FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
NÚCLEO BRASÍLIA
MBA EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE MARKETING
RÁDIO E RELACIONAMENTO
PROGRAMA PROSA RURAL
ILKA QUEIROZ LEMOS DE OLIVEIRA
BRASÍLIA, 2006
1
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
NÚCLEO BRASÍLIA
MBA EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE MARKETING
RÁDIO E RELACIONAMENTO
PROGRAMA PROSA RURAL
ILKA QUEIROZ LEMOS DE OLIVEIRA
Monografia apresentada a Fundação Getúlio Vargas,
como pré-requisito para a conclusão do MBA em
Gestão Estratégica de Marketing
Orientador: Profº Dr. Antônio Flávio Testa
BRASÍLIA, 2006
2
FICHA CATALOGRÁFICA
OLIVEIRA, Ilka Queiroz Lemos.
Radio e relacionamento – Programa Prosa Rural
Orientação Profº Antônio Flávio Testa, 2006 , 69f.
Monografia apresentada a Fundação Getúlio Vargas, como pré-requisito
para a conclusão do MBA em Gestão Estratégica de Marketing.
3
“ Pequena caixinha,
que carreguei em fuga para que suas válvulas não pifassem.
Que levei de casa para o navio e trem
para que meus inimigos continuassem
a falar-me perto de minha cama, e para a minha angústia.
As últimas palavras da noite e as primeiras da manhã.
Sobre suas vitórias e sobre meus problemas – prometa-me
Não ficar muda de repente.”
BRECHT
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha família, aos colegas do rádio
e a todos que participaram direta ou indiretamente nessa fase
da minha vida.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos comunicadores de rádio de Brasília
Marcelo Dias Godoy e Elyvio Carlos Blower que acreditaram em mim,
aos meus familiares, amigos, colegas da Embrapa e equipe do Prosa Rural,
colegas da turma de Gestão de Marketing-4 (2004-2006) e
aos professores da Fundação Getúlio Vargas
por todo o carinho e apoio.
6
RESUMO
OLIVEIRA, Ilka Queiroz Lemos. Radio e relacionamento – Programa Prosa Rural
(Ilka Queiroz Lemos de Oliveira) Orientação: Profº Antônio Flávio Testa, 2006,69 f.
Esta monografia foi realizada com o objetivo de analisar e refletir
sobre o programa de rádio da Embrapa – Prosa Rural, sua implementação nas
comunidades de baixa renda e sua contribuição para a sociedade rural brasileira.
O programa foi uma iniciativa da Embrapa Informação Tecnológica
que tem sua sede em Brasília – DF e apresentou à sua diretoria, um projeto
destinado à agricultura familiar, contribuindo para as ações do programa Fome
Zero do Governo Federal. A idéia principal era, levar aos ouvintes, informação
sobre pesquisa agropecuária realizada pela Embrapa em linguagem acessível,
além de levar a cultura regional com música, radiodramas, dicas, receitas
culinárias e notícias de interesse geral. O projeto foi aprovado e lançado em abril
de 2004.
É um trabalho de produção coletiva entre a Embrapa Informação
Tecnológica em Brasília e as unidades de pesquisa da Embrapa localizadas nas
regiões mais afetadas pela pobreza e pelo clima semi-árido do Brasil, que estão
nos estados do nordeste e do Vale do Jequitinhonha no norte de Minas. Os
próprios empregados da área de comunicação da Empresa, são os responsáveis
pelos temas que dão origem aos programas e também pela gravação das
matérias locais. Depois de gravado, o programa é roteirizado em Brasília onde é
feita sua produção final e também copiado em CD e distribuído às emissoras de
rádio que se interessaram em veicular o programa gratuitamente.
Entrevistas, livros e sítios na internet nortearam a metodologia
empregada na pesquisa. Foi observado que as peculiaridades do formato adotado
neste programa se refletiram em um conceito original de usar o rádio, sem desviar
do foco principal proposto pela Embrapa: o ouvinte.
Palavras-chave: Marketing de relacionamento, programa de rádio,
rádio, Prosa Rural. Embrapa.
7
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 9
1.1 Problema e sua importância ........................................................... 10
1.2 Hipóteses ........................................................................................ 11
1.3 Objetivos .......................................................................................... 11
1.4 Metodologia ...................................................................................... 12
2. ÁREA DE ESTUDO .................................................................................13
2.1 Origem dos dados e informações .................................................... 14
2.2 Modelo Teórico ................................................................................. 15
2.3 Modelo Analítico ............................................................................... 20
2.4 Operacionalização das variáveis ...................................................... 22
3. REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................... 23
3.1 A História do Rádio ......................................................................... 23
3.2 O Rádio no Brasil ............................................................................. 25
3.3 Rádios Comerciais .......................................................................... 30
3.4 A Rádio e o Poder ............................................................................ 35
3.5 Rádios Comunitárias ....................................................................... 39
3.6 Datas importantes ............................................................................. 43
4. ANÁLISE DE DADOS .............................................................................. 46
4.1 Pesquisa - O Prosa Rural e os ouvintes ........................................... 46
4.2 Pesquisa – O Prosa Rural e as rádios comerciais ............................. 51
4.3 Pesquisa – O Prosa Rural e as rádios comunitárias ......................... 59
5. CONCLUSÃO ........................................................................................... 63
6. BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 66
7. REFERÊNCIA .......................................................................................... 67
8. ANEXOS .................................................................................................. 69
8
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho é um estudo de caso sobre o programa Prosa Rural
veiculado em rádios comerciais e comunitárias dos estados do nordeste e Minas
Gerais, podendo ser AM, FM
e OC , cuja produção é feita em Brasília (DF)
juntamente com as unidades de pesquisa da Embrapa no nordeste e em Minas
Gerais .
A tecnologia utilizada é a reprodução em Compact Disc (CD),
o
canal de distribuição é através do envio dos CDs pelos Correios para as rádios.
Mas o objeto desse estudo não são as peculiaridades técnicas nem o canal de
distribuição envolvidos neste processo, embora tenham sido citadas como parte
da contextualização e embasamento necessários para o entendimento do
presente trabalho. O objetivo é analisar o relacionamento deste programa com a
comunidade.
As pesquisas enviadas às emissoras de rádio em 2005, bem como o
atendimento ao cliente por telefone, constituiu as fontes consultadas nesta
pesquisa e foram determinantes para as mudanças que aconteceram no
programa, já para o ano de 2006, em face aos resultados encontrados, que
forneceram as informações até agora citadas e as que estão a seguir.
Algumas informações
ponto-chave do programa. O
contribuíram
para a mudança do foco e
pesquisador era o centro das informações que
chegavam até o ouvinte e a inversão desta situação mudou o foco do programa,
passando então para o ouvinte
fazer perguntas aos pesquisadores e assim
promover maior interação da empresa com a comunidade.
Graças ao processo de evolução histórica do rádio brasileiro, os
conglomerados que se formaram – sejam de rádio ou televisão –passaram a
centralizar as produções de programas
nacionais nas cidades de maior
importância econômica, principalmente Rio de Janeiro e São Paulo (TAVARES,
1999). Os noticiários televisivos e as programações nacionais das rádios, partindo
de São Paulo, confirmam isso.
9
Os estúdios de jornalismo e novelas de uma das grandes emissoras
de tevê do país, a Rede Globo, instalados no Rio de Janeiro, também atestam a
afirmação.
O programa de rádio Prosa Rural , tem proposto uma forma de
trabalho em que essa tendência se modifica. Sua pauta é dividida em 4 quadros:
Dedo de prosa que traz entrevistas gravadas com os pesquisadores
da Embrapa onde relatam experiências ou esclarecem melhor sobre o tema de
cada programa; favas contadas é o quadro com espaço para divulgar a cultura
regional, podendo variar entre músicas, poesias, causos, radiodramas, poemas,
etc; pitacos da hora: que vem com dicas ou receitas e as notícias: com
informações de interesse à comunidade rural.
Tudo isso contribuiu para que os programas tivessem características
mais próximas aos ouvintes, para que fosse criada uma identidade maior junto ao
público de personalidade marcante como o do nordeste.
Um dos objetivos do presente estudo de caso, é analisar o impacto
do programa. Busca compreender também se o formato utilizado, tem atendido às
necessidades de um programa com intenção de transmitir conteúdo e linha
editorial aos diversos estados do país. Se os responsáveis pela criação e
produção do Prosa Rural têm observado este resultado junto aos ouvintes, em
nível de esclarecimento, de interação, de entendimento e qual o retorno causado
pela transmissão do programa para a Empresa.
