Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio? kpmg.com/BR KPMG INTERNATIONAL Conteúdo 1.Introdução 1 2. Fatores geradores de uma investigação internacional 3. Triagem e protocolo para investigações internacionais 4 Avaliação do indício ou da alegação 6 Implementação das etapas da ação a curto prazo 6 Desenvolvimento de um plano 8 Determinação das pessoas que devem ser notificadas 8 Identificação dos responsáveis pela supervisão e pela condução da investigação 8 Avaliação das considerações legais especiais ou culturais 9 2 © 2014 KPMG Risk Advisory Services Ltda., uma sociedade simples brasileira, de responsabilidade limitada, e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Conteúdo traduzido para a língua portuguesa da publicação “Cross-border investigations: Are you prepared for the challenge?” KPMG International, 2013. 4. Condução de uma investigação internacional 11 Privacidade de dados 12 Entrevistas com funcionários 15 Constatações do relatório 16 5. Soluções aplicáveis internacionalmente 17 6. Observações finais 19 © 2014 KPMG Risk Advisory Services Ltda., uma sociedade simples brasileira, de responsabilidade limitada, e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Conteúdo traduzido para a língua portuguesa da publicação “Cross-border investigations: Are you prepared for the challenge?” KPMG International, 2013. 1 | Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio? 01 Introdução Conduzir investigações internacionais não é uma tarefa simples. Adicione as complexidades das diferenças legais e culturais e você provavelmente terá um dos maiores desafios enfrentados pelas organizações globais atualmente. Existem obstáculos a cada etapa de uma investigação internacional, o que inclui o recebimento de uma denúncia ou alegação, o cumprimento das legislações estrangeiras sobre a privacidade de dados, a utilização dos profissionais e dos recursos apropriados, o respeito aos diversos direitos dos funcionários e a implementação de metodologias aplicáveis internacionalmente. Entender onde se encontram as armadilhas ao longo do percurso e como lidar com elas pode ajudá-lo a evitar graves deslizes. O objetivo deste estudo é fornecer a você orientações significativas por meio de discussões sobre como enfrentar esses desafios de forma efetiva com base nas experiências dos profissionais em investigações da KPMG que atuam no mundo inteiro. Solicitamos ainda que 60 executivos no mundo inteiro, responsáveis pelo gerenciamento das investigações internacionais de suas respectivas organizações, compartilhassem conosco os desafios e os obstáculos que eles normalmente enfrentam. Noventa e cinco por cento desses executivos disseram que esperam um aumento ou uma estabilização de suas necessidades de investigações internacionais ao longo do próximo ano. Temos a satisfação de compartilhar muitas das observações feitas por esses executivos com você também. Espero que você considere este estudo um recurso interessante e útil. Petrus Marais Global Chair da área de Forensic KPMG Forensic Phil Ostwalt Líder Global da Rede de Investigações KPMG nos Estados Unidos Gerónimo Timerman Líder da área de Forensic KPMG no Brasil © 2014 KPMG Risk Advisory Services Ltda., uma sociedade simples brasileira, de responsabilidade limitada, e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Conteúdo traduzido para a língua portuguesa da publicação “Cross-border investigations: Are you prepared for the challenge?” KPMG International, 2013. Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio? | 2 02 As investigações internacionais podem ser geradas por diversos países, em uma variedade de idiomas, por meio de diferentes canais de denúncia e a qualquer hora. Consequentemente, torna-se essencial, ao elaborar procedimentos de recebimento e processamento de alegações, estabelecer um enfoque global e levar em consideração as diferenças culturais. “Como uma empresa recebe inicialmente uma alegação de fraude e como ela reage a tal pode ser um ponto de partida em uma investigação internacional,” diz Alex Plavsic, KPMG no Reino Unido. Desafios únicos existem quando uma investigação tem origem em uma jurisdição estrangeira. “Por exemplo, se traduções apropriadas de uma alegação não forem feitas ou se determinadas pessoas não forem notificadas de forma tempestiva sobre uma denúncia, a investigação será repleta de problemas desde o início,” explica Plavsic. No mundo hiperconectado de hoje, torna-se possível e necessário ter processos bem controlados e eficientes que permitam que as empresas respondam a alegações com os níveis de atenção, prontidão e insights apropriados. A realidade é que muitas empresas, especialmente aquelas que operam fora de seus países de origem, devem receber denúncias e não devem ter um plano para lidar com elas. Entender de que forma uma investigação internacional pode surgir e como reagir pode ser uma maneira de garantir que ela comece na direção certa. Fatores geradores de uma investigação internacional Indícios ou alegações revelados por um funcionário da empresa são o fator gerador de uma investigação internacional mais comum. Setenta e sete por cento das pessoas que responderam à pesquisa da KPMG indicaram que denúncias internas geraram suas investigações internacionais mais recentes. Quase metade desses indícios internos foi obtida por meio de programas de denúncia ou linhas diretas, um número significativo se levarmos em consideração o fato de que as culturas podem diferir amplamente umas das outras em relação à aceitabilidade em denunciar a conduta de outras pessoas. “Em algumas culturas, uma pessoa com mais experiência pode estar cometendo uma fraude muito gritante, mas ninguém que ocupe um cargo abaixo dela pensaria em contar isso para alguém. Algumas pessoas não agem contra os superiores em alguns lugares,” diz Mark Leishman, KPMG na Austrália. Além das diferenças culturais, as leis e as regulamentações que governam as linhas diretas variam significativamente de um país para o outro. As legislações sobre a privacidade de dados na Europa, por exemplo, podem restringir o uso de linhas diretas de denúncia ou até proibi-las de aceitar ligações anônimas. Alguns países da União Europeia requerem uma aprovação do governo ou pelo menos uma notificação antes do estabelecimento de uma linha direta, enquanto outros países obrigam as empresas a consultar os funcionários e em alguns casos a obter seu consentimento antes de implementar uma linha direta. Conhecer a cultura e as regulamentações locais de fatores geradores de investigações internacionais pode ajudar as empresas a customizar os canais de denúncia para melhor adaptá-los aos meios pelos quais os funcionários estrangeiros possivelmente fazem alegações. Estudo de caso Quando uma empresa de produtos de consumo baseada nos Estados Unidos recebeu denúncias por meio de linhas diretas em idiomas estrangeiros, as denúncias foram imediatamente enviadas ao gestor do país na jurisdição local para que uma investigação fosse conduzida. Contudo, a empresa não possuía uma pessoa com conhecimento do idioma para analisar as denúncias antes que estas fossem enviadas. Em função disso, a denúncia alegando uma possível corrupção envolvendo um despachante aduaneiro na Alemanha foi enviada para ser investigada pelo gestor do país que era justamente a pessoa acusada de cometer a suposta infração. Um processo de recebimento bem elaborado teria evitado esse erro. © 2014 KPMG Risk Advisory Services Ltda., uma sociedade simples brasileira, de responsabilidade limitada, e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Conteúdo traduzido para a língua portuguesa da publicação “Cross-border investigations: Are you prepared for the challenge?” KPMG International, 2013. 