IMPACTO DA IMPLANTAÇÃO DE UMA UTI DE TRANSPLANTES NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNICAMP Simone Ceccatto e Dr. Antonio Luis Eiras Falcão Introdução O Brasil tem o maior programa público de transplantes de órgãos ou tecidos do mundo1, porém, ainda com mais de 63 mil pacientes em lista de espera para transplante2. No Brasil, existem 548 estabelecimentos e 1.376 equipes médicas credenciadas e autorizadas pelo SNT para realizar transplantes3. O Hospital de Clínicas da UNICAMP é a instituição que mais faz transplantes de órgãos no interior do Estado de São Paulo, segundo dados da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) e para viabilizar e aumentar realização de transplantes, em Novembro de 2009, foi inaugurada uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinada especificamente ao atendimento de pacientes submetidos a transplantes de órgãos4. Objetivos Analisar o impacto da implantação de uma UTI de Transplantes no Hospital de Clínicas da UNICAMP. Métodos Tratase de estudo retrospectivo baseado em banco de dados de registro contínuo de pacientes internados na UTI de adultos do Hospital de Clínicas da UNICAMP no período de Junho de 2009 a Maio de 2010. Foram estudados 101 pacientes submetidos à transplante de renal e hepático admitidos na UTI neste período. Para a análise estatística foram realizadas análises descritivas e comparativas através dos testes de Wilcoxon e Mann Whitney, com intervalo de confiança maior do que 95% (p<0,05). Número mensal dos transplantes de rim no período de Junho de 2009 a Maio de 2010, n=52 Número mensal dos transplantes de fígado no período de Junho de 2009 a Maio de 2010. N=49 Números de transplantes renais e hepáticos antes e após a implantação da UTI de Transplantes no período de Junho de 2009 a Maio de 2010 Resultados e Discussão De um total de 52 transplantes renais, 16 (31%) ocorreram antes da implantação da UTI de transplantes e 36 (69%), após a implantação da mesma. A média mensal antes da implantação da UTI específica foi de 2,7 procedimentos (mediana= 2,5) e de 6 procedimentos (mediana= 3,5) após. De um total de 49 transplantes hepáticos, 17 (35%) ocorreram antes da implantação da UTI de transplantes e 32 (65%), após a implantação da mesma. A média mensal antes da implantação da UTI específica foi de 2,8 procedimentos (mediana= 3) e de 5,3 procedimentos (mediana= 5,5) após. Observouse aumento no número de transplantes renais e hepático em 125% e 88% respectivamente (p=0,04). Conclusões A implantação de uma UTI específica para transplantes, com profissionais capacitados, equipe multidisciplinar e estrutura adequada, viabilizou a realização de maior número de transplantes de órgãos e tecidos realizados. HC / UNICAMP Referências Bibliográficas 1.Mattia et al. Análise das dificuldades no processo de doação de órgãos: uma revisão integrativa da literatura. Rev. Bioethikos. 2010. Abr (1): 66 – 74 2.http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Lista_de_Espera_2009.pdf acesso: 06/12/2010 3. Registro Brasileiro de Transplantes – RBT, Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos – ABTO, 2009 4.http://www.isaude.net/ptBR/noticia/3324/saudepublica/hospitaldasclinicasinauguraoitoleitosdeutiparatransplantados. Acesso: 06/11/2010 5.http://www.unicamp.br/unicamp/divulgacao/2011/01/26/transplantesdeorgaosnohcdaunicampcrescem28em2010. Acesso 10/02/2011. OUTUBRO/2011