1.1 O Problema e sua importância
Em virtude da convivência diária com a estrutura deste programa
incluindo
sua
concepção,
implantação,
produção
e
logística,
além
da
coordenação das questões administrativas junto à Embrapa e o Prosa Rural,
busquei através de pesquisas, as respostas para o seguinte problema: “Como
está sendo o relacionamento da Embrapa com as rádios parceiras (veículos
transmissores) do programa e se os ouvintes estão sendo realmente
beneficiados com as informações transmitidas?”
10
Esta informação será essencial para a continuidade do trabalho
realizado em equipe iniciado em 2003, que tem a intenção de ser ampliado em
2006 e manter sua sobrevivência nos anos seguintes.
Os recursos financeiros destinados à produção e distribuição do
programa, foram captados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome – MDS através do programa Fome Zero do governo federal. Sem estes
recursos, o Prosa Rural se tornaria inviável.
Caso seja constatada a nova realidade levada pelo rádio aos pequenos
produtores, donas-de-casa, estudantes rurais além da população de baixa renda,
isso possibilitará a abertura de novos horizontes para que o programa se firme e
se torne indispensável para a transferência de tecnologias da Embrapa.
1.2 Hipóteses
a) Sobre o recurso investido na implantação, produção e logística,
quer-se saber se as rádios que se comprometeram com a Embrapa e com o Prosa
Rural, estão transmitindo regularmente o programa e como elas têm percebido o
retorno dos ouvintes.
b) Saber se os ouvintes estão tendo o benefício esperado na criação
do programa que é a transferência de tecnologias geradas e adaptadas pela
Embrapa com uma linguagem mais simples e acessível.
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo Geral
Viabilizar a continuidade do programa Prosa Rural da Embrapa através da
constatação do recebimento dos CD´s, transmissão com maior comprometimento
das rádios, intensificar a participação do ouvinte, tornando-o foco principal do
programa e sua satisfação como cliente final.
11
1.3.2 Objetivos Específicos
a)
Conhecer
melhor
as
rádios
parceiras
que
transmitem
gratuitamente o programa Prosa Rural da Embrapa, fazendo com que as mesmas
descrevam seus dados como: horário de transmissão do programa, dia da semana
escolhido pela emissora, estrutura da rádio, abrangência, preferências musicais
dos ouvintes e os tipos de ouvintes entre outros.
b) Conhecer o perfil dos ouvintes. Saber quem são as pessoas
interessadas no programa, que meios de comunicação elas preferem para
interagir com as emissoras e com a produção do programa, conhecer suas as
maiores críticas, sugestões e dificuldades.
c) Analisar os resultados e propor medidas para a condução de uma
melhor integração da empresa com a comunidade.
1.4 Metodologia
A
metodologia
empregada
é
baseada
no
marketing
de
relacionamento. Neste caso, da empresa Embrapa com seus clientes, os ouvintes
do programa de rádio Prosa Rural que é intermediada pelos veículos de
comunicação radiofônica.
Foi realizada uma pesquisa de mercado por amostragem junto às
rádios comerciais e comunitárias parceiras, através de um questionário detalhado
(ver anexos) e enviados pelos Correios (ECT) para preenchimento e devolução do
mesmo assinado pelos responsáveis. A pesquisa foi finalizada com análise dos
resultados através de relatório qualitativo. Outra pesquisa de mercado também
por amostragem, foi realizada diretamente com os ouvintes que entraram em
contato com a produção do programa pelo número 08007011160 de atendimento
ao público com ligação gratuita e registrada pela Embratel.
12
2 ÁREA DE ESTUDO
Programa de rádio da Embrapa - Prosa Rural
O programa de rádio Prosa Rural nasceu de um projeto que foi
apresentado pela Embrapa Informação Tecnológica (SCT) à diretoria executiva da
Embrapa Sede no ano de 2003, com o objetivo de ativar o repasse de informação
tecnológica para os pequenos agricultores nordestinos, que apontasse para as
possibilidades reais de construção de um novo paradigma para a Agricultura
Familiar e um novo projeto de desenvolvimento regional. A Empresa entendeu que
um programa de rádio, não só ajudaria a atender às necessidades das famílias e
das comunidades rurais, como também mudaria comportamentos e atitudes,
aumentaria a produção e a produtividade no campo, levaria melhores condições
de vida e propiciaria o bem-estar rural. Possibilitaria também o saber, o querer e o
poder usando novas tecnologias, desenvolveria a economia, o setor financeiro e
social do homem do campo, tornaria possível uma análise mais criteriosa de
problemas, levando a decisões mais conscientes e a ação solidária e por fim,
integraria metas regionais.
Assim que o projeto foi aprovado, em agosto do mesmo ano,
montou-se uma estratégia de ação inicial para levantamento dos dados que
envolveram uma grande pesquisa corpo-a-corpo nos locais onde o programa seria
transmitido, ou seja, nas comunidades carentes do Semi-Árido nordestino do
Brasil.
A pesquisa visou conhecer o perfil dos ouvintes, seus gostos
musicais, principais carências e seus programas preferidos .
Ao final deste levantamento de dados, foi realizado um grande
encontro em Teresina no Piauí, para conhecer os resultados. Todas as unidades
que seriam envolvidas no projeto compareceram e deu-se início a uma grande
criação coletiva. Empregados da Embrapa das áreas de comunicação e tecnologia
representaram os 9 estados do nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte e Sergipe) e elaboraram a
13
estratégia de como o programa deveria ser e como chegaria às rádios. Foram
criados os seguintes quadros: Dedo de Prosa – um bate-papo com os
pesquisadores da Embrapa sobre as tecnologias que a empresa escolhera para
atender às necessidades dos ouvintes da agricultura familiar; Favas Contadas –
foi o nome do quadro escolhido para falar da cultura regional, das músicas,
poesias, “causos”, cordel ou até mesmo radionovelas apresentadas pelos próprios
empregados da Embrapa; Pitacos da Hora: criado para integrar a mulher. Ela fica
sabendo de receitas que completam a informação dos temas escolhidos além de
dicas de aproveitamento de alimentos ou das tecnologias; Notícias: para divulgar
assuntos diversos como linhas de crédito rural, lançamentos de sementes ou
cultivares, cursos e tudo que é de interesse ao público rural.
O nome do programa foi escolhido pela diretoria executiva através de
um concurso realizado entre os empregados as unidades participantes. O
ganhador faturou um equipamento mini-system de áudio.
2.1 Origem dos dados e informações
A Estratégia do programa:
O programa é produzido em parceria da Embrapa Informação
tecnológica – SCT que fica em Brasília e mais 7 centros de pesquisa da Embrapa
no nordeste e os temas dos programas são escolhidos por todos os responsáveis
de cada unidade.
A periodicidade do programa é semanal com 15 minutos de duração.
Cada programa aborda um tema específico; a grade de programação
foi definida para todo o ano de 2004, 2005 e 2006 e consta nos cartazes
impressos e distribuídos às rádios.
Estão sendo distribuídos, gratuitamente, em CD para 500 emissoras
entre comerciais e comunitárias. O CD chega às rádios pelos Correios.
A emissora pode colocar no ar na hora mais apropriada para sua
programação e veicular quantas vezes quiser, desde que obedeça pelo menos,
14
um horário fixo semanal, para buscar a constância da informação; para oficializar
este compromisso estão sendo celebrados convênios com as emissoras.
O programa tem o compromisso total com
o agricultor familiar,
levando em conta as suas necessidades e desejos de conhecer, aprender
conceitos, conhecimentos e informações sobre agropecuária, educação, saúde e
meio ambiente para buscar uma melhor qualidade de vida.
Está à disposição do ouvinte um telefone 0800, em Brasília,
informado durante o programa, para canalizar perguntas que são repassadas aos
detentores da tecnologia abordada;
A Embrapa Informação Tecnológica também produz e distribui
folders, cartazes, brindes e releases para divulgação do programa no Semi-Árido
nordestino;
2.2 Modelo Teórico
O modelo teórico que este trabalho pretende, se iniciará com um
resumo de obras teóricas que abordam as perspectivas diferentes do universo
radiofônico na história da comunicação. Abordará também uma visão sob o
marketing de relacionamento, objeto deste estudo.
Dentro do universo da comunicação, a palavra “informação” , nos
últimos tempos, tem recebido uma série de conotações, mas o objetivo principal
da informação considerando-a como uma mensagem radiofônica, é manter o
ouvinte a par de tudo o que é do seu maior interesse e de o quê, de mais atual,
ocorre no mundo.