3 | Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio? Quando um indício ou uma alegação forem expressos em uma língua estrangeira, será essencial obter uma tradução exata de tal indício ou alegação, pois até mesmo a menor das conclusões equivocadas pode resultar em um deslize significativo. Sites de tradução on-line não substituem uma pessoa com conhecimento do idioma que esteja familiarizada com a sua empresa e seja treinada para analisar as alegações. Por exemplo, embora o mandarim seja a língua oficial em todo o território da China, o uso apropriado de caracteres, a estrutura da sentença e a formação de pensamentos claros variam drasticamente de uma pessoa para outra e são significativamente influenciados pela educação do indivíduo, e isso não pode ser detectado por um site automatizado. Não é surpresa nenhuma o fato de as diferenças entre idiomas apresentarem desafios em investigações internacionais para mais de um terço das pessoas que responderam à pesquisa da KPMG. As empresas, consequentemente, precisam ter linhas diretas que contem com operadores que possuam um conhecimento apropriado do idioma e garantam traduções exatas. “Antes de começar a traduzir uma denúncia, consulte uma pessoa no país que conheça não somente o idioma, mas também os jargões locais, os eufemismos comuns e o duplo sentido de determinadas palavras,” aconselha Shelley Hayes, KPMG no México. investigações locais e internacionais. Alguns países exigem que o funcionário que tenha sido alvo de uma alegação seja notificado, bem como seus representantes ou conselhos de trabalhadores, especialmente se os dados desse funcionário tiverem de ser analisados. As leis de confidencialidade também estabelecem restrições em relação às pessoas para as quais a empresa poderá divulgar uma alegação, mesmo internamente. Devido ao fato de as legislações trabalhistas e as legislações sobre a privacidade de dados irem de encontro às práticas comuns, é essencial entendê-las no estágio inicial de uma investigação. Existem outras diferenças relevantes no recebimento de alegações em Qual dos fatores geradores a seguir é o principal fator gerador da maior parte das recentes investigações internacionais da sua empresa? 11% Constatação da auditoria interna 32% Indícios relatados por uma pessoa que trabalha na empresa (funcionário) (exceto programa de denúncias) Indícios relatados por uma pessoa que não trabalha na empresa (exceto órgãos reguladores ou autoridades responsáveis pela aplicação da lei) 2% 3% 45% 7% Notificação feita por autoridade reguladora ou responsável pela aplicação da lei Sinais de alerta ou constatações resultantes de due diligence de compliance Programa de denúncia Fonte: Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio?, KPMG International 2013. © 2014 KPMG Risk Advisory Services Ltda., uma sociedade simples brasileira, de responsabilidade limitada, e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Conteúdo traduzido para a língua portuguesa da publicação “Cross-border investigations: Are you prepared for the challenge?” KPMG International, 2013. Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio? | 4 03 Triagem e protocolo para investigações internacionais Funcionários no mundo inteiro adquiriram mais poderes para levantar questões por meio de vários canais de denúncia. Por esse motivo, uma empresa precisa estar preparada para agir de forma rápida, eficiente e eficaz ao responder às alegações. “Devido à velocidade na qual o compliance acontece, a Administração nunca estará preparada o suficiente quando se trata de protocolos e procedimentos de investigação,” observou Timothy Hedley, KPMG nos Estados Unidos. De qualquer forma, muitas empresas não estão preparadas para enfrentar esse desafio. Mais da metade das pessoas que responderam à pesquisa da KPMG disse que suas empresas não possuem protocolos para investigações internacionais ou estes são limitados. pode ser cumprida a menos que a empresa também possua protocolos investigativos apropriados e respostas eficazes quando tais questões são levantadas,” disse Richard Girgenti, KPMG nos Estados Unidos. Os mecanismos de denúncia perderão rapidamente a credibilidade entre os funcionários internacionais se as preocupações destes forem negligenciadas ou tratadas de forma precária. Por esse motivo, responsáveis pelo compliance, assessores jurídicos internos, profissionais de recursos humanos e outros membros da Administração que trabalham em empresas multinacionais precisam estar preparados para responder às alegações de maneira planejada e consistente. Os processos de recebimento de uma empresa e seus protocolos de investigação podem ser vistos como os dois lados da mesma moeda. “A obrigação de incentivar os funcionários no mundo inteiro a apresentar questões legais, de compliance e de ética não Isso significa que a empresa deve desenvolver de forma proativa uma gestão de casos e procedimentos investigativos que sejam alinhados aos valores, aos princípios e às normas da empresa e que levem em consideração as exigências, as práticas e os costumes específicos à região ou ao país. Muitas vezes, procedimentos utilizados para certa finalidade não se aplicam a outras situações, por isso eles precisarão ser customizados, para atender às exigências de uma determinada jurisdição. A criação de modelos de gestão de casos regionais que destaquem as principais distinções processuais é um bom ponto de partida. “Assim como a maioria das iniciativas de compliance, o desenvolvimento de políticas e procedimentos investigativos e de gestão de casos deve ser uma prática colaborativa entre os líderes de compliance nas matrizes e seus colegas por todo o mundo,” diz Maurice L. Crescenzi Jr., KPMG nos Estados Unidos. Embora muitos dos procedimentos essenciais de uma investigação local e de uma investigação internacional eficazes sejam os mesmos, existem determinadas diferenças fundamentais que os gerentes de caso e os investigadores precisam ter em mente. Essas diferenças incluem: o período no qual uma investigação deve ocorrer, a privacidade de dados e a transferência de informações; as notificações a funcionários ou seus representantes; as notificações a órgãos governamentais ou de aplicação das leis; e os prazos para informar as medidas disciplinares adotadas pela empresa. Tais diferenças fundamentais podem variar amplamente, dependendo da jurisdição onde a investigação acontece. © 2014 KPMG Risk Advisory Services Ltda., uma sociedade simples brasileira, de responsabilidade limitada, e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Conteúdo traduzido para a língua portuguesa da publicação “Cross-border investigations: Are you prepared for the challenge?” KPMG International, 2013. 5 | Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio? “Deve existir uma diferença fundamental entre o enfoque do gerente de caso e o do investigador que conduzem uma investigação em território estrangeiro,” diz Phil Ostwalt, KPMG nos Estados Unidos. “Na verdade, existem muitas diferenças. Por exemplo, os gerentes de caso precisam ter em mente que a legislação trabalhista pode diferir significativamente de um país para o outro.” Além disso, os gerentes de caso e os investigadores precisam ser adaptáveis às estratégias e aos procedimentos investigativos que podem resultar em sucesso de acordo com o nível local. Em virtude dessas diferenças jurisdicionais e culturais, certas táticas consideradas eficazes em um determinado país podem ser contraprodutivas em determinadas estruturas estrangeiras. Qual o nível de importância das ações a seguir para a execução de uma investigação internacional? 