Reis, Pinheiro & Malafaia (2007) preconizam a instalação a contenção inferior (3 x 3) placas de Hawley no arco superior com a grade palatina, durante a noite. Esta tem como objetivo impedir a interposição da língua durante o sono, diminuindo assim as chances de recidiva da mordida aberta anterior (Figura 15). A Figura 15 mostra um aparelho de Hawley com grade que pode ser usado no final do tratamento ortodôntico para impedir a recidiva da MAA. Fig. 15: Hawley com grade (usado para impedir a recidiva da mordida aberta anterior). Fonte: www.peo.com.br Em pacientes adultos, um bom diagnóstico permite entender os componentes dentários e esqueléticos da má oclusão já estabelecida, sua severidade, o padrão facial o grau de 26 dificuldade do tratamento por camuflagem ou cirúrgico, a mecânica ortodôntica consistente e o prognóstico do tratamento (IANNY FILHO, 2009). Assim, o insucesso deste tratamento é com frequência atribuída á falta de colaboração do paciente no uso de determinados aparelhos. Entretanto, muitas vezes, parte do insucesso, decorre da não percepção e da indefinição do correto grau de dificuldade do tratamento, em virtude da falha no processo do diagnóstico. Com um diagnóstico bem elaborado e a definição da etiologia da mordida aberta anterior, é possível determinar o grau de dificuldade e severidade durante o tratamento. (IANNY FILHO, 2009). 27 4. DISCUSSÃO O tratamento da mordida aberta anterior torna-se um desafio para o ortodontista, porque o seu desenvolvimento resulta de muitos fatores etiológicos diferentes, tais como: hábitos bucais deletérios (sucção de polegar ou chupeta), tonsilas palatinas hipertróficas, respiração bucal, interposição lingual, macroglossia, fatores hereditários, anquilose dentária, traumas, patologias condilares, iatrogenias, padrão de crescimento desfavorável, displasia óssea e a ausência de maturação do sistema neuromuscular. Estes fatores interferem no crescimento e desenvolvimento normais das estruturas faciais, modificando não somente a morfologia, mas também a função do sistema estomatognático (LOPEZ, SOUZA &JUNIOR, 2007). Dessa forma, a mordida aberta anterior é motivo de grande preocupação na clínica ortodôntica. Para Reis, Pinheiro & Malafaia, (2007); Capelozza Filho, (2011) ela é considerada de difícil terapêutica não só pela sua dificuldade de tratamento, mas também pelas dificuldades para se manter os resultados obtidos, devido a estabilidade duvidosa do pós tratamento, em decorrência da sua etiologia multifatorial. Assim uma abordagem multidisciplinar é necessária para a manutenção da oclusão normal obtida através do tratamento ortodôntico. Simonetti, Siqueira, Maltagliatti (2009) concordam quanto à dificuldade de tratamento para a mordida aberta anterior em pacientes, principalmente, em adultos. Por ser difícil de ser tratada e de se manter a sua estabilidade muitos autores têm apresentado várias modalidade de tratamento, de acordo com a etiologia. Almeida et al. (2002); Maia et al. (2008) e Oliveira (2012) acreditam que o tratamento da mordida aberta anterior deve receber atenção, o mais precocemente possível, para que o crescimento ósseo e dentário não seja influenciado por fatores internos, como amígdalas hipertróficas, respiração bucal ou hábitos bucais deletérios (sucção de polegar ou chupeta). Estes autores afirmam que o tratamento da mordida aberta na fase da dentadura decídua deve envolver basicamente o controle dos hábitos e o atendimento multidisciplinar com fonoaudiólogo, otorrinolaringologista bem com o ortodontista. Alguns autores acreditam que as forças geradas durante a deglutição e a fonação sejam capazes de provocar a alteração de forma das arcadas dentárias. Apesar dessas disfunções estarem associadas na literatura, com a etiologia da MAA, outros estudos demonstram que essas funções têm curta duração, não sendo suficientes para realizar modificações dentárias (ARTESE et al, 2011). Artese et al, ( 2011) acreditam que a frequência da fonação e da deglutição atípicas é muito maior do que a prevalência da MAA, o que pode explicar a fraca 28 associação de causalidade entre a existência de fonação e deglutição atípicas e a presença dessa má oclusão. Autores buscaram revisar alguns conceitos a respeito das razões e dos tipos de tratamento mais usualmente empregados para correção da mordida aberta anterior e avaliaram que o padrão facial vertical foi, ao longo dos anos, sendo considerado como o principal fator de risco para a MAA e para a instabilidade de seu tratamento. No entanto, outros estudos relata que a maior parte de indivíduos hiperdivergentes apresenta uma sobremordida normal ou exagerada, enquanto pacientes com padrões faciais normais apresentam “mordidas abertas persistentes” (ARTESE et al 2011). Devido aos inúmeros fatores etiológicos descritos na literatura, diversos tipos de tratamento foram propostos para a correção