Caro Professor:
A Pré-UNIVESP é uma publicação eletrônica, mensal e temática, com um dossiê baseado em
temas factuais e conteúdos distribuídos pela grade curricular do ensino médio e dos
vestibulares. São reportagens, artigos, infográficos, entrevistas, além de um blog com textos
sobre temas diversos. Nosso principal objetivo é oferecer um conteúdo relevante e em
linguagem acessível, que trata de assuntos de interesse dos principais vestibulares do país
(inclusive o da UNIVESP), dirigido a estudantes, a professores do ensino médio e a
vestibulandos.
Dentro do plano de reformulação editorial da revista Pré-UNIVESP, concebemos este plano de
atividades multidisciplinares. Voltado para o uso pedagógico no ensino médio, ele contempla
conteúdos da edição atual, que têm como tema GUERRAS. Nosso objetivo é incentivá-lo a
utilizar a revista Pré-UNIVESP nas atividades escolares da sala de aula.
Ao final do plano de atividades, reunimos exercícios complementares, relacionados ou não às
abordagens da revista.
Para a produção dos planos de atividades, contamos com a assessoria de professores de
diversas áreas do ensino médio. Eles serão publicados sempre na última semana do mês, no
fechamento do número. Esperamos que o trabalho escolar promova reflexão e
aprofundamento sobre os temas tratados, por meio da ação mediadora do professor, sem
prescindir de outros materiais fundamentalmente didáticos e das conexões entre as diversas
áreas do conhecimento.
Equipe Pré-UNIVESP
Proposta Multidisciplinar
Pré-UNIVESP - Edição 44 - Guerras
Assessoria pedagógica
Fernanda Pimentel Dizotti
Márcia Azevedo Coelho
Maria Cristina Rossetti Inonhe
Mariangela Ávila
Vera Lúcia O. F. Martins
Ilustrações
Matheus Vigliar
Bruna Garabito
Charles Rubin
Textos utilizados
 A Guerra de Canudos, de Monica Duarte Dantas.
 Infográfico Como funciona o escudo antimísseis, texto de Roberto Belisário, arte, Charles
Rubin.
Disciplinas envolvidas
 Literatura
 História
 Língua Portuguesa
 Física
 Matemática
Recursos
 Computadores / Projetor (ou) textos impressos
LÍNGUA PORTUGUESA, LITERATURA E HISTÓRIA
O arraial de Canudos, construído em meio ao sertão da Bahia, pode ser considerado um
exemplo de vida comunitária que desafiou a ordem social, política e econômica estabelecida
pelos coronéis nos primeiros anos da jovem república brasileira. A guerra travada contra essa
população, que construiu uma vida autônoma, a despeito do mandonismo local, nos leva a
refletir sobre as possibilidades de organização social e política do povo, muitas vezes,
considerado massa de manobra, acrítico e incapaz de refletir sobre a situação de desigualdade
que vivencia diariamente. Nesse contexto, o artigo de Monica Duarte Dantas nos permite
repensar esse Brasil múltiplo, desigual, onde as manifestações populares se fazem presentes,
desconstruindo o mito acerca da passividade do povo brasileiro.
1. Leitura, contextualização, interpretação e produção de texto:
 Proponha a leitura do artigo “A guerra de Canudos”, de Monica Duarte Dantas, em
forma de um telejornal e, se possível, filme a apresentação com as câmaras de celulares.
 Explique que um desses conflitos, especificamente a Guerra de Canudos, foi tema de
uma das obras mais relevantes da literatura brasileira, Os Sertões, de Euclides da Cunha.
 Apresente um quadro sinótico para os alunos sobre Euclides da Cunha, as motivações
que o levaram a escrever Os Sertões e o contexto histórico em que a obra fora
publicada.
1.1 Parte I
 Peça que os alunos assistam à entrevista com o professor Leopoldo Bernucci, sobre
Euclides da Cunha e Os Sertões, produzida pela UNIVESPTV. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=SI97o38QfjY e que, a partir da entrevista,
respondam em duplas às seguintes questões:
1. O que levou Euclides da Cunha e, posteriormente, Mario Vargas Llosa a afirmarem
que a Guerra de Canudos fora uma “história de mal entendidos”?
2. Na entrevista, o professor Leopoldo Bernucci afirma que Os Sertões tem uma
“linguagem rebuscada”. Essa característica está de acordo com as obras
produzidas no período chamado “pré-modernista”? Explique.
3. Segundo o professor Bernucci, a divisão de Os Sertões em três partes tem estreita
relação com a forma de pensar de Euclides da Cunha e encontra-se em
consonância com o pensamento dominante da época. A partir disso, explique:
a) Qual era o pensamento dominante da época?
b) Que relação pode ser estabelecida entre a visão de mundo determinista e as três
partes de Os Sertões?
c) Por que a obra de Euclides da Cunha pode ser considerada pré-modernista, ou seja,
o que ela conserva da ideologia do séc. XIX e que abordagem inovadora ela traz, no
que se refere ao tratamento regionalista?
4. Leia o trecho que segue:
Fechemos este livro.
Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até ao
esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu
no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos
morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente
dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados.
Forremo-nos à tarefa de descrever os seus últimos momentos. Nem
poderíamos fazê-lo. Esta página, imaginamo-la sempre profundamente emocionante e
trágica; mas cerramo-la vacilante e sem brilhos.Vimos como quem vinga uma
montanha altíssima. No alto, a par de uma perspectiva maior, a vertigem.
Ademais, não desafiaria a incredulidade do futuro a narrativa de pormenores
em que repontassem mulheres precipitando-se nas fogueiras dos próprios lares,
abraçadas aos filhos pequeninos?E de que modo comentaríamos, com a só fragilidade
da palavra humana, o fato singular de não aparecerem mais, desde a manhã de 3, os
prisioneiros válidos colhidos na véspera, e entre eles aquele Antônio Beatinho, que se
nos entregara, confiante — e a quem devemos preciosos esclarecimentos sobre esta
fase obscura da nossa história ?
Caiu o arraial a 5. No dia 6 acabaram de o destruir desmanchando-lhe as casas, 5.200,
cuidadosamente contadas.
(CUNHA, Euclides da. Os Sertões. 27.ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1968. p.458459.)
5. O governo via Canudos como um povoado de rebeldes antirrepublicano a ser
combatido. É possível afirmar, pela leitura do trecho acima, que a obra de Euclides
da Cunha reforça ou questiona a ideologia oficial? Justifique sua resposta.
 Socialize as respostas das questões acima, solicitando que cada dupla exponha uma delas.
Professor, caso queira ampliar a discussão sobre a Guerra de Canudos. Apresente para a
turma o vídeo “Canudos - Guerra de Deus e do diabo”, produzido pela "Fundação Joaquim
Nabuco" e pelo "Ministério da Cultura", com o apoio da "TV Cultura", disponível no link:
https://www.youtube.com/watch?v=o7TAxhm4kss.
1.2. Parte II
 Divida a classe em grupos e solicite que cada grupo elabore, a partir do texto, do vídeo
e de outras pesquisas que se façam necessárias, um telejornal ao vivo com recursos de
projeção (Power Point ou Prezy), contemplando os seguintes aspectos:
I- Quem foi Antônio Conselheiro?
II- Mapa do Brasil, com destaque para o Estado da Bahia, contendo a localização do
Arraial de Canudos.
III- Contextualização histórica: momento político e econômico vivido pelo Brasil na época.
IV- A relação entre o “imposto do chão” local e a fundação de Canudos.
V- A relação entre os interesses dos fazendeiros da região e o massacre do Arraial.
Professor, ao final das apresentações, caso necessário, intervenha chamando a atenção para
as questões políticas e econômicas importantes no início da república.
1.3. Parte III
 Apresente imagens sobre a região de Canudos atualmente e mostre o açude de
Cocorobó, construído em 1968, sobre as ruínas de Canudos. Converse com a turma
sobre o porquê da construção do açude, mostrando que as opiniões divergem. Há
aqueles que defendem que a construção do açude foi fundamental para minimizar a
seca que assola a região, enquanto outro grupo defende que a construção do açude,
exatamente naquele local, foi uma maneira de apagar a memória sobre o povo e a
guerra fraticida ocorrida em 1897.
 Solicite que assistam aos vídeos sobre a construção do açude de Cocorobó:
https://www.youtube.com/watch?v=6-i42OGLVg4 (esse link corresponde à primeira
de quatro partes) e promova um debate em torno da seguinte questão: O açude de
Cocorobó foi construído para solucionar o problema da forte seca que atinge a região
ou para apagar um dos maiores massacres da história brasileira?
Professor, antes de dar início ao debate, comente com os alunos sobre a importância da
memória oral como documento histórico e sobre o significado dos patrimônios históricos
para a preservação da memória.
1.4. Parte IV - Proposta de redação
 Com base na leitura dos textos motivadores presentes no número 44 da revista PréUNIVESP, nas aulas de Literatura e História que abordaram a Guerra de Canudos e nos
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um ARTIGO DE OPINIÃO,
de até 40 linhas, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema As revoltas
populares no Brasil: manifestações ingênuas do povo ou formas de resistência e luta?
Você poderá abordar o tema sob diferentes pontos de vista, baseando-se em algumas
das questões abaixo ou em outros questionamentos advindos de sua formação:
→ Qual é a importância da preservação do patrimônio histórico?
→ As camadas populares têm consciência das manobras políticas e econômicas
que, por vezes, perpetuam a situação de miséria em que vivem?
→ As saídas encontradas pelo povo, via de regra, são bem-sucedidas?
→ Cabe ao governo reprimir as manifestações populares, em nome da ordem e
da garantia do bem comum?
Elaboração
Lembre-se que, por se tratar de um artigo de opinião, é desejável que seu texto
apresente:
 estrutura composta por exposição, interpretação e opinião.
 exposição e defesa de ponto de vista sobre o assunto.
 opiniões fundamentadas em fatos.
 verbos predominantemente no presente.