3.4 Contratar recursos externos certos Utilizar de forma eficaz os recursos internos (incluindo pessoas e ferramentas tecnológicas) 3.8 Gerenciar as expectativas da Alta Administração 3.8 4.0 Obter um plano de investigação detalhado 0 Estabelecer comunicações eficazes ao longo de todo o curso da investigação 4.3 Identificar e planejar o escopo de forma apropriada 4.3 Menos importante 1 2 3 4 5 Mais importante Nota: O gráfico mostra a pontuação média para cada fator de sucesso. Fonte: Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio?, KPMG International 2013. Assim como as suscetibilidades do idioma e da cultura são importantes em todas as outras formas de interação internacionais, elas também são importantes em investigações. Embora esse tipo de suscetibilidade internacional e multicultural deva ser aplicada em todas as regiões geográficas, sua aplicação é particularmente relevante em determinados países com uma história de supressão governamental. Sendo assim, os gerentes de caso e os investigadores devem estar atentos à escolha das palavras ao lidar com funcionários estrangeiros quando estiverem conduzindo investigações em jurisdições estrangeiras. Por exemplo, a palavra “investigação” pode provocar sentimentos negativos ou implicar uma mensagem de que haverá um efeito tenebroso sobre o processo. “Análise”,“exame” ou “discussão” são mais imparciais. Do mesmo modo, em vez de dizer “denunciante”,“informante” ou “testemunha”, termos como “funcionário” ou “colega” são neutros. Além das diferenças culturais, há diferenças legais significativas. Muitos países possuem leis de privacidade de dados e trabalhistas restritivas que podem impactar significativamente o escopo e a profundidade de uma investigação. Em determinados países, por exemplo, a legislação local pode requerer que as investigações internas sejam divulgadas ao governo, especialmente se a empresa for propriedade de um órgão governamental ou se parte dela for controlada por tal. A incapacidade de modificar as práticas investigatórias ao conduzir investigações internacionais pode não só ser contraprodutiva do ponto de vista cultural, como também ter consequências para o investigador — uma delas consiste em um final irônico para o ponto que geralmente é o foco da investigação em primeiro lugar: uma violação da lei. Estudo de caso Uma empresa de software iniciou uma investigação interna de sua subsidiária russa. Os investigadores respeitaram as rígidas restrições da Rússia em relação à remoção de dados do país optando por enviar uma equipe a Moscou para que esta analisasse todos os documentos. Assim como é uma prática comum nos Estados Unidos, eles criptografaram os dados e não se deram conta de que na Rússia criptografar certas informações é ilegal. Quando as autoridades foram informadas de tal fato, a investigação sofreu um atraso até que a situação pudesse ser resolvida. O conhecimento das leis de privacidade de dados locais poderia ter evitado essa questão. © 2014 KPMG Risk Advisory Services Ltda., uma sociedade simples brasileira, de responsabilidade limitada, e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Conteúdo traduzido para a língua portuguesa da publicação “Cross-border investigations: Are you prepared for the challenge?” KPMG International, 2013. Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio? | 6 O passo a passo a seguir pode ajudar os gerentes de caso e os investigadores a lidar com as investigações internacionais. Implementação das etapas da ação a curto prazo • Especificar, o máximo possível, a origem geográfica da alegação. • Identificar as leis e as políticas que possam ser relevantes. Avaliação do indício ou da alegação Quando alegações envolvendo questões internacionais são feitas, o primeiro passo no protocolo de resposta consiste em uma avaliação preliminar da denúncia. “Aprendemos, quando crianças, a parar, olhar e ouvir antes de atravessar a rua, e a mesma cautela deve ser aplicada antes de tomar qualquer medida em relação a uma alegação de má conduta,” afirma Déan Friedman, KPMG na África do Sul. “Reservar um tempo para avaliar o assunto é essencialmente importante para a confidencialidade e a privacidade, bem como para a credibilidade do programa de compliance, para a integridade do progresso de investigação e para a reputação das pessoas envolvidas. Ao avaliar alegações internacionais, o responsável pelo compliance, o investigador de indícios ou o gerente de caso deverão adotar as seguintes medidas: • Entender a natureza factual e as questões substantivas envolvidas na alegação. • Determinar a abrangência da possível infração. • Avaliar a credibilidade da alegação. • Identificar as leis e as normas específicas ao país que possam afetar o processo investigativo • Determinar se profissionais especialistas no assunto adicionais ou locais são necessários. • Desenvolver um cronograma e um orçamento preliminares para administrar e concluir a investigação. • Determinar se será necessário se comunicar com o informante. • Formar uma equipe de investigação, incluindo membros da equipe local que possuam conhecimento da cultura e do idioma. Assim como em alegações locais, as questões internacionais cobrem todas as possibilidades, incluindo preocupações envolvendo relacionamento com os funcionários, corrupção, violações da privacidade de dados, roubo, violência no local de trabalho e assim por diante. Os gerentes de caso que lidam com as questões internacionais precisam adotar certas medidas preliminares, a fim de ajudar a proteger a integridade do processo, a privacidade e a confidencialidade, a propriedade da empresa e as possíveis evidências e garantir a segurança dos funcionários. Dependendo da legislação local, tais medidas poderão incluir a suspensão ou a substituição temporárias dos funcionários afastados que são o objeto da investigação ou a adoção de medidas para preservar as evidências e a documentação relevante. Alguns países também exigem que o funcionário objeto da alegação ou seu representante ou o conselho de trabalhadores sejam notificados. Qual dos itens a seguir melhor descreve a natureza das investigações internacionais que você está conduzindo ou gerenciando? 67% Propina e corrupção/FCPA 26% Demonstração financeira fraudulenta 65% 63% Desvio ou apropriação indébita Conflito de interesse 11% Violação de dados 7% Assuntos regulatórios específicos ao setor Fonte: Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio?, KPMG International 2013. © 2014 KPMG Risk Advisory Services Ltda., uma sociedade simples brasileira, de responsabilidade limitada, e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Conteúdo traduzido para a língua portuguesa da publicação “Cross-border investigations: Are you prepared for the challenge?” KPMG International, 2013. 7 | Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio? © 2014 KPMG Risk Advisory Services Ltda., uma sociedade simples brasileira, de responsabilidade limitada, e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Conteúdo traduzido para a língua portuguesa da publicação “Cross-border investigations: Are you prepared for the challenge?” KPMG International, 2013. Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio? | 8 Desenvolvimento de um plano Todas as investigações em vigor, tanto locais como internacionais, contêm determinados elementos comuns. Antes do início de uma investigação, os gerentes de caso devem desenvolver um plano que contenha as medidas apresentadas anteriormente. Um plano completo e bem elaborado pode ajudar os membros da equipe de investigação a permanecer focados nos objetivos da investigação, mensurar o progresso ao longo do percurso e incorporar estrategicamente medidas complementares conforme estas sejam necessárias. Um plano de investigação geralmente é centralizado em uma hipótese que mostra o motivo da má conduta e a maneira pela qual ela ocorreu. O plano deve estabelecer o escopo e os objetivos da investigação, os documentos e os dados a serem coletados, os indivíduos a serem entrevistados, o cronograma e os marcos e o processo de denúncia. departamento ou outros membros da Administração local do país. É importante manter o círculo de confiança reduzido e lembrar os membros da Administração sobre a confidencialidade e a integridade do processo. “Observamos casos nos quais um membro da Administração local do país foi informado de que uma investigação estava prestes a ser iniciada, e então essa pessoa vira e compartilha a notícia com o indivíduo objeto da investigação,” relata Rachael Layburn, KPMG na China. Tal compartilhamento de informações pode ser considerado uma violação das práticas investigatórias básicas, mas em alguns países essa prática pode ser considerada comum. Conhecer os costumes e as práticas locais pode ajudar a evitar uma divulgação involuntária. Identificação dos responsáveis pela supervisão e pela condução da investigação Determinação das pessoas que devem ser notificadas As alegações variam em conteúdo, gravidade e prioridade. Consequentemente, uma empresa deve ter um procedimento ou protocolo detalhados que definam quais departamentos ou indivíduos serão responsáveis pela supervisão da investigação. “É imprescindível reunir antecipadamente todas as partes interessadas críticas para que elas cheguem a um consenso em relação ao plano de trabalho e estabeleçam protocolos de comunicação logo no