da MAA, não existindo, ainda, consenso a respeito do que seria o melhor tratamento para essa má oclusão (ARTESE et al 2011). Porém Maia et al. (2008) afirmam que na correção das mordidas abertas anteriores, de natureza dentária e dentoalveolar, causadas pelos hábitos de sucção e interposição de língua, um dos procedimentos utilizados, é a utilização da grade palatina, adaptada ao arco superior para a correção da má oclusão. Por outro lado Azenha & Macluf Filho, (2011) preferem tratar a mordida aberta anterior em certos casos com a grade lingual inferior (devido à inserção da língua) e fixa para não depender da colaboração do paciente. Em casos onde não se pode se ter a mesialização dos dentes posteriores, os esporões são bem indicados, pois com a grade lingual o paciente pode pressiona-la empurrando os molares para mesial. Quando se indica a etapa de aparelho fixo, a colagem compensatória dos braquetes dos incisivos (deslocados mais para cervical) também ajuda, bem como um controle com barra palatina afastada do palato. Almeida et al. (2002) em seu estudo sobre a interceptação de uma mordida aberta esquelética associada à sucção digital concluíram que apesar da estreita relação entre os hábitos de sucção com a mordida aberta anterior, esta má oclusão, pode estar presente mesmo sem a presença do hábito, o que torna necessário uma avaliação criteriosa dos fatores etiológicos. Neste estudo os autores trataram o aspecto dentoalveolar com aparelhos que impediam a interposição lingual e a perpetuação da mordida aberta anterior e concluíram conforme que a grade e o esporão mostraram-se eficientes no controle da postura da língual. Azenha & Macluf Filho, (2011) concordam com Santiago & Santiago Jr. (1996) quanto ao uso do aparelho SN3 para o tratamento da MAA. O SN3 também chamado de Simões 29 Network 3, tem sua principal indicação para a mordida aberta anterior por evitar a interposição lingual melhorando assim o seu posicionamento. Freitas et al. (2003) realizaram um estudo que teve como objetivo demonstrar a correção de uma má oclusão de Classe II, divisão 1, na dentadura mista com mordida aberta anterior. Neste estudo utilizou-se o AEB conjugado para tratamento e concluíram que este tipo de aparelho quando bem indicado em relação às características faciais do paciente e ao seu nível de colaboração, apresenta-se bastante efetivo no tratamento da MAA. Já Dib et al. (2009), acreditam que o aparelho Bite-Block possibilita um maior controle do deslocamento vertical da maxila e mandíbula, podendo ser indicado para pacientes com mordida aberta anterior associada à altura facial ântero-inferior aumentada e ângulo do plano mandibular aberto. Estes autores concluíram que o Bite-Block posterior, quando utilizado em estágios precoces do desenvolvimento, onde o paciente possui um bom potencial de crescimento, proporciona resultados satisfatórios e aumenta as chances de estabilidade pós-tratamento. Através da literatura levantada, foi possível verificar que diversos autores como: Lopez et al. (2007); Simonetti, Siqueira, Maltagliatti (2009) e Ianny Filho (2009) recomendam a extração de pré-molares em pacientes com altura facial aumentada, pois a mesialização dos molares permite uma rotação da mandíbula no sentido aniti-horário, o que favorece a correção da mordida aberta anterior. Simonetti, Siqueira & Maltagliatti, (2009) em seu estudo sobre a extração de primeiros molares para a solução de mordida aberta anterior em paciente adulto concluíram que a exodontia de molares como recurso terapêutico para fechamento da mordida aberta anterior é eficiente para aqueles indivíduos que apresentam excesso vertical dento-alveolar. Foi verificado que a extração dos primeiros molares superiores permite uma diminuição da curva de Spee, com consequente rotação anti-horária da mandíbula e fechamento da mordida aberta. Os dados encontrados no trabalho de Lopez et al. (2007) corroboram com os dados encontrados por Simonetti, Siqueira & Maltagliatti (2009) quanto a extração de primeiros molares. Lopez et al. (2007) também acreditam que a extração dos primeiros molares permanentes (parcial ou total) é uma alternativa segura no tratamento da MAA. Porém eles afirmam que a extração dos primeiros molares é mais indicada para casos onde se deseja fechar a mordida aberta com mínima ou nenhuma alteração no perfil tegumentar. Eles acreditam nesta conduta porque esta auxilia o fechamento da mordida aberta anterior pela 30 mesialização do fulcro, que promove uma rotação anti-horária da mandíbula e diminui a hiperdivergência entre os planos mandibular e palatal. No entanto, Azenha & Macluf Filho (2011) não recomendam a extração dos primeiros molares para a correção da mordida aberta anterior, pois acreditava que, devido ao grande tamanho desses dentes, tornar-se-ia difícil o fechamento dos espaços pós-extração. Aras (2002) em seu estudo