 frequentes relações entre causa e consequência.
 antecipação de uma possível crítica do leitor.
 título provocativo e/ou polêmico.
 comparação entre épocas e lugares.
 argumentos de autoridade.
 citações com referência de fontes.
Trecho 1
Hoje em dia, ao contrário do que se repetiu por muitas décadas, sabemos que o
segundo reinado foi tudo, menos um tempo de paz e tranquilidade; sedições e motins
perturbaram a chamada ordem nas mais diferentes províncias do Brasil. Foram motins como
“A carne sem osso e farinha sem caroço”, de 1858, em que a população de Salvador se
levantou em defesa do controle dos preços da carne e da farinha, os dois gêneros básicos de
sua alimentação; e sedições como o “Ronco da abelha” (ou “Guerra dos marimbondos”), que
levantou, em 1851-52, dezenas de vilas e povoações em cinco províncias do país, com o
objetivo de garantir que os novos decretos sobre o registro civil de nascimentos e óbitos, e de
realização do primeiro censo nacional, não fossem efetivados. E, finalmente, a sedição do
“Quebra-quilos”, ocorrida em 1874-75, quando os habitantes da Paraíba, Pernambuco, Rio
Grande do Norte e Alagoas se rebelaram contra a implementação do sistema métrico-decimal,
da nova lei de recrutamento e contra a cobrança de um novo imposto, o chamado “imposto do
chão”.
Trecho 2
Da fundação, em junho de 1893, até a primeira expedição, em novembro de 1896, as
pesquisas mostram que a vida no arraial assemelhava-se muito ao cotidiano de qualquer outra
vila e povoado daqueles sertões, com uma grande diferença: sua independência em relação
aos fazendeiros e autoridades governamentais. Desnecessário dizer que tal independência não
agradava aos potentados locais, incômodo que, agravado pelas disputas políticas entre a elite
baiana, está no cerne da guerra que viria a dizimar os conselheiristas e fazer sumir nas chamas
seu precioso arraial.
Trecho 3
Uns dizem que o Getúlio Vargas chegou com Os Sertões debaixo do braço perguntando
ao chefe político, que era Isaías Canário, o que queria para Canudos, e ele disse que queria um
açude; outros, eu já li num livro que não protestam isso, dizem que não aconteceu, que ele já
chegou lá oferecendo o açude. (Joselina de Oliveira Rabelo. In: Cocorobó – parte 1)
[...]
Então como é que Getúlio Vargas, com essa estatura dele, não compreendeu que
aquilo não poderia ser coberto por águas? (Padre Enoque. In: Cocorobó – parte 1)
Imagem 1
Fotografia de Flávio de Barros, fotógrafo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_de_Canudos
do
Exército.
Disponível
em:
Imagem 2
Fotografia de Aline Vale. Disponível em: http://www.panoramio.com/photo/46837589
Habilidades:
 Reconhecer posições críticas aos usos sociais que são feitos das linguagens e dos
sistemas de comunicação e informação.
 Reconhecer diferentes funções da arte, do trabalho da produção dos artistas em seus
meios culturais. Analisar as diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes
culturas, padrões de beleza e preconceitos.
 Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do
texto literário.
 Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no
patrimônio literário nacional.
 Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos.
 Reconhecer no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento
do público, tais como a intimidação, sedução, comoção, chantagem, entre outras.
 Interpretar historicamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.
 Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas.
 Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos.
 Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto
da cultura.
 Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância
da participação da coletividade na transformação da realidade histórico-geográfica.
 Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.
 Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao
longo da história.
 Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou
rupturas em processos de disputa pelo poder.
 Identificar estratégias que promovam formas de inclusão social.
 Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as
relações da vida humana com a paisagem.
Física e Matemática
O infográfico “Como funciona o escudo antimíssil” mostra o funcionamento dos radares,
proporcionando uma aula do estudo de ondas em Física, de forma contextualizada. Pode-se
associar este conceito ao estudo de função trigonométrica.
Professor, para realização deste trabalho, os estudantes deverão ter conhecimento prévio
sobre função trigonométrica e ondas.
1. Leitura e contextualização
 Proponha a leitura e análise do infográfico Como funciona o escudo antimísseis, de
Roberto Belisário.
 Solicite uma pesquisa sobre que tipo de onda está sendo representada neste infográfico
(eletromagnética ou mecânica).
 Apresente um comparativo entre onda mecânica e eletromagnética.
 A representação gráfica desta onda pode representar uma função? Qual?
1.1. Parte I

