AS TEORIAS DO COMÉRCIO
INTERNACIONAL
INTRODUÇÃO
• As teorias buscam demonstrar o porquê da
existência do comércio e quais os seus
benefícios reais e seus custos para o
crescimento econômico da região.
• Ao contextualizar o comércio externo, as
teorias do comércio internacional tentam
entender como ele evoluiu com o tempo, como
influencia a sociedade e qual a sua
contribuição para o desenvolvimento dos
povos.
O ESTUDO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
•
As teorias de comércio internacional e a busca por resposta a
perguntas da seguinte natureza:
• Qual a vantagem de importar um produto que pode ser produzido
domesticamente, gerando renda e emprego para a população do
país?
• Quais produtos o país exportará e quais importará?
• Como são determinados os preços de equilíbrio no mercado
mundial?
• É possível que todos os países se beneficiem do comércio
internacional?
• Quais os impactos sobre a distribuição de renda decorrentes do
comércio internacional?
• A Teoria do Comércio Internacional de Ricardo fundamentase no seguinte princípio:
Se na ausência de comércio os preços relativos de dois bens
diferem de um país para outro, então os dois países podem
beneficiar-se mutuamente de uma troca de bens com relações
intermédias de preço.
• Em 1848, em seu livro The principles of political economy,
John Stuart Mill (1806-1873) reformulou a teoria dos custos
comparados de Ricardo, introduzindo o princípio da
demanda recíproca.
• Ao conjunto dos trabalhos desses três autores é costume
denominar-se Teoria Clássica das Trocas Internacionais.
• Na sequência dos trabalhos de Smith, Ricardo e Stuart Mill,
vários economistas desenvolvem a chamada Teoria
Neoclássica.
DO MERCANTILISMO À TEORIA CLÁSSICA DAS
TROCAS INTERNACIONAIS
• Os mercantilistas foram os que primeiro estudaram
as correntes de troca; para eles os ganhos eram
obtidos pela movimentação das mercadorias e a
riqueza das nações era aferida pelo dinheiro que
possuíssem.
• Coube à Escola Clássica, impulsionada pelas ideias
de Adam Smith, sistematizar um conjunto de
conhecimentos que procuram explicar quais as
condições determinantes da especialização e divisão
do trabalho com relação à trocas internacionais e,
ainda, as vantagens dessas trocas para cada país.
AS TEORIAS NEOCLÁSSICAS
• As teorias neoclássicas no comércio internacional admitem,
além das premissas clássicas, as seguintes hipóteses:
as funções de produção comportam dois fatores de
qualidade idêntica;
a utilidade intervém na determinação do valor,
verificando-se decréscimo de valor à medida que a
quantidade possuída aumenta;
o rendimento dos fatores pode ser crescente,
decrescente ou constante.
• As
Teorias
Neoclássicas
apresentam
trabalhos
desenvolvidos em três grandes eixos: a Escola Marginalista, a
especialização via produtos e a via da especialização por
fatores.
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• A Escola Marginalista, seguida pelos economistas William
S. Jevons (1835-1862), Carl Menger (1840-1921) e Léon
Walras (1834-1910), apoia-se no princípio da utilidade
marginal.
• Um segundo grupo de autores neoclássicos generalizou as
vantagens comparativas aos dois fatores de produção –
trabalho e capital – a partir dos custos de oportunidades
crescentes. Referências desse grupo denominado via da
especialização por produto são: Alfred Marshall (1842-1924)
e Arthur C. Pigou (1877-1959).
• A expressão “termos de troca”, introduzida na economia por
Alfred Marshall, significa a relação de equivalência entre
quantidades absolutas de produtos ou de fatores afetos aos
fluxos de exportação e a quantidade de produtos ou de fatores
obtidos pelo país no exterior.
• As ideias de Heckscher e Ohlin foram
posteriormente complementadas com os aportes de
Samuelson, em 1948, no designado teorema de
equalização dos preços dos fatores – que prescreve
que quando dois países fazem comércio os preços
relativos dos bens convergem.
• Leontief, em 1953, com base na teoria de H.O., ao
tentar explicar o comércio exterior americano,
estudou as exportações e importações comparando
com a análise do conteúdo de mão-de-obra e outros
fatores nos produtos comercializados, e concluiu
paradoxalmente (paradoxo de Leontief) que as
exportações norte-americanas eram menores do que
as importações em relação a bens intensivos em
capital.
O MODELO HECKSCHER-OHLIN-SAMUELSON
• Os economistas Eli Heckscher e Bertil Ohlin (H.O.) desenvolveram uma
nova teoria – teoria das proporções de fatores – com a qual procuraram
explicar as razões e os ganhos do comércio internacional por meio das
diferenças estruturais e da disponibilidade de recursos de uma nação,
comparativamente a outra.
• Essa teoria baseia-se nos seguintes fundamentos:
existem diferentes dotações estruturais de recursos das nações, em
termos de capital e terra;
há variações na intensidade de utilização de fatores necessários
para a produção de diferentes produtos;
um país exportará um bem que utiliza intensamente o seu fator mais
abundante e importará o bem que usa intensamente o fator
relativamente escasso;
os proprietários dos fatores abundantes de um país ganham com o
comércio internacional, mas os proprietários dos fatores escassos
perdem.