início,” aconselha Pam Parizek, KPMG nos Estados Unidos. “Quando uma investigação está sendo conduzida no exterior, em diferentes fusos horários, existem desafios para manter essas partes interessadas informadas de maneira tempestiva. Os protocolos, consequentemente, precisam incluir não somente os procedimentos investigativos planejados, mas também os canais de comunicação com os responsáveis pela supervisão da investigação. Uma medida antecipada importante na gestão de casos de investigações internacionais seria informar os membros-chave da Administração de que uma alegação referente a compliance potencialmente significativa foi relatada e uma investigação será iniciada. Dependendo da natureza da questão, poderá ser apropriado notificar o gerente, o líder funcional, o responsável pelo Enquanto o Departamento Jurídico poderia provavelmente supervisionar as investigações envolvendo potenciais questões legais, o Departamento de Recursos Humanos poderá supervisionar as investigações referentes a questões envolvendo relacionamentos com os funcionários, roubo e segurança física. Além disso, situações de compliance potencialmente significativas, incluindo No contexto internacional, a equipe de investigação também precisa levar em consideração quaisquer diferenças jurisdicionais que podem impactar a investigação, as informações que podem ser coletadas e os indivíduos que podem ser entrevistados. Por exemplo, em determinados países europeus, em virtude de leis de proteção de dados pessoais, o escopo de uma investigação envolvendo um informante anônimo poderá ser restrito. Na China, muitas empresas pertencem ao estado ou são controladas por este, o que poderá gerar leis de segredos de estado e significativamente impactar os tipos de dados que podem ser coletados e analisados. Um plano bem elaborado deverá prever os tipos de questões que poderão surgir e preparar uma estratégia para abordá-los. aquelas que envolvem violações graves das legislações nacional ou internacional, relatórios financeiros fraudulentos ou a Alta Administração, requerem a supervisão direta do Conselho de Administração ou do Conselho Fiscal. Esses grupos de supervisão devem ajudar a estabelecer o escopo da investigação, analisar o plano de investigação e garantir que recursos adequados estejam disponíveis. “O grupo de supervisão desempenha um papel importante em relação à estrutura de uma investigação internacional,” observa Maurice L. Crescenzi Jr., KPMG nos Estados Unidos. “É essencialmente importante que aqueles que supervisionam e gerenciam a investigação se tornem intimamente familiarizados com o negócio local e suas operações, enquanto, paralelamente, entendem o ambiente legal e cultural.” Em alguns casos, contratar assessores jurídicos externos locais para lidar com as investigações pode ser apropriado. Contudo, a firma de advocacia externa deve ser independente, e não os assessores regulares da empresa naquela jurisdição. Muitas empresas encontram dificuldades para abordar os desafios intrínsecos ao recrutamento de profissionais para uma investigação internacional. Mais de 40% das pessoas que responderam à pesquisa da KPMG acreditam que suas empresas são desprovidas de recursos suficientes para lidar com as investigações internacionais. Os indivíduos precisam não somente ter experiência em estratégia e táticas investigativas, mas também entender as leis, o idioma e os costumes locais. As equipes de investigação que não possuem conhecimento do idioma local podem deixar passar aspectos importantes de documentos ou entrevistas importantes que estão no idioma local. “É difícil enfatizar a importância de poder contar com membros da equipe de investigações que entendam o idioma e a cultura locais,” diz Crescenzi. “Você simplesmente não pode conduzir uma investigação internacional com pessoas que não conheçam as características e as complexidades de determinadas jurisdições.” É difícil encontrar indivíduos com essas características, e as empresas precisam estar preparadas antes que surja uma necessidade. © 2014 KPMG Risk Advisory Services Ltda., uma sociedade simples brasileira, de responsabilidade limitada, e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Conteúdo traduzido para a língua portuguesa da publicação “Cross-border investigations: Are you prepared for the challenge?” KPMG International, 2013. 9 | Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio? Estudo de caso Entre alegações de fraude de funcionários em uma joint venture internacional em Taiwan, uma empresa global de produtos de consumo notou que não possuía os recursos para responder às alegações de imediato. O assunto era extremamente delicado em virtude do tamanho da empresa e da propriedade familiar da joint venture. Para fins de assistência, a empresa contratou os serviços de uma companhia familiarizada com o ambiente de negócios e a cultura locais e experiente em termos de aplicação das leis taiwanesas. A investigação foi conduzida de forma que respeitasse as suscetibilidades, mas acabou resultando em um processo criminal. Para estarem bem preparadas, as empresas com operações globais devem treinar os funcionários de forma proativa em termos de protocolos de investigação em diferentes jurisdições para que eles possam responder rapidamente. Tentar educar os profissionais locais após uma alegação recebida pode resultar em atrasos que poderão desviar a investigação de seu rumo. Mesmo assim, somente 35% dos respondentes da pesquisa da KPMG disseram que suas empresas conduzem treinamentos anualmente para fins de investigação. Ao contrário das investigações locais, as investigações internacionais geralmente requerem um recrutamento especializado, o que necessita de um planejamento proativo. As empresas podem abordar os gaps em recursos por meio do desenvolvimento de planos de contingência para os profissionais de investigação, tais como a designação de pessoas internas experientes de outras regiões para responder às alegações, em caso de necessidade, e a contratação de investigadores externos locais para assumir o caso quando uma situação surgir. Avaliação das considerações legais especiais ou culturais Tanto as investigações locais como as internacionais quase sempre envolvem coleta de dados, entrevistas e outras comunicações sensíveis. Por esse motivo, o sigilo profissional e a confidencialidade sobre os documentos preparados pelo advogado durante o desenrolar do processo para a defesa do seu cliente são considerações importantes. O sigilo profissional protege informações confidenciais reveladas a um advogado no processo de obtenção de assistência ou aconselhamento legais. Em contrapartida, a confidencialidade sobre os documentos preparados pelo advogado durante o desenrolar do processo para a defesa do seu cliente, que é ainda mais ampla, aplica-se aos materiais tangíveis ou aos seus equivalentes intangíveis coletados ou preparados antes do processo ou do julgamento, a qual se estende ao processo investigativo. Antes de uma empresa iniciar uma investigação, ela deve consultar os assessores internos ou externos familiarizados com a legislação da jurisdição relevante para analisar até que ponto a investigação pode ser sigilosa ou protegida. Em uma estrutura internacional, a legislação local também pode restringir o escopo da investigação. Por exemplo, na Europa, uma investigação sobre uma reclamação anônima não pode ser tão ampla como uma investigação na qual a alegação é feita por um funcionário identificado. Sempre que possível, os gerentes de caso e os investigadores, por intermédio de seus sistemas de gestão de casos internos seguros e confidenciais, devem tentar fazer com que o informante anônimo se identifique. Em algumas jurisdições, pode ser ilegal que as empresas investiguem a alegação de má conduta de um funcionário devido ao fato de o próprio governo local considerar-se o investigador exclusivo responsável pela aplicação das leis. Mais um exemplo da importância da semântica. Se a Administração tivesse se referido à atividade como uma “análise” em vez de uma “investigação”, isso poderia ter feito diferença em termos legais. Por fim, os gerentes de caso e os investigadores devem estar certos de que o escopo de seus planos investigativos inclui uma análise para verificar se o indivíduo objeto da investigação violou a legislação legal. Embora seja comum para muitas empresas basear suas políticas de compliance e normas globais em suas legislações nacionais, os investigadores internacionais devem também avaliar se a legislação local também foi violada. Muitas vezes, essas legislações não estão alinhadas. © 2014 KPMG Risk Advisory Services Ltda., uma sociedade simples brasileira, de responsabilidade limitada, e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Conteúdo traduzido para a língua portuguesa da publicação “Cross-border investigations: Are you prepared for the challenge?” KPMG International, 2013. Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio? | 10 © 2014 KPMG Risk Advisory Services Ltda., uma sociedade simples brasileira, de responsabilidade limitada, e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Conteúdo traduzido para a língua portuguesa da publicação “Cross-border investigations: Are you prepared for the challenge?” KPMG International, 2013. 11 | Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio? 04 A maneira pela qual os procedimentos investigativos são implementados e a estrutura legal pela qual eles são governados podem diferir drasticamente de um país para o outro. As empresas envolvidas em investigações internacionais precisam entender uma diversidade de leis e regulamentações estrangeiras que, em muitos casos, mudam o modo pelo qual uma investigação pode ser conduzida. “A legislação local pode influenciar, de forma significativa, na forma de planejamento da execução das investigações” observa Jimmy Helm, KPMG na República Tcheca. Por exemplo, em certas jurisdições, a mera observação de conduta, como o processo de pesagem em uma balança para caminhões, pode ser considerada uma violação de privacidade. Condução de uma investigação internacional “Procedimentos mais invasivos, tais como a verificação dos e-mails de um indivíduo ou acareações, podem ser altamente restritos,” diz Helm. As diferenças culturais também são a base de investigações internacionais e podem gerar problemas significativos se os investigadores não entenderem e respeitarem essas diferenças. “Em investigações internacionais, é importante entender a cultura tradicional que influencia a forma de as pessoas pensarem, agirem e reagirem e o modo pelo qual a pessoa responsável pela investigação está sendo vista,” diz Shelley Hayes, KPMG no México. O que pode ser permitido dizer ou fazer em uma cultura pode ser considerado uma ofensa a uma pessoa de outra cultura. “A lealdade também difere de uma cultura para outra, e alguns funcionários podem hesitar em pronunciar-se contra um compatriota em prol de uma empresa estrangeira,” explica Mark Leishman, KPMG na Austrália. Não é surpresa nenhuma o fato de que mais de um terço dos respondentes da pesquisa da KPMG tenha identificado o tema diferenças culturais como o principal desafio em investigações internacionais. Identificar e abordar de forma proativa as diferenças legais e culturais é a chave para conduzir uma investigação internacional eficaz. De acordo com a nossa experiência, as diferenças significativas entre investigações locais e internacionais incluem leis e regulamentações sobre a privacidade de dados, entrevistas com funcionários e constatações do relatório. Estudo de caso Determinadas leis locais que concedem o direito de acessar informações públicas poderão resultar em terceiros obtendo uma cópia de seu relatório confidencial. Foi solicitado a uma operadora de uma ferrovia italiana, a qual pertencia parcialmente ao Ministério da Economia e da Fazenda da Itália, que ela relatasse as constatações de uma investigação ao Ministério e aos seus encarregados. O relatório criticava duramente o contador geral, o que fez com que ele perdesse seu emprego. Como o relatório foi divulgado a outras pessoas, ele não conseguiu encontrar emprego no setor. Ele entrou com uma ação por difamação contra a empresa. Se a empresa tivesse percebido que o relatório não precisaria permanecer confidencial, ela deveria ter redigido de maneira que não a expusesse a uma possível reclamação. © 2014 KPMG Risk Advisory Services Ltda., uma sociedade simples brasileira, de responsabilidade limitada, e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Conteúdo traduzido para a língua portuguesa da publicação “Cross-border investigations: Are you prepared for the challenge?” KPMG International, 2013. Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio? | 12 Privacidade de dados Coletar e preservar informações relevantes a uma investigação é um dos passos mais importantes no processo investigativo. As as leis e regulamentações estrangeiras sobre a privacidade de dados representam um dos maiores desafios para a condução de investigações internacionais devido a restrições sobre os tipos de dados que podem ser coletados e transferidos de uma jurisdição. Muitos países decretaram leis que estabelecem uma prioridade alta em relação à proteção de dados pessoais, incluindo o estabelecimento de um direito legal sobre a privacidade de dados pessoais, mesmo que tais dados estejam armazenados no sistema ou no computador de um funcionário. Na verdade, mais de 46% dos respondentes da pesquisa da KPMG informaram que o maior desafio que eles encontram na condução de investigações internacionais é ter de lidar com as questões de privacidade de dados. “Estar atento à privacidade de dados e às regulamentações em países individuais é uma realidade em investigações internacionais,” diz Rocco de Grasse, KPMG nos Estados Unidos. “Você não pode, por exemplo, conduzir uma investigação na União Europeia ou especialmente na China sem antes entender quais restrições legais estão em vigor em relação à coleta e à exportação de dados.” A incapacidade de prever o impacto de leis locais de proteção de dados pode significativamente impedir uma investigação e resultar em custos em termos de despesas extras, sanções e, em alguns casos, em instaurações de processos. Por exemplo, a China possui leis rígidas que proíbem a coleta, a análise e a transferência de “segredos de estado” e de outras informações que sejam de interesse nacional da China. Contudo, as leis da China não definem o que são segredos de estado ou interesses nacionais. Como a China é altamente controlada e governada pelo Estado, a maior parte das empresas opera com extrema cautela para manter o máximo de informações dentro do território chinês e para contratar especialistas locais que estejam intimamente familiarizados com os riscos de violar as leis do referido país. As legislações sobre a privacidade de dados de alguns países podem proibir uma empresa de analisar determinados dados que constam em seus próprios arquivos, a menos que os dados tenham sido originalmente obtidos para fins investigatórios, o que, muitas vezes, não é o caso. Um dos maiores obstáculos é respeitar as restrições de coleta e análise de dados em arquivos prontamente acessíveis da empresa, tais como e-mails no servidor da empresa, históricos de navegação, documentos no disco rígido de um funcionário e até mesmo documentos impressos no escritório de um funcionário. Trata-se de um grande desafio. Sem dúvida, os respondentes do estudo da KPMG acreditam que a tarefa mais difícil em investigações internacionais é coletar informações relevantes, especialmente dados eletrônicos. Qual dos desafios a seguir é um dos três principais enfrentados pela sua empresa durante a condução de investigações internacionais? 46% Questões relacionadas à privacidade ou às informações 23% Falta de informações publicamente disponíveis robustas para complementar as constatações investigativas 42% Falta de recursos de investigação internos 19% Falta de cooperação de outros profissionais da sua organização 37% 35% Diferenças culturais Ambiente legal ou regulatório 14% 9% Identificação e retenção de recursos externos competentes Segurança pessoal das pessoas envolvidas em investigações 32% Diferenças entre idiomas 5% Falta de cooperação dos órgãos governamentais Nota: O gráfico mostra o número de participantes que elegeram determinado desafio como um percentual do total de participantes que responderam à pesquisa. Fonte: Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio?, KPMG International 2013. © 2014 KPMG Risk Advisory Services Ltda., uma sociedade simples brasileira, de responsabilidade limitada, e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Conteúdo traduzido para a língua portuguesa da publicação “Cross-border investigations: Are you prepared for the challenge?” KPMG International, 2013. 