Divida a sala em dois grupos:
Grupo 1 – Física.
Grupo 2 – Matemática.

Divida os grupos em subgrupos e solicite pesquisas sobre:

Grupo 1 – Física:
a) Exemplos de ondas mecânicas e suas características;
b) Exemplos de ondas eletromagnéticas e suas características;
c) Tipos de interferência;

Grupo 2 – Matemática:
a) Dois exemplos de função cosseno;
b) Construção gráfica da função cosseno;
c) Determinação de domínio e imagem.
1.2. Parte II
Apresentação dos grupos:

Solicite que os alunos elaborem uma apresentação de seus trabalhos em Prezzi ou
PowerPoint.

Após cada apresentação, faça um esquema com os alunos sobre os pontos principais.

Relacione as pesquisas dos grupos 1 e 2, destacando a interdisciplinaridade entre
matemática e física.

Introduza os conceitos de domínio e imagem de função cosseno, associando amplitude
e frequência de onda.

Utilize o trecho do infográfico “Como funciona o Radar Aesa”?, para trabalhar
interferência de onda, e o que a interferência altera no domínio e na imagem da
função.

Reagrupe os alunos mesclando os integrantes dos grupos e solicite uma conclusão
geral do que foi estudado.
Habilidades:

Compreender funções trigonométricas.

Identificar
gráficos
de
funções
trigonométricas
(seno,
cosseno,
tangente),
reconhecendo suas propriedades.