Segundo a autora Gisela Ortriwano, a informação radiofônica vem
aparecendo como algo “fluido e flexível, um todo dentro da sucessão de
mensagens radiofônicas diárias, não como algo isolado dentro da programação.”
A difusão da informação, pode acontecer sob diferentes formas, sendo a
mensagem com estrutura em função de uma oportunidade, de um conteúdo e do
tempo empregado para esta emissão. Com base nisto podemos classificar as
transmissões informativas nas seguintes categorias: flash (acontecimento rápido),
15
edição extraordinária (interrompendo a programação para a divulgação de uma
notícia importante), especial (programa que analise um determinado assunto),
boletim (noticiário), jornal (neste caso, falado), informativo especial (de um
determinado setor, ex: esportes) e finalmente o programa de variedades (com
entrevistas, música, notícias,etc). Este último exemplo, encaixa-se perfeitamente
nos moldes em que o programa Prosa Rural foi criado.
Além de servir como um meio de informação e entretenimento, outra
característica deste programa, é contribuir para a integração da empresa com a
comunidade, colaborando assim ao marketing de relacionamento.
Vários autores já consideram o marketing de relacionamento como
mecanismo imprescindível dentro da comunicação da empresa com seus clientes
externos:
“O conceito de Marketing de Relacionamento é relativamente
recente, surgido nos anos 90. Como todos os conceitos da área de administração,
este também surgiu de uma necessidade, imposta pelo mercado. Uma
necessidade de reformulação da relação empresa/consumidor...”
“É o consumidor quem já está ditando as regras em diversos
segmentos de mercado, devido ao fato de estar melhor informado sobre os
produtos e também à grande concorrência entre as empresas...”
“...Uma
empresa
tem
que
estar
disposta
a
experimentar.
Experimentar novos produtos ou estratégias, sempre atenta à resposta do
mercado. Se seus clientes andarem em determinada direção, uma nova estratégia
deve ser lançada na mesma direção.”
“No início de uma campanha para a conquista da credibilidade, que
inevitavelmente é um processo lento e difícil... a conquista de uma infra-estrutura
adequada, tendo sempre o cuidado de controlar a imagem da empresa.”(Fonte:
site http://usuarios.uninet.com.br)
Já
o
Carlson
Marketing
Group
definiu
o
Marketing
de
Relacionamento como: “uma estratégia de negócios que visa construir próativamente uma preferência por uma organização com seus clientes, canais de
16
distribuição e funcionários, contribuindo para o aumento do desempenho dessa
organização e para resultados sustentáveis. Consiste, portanto, em lançar mão de
várias ferramentas do marketing, integradas sob um grande ‘guarda-chuva’, que
garante alinhamento estratégico e coerência de ação.”
Hoje em dia, a
percepção dos ouvintes tem sido extremamente
positiva, na medida em que se é capaz de apresentar soluções geradoras de
resultados – e esses resultados são mensuráveis, facilitando a comparação, o
quanto se investiu e qual foi o retorno para a Empresa.
TEORIA DA COMUNICAÇÃO
É preciso conhecer um pouco da teoria da comunicação, para
entender o processo deste trabalho sociológico. Para o professor da universidade
da Califórnia, Charles R. Wright, a comunicação “É o processo de transmitir idéias
entre indivíduos”. Este meio é vital para o ser humano porque se baseia na
capacidade do homem de transmitir suas intenções, desejos, sentimentos,
conhecimento e experiência de pessoa para pessoa. (WRIGHT, Charles R. 2ª ed.
1973- Comunicação de massa: uma perspectiva sociológica).
Já a expressão “comunicação de massa” evoca imagens de
televisão, rádio, cinema, jornais, revistas etc. Ela é dirigida para uma audiência
relativamente grande, heterogênea e anônima.
Em se tratando do ponto de vista do comunicador, a mensagem é
endereçada “a quem interessar possa”. A comunicação de massa pode ser
caracterizada como pública, rápida e transitória. Mas existem exceções como as
filmotecas, gravações de rádio e de televisão, por exemplo, mas habitualmente, a
produção dos veículos de comunicação é encarada como consumível.
A natureza da experiência comunicadora pode ter conseqüências
sociais importantes e sugere a existência de uma força global em seu impacto.
Harold Lasswell, cientista político e pioneiro na pesquisa da
comunicação de massa, expressa em pensamento acadêmico relacionando três
atividades principais dos especialistas em comunicações:
17
1) Detecção prévia do meio-ambiente;
2) Correlação das partes da sociedade na reação a esse meio;
3) Transmissão da herança social de uma geração para a seguinte.
Os veículos de comunicação têm o seu papel no complexo processo
de socialização.
Socialização entende-se como o processo pelo qual o indivíduo
adquire a cultura do seu grupo e interioriza suas normas sociais, fazendo com que
seu comportamento leve em conta as expectativas dos outros. E este é um
procedimento contínuo que se inicia na infância e se estende à velhice.
O Rádio é um meio de comunicação em que a maioria da população
pode ter acesso. Por se tratar de um instrumento de baixo custo, pequeno porte e
programações diversificadas, e tem exercido uma maior incidência na vida diária
das pessoas, tanto em zonas urbanas quanto rurais. Ele é rico em sugestão pela
capacidade do ouvinte em poder criar imagens, estabelecer laços afetivos com os
locutores e apresentadores e exercer uma sensação de intimidade com o ouvinte.
Pela facilidade de acesso, ampla cobertura e flexibilidade que o rádio
oferece, inúmeras possibilidades têm surgido na área da educação a distância no
desenvolvimento de programas de educação formal e não formal. Esse veículo de
comunicação caracteriza-se através da fala direta com o público, o contato íntimo
entre o ouvinte e o locutor. O rádio cria a oportunidade para uma identificação
mútua com a população, integrando-se à rotina cotidiana do ambiente familiar da
comunidade, com grande potencial de mobilização, divulgação e educação.
“Motivado assim por esta cultura em todo o Brasil, pelo seu grande
poder de penetração nas áreas rurais - grande parte sem acesso a energia elétrica
- e pelos custos mais baixos em relação a outras mídias, o rádio é com certeza o
principal meio de comunicação, justificando-se seu grande potencial de parceria
pela educação.” ...”Mais recentemente, foi registrado o Curso de Graduação em
entre outras coisas, programas de rádio.” ( Fonte: site http://pt.wikipedia.org)
18
Em 1995, o Brasil descobriu as rádios comunitárias no formato de
rádios livres. Atualmente, existem cerca de 7.000 emissoras deste tipo podendo
chegar ao número de 10.000 se fossem oficialmente cadastradas. Elas iniciaram
uma espécie de “reforma agrária no ar”.
As rádios livres são emissoras que entram no ar e ocupam espaço
no dial, sem concessão, permissão ou autorização de canal por parte do Governo,
sendo consideradas como ilegais. Costumam ser chamadas de clandestinas ou
piratas. Historicamente, as rádios livres são ativadas criadas por amantes do
rádio, que apesar de não terem autorização para funcionar, entram no ar correndo
riscos de serem submetidos aos rigores da lei das telecomunicações que vem
sendo aplicada, que prevê prisão de quem estiver operando, lacre e apreensão
dos transmissores.
Estas rádios se caracterizam pelos diferentes matizes podendo ser
de caráter político-ideológico, de serviço comunitário, religioso, ligados a
interesses das minorias ou a movimentos sociais ou simplesmente colocadas no
ar com a intenção de oferecer uma programação alternativa. Mas todas têm algo
em comum: a contestação aos sistemas de controle dos meios de comunicação
de massa. (Fonte: Site: http://bocc.ubi.pt)
Muitas empresas são relutantes em exigir que seus clientes
respondam perguntas típicas de marketing em um questionário, mas é sabido que
só através destas ferramentas é possível estabelecer um vínculo para que o
cliente se relacione com a empresa. É uma das maneiras de se obter retorno
aquele e está do outro lado do aparelho radiofônico: o ouvinte.
O marketing de relacionamento estabelece esta abordagem como
uma maneira de conhecer os seus consumidores. No caso deste estudo, o
produto em questão é a informação tecnológica.