13 | Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio? Ao contrário de uma premissa comum em alguns países de que uma empresa tem o direito de pesquisar dados em sistemas e computadores pertencentes à empresa, a visão que prevalece em muitos países é de que dados pessoais são protegidos independentemente do local onde estão armazenados. “A maior parte das jurisdições na Europa Central e Oriental requer a aprovação da pessoa antes de suas contas de e-mail serem extraídas e examinadas como parte de uma investigação,” diz Jimmy Helm, KPMG na República Tcheca. O modelo para muitas legislações estrangeiras sobre a proteção de dados é a Diretiva 95/46/EC da União Europeia, a principal norma de proteção de dados na Europa até o momento. A Diretiva da UE amplamente define dados pessoais como “quaisquer informações relacionadas a uma pessoa singular identificada ou identificável.” Ela restringe a coleta e o processamento de dados pessoais a circunstâncias limitadas, como em situações nas quais um indivíduo tenha dado seu consentimento, quando for necessário para cumprir com uma obrigação legal ou quando os direitos e as liberdades fundamentais do indivíduo não prevalecerem sobre um interesse corporativo legítimo. Essas situações não são sempre claras, e os órgãos reguladores estrangeiros podem ter várias opiniões em relação à sua aplicabilidade. Estudo de caso Uma empresa americana iniciou uma investigação de algumas de suas operações na Europa. A empresa possuía uma política global que estabelecia que ela podia examinar os e-mails armazenados em seus computadores e sistemas. Agindo de acordo com tal política, a empresa copiou os e-mails de alguns funcionários estrangeiros. Contudo, quando os investigadores tentaram sair do país com as cópias dos e-mails, os dados foram confiscados por um agente alfandegário até que a empresa pudesse obter o consentimento de cada um dos funcionários. Isso causou atrasos significativos, pois alguns deles inicialmente se recusaram a dar o consentimento, enquanto outros não puderam ser localizados. A criação prévia de canais de exportação, como a obtenção de consentimentos, poderia ter evitado esse tipo de situação. © 2014 KPMG Risk Advisory Services Ltda., uma sociedade simples brasileira, de responsabilidade limitada, e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Conteúdo traduzido para a língua portuguesa da publicação “Cross-border investigations: Are you prepared for the challenge?” KPMG International, 2013. Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio? | 14 A obtenção de dados é relevante contudo, é apenas o primeiro passo. “A pessoa precisa saber se existem restrições em levar os dados para fora do país,” explica Roy Waligora, KPMG na África do Sul. Muitas legislações estrangeiras sobre a privacidade de dados, incluindo as da Europa e de alguns locais da América Latina e da Ásia, proíbem a transferência de dados para fora da jurisdição local sem que canais de exportação de dados tenham sido estabelecidos. Canais de exportação de dados são métodos para garantir que os procedimentos de proteção de dados específicos ao país sejam seguidos, tais como a adoção de políticas corporativas que aderem às legislações estrangeiras sobre a proteção de dados; a incorporação de modelos de cláusulas de contrato que forneçam um porto seguro (safe harbor) de acordo com leis como a Diretiva da UE; e, em alguns casos, a obtenção de consentimentos dos funcionários. É essencialmente importante estabelecer esses canais de exportação de dados antes que uma investigação surja para evitar atrasos ou barreiras em uma investigação internacional. Outra importante diferença entre as legislações locais e estrangeiras sobre a privacidade de dados está relacionada à confidencialidade dos materiais de investigação. Muitos países requerem que os investigadores divulguem os dados pessoais incluídos em materiais de investigação aos indivíduos que são o alvo de investigação caso eles solicitem os dados. Além disso, as leis trabalhistas em alguns países podem requerer que as empresas divulguem os procedimentos investigatórios envolvendo sistemas de processamento de dados aos sindicatos dos trabalhadores ou aos conselhos dos direitos dos funcionários caso os dados pessoais sejam impactados. “Manter um equilíbrio entre a integridade do processo investigativo e os direitos legais dos quais os indivíduos de outros países objeto de investigação desfrutam quando estão submetidos a leis locais é tanto uma arte como uma ciência,” diz Tim Hedley, Global Leader da área de Fraud Risk Management da KPMG. “Uma maneira de encontrar esse equilíbrio é esperar o momento oportuno no processo investigativo para compartilhar essas informações assim que a investigação estiver madura e as constatações tiverem começado a tomar forma.” Diferenças importantes nas legislações sobre a privacidade de dados podem ter um impacto após a conclusão de uma investigação internacional. Alguns países proíbem a retenção de informações pessoais desatualizadas, mesmo que elas estejam contidas em materiais investigatórios. Isso contraria determinadas leis e regulamentações que possam requerer que uma empresa americana mantenha os materiais investigatórios e o produto do trabalho por um determinado período. “Ter um sólido entendimento das legislações sobre a privacidade de dados nas jurisdições é essencial do início ao fim de uma investigação internacional. Na maioria dos casos, isso significa contar com especialistas que possuem experiência em lidar com dados no país,” diz Ken Koch, KPMG nos Estados Unidos. © 2014 KPMG Risk Advisory Services Ltda., uma sociedade simples brasileira, de responsabilidade limitada, e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Conteúdo traduzido para a língua portuguesa da publicação “Cross-border investigations: Are you prepared for the challenge?” KPMG International, 2013. 15 | Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio? Estudo de caso Durante uma investigação interna em um estado-membro da União Europeia, o conselho dos direitos dos funcionários da empresa interveio em nome de um funcionário, em parte devido ao fato de a empresa não ter notificado o conselho de que ela estava coletando dados desse funcionário. O conselho alegou que os dados incluíam dados pessoais e ameaçou obter uma ordem judicial para interromper a investigação. Isso resultaria em uma publicidade que poderia ameaçar a confidencialidade da investigação. Por fim, a empresa concordou em segregar todas as informações pessoais e divulgá-las ao funcionário e ao conselho antes de incluí-las em quaisquer materiais de investigação. Isso aumentou os custos da investigação e causou atrasos. Um trabalho proativo em conjunto com o conselho poderia ter evitado esses atrasos. Entrevistas com os funcionários Entrevistar os funcionários localizados em países estrangeiros levanta questões legais e culturais únicas que geralmente são repletas de armadilhas. Em muitos países, os funcionários têm o direito de recusar-se a colaborar com uma investigação conduzida pelo empregador, mesmo se eles não forem o alvo dela. Por exemplo, em algumas jurisdições, incluindo a Europa, as normas proíbem os empregadores de requerer que seus funcionários reportem informações incriminatórias sobre seus colegas de trabalho. As leis trabalhistas em muitos países obrigam que um representante do funcionário ou o comitê sindical sejam consultados antes que o empregador possa entrevistar seus próprios funcionários em uma investigação. Uma das diferenças mais evidentes entre as investigações locais e internacionais é uma exigência que empresas em alguns países precisam cumprir, ou seja, elas precisam informar seus funcionários sobre os direitos processuais durante a investigação e conceder a eles pelo menos um nível de acesso aos materiais de investigação que os identificam. Os funcionários