Construir gráficos da função cosseno.

Reconhecer a existência de fenômenos que se repetem de forma periódica.

Analisar os princípios e leis que relacionam a Física com a tecnologia, com a vida, com
a Terra.

Compreender os modelos físicos identificando suas vantagens e limitações na
descrição de fenômenos.

Utilizar a representação matemática das leis físicas como instrumento de análise e
predição das relações entre grandezas e conceitos.

Analisar e interpretar de grandezas e leis físicas representadas em gráficos e tabelas.
Exercícios complementares
1. (PUCRS 2010) Leia o fragmento que segue.
“A travessia foi penosamente feita. O terreno inconsistente e móvel fugia sob os passos aos
caminhantes; remorava a tração das carretas absorvendo as rodas até ao meio dos raios;
opunha, salteadamente, flexíveis barreiras de espinheirais, que era forçoso destramar a facão;
e reduplicava, no reverberar intenso das areias, a adustão da canícula. De sorte que ao chegar
à tarde, à “Serra Branca”, a tropa estava exausta.
Exausta e sequiosa. Caminhara oito horas sem parar, em pleno arder do sol bravio do verão.”
O fragmento pertence ao livro Os sertões, de Euclides da Cunha, que relata a Guerra de
Canudos, travada no Nordeste brasileiro entre os homens liderados por Antônio Conselheiro e
as tropas militares republicanas.
Neste trecho da obra,
I. alternam-se a linguagem coloquial e a inconformidade com a exploração do homem pelo
homem.
II. a complexidade vocabular e o predomínio da descrição constituem características
marcantes.
III. a reiteração de expressões regionais e a preocupação com a condição humana permeiam o
ponto de vista do narrador.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
Os representantes do atraso e do progresso aparecem como faces da mesma moeda em Os
Sertões e em outro livro da época, O Bota-Abaixo, de José Vieira. Euclides traça o perfil de
Conselheiro no parágrafo "Como se faz um monstro": "E surgia na Bahia o anacoreta sombrio,
cabelos crescidos até aos ombros, barba inculta e longa; face escaveirada; olhar fulgurante;
monstruoso, dentro de um hábito azul de brim americano"; Vieira parece retomá-lo na
caracterização do prefeito Pereira Passos: "Ali estava ele - o monstro. Trajava um simples
paletó azul, calça de listras, chapéu de feltro. Alto, a barba branca espontada, as sobrancelhas
espessas sombreando-lhe os olhos pequenos".
Sem se ocupar da população despejada, a reforma de Pereira Passos tornou sistemático um
processo que deve o nome à campanha de Canudos: a favelização. Os veteranos da guerra, ao
se reinstalar no Rio de Janeiro, deram ao morro da Providência o nome do seu local de
acampamento nos sertões: o morro da Favela, também mencionado por Euclides como o lugar
de onde um capuchinho amaldiçoou Conselheiro, abrindo caminho para a invasão.
(Ricardo Oiticica. Nossa História. "Euclides incrível")
2. (Puccamp 2005) A frase "Os representantes do atraso e do progresso aparecem como faces
da mesma moeda" indica que, para Euclides da Cunha, são antagônicas e complementares as
ações dos:
a) jagunços e as dos fanáticos.
b) cangaceiros e as do governo.
c) sertanejos revoltosos e as do poder da República.
d) soldados amotinados e as dos oficiais do Exército.
e) retirantes e as dos proprietários.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS DUAS QUESTÕES:
BRASIL, MOSTRA A TUA CARA
A busca de uma identidade nacional é preocupação deste século
João Gabriel de Lima
1. Ao criar um livro, um quadro ou uma canção, o artista 11brasileiro dos dias atuais tem uma
preocupação a menos: parecer brasileiro. A noção de cultura nacional é algo tão incorporado
ao cotidiano do país que deixou de ser um peso para os 12criadores. Agora, em vez de servir à