Para Terry G. Vavra (Marketing de relacionamento – como manter a
fidelidade de clientes através do marketing de relacionamento, editora Atlas, 1993
pg. 286) –
19
“Qualidade e serviço devem acompanhar cada produto e serviço
colocado no mercado. Os clientes se diferem de alguma forma em suas definições
específicas sobre qualidade e serviço em termos gerais.”(GORDON, Ian Marketing de Relacionamento - 2ª Ed. pg. 31)
“O marketing de relacionamento é o processo contínuo de
identificação e criação de novos valores com clientes individuais e o
compartilhamento de seus benefícios durante uma vida toda de parceria. (...) os
profissionais de marketing acostumaram-se a confiar nas pesquisas de mercado
para ajudar a identificar questões e avaliar as respostas do consumidor para
soluções hipotéticas.”(GORDON, Ian - Marketing de Relacionamento - 2ª Ed. )
A metodologia empregada por este estudo de caso foi a pesquisa de
mercado com questionários elaborados pela empresa enviado pelos Correios
(ECT) que foi respondido e assinado pelas emissoras parceiras comerciais e
comunitárias. Além dos telefonemas registrados pela Embrapa atendidos com
fichas de perguntas e que foram realizados para o número 08007011160 através
dos ouvintes originados nos municípios onde o programa é exibido.
A análise dos resultados foi baseada nestas informações colhidas no
período de junho de 2004 a junho de 2005.
2.3 Modelo Analítico
O estudo de caso permite um conhecimento bem abrangente de
vários fatores que foram envolvidos e sua relevância. Esta opção metodológica
propicia fazer uma análise comparativa de situação anterior, antes da implantação
do programa, e de como a Empresa se relaciona com a sociedade.
Caracterização da situação anterior: é sabido que a extensão rural
reduziu-se, significativamente, no país nos últimos 10 anos, em especial na região
do Semi-Árido onde a fome e a miséria se acentuaram. Nessa região, tanto as
limitações sócio-ambientais com as questões de ordem política e econômica
comprometeram drasticamente a situação, já bastante frágil, da segurança
alimentar das suas populações.
20
Em seus 32 anos de existência, a Embrapa vem acumulando um
expressivo acervo de conhecimento, muitos dos quais direcionados à segurança
alimentar do pequeno agricultor, localizado em regiões menos privilegiadas de
nosso país. Apesar do grande esforço da empresa na disseminação de seus
conhecimentos, é inegável a dificuldade de acesso aos produtos de informação da
Embrapa pelos menos privilegiados, como a juventude do campo e o pequeno
produtor pobre. Realidade essa consolidada por inúmeros fatores, especialmente
pela falta de recursos financeiros e pelo alto índice de analfabetismo da juventude
do campo.
O programa “Fome Zero” do governo tem como um dos seus
principais objetivos, a médio e longo prazo, implementar ações estruturais e
processos produtivos que beneficiem a agricultura familiar no Brasil. Para isso, é
fundamental não só resgatar os conhecimentos e saberes tradicionais dos
agricultores, mas implementar uma “extensão rural” seguindo um novo paradigma
que atenda às necessidades produtivas e alimentares das famílias de pequenos
agricultores.
Também é possível nortear sistematicamente e permitir em enfoque
mais produtivo ao objeto deste estudo.
O trabalho se desenvolve nas seguintes etapas:
a) Levantamento bibliográfico objetivando a identificação na literatura
teórica, os trabalhos precedentes ao tema;
b) Pesquisa com o objetivo de levantar os fatores de relevância para
a análise comparativa;
c) Análise dos dados obtidos e informações levantadas, visando a
realização da monografia.
Estas etapas, servirão de base para o trabalho a ser executado e sua
concretização.
21
2.4 Operacionalização das variáveis
Variáveis encontradas no questionário enviado às rádios comerciais
e comunitárias de maior relevância para a pesquisa:
-Identificação da emissora para o conhecimento da Empresa (nome,
endereço, e.mail e responsável); ITEM NÃO MENSURÁVEL.
-Ano em que começou a transmitir o programa;
-Periodicidade (diária, semanal);
-Se a transmissão é feita de forma regular;
-Qual o horário de transmissão;
-Se os ouvintes retornam interessados;
-Forma de contato com a rádio: carta, telefone ou outros;
-Quais os quadros do programa de maior sucesso (Dedo de prosa,
favas contadas, pitacos da hora, notícias);
-Abrangência (alcance da emissora geograficamente);
-Acesso à internet;
-Equipamentos que a rádio possui;
-Conteúdo que a emissora oferece ao ouvinte;
-Estilos musicais mais executados;
-Se a emissora tem permissão para estar funcionando.
Perguntas extraídas das ligações realizadas pelos ouvintes:
-Identificação: nome, idade, sexo;
-Profissão: estudante, produtor rural, dona-de-casa e outros;
-Assunto de maior interesse;
-Críticas e sugestões;
-Satisfação.
22
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 A HISTÓRIA DO RÁDIO
O Começo
Em 1863 em Cambridge na Inglaterra, James Clerck Maxwell, professor de
física experimental, demonstrou teoricamente a provável existência das ondas
eletromagnéticas. A partir desta revelação outros pesquisadores se interessaram
pelo assunto incluindo o alemão Henrich Rudolph Hertz (1857-1894)
O
princípio da propagação radiofônica veio mesmo em 1887, através de Hertz. Ele
fez saltar faíscas através do ar que separavam duas bolas de cobre. Por causa
disso os antigos "quilociclos" passaram a ser chamados de "ondas hertzianas" ou
"quilohertz".
A industrialização de equipamentos se deu com a criação da primeira
companhia de rádio, fundada em Londres - Inglaterra pelo cientista italiano
Guglielmo Marconi a quem se atribui a primeira intenção de obter algum proveito
do rádio sob fins comerciais, graças a investimentos de empresários interessados
e ao seu próprio talento para transações comerciais, praticado por meio de sua
empresa, The Marconi Company (RADIOAMADOR, 2005). Pode-se considerar
que ele foi “um industrial astuto e empreendedor.” (FERRARETO, 2001, p. 82).
Somente em 1895, no mês de setembro, Marconi realizou sua
primeira experiência em transmissão de ondas, entre a janela do sótão onde havia
montado seu laboratório, e um aparelho receptor colocado a breve distância, no
campo. Nos dias seguintes repetiu a experiência, com sucesso, dessa vez
deixando uma colina como obstáculo às ondas hertzianas. Aplicou antenas aos
aparelhos de transmissão e de recepção, descobrindo, assim, o acessório básico
da radiotelegrafia.
23
Em 1896 Marconi já havia demonstrado o funcionamento de seus
aparelhos de emissão e recepção de sinais na própria Inglaterra, quando
percebeu a importância comercial da telegrafia.
Até então o rádio era
exclusivamente "telegrafia sem fio", algo já bastante útil e inovador para a época,
tanto que outros cientistas e professores se dedicaram a melhorar seu
funcionamento.
As inovações tecnológicas continuavam.
O rádio evoluía rapidamente !
Em 1897 Oliver Lodge inventou o circuito elétrico sintonizado, que
possibilitava a mudança de sintonia selecionando a freqüência desejada.
Lee Forest desenvolveu a válvula triodo. Von Lieben, da Alemanha e
o americano Armstrong empregaram o triodo para amplificar e produzir ondas
eletromagnéticas de forma contínua.
Nos Estados Unidos foram vários anos de pesquisas, tentativas e
aprimoramentos até Lee Forest instalar a primeira "estação-estúdio" de
radiodifusão, em Nova Iorque, no ano de 1916. Aconteceu então o primeiro
programa de rádio, que se tem notícia. Ele tinha conferências, música de câmara
e gravações. Surgiu também o primeiro registro de radiojornalismo, com a
transmissão das apurações eleitorais para a presidência dos Estados Unidos.
A "Era do Rádio”
A partir de 1919 começou a chamada "Era do rádio". O microfone
surgiu através da ampliação dos recursos do bocal do telefone, conseguidos em
1920, nos Estados Unidos, por engenheiro da Westinghouse.
24
Foi a própria empresa, a Westinghouse, que fez nascer, meio por
acaso, a radiofusão. Ela fabricava aparelhos de rádio para as tropas da Primeira
Guerra Mundial e com o término do conflito ficou com um grande estoque de
aparelhos encalhados. A solução para evitar o prejuízo foi instalar uma grande
antena no pátio da fábrica e transmitir música para os habitantes do bairro.
Os aparelhos encalhados foram então comercializados.
A primeira transmissão radiofônica oficial no Brasil, foi o discurso do
Presidente Epitácio Pessoa, no Rio de Janeiro, em plena comemoração do
centenário da Independência do Brasil, no dia 7 de setembro de 1922. O discurso
aconteceu numa exposição, na Praia Vermelha - Rio de Janeiro e o transmissor foi
instalado no alto do Corcovado, pela Westinghouse Eletric Co. Esta época ficou
conhecida
como
a
"Era
do
Rádio",
pois
nos
EUA
o
rádio
crescia
surpreendentemente. Em 1921 eram 4 emissoras, mas no final de 1922, os
americanos contavam 382 emissoras.