também deverão ter o direito a um advogado ou representante presentes na entrevista. O entendimento da cultura local desempenha um papel importante em entrevistas com funcionários nas investigações internacionais. “Em algumas culturas, falar sobre fraudes, roubos e manipulação de demonstrações financeiras é aceitável; em outras, as mesmas palavras exaltariam os ânimos,” observa Shelley Hayes, KPMG no México. Até mesmo a linguagem corporal pode diferir. “Olhar alguém nos olhos é considerado rude em alguns países, portanto, se uma pessoa não manter contato visual com o investigador, tal fato não deve ser considerado um sinal de que ela está mentindo,” observa Mark Leishman, KPMG na Austrália. Acareações podem ser eficazes, mas em muitos países o modo de conduzir uma entrevista precisa ser amenizado. Esses tipos de insights são relevantes para investigações internacionais, e os investigadores devem ter em mente o que é necessário para o bem-estar da testemunha durante a entrevista. © 2014 KPMG Risk Advisory Services Ltda., uma sociedade simples brasileira, de responsabilidade limitada, e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Conteúdo traduzido para a língua portuguesa da publicação “Cross-border investigations: Are you prepared for the challenge?” KPMG International, 2013. Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio? | 16 As diferenças entre os idiomas podem causar problemas em todos os estágios das investigações internacionais, e elas podem ser ainda mais sérias no momento da entrevista com as testemunhas. Ao contrário de documentos que são redigidos em um idioma estrangeiro, as testemunhas geralmente falam diferentes dialetos ou usam gírias ou jargões locais. Algumas palavras e termos falados também não são traduzidos exatamente da mesma maneira entre os idiomas. Não é surpresa nenhuma o fato de o tema diferenças entre idiomas ter sido classificado como o principal desafio em investigações internacionais por aproximadamente um terço dos respondentes da pesquisa da KPMG. O uso de investigadores que possuem conhecimento do idioma local, especialmente aqueles que conhecem os dialetos regionais apropriados, pode ser essencial em entrevistas com as testemunhas. Quando diferentes idiomas estão envolvidos, outra área que representa um alto risco é a obtenção de uma tradução exata de uma entrevista para a língua inglesa. Até mesmo as menores variações na tradução poderão gerar uma má interpretação dos fatos reportados. Constatações do relatório Uma atenção cautelosa deve ser dispensada à forma e ao conteúdo de um relatório em uma investigação internacional. Podem existir vantagens em fornecer somente um relatório verbalmente, mas as leis trabalhistas de uma determinada jurisdição podem exigir um relatório por escrito, especialmente no caso de uma medida disciplinar ter sido adotada. Muitos países possuem legislações sobre a privacidade de dados que permitem que o alvo ou a testemunha tenham acesso a determinados materiais investigatórios, incluindo um relatório de investigação por escrito. A obrigação de divulgar dados dessa forma poderá afetar a aplicabilidade de normas locais e internacionais sobre sigilo profissional de advogados e poderá expor a empresa a demandas relacionadas à privacidade de dados e à difamação. A empresa precisa estar ciente de que um relatório de investigação pode conter dados que são restritos e não podem ser transferidos para fora de uma jurisdição, tais como nomes de indivíduos, informações financeiras ou dados pessoais. Consequentemente, canais de exportação de dados apropriados precisam ser estabelecidos antes do fornecimento de um relatório (até mesmo um relatório em formato de minuta) para a Administração ou para os diretores fora do país. Essas considerações também são aplicáveis a relatórios e materiais preparados por especialistas e consultores. “Uma empresa que está conduzindo uma investigação internacional precisa ter certeza de que todos os seus especialistas e fornecedores externos que receberam os dados cumpram com as legislações locais sobre a privacidade de dados,” aconselha Jack DeRaad, KPMG nos Países Baixos. “Isso pode ser desafiador quando há muitos especialistas envolvidos, tais como advogados, contadores forenses, fornecedores de métodos de e-discovery e especialistas em computação forense, especialmente se eles estão localizados em diversas jurisdições com diferentes regimes de privacidade de dados.” Um entendimento das leis locais é essencial para reportar as constatações de uma investigação internacional. As legislações sobre a privacidade de dados de alguns países restringem um empregador de reportar às autoridades responsáveis pela aplicação das leis as informações pessoais encontradas durante a investigação. Em contrapartida, outros países, como a Austrália, exigem que o empregador reporte à polícia quaisquer evidências de determinados delitos criminais que possuir. É fácil constatar como os conflitos podem surgir entre as restrições e as exigências relacionadas ao relato de denúncias em jurisdições diferentes. O conhecimento prévio das restrições relacionadas ao relato de denúncias pode ajudar a evitar situações complicadas na conclusão de uma investigação internacional. Estudo de caso Uma funcionária na Índia que estava sendo entrevistada por um investigador americano da empresa alegou que estava sendo intimidada e molestada devido ao fato de o investigador ter enfatizado que foi promotor do Ministério Público Federal e que a empresa entraria com uma ação criminal contra qualquer um que ela achasse culpado por ter cometido infração. A denúncia de assédio interrompeu a investigação e resultou na não cooperação por parte da funcionária. O entendimento da cultura e das práticas locais poderia ter feito com que o investigador mudasse a forma de abordar a funcionária. © 2014 KPMG Risk Advisory Services Ltda., uma sociedade simples brasileira, de responsabilidade limitada, e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Conteúdo traduzido para a língua portuguesa da publicação “Cross-border investigations: Are you prepared for the challenge?” KPMG International, 2013. 17 | Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio? 05 Uma vez que o estágio de constatação dos fatos de uma investigação internacional tenha sido concluído, a empresa poderá precisar solucionar as questões identificadas, o que poderá incluir a correção de livros e registros, o conserto das deficiências de controle e o disciplinamento dos funcionários. A adoção de medidas corretivas pode ser um importante fator determinante para os órgãos reguladores, tanto os locais como os estrangeiros, quando da decisão de acusar uma empresa de violar uma lei ou de reduzir uma multa ou penalidade criminal que precisam ser calculadas. As soluções aplicáveis internacionalmente, contudo, podem gerar desafios sobre os quais não recaia nenhuma suspeita. Uma das primeiras considerações é como lidar com os funcionários que pareçam estar envolvidos em algum tipo de infração. Esses funcionários podem ter diferentes níveis de culpa e podem estar localizados em jurisdições com diferentes proteções legais ou trabalhistas contra uma ação disciplinar. Embora seja essencial que as empresas punam os funcionários de forma condizente com seu papel na má conduta, seguir as regulamentações locais ao fazer isso também é importante. Por exemplo, determinados países requerem que em primeiro lugar os empregadores notifiquem um funcionário se este for demitido por justa causa. Enquanto em alguns locais, tais como Áustria e Bélgica, essa notificação precisa ser feita em alguns dias após a obtenção da evidência de infração. Embora os tipos de punição cubram todas as possibilidades, demitir um funcionário poderá gerar necessidades diferentes em jurisdições diferentes. “Mesmo que um funcionário esteja sendo demitido por justa causa, você precisa ser cauteloso Soluções aplicáveis internacionalmente em seguir os procedimentos de demissão locais,” aconselha Mike Schwartz, KPMG nos Estados Unidos. “A primeira reação pode ser demitir um funcionário culpado assim que possível, mas isso pode violar as leis e os direitos locais do funcionário. Ainda que a evidência pareça apontar para uma pessoa, as leis