pátria, eles podem servir ao próprio talento. 6Essa é uma 7conquista deste século. Tem como
marco a Semana de Arte Moderna de 1922, 1uma espécie de 8grito de independência artística
do país, 100 anos depois da 2independência política. Até esta data, o 13brasileiro era, antes de
tudo, um 14envergonhado. Achava que pertencia a uma raça inferior e que a única solução era
imitar os modelos culturais importados. Para acabar com esse complexo, foi preciso que um
grupo de artistas de diversas áreas se reunisse no Teatro Municipal de São Paulo e bradasse
que ser brasileiro era bom. O escritor Mário de Andrade lançou o projeto de uma língua
nacional. Seu colega Oswald de Andrade propôs o conceito de "antropofagia", segundo o qual
a cultura brasileira criaria um caráter próprio depois de digerir as influências externas.
2. A semana de 22 foi só um marco, mas pode-se dizer que ela realmente criou uma agenda
cultural para o país. Foi tentando inventar uma língua brasileira que Graciliano Ramos e
Guimarães Rosa escreveram suas obras, 3as mais significativas do 9século, no país, no campo
da prosa. Foi recorrendo ao bordão da antropofagia que vários artistas jovens, nos anos 60,
inventaram a cultura pop brasileira, no movimento conhecido como tropicalismo. No plano
das ideias, o século gerou três obras que se tornariam clássicos da reflexão sobre o país. Os
Sertões, do carioca Euclides da Cunha, escrito em 1902, é ainda influenciado por teorias
racistas do século passado, que achavam que a mistura entre negros, 15brancos e índios
provocaria 4um "enfraquecimento" da raça brasileira. Mesmo assim, é 5um livro essencial,
porque o repórter Euclides, que trabalhava no jornal O Estado de S. Paulo, foi a campo cobrir a
guerra de Canudos e viu na frente de 18combate muitas coisas que punham em questão as
teorias formuladas em gabinete. "Casa-Grande & Senzala", do pernambucano Gilberto Freyre,
apresentava pela primeira vez a miscigenação como algo positivo e buscava nos primórdios da
colonização portuguesa do país as origens da sociedade que se formou aqui. Por último, o
paulista Sérgio Buarque de Holanda, em "Raízes do Brasil", partia de premissas parecidas, mas
propunha uma visão crítica, que influenciaria toda a sociologia produzida a partir de então.
VEJA, 22 de dezembro, 1999. p. 281-282.
3. (UFSM 2001) A - "Até esta data, o brasileiro era, antes de tudo, um envergonhado".
B - "No plano das ideias, o século gerou três obras que se tornariam clássicos da reflexão sobre
o país".
Considere o que se afirma sobre os fragmentos destacados.
I. Em OS SERTÕES, Euclides da Cunha declara que "o sertanejo é, antes de tudo, um forte". No
fragmento A, o autor retoma a declaração de Euclides da Cunha reafirmando seu conteúdo
elogioso.
II. Em B, a escolha de "século" como sujeito torna a frase mais expressiva, porque contraria a
expectativa de encontrar essa palavra como parte de um adjunto adverbial de tempo.
III. Em B, a opção por "o século gerou" leva à associação com a ideia de criar, fecundar, o que
reforça o sentido de que o século XX propiciou a concepção das obras destacadas.
Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas II e III.
e) I, II e III.
4. (IBMECRJ 2013) O escritor e político peruano Mario Vargas Llosa recebeu da Academia
Sueca o Prêmio Nobel de Literatura de 2010, pelo conjunto de sua obra, da qual podemos
destacar “A guerra do fim do mundo”, publicada em 1981, tendo como tema básico:
a) as previsões feitas pelos maias sobre uma possível catástrofe que ocorrerá no dia 21 de
dezembro de 2012;
b) a queda do Muro de Berlim, fato que mudou de forma radical as relações internacionais ao
pôr fim à Guerra Fria;