AS TEORIAS DINÂMICAS DO COMÉRCIO
INTERNACIONAL
• Vários economistas tentaram explicar as
causas
determinantes
do
comércio
internacional analisando as inovações e os
diferenciais tecnológicos entre países, com o
argumento de que a composição e o
desenvolvimento do comércio internacional
dependem
principalmente
de
fatores
dinâmicos.
A teoria da procura representativa de Linder
O modelo do gap tecnológico de Posner
• Para Linder a teoria das proporções dos fatores
explica uma pequena parte do comércio internacional
e somente tem razão de ser em comércio de
produtos básicos entre países desenvolvidos e outros
em vias de desenvolvimento.
• Segundo
Michael Posner,
a
grande
intensidade de comércio existente entre países
industrializados baseia-se na introdução de
novos produtos e processos produtivos.
• Essa teoria defende a tese de que um país só pode
exportar bens que sejam objeto de grande demanda
no seu próprio mercado, ou seja, que o mercado
internacional é uma extensão do mercado interno.
• Esse avanço tecnológico garante ao país
inovador um monopólio “temporal” que durará
até que outros copiem a nova tecnologia e
vendam a preços inferiores.
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O modelo do ciclo do produto de Vernon
• O modelo do ciclo do produto, formulado por
Raymond Vernon em 1966, foi desenvolvido para
explicar o comércio de produtos manufaturados
produzidos nos Estados Unidos, podendo, no
entanto, ser aplicado em outros países.
• É um modelo dinâmico que mostra como as
vantagens competitivas dos países se modificam à
medida que o produto avança no seu processo de
comercialização.
AS TEORIAS CONTEMPORÂNEAS
INTERNACIONAL
DO
COMÉRCIO
• As análises da competitividade, fundamentadas nas recentes
teorias baseadas em recursos (Resource Based View – RBV)
ou nas teorias de demanda heterogênea de marketing
(Marketing Heterogeneous Demand Theory), permitem-nos
relançar a discussão enfatizando o conceito do valor
econômico da empresa e a necessidade de uma adaptação
entre o contexto externo em que a empresa atua e as suas
competências internas.
• Hunt desenvolveu a teoria da vantagem em recursos
(Resource-advantage Theory – R-A), na qual postula que
cada organização tem um conjunto único de recursos e
capacidades que garante a base para a sua estratégia e a
principal fonte dos seus rendimentos.
O COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO E AS NOVAS
TEORIAS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
• A crescente integração econômica dos mercados conduzirá a
um abrandamento, quer das barreiras, quer dos benefícios
tarifários intra ou inter-regionais, delegando às empresas e
respectivos setores de atividade a responsabilidade pelo seu
grau de competitividade.
• O Brasil tem visto suas exportações favorecidas por acordos
multilaterais como é o caso do SGP, permitindo em certos países
a entrada de mercadorias brasileiras com redução de impostos
de importação, o que constitui um benefício às empresas
brasileiras de exportação.
• A forte participação de empresas com matriz no estrangeiro, na
economia brasileira, poderá também condicionar as políticas
econômicas no que respeita à sua eficácia e a repensar as
modalidades de apoio concedidas à empresa exportadora.
ANÁLISE DE MICHAEL PORTER
• Com Michael Porter (1985), inicia-se uma nova etapa no
estudo teórico do comércio internacional ao introduzir a noção
de “vantagens competitivas” em vez da expressão “vantagem
comparada”.
• O modelo Diamante de Porter baseia-se em quatro
determinantes específicas das nações e em duas variáveis –
governo e acaso – que contribuem de maneira decisiva a que
um país gere e mantenha vantagens competitivas em certo
setor de atividade.
• Os fatores determinantes considerados no modelo são:
1 Condição dos fatores
2 Condições da demanda
3 Indústrias correlacionadas e de apoio
4 Estratégia, estrutura e rivalidade das empresas
• A teoria de Hunt define recursos como entidades tangíveis e
intangíveis disponíveis para as empresas que possibilitem
uma maior eficiência produtiva e/ou uma eficácia
mercadológica e tenham valor para determinados segmentos
de mercado.
• A crescente disponibilização da informação torna o
conhecimento fator crítico do desenvolvimento e da
competitividade empresarial, pelo que o peso dos recursos
intangíveis se torna fundamental para o estabelecimento de
vantagens competitivas empresariais sustentáveis.
• A teoria das vantagens baseadas em recursos (R-A) baseiase no dinamismo de mercado e na sua demanda heterogênea.
• A teoria R-A combina a teoria de demanda heterogênea de
marketing com a teoria baseada em recursos (RBV).
AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E CONSEQUÊNCIAS DA
GLOBALIZAÇÃO
• Em primeiro lugar: a globalização não pode ser retardada
nem ignorada;
• Em segundo lugar: a globalização implica que algumas
das antigas distinções entre políticas domésticas tornemse crescentemente irrelevantes;
• Em terceiro lugar: a integração crescente na economia
mundial tem custos econômicos e sociais na etapa de
transição bem definidos;
• Finalmente: o ambiente econômico mundial oferece
grandes oportunidades de integração, mas cada país tem
que aproveitá-las.
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• A inserção do Brasil na economia mundial;
Relações comerciais de países selecionados
DÚVIDAS
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