3.2 O Rádio no Brasil
O rádio também crescia no Brasil: já em 1890 o padre-cientista
Roberto Landell de Moura previa em suas teses a "telegrafia sem fio", a
"radiotelefonia", a "radiodifusão", os "satélites de comunicações" e os "raios laser".
Seu primeiro ensaio a se tornar conhecido pelo público aconteceu
em 1893, do alto da Avenida Paulista para o alto de Sant’Ana, na capital paulista,
onde ele enviou sinais de telegrafia e telefonia sem fio.
“Com aparelhos de sua invenção, numa distância aproximada
de uns oito quilômetros em linha reta, entre aparelhos
transmissor e receptor, presenciada pelo Cônsul Britânico em
São Paulo, Sr. C. P. Lupton, autoridades brasileiras, povo e
vários capitalistas paulistanos” (AZZOLIN, 2005).
25
Landell também construiu diversos aparelhos importantes para a
história do rádio e que foram expostos ao público de São Paulo em
1893: Teleauxiofono
(telefonia
com
fio),
Caleofono
(telefonia
com
fio),
Anematófono (telefonia sem fio), Teletiton (telegrafia fonética, sem fio, com o qual
duas pessoas podem comunicar-se sem serem ouvidas por outras), Edífono
(destinado depurar as vibrações parasitas da voz fonografada, reproduzindo-a ao
natural) . Dez anos mais tarde, em 1900, o Padre Roberto Landell de Moura
obteve do governo brasileiro a carta patente nº 3279, que lhe reconhece os
méritos de pioneirismo científico, universal, na área das telecomunicações. No ano
seguinte ele embarcou para os Estados Unidos e em 1904, o "The Patent Office at
Washington" lhe concedeu três cartas patentes: para o telégrafo sem fio, para o
telefone sem fio e para o transmissor de ondas sonoras.
O Padre foi considerado precursor nas transmissões de vozes e
ruídos. Publicações sobre as primeiras experiências em transmissão de ondas o
reconhecem como criador do rádio.
“Pode-se afirmar que a radiodifusão sonora constitui-se no
resultado do trabalho de vários pesquisadores em diversos
países ao longo do tempo, representando o esforço do ser
humano para atender a uma necessidade histórica: a
transmissão de mensagens à distância sem o contato pessoal
entre o emissor e o receptor”. (FERRARETO, 2001, p. 80).
Apesar de a história oficial não confirmar, documentos comprovam
que a primeira experiência radiofônica remonta a 6 de abril de 1919. Em Recife,
através de um transmissor importado da França, a Rádio Clube foi inaugurada por
Oscar Moreira Pinto. Porém, dados oficiais dizem que a primeira transmissão via
rádio tem data de 7 de setembro de 1922, no Rio de Janeiro, então capital federal.
A transmissão fez parte das comemorações do Centenário da Independência do
Brasil e, na ocasião, o Presidente da República, Epitácio Pessoa, fez um discurso.
Como o rádio era novidade, foi preciso importar 80 receptores (aparelhos de rádio)
especialmente para o evento.
26
Para isso, a Westinghouse Eletric International Co. Instalou no alto
do Corcovado, no Rio de Janeiro, uma estação transmissora de 500 watts.
Seguiram-se emissões de música lírica e conferências, captadas nos tais
aparelhos de rádio dispersos pela cidade. No fim das festividades, a rádio sai do
ar, e outra transmissão só acontece no ano seguinte.
A emissora, com programas educativos e culturais influencia várias rádios
amadoras que aparecem no País na década de 20, como a Rádio Clube
Paranaense, em Curitiba. Todas nascem como clubes ou sociedades
e, como a legislação proibia a publicidade, são sustentadas pelos associados.
Mas esta não seria a data que viria marcar o início da vida do rádio
no Brasil. Devido à escassez de aparelhos de rádio e a falta de projetos que
possibilitassem uma continuidade, as transmissões que se iniciaram naquele 7 de
setembro tiveram vida curta. O transmissor instalado pela Westinghouse,
possibilitou que os proprietários dos 80 aparelhos de rádio - seus vizinhos,
parentes e colegas - pudessem ouvir óperas transmitidas diretamente do Teatro
Municipal do Rio de Janeiro. Entretanto, a experiência não tardou a ser encerrada,
causando frustração em todos que acompanharam os primeiros passos do rádio
no Brasil.
Em 20 de abril de 1923 se instala, definitivamente, o rádio no
País. Esta data marcou a inauguração da primeira estação de rádio brasileira: a
Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Fundada por Roquette Pinto e Henry
Morize.
Roquete Pinto é considerado como o "pai do rádio brasileiro" e um
dos grandes nomes da comunicação brasileira em todos os tempos .
A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro tinha como proposta educar
através do rádio. Talvez, já deslumbrava-se a capacidade do rádio em alcançar
grandes massas analfabetas, mesmo sendo um veículo ainda recém-nascido.
Foi aí que surgiu o conceito de "rádio sociedade" ou "rádio clube", no
qual os ouvintes eram associados e contribuíam com mensalidades para a
manutenção da emissora Roquette Pinto.
27
”.A par disso, quando melhoraram as condições para o
consumo de jornais, no segundo surto industrial brasileiro,
por volta de 1930, surgiu o rádio, não exigindo qualquer
alfabetização para o seu uso. O terceiro surto industrial já na
década de 60, cuja filosofia foi baseada no consumismo, que
multiplicou as verbas aplicadas à publicidade, assistiu a
expansão da televisão e nessas transformações o jornal
acabou perneta em uma corrida de obstáculos, onde os
vencedores estão a televisão e o rádio. A televisão por ser um
meio de comunicação nacional, o rádio funcionava em níveis
regionais, o jornal então, acabou girando em torno de uma
elite. “(Caparelli, pg. 73)
Caparelli cita o rádio, como “um dos meios mais apropriados para
ressaltar e reforçar os valores culturais das zonas rurais, pois é um meio com base
popular.”A regionalização cada vez maior do rádio, em termos de conteúdo, seria
uma
das
formas
de
impedir
a
destruição
dos
valores
rurais
e
sua
descaracterização cultural.
Este inclusive é um dos principais motivos deste estudo de caso: a
identificação do ouvinte com o conteúdo que ele absorve através do rádio,
facilitando seu entendimento e aprendizado.
Mesmo assim, grande parte da população está isolada, como em
uma ilha, fora do alcance da comunicação, isto acontece principalmente nestas
zonas rurais e na região amazônica.
A razão desta discriminação é a disseminação dos habitantes do
norte em grandes extensões territoriais, retirando-se assim o status de
consumidores e onde anunciantes deixam de patrocinar os programas.
“Ainda nos anos 20, o rádio já começa a espalhar-se pelo
território brasileiro. As primeiras emissoras tinham sempre em
sua denominação os termos ‘clube’ ou ‘sociedade’, pois na
verdade nasciam como clubes ou associações formadas pelos
idealistas que acreditavam na potencialidade do novo meio.
Nessa primeira fase, o rádio se mantinha com mensalidades
pagas pelos que possuíam aparelhos receptores, por doações
eventuais de entidades privadas ou públicas e, muito
raramente, com a inserção de anúncios pagos que, a rigor,
eram proibidos pela legislação da época. E também eram
feitos apelos para que os interessados aderissem à emissora
como sócios, ajudando a mantê-la.” (ORTRIWANO – 1985 pg.13)
28
Mas, como diz Renato Murce, “a constância não é uma virtude muito
brasileira, depois de alguns meses, ninguém mais pagava”. E o rádio lutava com
dificuldades, sem estrutura econômico-financeira que pudesse favorecer o seu
desenvolvimento.
Ao contrário do que o rádio é hoje, ele nasceu da elite.
No início das transmissões de rádio, no Brasil, os aparelhos
receptores eram importados e, portanto, muito caros. Isto fez com que a
programação se voltasse para as elites, ou seja, para quem pudesse pagar as
contas do rádio no final do mês. A preocupação com as grandes óperas
transmitidas via rádio, a preocupação com palavras e orações rebuscadas, tudo
isso marcou os primórdios do veículo no Brasil. Isso se explicava pelo fato de o
rádio ainda ser produzido amadoristicamente. Toda a programação musical era
feita através de doações ou empréstimos de discos às rádios (as rádios eram
fundadas por clubes ou sociedades, formadas por pessoas ricas, que, pelo menos
teoricamente, eram capazes de pagar, mensalmente, quantias necessárias para o
sustento das rádios).
