APARELHOS EXTRA-BUCAIS – INDICAÇÃO E
EFEITOS ESPERADOS EM PACIENTES
ADOLESCENTES
www.institutowerneck.com
Werneck EC*, Mattos FS, Dias CSS, Souza EL, Sobreiro Y
Resumo
Apresentamos o caso clínico de um paciente com idade de 13 anos e 06 meses, gênero masculino, relação de Classe II bilateral clínica e
esquelética (convexidade do ponto A de 4,5 mm segundo Ricketts), com protrusão maxilar (segundo a norma cefalométrica de Ricketts),
mordida profunda clínica de 4,5 mm, e padrão mesofacial. Considerando que o paciente estava no final do surto de crescimento puberal, a
partir da lista de problemas diagnosticada, foi implementado o aparelho extra-bucal em tração média baixa com força ortopédica de 500g e
tempo de utilização de 12 horas com o objetivo de alcançarmos a relação de Classe I esquelética, e consequente oclusão de Classe I também
clínica. Este tratamento foi desenvolvido em conjunto com a ortodontia fixa segundo a Filosofia de Alexander. O extra-bucal utilizado por um
período de 05 meses, atingiu nossa meta inicial, com a ortodontia fixa sendo desenvolvida concomitante por um período de 15 meses para
melhor nivelamento, com consequente diminuição da convexidade facial, além do tratamento completo da mordida profunda anteriormente
apresentada sem necessidade de recurso adicional para esta finalidade, possibilitando portanto oclusão estável em norma de Classe I, além
da sensível melhora do perfil facial do paciente.
Introdução
Os aparelhos extra-bucais são indicados no tratamento de problemas verticais e sagitais da maxila e mandíbula em pacientes dentro do
período de crescimento e desenvolvimento do complexo crânio-facial. Por se tratar de um dispositivo extra-bucal, necessita de colaboração do
paciente além de domínio técnico-científico do ortodontista.
Desenvolvimento Clínico
06/03/08
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Fig 2: fotos intra-bucais pré-tratamento. Observa-se relação de Classe II bilateral com mordida profunda,
sem problemas transversais
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A
B
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Fig 1: fotos extra-bucais pré-tratamento de frente (A) e de perfil (B).
Observamos a convexidade facial.
C
D
Fig 4: Telerradiografias pré (C) e pós-tratamento (D). Observa-se o estabelecimento da Classe I,
correção da mordida profunda e melhora da convexidade facial.
Fig 3: AEB posicionado. Verifica-se uma diminuição da
convexidade facial e consequente melhora do perfil após 5
meses de uso (Força 500g – 12h/dia).
17/12/09
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Fig 5: fotos intra-bucais pós-tratamento com relação de Classe I bilateral atingida e sobremordida adequada.
Considerações Finais
A utilização do AEB no tratamento da Classe II exige o conhecimento dos princípios biomecânicos para a condução do caso de forma que os efeitos
colaterais sejam minimizados e os benéficos maximizados1. Fatores como idade esquelética do paciente, direção de forças, magnitude da força, e tempo de
utilização devem ser considerados para o sucesso do tratamento1,2,3. No caso apresentado, apesar do paciente ter iniciado o tratamento ao final do surto de
crescimento, a cooperação do mesmo aliado a um correto diagnóstico pelo ortodontista, permitiram o sucesso do tratamento com a correção da maloclusão de
Classe II e da mordida profunda, em tempo adequado (15 meses).
Referências Bibliográficas
1.
Shimizu RH et al. Princípios biomecânicos do aparelho extrabucal. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2004; 9(6): 122-156.
2.
Combrink FJ, Harris AM, Steyn CL, Hudson AP. Dentoskeletal and soft-tissue changes in growing class II malocclusion patients during non-extraction
orthodontic treatment. SADJ. 2006; 61(8): 344-50.
3.
Werneck EC. Ortodontia: uma técnica ao alcance de todos. Cruzeiro: IEPC; 2007.
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