sobre as alterações verticais após o tratamento ortodôntico com extração em indivíduos com mordida aberta esquelética, concluiu que nenhuma alteração rotacional mandibular significante foi observada após o tratamento ortodôntico com as extrações do primeiro pré-molar em indivíduos com uma mordida aberta esquelética, consistindo apenas do envolvimento de dentes anteriores. Ainda foi verificado neste mesmo estudo, que com as indicações apropriadas, a extração dos segundos pré-molares ou dos primeiros molares causaram uma rotação de fechamento da mandíbula na mordida aberta anterior esquelética, estendendo-se para os dentes posteriores. Ianny Filho (2009) afirma que em muitas situações o paciente é beneficiado pelas extrações. No aspecto funcional, se as exodontias puderem corrigir as relações oclusais e propiciar uma oclusão mais equilibrada e funcional, ou ainda, quando a face puder ser beneficiada esteticamente com extrações, elas são consideradas benéficas, sendo um valioso recurso terapêutico. Rodrigues et al. ( 2008) e Capelozza Filho (2011) acreditam que em pacientes adultos, o tratamento ortodôntico da mordida aberta anterior apresenta muitas limitações e a terapêutica adequada seria a cirúrgica. Porém, devido às limitações econômicas e psicológicas de certos pacientes, no seu estudo, foi verificado que os tratamentos ortodônticos compensatórios, que normalmente envolvem extrações dentárias, produziram resultados avaliados pelo paciente e seus familiares como bastante satisfatório, apesar de produzir pouca influência na estética facial, sendo o resultado essencialmente dentário com alguma melhora no selamento labial. Recentemente, o uso de miniplaca de titânio (SAS) e mini-implantes têm sido difundido na Ortodontia com inúmeras finalidades. Para Ramos et al. (2008) o tratamento da mordida aberta anterior com envolvimento esquelético foi, incontestavelmente, favorecido com estes novos recursos. Em seu estudo sobre Miniplacas de ancoragem no tratamento da mordida aberta anterior mediante o auxílio dos dispositivos temporários de ancoragem, tanto miniimplantes como miniplacas, apresentaram uma boa capacidade de correção não-cirúrgica. Desta forma, os autores concluíram, com os dados obtidos em seu trabalho, que estes corroboram as evidências atuais quanto à eficiência do uso de miniplacas e titânio como ancoragem temporária, especialmente em situações de correções de grande amplitude, envolvendo um problema vertical. 31 Reis Pinheiro & Malafaia (2007) juntamente com Ramos et al. (2008), acreditam que em casos em que há um maior envolvimento de componentes esqueléticos, somente as compensações dentárias podem ser insuficientes para a correção da mordida aberta. Nestes casos, geralmente é necessário associar a cirurgia ortognática ao tratamento ortodôntico. Os tratamentos combinados ortodontia e cirurgia ortognática, em casos de mordida aberta esquelética, apresentam, segundo Teixeira (2002), estabilidade e estética final melhores que os casos compensados. Moyres (1991); Ianny Filho (2009) e Capelozza Filho (2011) acreditam ainda que as mordidas abertas que tem etiologias relacionadas à base do crânio, normalmente, possuem maior dificuldade de tratamento, quando comparadas as más oclusões associadas a hábitos deletérios e localizadas no processo dentoalveolar. Em muitos casos, no tratamento da MAA são necessárias estratégias de tratamento mais elaboradas e específicas para se atingir o sucesso. Almeida et al. (1998) acreditam que a recidiva após o tratamento pode ocorrer em qualquer caso de mordida aberta anterior, mesmo quando tratada com cirurgia ortognática. Porém, quando interceptada adequadamente em uma época precoce, eliminando-se todos os seus fatores etiológicos, a estabilidade da correção aumenta significantemente. 32 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Após a revisão da literatura apresentada pode-se concluir que em todos os aspectos, um diagnóstico correto e uma intervenção precoce das mordidas abertas anteriores podem trazer grandes benefícios estéticos e funcionais ao paciente, minimizando o tratamento corretivo posterior e atribuindo uma maior estabilidade nos resultados alcançados. Interceptar os casos de mordidas abertas, muitas vezes pode parecer simples, mas requer extremo cuidado. A inobservância da associação de diversos fatores etiológicos de uma mordida aberta pode levar a resultados com métodos preventivos e terapêuticos inadequados. 33 6. REFERENCIA 1. ALIMERE, H. C.; THOMAZINHO, A; FELÍCIO, C. M. de. Mordida aberta anterior: uma fórmula para o diagnóstico diferencial. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, Barueri (SP), v. 17, n. 3, p. 367-374, set.-dez. 2005. 2. ALMEIDA, A.B. et al. Interceptação de uma Mordida Aberta Esquelética Associada à Sucção Digital: Relato de um Caso Clínico. 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