Através de doações em dinheiro ou pagamento de mensalidades as
rádios conseguiam se manter.
Havia uma divergência do que seria o rádio no futuro: um meio de
comunicação para levar informação e educação aos analfabetos. Isso só
aconteceu mais tarde, com o advento dos "reclames", ou seja, dos anúncios
publicitários, já na década de 30.
Com a propaganda o rádio começou a se auto-sustentar podendo
assim, determinar uma programação mais voltada para seu verdadeiro público
alvo: a classe mais pobre da população.
29
3.2 – Rádios Comerciais
A chegada do rádio comercial não demorou. Logo as emissoras
americanas reivindicaram o direito de conseguir sobreviver com seus próprios
recursos. A pioneira no rádio comercial foi a WEAF de Nova Iorque, pertencente à
Telephone and Telegraf Co. Ela irradiava anúncios e cobrava dois dólares por 12
segundos de comercial e cem dólares por 10 minutos.
E no Brasil não foi diferente. Em 1931, surgiu o primeiro documento
oficial sobre radiodifusão. À essa época, os profissionais do meio já estavam
comprometidos com os anúncios e se beneficiavam com a possibilidade de
ganhos financeiros.
Em 1º de março de 1932, a publicidade no rádio foi permitida, por
meio do Decreto nº. 21.111, que regulamentou o Decreto nº. 20.047, de maio de
1931. Esta decisão surge nove anos após a implantação do rádio no país. O
governo mostrou, a partir da década de 30, preocupar-se seriamente com o novo
meio, que definia como “serviço de interesse nacional e de finalidade educativa”.
Assim, regulamentou seu funcionamento e passou a imaginar maneiras de
proporcionar-lhe bases econômicas mais sólidas. Inicialmente a propaganda era
limitada a 10% da programação, posteriormente elevada para 20% .
“Essas resoluções representavam os interesses do Governo
para com o novo meio, porém com características arbitrárias e
prejudiciais aos empresários empenhados em investir em seu
desenvolvimento. Na prática, os principais beneficiados com
concessões e permissões, contrariando o ‘interesse público’,
eram os correligionários do Poder Executivo.”
(LOPES, 1970, p.83).
30
“O próprio Decreto nº. 21.111, em seus artigos 66 e 69,
destinava (...) uma hora diária a um programa noticioso
obrigatório, o que, mais tarde, embasaria a criação da Hora do
Brasil. O quase monopólio estatal previsto, no entanto, não se
concretizou, mas se pode afirmar que, nos dois decretos, está
a origem da duplicidade do sistema de radiodifusão no país:
de um lado, (...) sustentado pelo Estado ou por fundações; e,
do outro, privado, comercial e majoritário em quantidade de
emissoras e ouvintes” (FERRARETO, 2001, p. 103).
Ao direcionar a atenção ao rádio, as autoridades pareciam antever
uma premissa que se comportaria no senso comum disseminado posteriormente,
segundo a qual a radiodifusão seria um eficiente artifício de “influência em todos
os campos, tendo poder decisivo no campo social ou político e econômico, quer
no campo religioso, educacional ou cultural” (TAVARES, 1999, p. 59).
As rádios sob o padrão comercial se constituem em empresas
voltadas à obtenção de lucro e representam a parcela mais significativa do meio.
Através do faturamento com publicidade as rádios tiveram condições
montar uma estrutura menos amadora. Com a introdução de anúncios, o rádio
abriu-se ao que hoje é comum: a disputa pelo mercado, a disputa pela liderança
de audiência. E para conseguir esta liderança era preciso evoluir em alguns
setores. Primeiro: era necessário melhorar o equipamento para que o público
pudesse escutar bem a transmissão. Segundo: havia a necessidade de criar um
status da emissora o que só seria possível se fosse cumprido o terceiro ponto:
conseguir popularidade.
E como fazer isso com uma programação erudita, educativa e
cultural? Simples, trocando esta programação voltada para a elite por outra mais
popular. É verdade que esta programação não se alterou totalmente e muitas
rádios ainda mantiveram em sua grade programas culturais, educativos e eruditos.
"A introdução de mensagens comerciais transfigura imediatamente o rádio: o que
era 'erudito', 'educativo', 'cultural' passa a transformar-se em 'popular', voltado ao
lazer e à diversão”.
31
“Aos programas, associam-se os espaços publicitários,
constituindo no seu conjunto o produto oferecido pelo
radiodifusor, ou seja, pelo empresário responsável por este
tipo de empreendimento. Estas emissoras possuem, assim,
dois tipos de clientes: os ouvintes, que com sua audiência,
tornam-se consumidores em potencial, e os anunciantes,
interessados em atingir com suas mensagens um número
crescente de pessoas”(FERRARETO, 2001, p. 45-46).
Esta preocupação com o popular se dava para alcançar um público
maior. E este público maior era necessário, visto que os anunciantes precisavam
vender seus produtos. Os brasileiros viviam a época de nascimento de indústrias
nacionais e estas precisavam escoar a produção. Para isso, em um Brasil
centralizado, nada melhor do que um veículo que atingisse uma grande parte do
País.
Os empresários perceberam que o rádio era muito mais eficiente do
que os outros meios como o impresso, principalmente devido ao grande número
de analfabetos que viviam no Brasil. O rádio passou por um processo de
ampliação para que pudesse absorver suas novas missões: popularizar a
programação e fazer programas atraentes para o público. Isto seria importante
para manter a audiência o que faria os patrocinadores fiéis ao rádio e, ao
responder as necessidades coletivas, como meio recreativo e informativo, estaria
mais próximo do propósito que a maioria dos seus administradores objetivava: um
veículo manipulador da opinião. Isto se explica pela capacidade de atingir um
número tão grande de pessoas, já que estas não necessitavam saber ler ou
escrever.
Assim, a rádio comercial desponta a partir da legalização da
publicidade, no início da década de 30. Com o crescimento da indústria e do
comércio, o número de propagandas aumenta e o rádio transforma-se em um
negócio lucrativo.
32
Surgem os anúncios cantados, os jingles, que revolucionam a
propaganda radiofônica. Na década de 30 são criadas várias rádios, entre elas a
Rádio Record, de São Paulo (1931), a Rádio Nacional, do Rio de Janeiro (1936) –
a primeira grande emissora do país – e a Rádio Tupi (1937), de São Paulo.
Nessa época, o rádio vai abandonando seu perfil educativo e elitista
para firmar-se como um meio popular de comunicação. A linguagem torna-se mais
direta e de fácil entendimento. A programação se diversifica e é bem mais
organizada, atraindo o grande público. Nos anos 30 e 40 aparecem os programas
de música popular, que lançam ídolos como Carmem Miranda e Orlando Silva.
Surgem também os programas de humor, de auditório – que contam com a
participação do público -, e as novelas. A primeira delas é “Em busca da
felicidade” (1941), da Rádio Nacional. A mesma rádio lança o Repórter Esso
(1941), que inaugura o radiojornalismo brasileiro. As técnicas introduzidas por ele
– frases curtas e objetivas, agilidade, instantaneidade e seleção cuidadosa das
notícias – são usadas até hoje na maioria dos jornais falados.
A linguagem se tornou a mais coloquial possível. Com o tempo os
locutores foram levando esta linguagem coloquial para o rádio brasileiro. O rádio
se aproximava ainda mais do público, principalmente do mais humilde que não lia
veículos impressos como o jornal. E, mais uma vez, esta mudança estava ligada a
uma necessidade de vender os produtos dos patrocinadores. Este fator, ou seja, a
introdução dos reclames na programação radiofônica foi muito importante para o
rádio se transformar no que é hoje: um dos veículos mais populares do mundo.
Com mais recurso, chegou a hora de se modernizar de vez. A rádio Record
contratou o primeiro cast (equipe) profissional e exclusivo, com remuneração
mensal.
A década de 30, portanto, foi uma espécie de período de testes e
preparação para o que viria em seguida. As mudanças não pararam por aí: várias
rádios começaram a investir na modernização, também, dos seus estúdios.
Em 1935, a Rádio Kosmos, de São Paulo inaugura um auditório. Isso veio
33
possibilitar que alguns ouvintes assistissem ao programa ao invés de apenas
escutá-lo como a grande maioria. Este tipo de recurso ainda é muito utilizado em
várias rádios como algumas AMs de Fortaleza.