trabalhistas em alguns países contêm normas rigorosas que devem ser cumpridas para justificar a demissão por justa causa. Órgãos reguladores locais e internacionais também podem complicar a situação ao solicitar que a empresa não demita um funcionário culpado para que ele continue a ter acesso ao funcionário. Mesmo nessa situação, a empresa deve mudar as responsabilidades do funcionário afetado para garantir que ele não cometa os mesmos delitos ou seja colocado em uma posição com um nível de autoridade comparável, o que poderia ser interpretado como punição insuficiente. Outra medida importante seria abordar adequadamente os controles ou os procedimentos deficientes, insuficientes ou ineficazes que permitem que a má conduta ocorra ou que evitem que ela seja detectada. Em uma empresa multinacional, esses controles e procedimentos precisam ser examinados não somente nos locais afetados, mas também em todos os locais nos quais eles existam globalmente, e eles precisam ser consertados caso necessário. Embora os órgãos reguladores estejam impressionados com o nível de esforço geral, eles, em conjunto com a Administração e os diretores, podem insistir em uma solução temporária para os controles, uma vez que forneça a asseguração de que alguma medida corretiva esteja em vigor enquanto uma solução a longo prazo esteja sendo implementada. Contudo, lembre-se de que em alguns países podem existir restrições à capacidade do empregador de fazer mudanças substantivas no local de trabalho sem antes consultar os sindicatos e as comissões dos trabalhadores. O tempo da medida corretiva também deve ser levado em consideração. Geralmente, a solução pode e deve começar a ser implementada assim que controles financeiros inadequados ou comprometidos tenham sido identificados, mesmo durante a constatação dos fatos durante a fase de investigação. “Tanto o Conselho de Administração como os órgãos reguladores irão esperar que uma atenção imediata seja dispensada a soluções de gaps, arranjos temporários e deficiências que tenham sido identificados em protocolos de compliance ou em controles financeiros ou pelo menos dar as boas vindas a tais soluções, sem que seja preciso esperar a conclusão da investigação,” aconselha Rocco de Grasse, KPMG nos Estados Unidos. Em uma situação complexa, a solução de múltiplos controles em diversos países pode levar muito tempo, até anos. “As autoridades reguladoras e os responsáveis pela aplicação das leis podem mostrar-se relutantes em solucionar, de uma vez por todas os problemas em procedimentos regulatórios e outros até que elas saibam que a empresa solucionou os gaps em todos os países afetados e adotou algum tipo de medida contra os funcionários responsáveis,” diz Charlie Patrick, KPMG no Reino Unido. “A lição aprendida com a adoção de uma solução aplicável internacionalmente foi começar imediatamente e proceder de forma prudente.” © 2014 KPMG Risk Advisory Services Ltda., uma sociedade simples brasileira, de responsabilidade limitada, e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Conteúdo traduzido para a língua portuguesa da publicação “Cross-border investigations: Are you prepared for the challenge?” KPMG International, 2013. Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio? | 18 © 2014 KPMG Risk Advisory Services Ltda., uma sociedade simples brasileira, de responsabilidade limitada, e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Conteúdo traduzido para a língua portuguesa da publicação “Cross-border investigations: Are you prepared for the challenge?” KPMG International, 2013. 19 | Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio? 06 Em virtude dos desafios gerados por investigações internacionais, 95% dos respondentes da pesquisa da KPMG esperam o aumento ou a estabilização de suas necessidades por investigações internacionais ao longo do próximo ano. Acrescentando ainda o aumento das regulamentações, das leis e das medidas de aplicação das leis globais, as empresas que possuem protocolos de investigação internacional bem elaborados estarão mais bem posicionadas para obter resultados positivos do que aquelas que não estão preparadas. A cada estágio de uma investigação internacional, pode-se observar desafios únicos que requerem Observações finais premeditação e planejamento para que seja possível gerenciar os riscos e responder de forma rápida e apropriada. As empresas não podem mais se basear em procedimentos e em recursos utilizados para investigações locais. Em vez disso, elas devem ser customizadas para atender a diferentes leis locais e para estar de acordo com diversas culturas e costumes. Como as alegações podem surgir de quase todos os lugares do mundo, a qualquer momento e praticamente em qualquer idioma, todas as empresas devem responder a esta pergunta: Você está preparada para o desafio? © 2014 KPMG Risk Advisory Services Ltda., uma sociedade simples brasileira, de responsabilidade limitada, e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Conteúdo traduzido para a língua portuguesa da publicação “Cross-border investigations: Are you prepared for the challenge?” KPMG International, 2013. Investigações internacionais: Você está preparado para o desafio? | 20 Gostaríamos de agradecer o auxílio das pessoas a seguir: Laura Alderson Nina D’Arcangelo William Hanley, III Jilane Khakhar Victoria Malloy Lissa Mitchell Um agradecimento especial a Scott Hilsen por sua significativa colaboração para a conclusão bem-sucedida deste projeto. Colaboradores Maurice L. Crescenzi Jr. KPMG nos Estados Unidos Tel: +973 912 4861 [email protected] David Hicks KPMG no Reino Unido Tel: +44 20 76942915 [email protected] Charlie Patrick KPMG no Reino Unido Tel: +44 20 76945470 [email protected] Rocco de Grasse KPMG nos Estados Unidos Tel: +312 665 1296 [email protected] Scott Hilsen KPMG nos Estados Unidos Tel: +404 222 3015 [email protected] Pamela Parizek KPMG nos Estados Unidos Tel: +202 533 5362 [email protected] Shelley Hayes KPMG no México Tel: + 52 5552468634 [email protected] Ken Koch KPMG nos Estados Unidos Tel: +404 614 8658 [email protected] Alex Plavsic KPMG no Reino Unido Tel: +44 20 73113862 [email protected] Jimmy Helm KPMG na República Tcheca Tel: +42 0222123430 [email protected] Rachel Layburn KPMG na China Tel: +86 108 5087075 [email protected] Mike Schwartz KPMG nos Estados Unidos Tel: +713 319 2258 [email protected] Timothy Hedley KPMG nos Estados Unidos Tel: +212 872 3496 [email protected] Marc Miller KPMG nos Estados Unidos Tel: +212 872 6916 [email protected] Roy Waligora KPMG na África do Sul Tel: +27 736222319 [email protected] © 2014 KPMG Risk Advisory Services Ltda., uma sociedade simples brasileira, de responsabilidade limitada, e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Conteúdo traduzido para a língua portuguesa da publicação “Cross-border investigations: Are you prepared for the challenge?” KPMG International, 2013. Entre em contato conosco KPMG’s Global Forensic Investigations Network Phillip Ostwalt Líder Global e na Região das Américas Tel: 404 222 3327 [email protected] Dean Friedman Líder na Região EMA Tel: +27 116478033 [email protected] Mark Leishman Líder na Região ASPAC Tel: +61 7 3233 9683 [email protected] Área Global de Forensic da KPMG Liderança regional Área de Forensic da KPMG no Brasil Gerónimo Timerman Líder Tel: +55 (11) 2183 3006 [email protected] Antonio Gesteira Diretor Tel: +55 (11) 2183 3772 [email protected] Alexandre Massao Habe Diretor Tel: +55 (11) 2183 6379 [email protected] Claudio Peixoto da Silva Diretor Tel: +55 (11) 2183 6468 [email protected] Petrus Marais Líder Global da área de Forensic Tel: +27 795159469 [email protected] Richard H. 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Todas as informações apresentadas neste documento são de natureza genérica e não têm por finalidade abordar as circunstâncias de uma pessoa ou entidade específica. Embora tenhamos nos empenhado em prestar informações precisas e atualizadas, não há garantia de sua exatidão na data em que forem recebidas nem de que tal exatidão permanecerá no futuro. Essas informações não devem servir de base para se empreenderem ações sem orientação profissional qualificada, precedida de um exame minucioso da situação em pauta.