c) a ocorrência, na Bahia, da Guerra de Canudos, tomando como referência a obra Os Sertões,
de Euclides da Cunha;
d) um inevitável desastre ecológico, resultado da ação predadora do homem ao longo do
tempo em todo o planeta;
e) uma análise comparativa entre a Guerra da Coreia e a Guerra do Vietnã, tomando como
referência a ótica norte-americana sobre os conflitos.
5. (Enem 2010) As ruínas do povoado de Canudos, no sertão norte da Bahia, além de
significativas para a identidade cultural dessa região, são úteis às investigações sobre a Guerra
de Canudos e o modo de vida dos antigos revoltosos.
Essas ruínas foram reconhecidas como patrimônio cultural material pelo Iphan (Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) porque reúnem um conjunto de
a) objetos arqueológicos e paisagísticos.
b) acervos museológicos e bibliográficos.
c) núcleos urbanos e etnográficos
d) práticas e representações de uma sociedade.
e) expressões e técnicas de uma sociedade extinta.
6. (UFG 2004) A Guerra de Canudos (1896-1897) é emblemática no debate sobre a formação
da nação no período republicano. A República recém-proclamada enfrentou um Brasil
desconhecido: o sertão e os sertanejos. A guerra, tragicamente, significou um aprendizado
para os brasileiros demonstrando que a:
a) fragmentação e as grandes distâncias das regiões litorâneas impediram a organização e o
crescimento das comunidades sertanejas.
b) unidade cultural do país é fruto de um longo processo de gestação iniciado com a ocupação
do litoral e o fabrico do açúcar.
c) presença da Igreja Católica no sertão representava um elo entre a comunidade e as
autoridades republicanas.
d) frágil base política em que se assentava o governo republicano foi incapaz de reconhecer a
questão social e cultural suscitada por Canudos.
e) resistência política dos monarquistas organizados no arraial de Canudos era uma ameaça à
ordem republicana.
7. (UFC 2003) "Na manhã do dia seis
Canudos foi destruída
Com bombardeios e incêndios
Não ficou nada com vida
Dizem que o Conselheiro
Tinha morrido primeiro
Na Belo Monte querida"
(FRANÇA, Antônio Queiroz de e RINARÉ, Rouxinol do. "Antonio Conselheiro e a Guerra de
Canudos." Fortaleza, Tupynanquim, 2002, p 32.)
Em relação aos movimentos como o de Canudos,é correto afirmar que:
a) foram movimentos que se limitaram às regiões Norte e Nordeste do Brasil, marcadas pela
presença dos latifúndios.
b) foram movimentos sem grande repercussão, visto que se situavam no campo e a maior
parte dos trabalhadores do país encontrava-se nas cidades.
c) no campo o domínio dos coronéis era absoluto, e esses movimentos sociais tiveram que se
disfarçar como um movimento de conteúdo religioso, para evitar a repressão.
d) foram movimentos nos quais se combinavam conteúdos religioso e social, pois
questionavam o poder das autoridades civis e religiosas.
e) foram movimentos de conteúdo exclusivamente religioso, marcados pelo fanatismo,
reprimidos por Pedro II e pelos republicanos que se esforçavam para construir um país
civilizado.
8. (Unesp 2001) "Restauração e Antônio Conselheiro tornam-se sinônimos, pois ambos surgem
como antípodas de republicanismo e jacobinismo. Os jornais são os maiores veículos desta
propaganda imaginativa, de consequências trágicas"
(Edgar Carone. "A República Velha").
A citação relaciona-se a:
a) Monarquismo e Guerra de Canudos.
b) Federalismo e Revolução Farroupilha.
c) Revolução Federalista e Proclamação da República.
d) Deposição de D. Pedro II e Abolição.
e) Guerra do Paraguai e Questão Militar.
9. (Unesp 2014) Duas ondas mecânicas transversais e idênticas, I e II, propagam-se em
sentidos opostos por uma corda elástica tracionada. A figura 1 representa as deformações que
