Segundo o “Relatório Justiça em Números”, de 2012, do Conselho Nacional de Justiça, existem no Brasil, hoje, aproximadamente 92 milhões de processos em trâmite no Poder Judiciário. E, embora o Judiciário esteja cada vez maior em número de juízes e servidores, a velocidade do ingresso de novos processos supera a de sentenciamento e de baixa dos processos em trâmite, o que resulta em altas taxas de congestionamento nos tribunais. A partir desse diagnóstico sobre o sistema de justiça surgiu a proposta da Secretaria de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça de uma política de articulação entre o setor público, o setor privado e o próprio Judiciário com o objetivo de fomentar mudanças no tratamento de conflitos no Brasil, com estímulo ao diálogo e à cooperação. Batizada de Estratégia Nacional de Não Judicialização (ENAJUD), a política, que pretende inovar ao aproximar os diferentes atores do sistema de justiça em torno de objetivos comuns, foi lançada em julho de 2014. Entre as ações da ENAJUD está a difusão dos métodos autocompositivos de solução de disputas, com a promoção de capacitações em meios alternativos de resolução de conflitos. Para tanto, conta-se com a participação da Escola Nacional de Mediação de Conciliação (ENAM) do Ministério da Justiça, que promoveu, em 2014, três edições do curso “Noções Básicas de Conciliação e Resolução de Conflitos para Representantes de Empresas”, voltado para a formação em mediação e conciliação de prepostos, advogados, gerentes, gestores das diversas áreas das empresas e demais organizações prestadoras de serviços ou de comercialização de produtos, com duração de 30h. Ao todo, foram ofertadas 4500 vagas, distribuídas entre profissionais ligados às áreas de trabalho da ENAJUD, com 1828 inscritos oriundos do setor financeiro, 500 do setor de telecomunicações e 632 ligados ao setor varejista. Por fim, também foram disponibilizadas, em 2014, 1500 vagas para as duas edições do curso a distância “Resolução Consensual de Conflitos Coletivos Envolvendo Políticas Públicas”, voltado para servidores da Administração Pública. O objetivo do curso é capacitar os agentes públicos em técnicas de construção de consenso a serem utilizadas na resolução de conflitos coletivos.