A década de 40, a "época de ouro do rádio brasileiro" foi o
período em que o rádio mais se desenvolveu. Foi nestes dez anos que as rádios
mais tiveram que modificar seus programas e batalhar para adquirir os melhores
profissionais existentes no mercado, pois foi neste período que o rádio chegou ao
auge da popularidade. Seus cantores e cantoras, seus atores e atrizes, diretores e
locutores se tornaram famosos, ricos e queridos por toda uma população de um
País continental.
A exemplo disso, uma ótima solução para a descontração
encontrada pelos donos de rádio foi sem dúvida, a criação das radionovelas. A
primeira foi ao ar em 1942, através da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Esta
radionovela se chamava "Em busca da felicidade". E logo, assim como os
programas de rádio com espectadores em estúdio, se transformaram em um
sucesso.
Outras especialidades começam a surgir como o radiojornalismo.
Já em 1941, durante a II Guerra Mundial, surgia o Repórter Esso,
criado pela Rádio Nacional. O Repórter Esso é um divisor de águas no
radiojornalismo brasileiro. A partir de seu surgimento várias rádios procuraram,
além de retransmiti-lo, também imitá-lo. O padrão austero e preciso do Repórter
Esso ficou no ar até 1968. Foram 27 anos de um radiojornalismo que procurava
mostrar, diariamente, os principais fatos do Brasil e do mundo e era, assim como
dizia seu slogan, "testemunha ocular da história". Foi um dos poucos programas
da época em que o locutor teve uma preparação especial. Heron Domingues, que
durante 18 anos comandou o Repórter Esso, foi preparado pela United Press
Internacional (UPI) estando, portanto, no mesmo nível dos melhores locutores
norte-americanos da época.
Outro marco do radiojornalismo brasileiro foi o Grande Jornal Falado
Tupi, da Rádio Tupi, de São Paulo, criado em 1942. O noticiário tinha uma hora de
duração diária. Assim como o radiojornal da Rádio Nacional, o Grande Jornal
34
Falado Tupi foi importante porque "definiu os caminhos de uma linguagem própria
para o meio, deixando de ser apenas a 'leitura ao microfone' das notícias dos
jornais impressos".
O rádio foi um intermediário entre as idéias, valores, crenças e
interesses dos grupos no poder e população. Atuou como agente econômico na
consolidação do mercado interno influenciando diretamente os hábitos de
consumo.
Nesta manobra o jornal perdeu e preferência para a veiculação de
anúncios, em favor do rádio que tinha maior alcance popular.
3.4 A Rádio e o Poder
Nem só de propaganda comercial viveu o rádio do início do século.
A utilização do rádio como instrumento de divulgação da ideologia do
grupo que está no poder não é descoberta recente.
Paul Joseph Goebbels,
Ministro de Informação e Propaganda do III Reich, utilizou-o intensamente, a ponto
de se afirmar que Hitler seria inconcebível sem o rádio.
É um meio de comunicação com grande poder de penetração entre
as massas, servindo com eficiência aos interesses políticos e no Brasil, o então
presidente Getúlio Vargas aprendeu a usá-lo para disseminar sua ideologia
política.
A propaganda política esteve bastante presente nas transmissões
radiofônicas, principalmente durante o regime ditatorial do Estado Novo. Neste
período,
Vargas utilizava as rádios (em especial da Rádio Nacional) como o
veículo transmissor das idéias e feitos do governo estadonovista.
O impacto do rádio sobre a sociedade brasileira a partir de meados
da década de 30 foi muito mais profundo do que aquele que a televisão viria a
produzir trinta anos depois. De certa forma, o jornalismo impresso, ainda erudito,
tinha apenas relativa eficácia (a grande maioria da população nacional era
analfabeta).
O rádio comercial e a popularização do veículo implicaram a criação
de um elo entre o indivíduo e a coletividade, mostrando-se capaz não apenas de
vender produtos e ditar 'modas', como também de mobilizar massas, levando-as a
35
uma participação ativa na vida nacional. Os progressos da industrialização
ampliavam o mercado consumidor, criando as condições para a padronização de
gostos, crenças e valores. As classes médias urbanas (principal público ouvinte do
rádio) passariam a se considerar parte integrante do universo simbólico
representado pela nação.
“Pelo rádio, o indivíduo encontra a nação, de forma idílica: não
a nação ela própria, mas a imagem que dela se está
formando." (Vargas)
Uma curiosidade sobre a censura na imprensa e aos atentados
cometidos pela extrema direita, acrescentadas às ameaças e pressões contra os
anunciantes no final dos anos 70:
“O jornal Opinião, perdeu de uma hora para outra os anúncios
da Fundação Getúlio Vargas, e a Polícia Federal, em Porto
Alegre,
visitou
numerosos
anunciantes
do
Coojornal,
pressionando-os para que deixassem de inserir seus anúncios
na imprensa alternativa.” (Caparelli, 1982, SP pg. 56)
Logo com Getúlio Vargas, que foi justamente o primeiro a ver no
rádio uma grande importância política e o primeiro governante brasileiro a utilizar o
rádio dentro de um modelo autoritário, antevendo seu alcance e expressou isto
através de uma mensagem enviada ao Congresso Nacional no dia 1º de maio de
1937:
“o governo da União procurará entender-se a propósito, com
os estados e os municípios, de modo que, mesmo nas
pequenas aglomerações, sejam instalados rádios-receptores,
providos de alto-falantes, em condições de facilitar a todos os
brasileiros, sem distinção de sexo nem idade, momentos de
36
educação política e social, informes úteis aos seus negócios e
toda sorte de notícias tendentes a entrelaçar os interesses
diversos da nação. A iniciativa mais se recomenda quando
consideramos o fato de não existir no Brasil imprensa de
divulgação nacional. São diversas e distantes zonas do
interior e a maioria delas dispõe de imprensa própria,
veiculando
apenas
as
notícias de
caráter
regional. À
radiotelefonia está reservado o papel de interessar todos por
tudo quanto se passa no Brasil.”
(Getúlio Vargas)
Apesar da popularidade dos programas de auditório e radionovelas,
as emissoras viviam sob a censura e requisição de horários para a divulgação de
propaganda política governamental:
“ Ninguém desconhece a influência fantástica que o rádio
teve em todos os movimentos políticos do país. Desde os
tempos de Getúlio Vargas, sobretudo na propaganda dos
grandes feitos do governo, através dos órgãos e das horas
que lhes eram disciplinadas, como em horários extras, por
qualquer motivo e qualquer pretexto.” ( MURCE, Renato, 1977,
RJ, p.99)
Mais de 70 anos depois, em junho de 2005, a regulamentação do
rádio é responsabilidade da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel),
órgão vinculado ao Ministério das Comunicações. Segundo rege sua legislação, a
outorga para execução dos serviços de Radiodifusão FM é precedido de um
processo licitatório.
37
As emissoras autorizadas a funcionar e os canais que podem ser
aproveitados por quem estiver interessado no ingresso às atividades radiofônicas
estão disponíveis no Plano Básico de Radiodifusão, disponível no sítio mantido
pela autarquia na internet. Outro cadastro, o Sistema de Reserva de Canais –
também acessível por endereço eletrônico, lista provisoriamente as instituições
que desejam
entrar em funcionamento, até que seja dada entrada no processo de outorga,
depois de disponibilizado o respectivo projeto técnico de viabilidade do referido
canal. Esta reserva tem prazo de validade de 30 dias.
“Para que o canal seja incluído no Plano Básico, são
necessárias a publicação e a aprovação por meio de consulta
pública” (BRASIL, 2005).
Ainda hoje o poder exerce grande influência nos meios de
comunicação de massa.
“O poder da comunicação social é visto pela Doutrina de
Segurança Nacional como imprescindível para a integração
ideológica, dentro dos objetivos nacionais.”
(Caparelli, 1986 – pg. 40)
O rádio estabelece uma importante função para manter contatos com
a população brasileira e exerce um perigo de influência interna e externa. Porém,
existem também as
“ilhas de silêncio” que compreendem grandes extensões
geográficas onde centenas de brasileiros, não ficam sabendo o que está
acontecendo a não ser que sintonizem emissões de rádios estrangeiras. Muitas
emissoras deixam de transmitir seus horários de publicidade para as regiões que
consideram menos vantajosas para seus anunciantes, causando um “buraco” em
suas programações ou até mesmo deixando de exibir imagens, no caso da TV.
Uma explicação parcial para a criação da Radiobrás, e seus planos para
preencher estes vazios.