a onda I, que se propaga para direita, provocaria em um trecho da corda nos instantes t = 0 e
t
T
, em que T é o período de oscilação das duas ondas. A figura 2 representa as
4
deformações que a onda II, que se propaga para esquerda, provocaria no mesmo trecho da
corda, nos mesmos instantes relacionados na figura 1. Ao se cruzarem, essas ondas produzem
uma figura de interferência e, devido a esse fenômeno, estabelece-se uma onda estacionária
na corda. A figura 3 representa a configuração da corda resultante da interferência dessas
duas ondas, nos mesmos instantes t = 0 e t 
T
.
4
A figura que melhor representa a configuração da corda nesse mesmo trecho, devido à
formação da onda estacionária, no instante
a)
b)
c)
3T
, está representada na alternativa:
4
d)
e)
10. (G1-CPS 2012) Em Portugal, a cidade do Porto aceitou o desafio de um fabricante de
lâmpadas e instalou luminárias que usam a tecnologia dos LEDs de alta potência e emitem uma
tonalidade de cor mais agradável, ao mesmo tempo que poupam energia. Sobre a propagação
de ondas, assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, o texto a seguir.
Seja qual for o tipo de lâmpada utilizada, a luz propaga-se como uma onda ____________ no
vácuo e também em meios materiais, desde que estes sejam ____________ ou sejam
_____________.
a) mecânica – opacos – transparentes
b) mecânica – translúcidos – transparentes
c) eletromagnética – opacos – translúcidos
d) eletromagnética – opacos – transparentes
e) eletromagnética – transparentes – translúcidos
11. (G1-IFPE 2012) A figura a seguir representa um trecho de uma onda que se propaga com
uma velocidade de 320 m/s. A amplitude e a frequência dessa onda são, respectivamente:
a) 20 cm e 8,0 kHz
b) 20 cm e 1,6 kHz
c) 8 cm e 4,0 kHz
d) 8 cm e 1,6 kHz
e) 4 cm e 4,0 kHz
14. (PUCRJ 2012) Uma corda presa em suas extremidades é posta a vibrar. O movimento gera
uma onda estacionária como mostra a figura.
Calcule, utilizando os parâmetros da figura, o comprimento de onda em metros da vibração
mecânica imposta à corda.
a) 1,0
b) 2,0
c) 3,0
d) 4,0
e) 6,0
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Dados:
Aceleração da gravidade: 10 m/s2.
Densidade do mercúrio: 13,6 g/cm3 .
Pressão atmosférica: 1,0  105 N/m2 .
Constante eletrostática: k0  1 4 πε0  9,0  109 N  m2 /C2 .
12. (UFPE 2012) Uma onda estacionária se forma em um fio fixado por seus extremos entre
duas paredes, como mostrado na figura. Calcule o comprimento de onda desta onda
estacionária, em metros.
13. (UFRGS 2012) O número de interseções da função f(x) = sen 5x com o eixo das abscissas no
intervalo [ 2π,2π ] é
a) 10.
b) 14.
c) 21.
d) 24.
e) 27.
14. (UCS 2012) Para colocar um objeto em movimento e deslocá-lo sobre uma trajetória
retilínea por x metros, é necessário aplicar uma força de 20  10 sen  x  newtons sobre ele.
Em qual dos gráficos abaixo, no intervalo 0,3, está representada a relação entre a força
aplicada e a distância, quando o objeto é deslocado até 3 metros?
a)
b)
c)
d)
e)
15. (UFPB 2012) Um especialista, ao estudar a influência da variação da altura das marés na
vida de várias espécies em certo manguezal, concluiu que a altura A das marés, dada em
metros, em um espaço de tempo não muito grande, poderia ser modelada de acordo com a
função:
 
A(t)  1,6  1,4 sen  t 
6 
Nessa função, a variável t representa o tempo decorrido, em horas, a partir da meia-noite de
certo dia. Nesse contexto, conclui-se que a função A, no intervalo [0,12], está representada
pelo gráfico:
a)
b)
c)
d)
e)


π
16. (UFRGS 2010) O período da função definida por f(x) = sen  3x   é
2
π
.
2
2π
b)
.
3
5π
c)
.
6
d) π.
e) 2 π.
a)

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