38
“Alguns acontecimentos no rádio e na televisão levantaram
uma questão: há possibilidades de um rádio e televisão
alternativos? Essa pergunta pode parecer sem sentido quando
se sabe que praticamente todos os países do mundo detém o
monopólio estatal das telecomunicações. “ ( Caparelli, 1986
pg. 50)
A solução deste impasse foi a transmissão através de navios que se
posicionavam a seis milhas da costa e interferiam as emissoras já instaladas
legalmente em terra firme. De um lado ficavam os empresários querendo furar o
bloqueio da pouca ou inexistente publicidade contida nos programas das
emissoras oficiais e do outro, minorias como ecologistas, esotéricos, religiosos,
grupos musicais, etc que impunham seus próprios canais de expressão.
As produções realizadas por estas emissoras “alternativas” eram
transmitidas para pequenas comunidades, servindo para um trabalho de debate e
crítica.
3.5 Rádios Comunitárias
O que é uma Rádio Comunitária?
Rádio Comunitária é um tipo especial de emissora de rádio FM, de
alcance limitado a, no máximo, 1 km a partir de sua antena transmissora e opera
com potência máxima de transmissão irradiada máxima de 25 watts.
Trata-se
de uma pequena estação de rádio criada para proporcionar informação, cultura,
entretenimento e lazer a pequenas comunidades.
A grande experimentação desta nova mania, aconteceu em
Sorocaba, no interior paulista, quando em 1981 alguns adolescentes, cansados da
mesmice da programação das emissoras de FM permissionadas, resolveram
colocar no ar aquelas que podem ser consideradas as primeiras rádios livres,
alternativas ou piratas. Estes jovens possuíam algum conhecimento em eletrônica
39
e as rádios acabaram mais tarde detonando uma onda incontrolável de
instalações de emissoras piratas em várias regiões do país.
Em São Paulo, a primeira transmissão foi da rádio Xilic.
Hoje em dia, várias capitais operam com rádios piratas, muitas já
foram legalizadas e outras se tornaram bem famosas como a Rádio Popular Santa
Amélia que atinge um público de 5.000 pessoas na periferia de Curitiba ou as
rádios das favelas da Maré e Rocinha no Rio de Janeiro ou ainda a Rádio
Comunitária em Beberibe no Recife que prestam serviços de utilidade pública
específicos para as comunidades onde estas emissoras foram instaladas.
Podemos perceber o contato social da produção no discurso
radiofônico popular com a principal caracterização social do rádio.
Para Maria Immacolata Lopes “Na sociedade industrial, a prática
‘semiótica’ (ou produção social do sentido) é particularmente moldada pelo
sistema de CM que é definido como sistema da indústria cultural. Justifica-se
então todo empenho teórico e metodológico para detectar e reconstruir as práticas
semióticas da diferentes classes a partir dos materiais da CM. Sabe-se que a CM
se caracteriza como um conjunto de matérias significantes (ordem visual, auditiva,
escrita,
gestual
e
etc)
que
se
realizam
em
infra-estrutura
diferentes
(imprensa,cinema,rádio,tv etc). Nesse sistema de CM o objetivo é circunscrever
um tipo de discurso transmitido pelo rádio cuja estrutura de significado parece
estar altamente implicada na reprodução do sistema simbólico das populações
marginais e no modo particular de participação dessas populações marginais e no
modo particular de participação das populações no conjunto social.”
Constata-se inicialmente que, entre os meios de comunicação de
massa, o rádio é o mais amplo na sociedade brasileira. É ele que atinge maior
cobertura, penetração e alcance, tanto em termos geográficos como de público.
É um meio de integração nacional
“O objetivo das rádios livres era o de atingir não mais as grandes
massas, mas as minorias e os grupos socialmente marginalizados.” ( Ortriwano)
40
As emissoras de rádio clandestinas existiram desde o início da
radiodifusão. Mas, a partir dos anos 70, o fenômeno ganhou impulso político,
associado a movimentos libertários, principalmente na Itália e na França. Estas
emissoras muitas vezes, transmitiam para um raio pouco maior do que um
quarteirão.
A grande facilidade tecnológica para a montagem de um transmissor
de FM, aliada à potencialidade do rádio como meio de expressão dos anseios e da
criatividade individual, poderão colocar cada vez mais em xeque as normas legais
hoje existentes, abrindo caminho para uma efetiva utilização desse novo tipo de
exploração do rádio. A rádio comunitária dará condições à comunidade de ter um
canal de comunicação inteiramente dedicado a ela, abrindo a oportunidade para
divulgação de suas idéias, manifestações culturais, tradições e hábitos sociais.
Tudo isso procuramos fazer da melhor forma possível aqui na FM
Lagoinha. Estamos sempre noticiando os eventos locais, os
acontecimentos comunitários e de utilidade pública.
(Texto extraído da cartilha “Se liga, Brasil. Rádio Comunitária é
legal” - do Ministério das Comunicações.)
Apesar
de
toda
a
manifestação
das
rádios
permissionadas
(comerciais) para anular o novo movimento que se formava, ganhando força cada
vez maior principalmente no meio rural, onde as “ilhas de silêncio” eram mais
presentes, as rádios comunitárias, obtiveram reconhecimento do governo.
As rádios se organizaram e conseguiram a criação de uma legislação
específica para operar.
Com a finalidade ao
atendimento
à
comunidade
beneficiada, com vistas a:
I - Dar oportunidade à difusão de idéias, elementos de cultura,tradi-ções e
hábitos sociais da comunidade;
II - Oferecer mecanismos à formação e integração da comunidade,
estimulando o lazer, a cultura e o convívio social;
41
III - Prestar serviços de utilidade pública, integrando-se aos serviços
de defesa civil, sempre que necessário;
IV - Contribuir para o aperfeiçoamento profissional nas áreas de
atuação dos jornalistas e radialistas, de conformidade com a legislação
profissional vigente.
Pela legislação: LEI Nº 9.612, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998.
Institui o Serviço de Radiodifusão Comunitária e dá outras
providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
Nacional decreta eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Denomina-se Serviço de Radiodifusão Comunitária a
radiodifusão sonora, em freqüência modulada, operada em baixa potência e
cobertura restrita, outorgada a fundações e associações comunitárias, sem fins
lucrativos, com sede na localidade de prestação do serviço.
§ 1º Entende-se por baixa potência o serviço de radiodifusão
prestado a comunidade, com potência limitada a um máximo de 25 watts ERP e
altura do sistema irradiante não superior a trinta metros.
§ 2º Entende-se por cobertura restrita aquela destinada ao
atendimento de determinada comunidade de um bairro e/ou vila.
(BOLETIM
2.Maio de 2002. Diretoria Colegiada 2001-2003.
ABRAÇO
NACIONAL)
42
3.6 Datas Importantes
Ano
ACONTECIMENTO
1865
O Dia Mundial das Telecomunicações é comemorado em 17 de maio porque foi
nesta data, em se que instituiu a "União Telegráfica Internacional".
1887
Henrich Rudolph Hertz descobre as ondas de rádio.
1893
Padre Roberto Landell de Moura, faz a primeira transmissão de palavra falada,
sem fios, através de ondas eletromagnéticas.
1896
Guglielmo Marconi realiza as primeiras transmissões sem fios.
1922
Primeira transmissão radiofônica oficial brasileira.
1923
- Roquette Pinto e Henrique Morize fundam a primeira emissora brasileira Rádio
Sociedade do Rio de Janeiro.
- É feita a primeira transmissão de rádio em cadeia no mundo, envolvendo a
WEAF e a WNAC, de Boston.
1926
- No dia 30 de novembro é criada a Sociedade Rádio Educadora Paulista - PRA-E.
John Baird realiza as primeiras transmissões de imagens
1931
- É fundada a PRB 9 - Rádio Record de São Paulo.
- No início dos anos 30 o Brasil já tinha 29 emissoras de rádio, transmitindo
óperas, músicas e textos instrutivos.
1932
- O Governo de Getúlio Vargas autoriza a publicidade em rádio.
- Ademar Casé estréia seu programa na Rádio Philips. Casé (avô da atriz Regina
Casé) criou o 1º jingle do rádio brasileiro: "Oh! Padeiro desta rua/ Tenha sempre
na lembrança/ Não me traga outro pão/ Que não seja o pão Bragança..."
1933
O americano Edwing Armstrong demonstra o sistema FM para os executivos da
RCA.
1934
-Criada a Rádio Difusora, apelidada de "Som de Cristal", onde surge o termo
"radialista", inventado por Nicolau Tuma.
-O DOP é transformado em Departamento de Propaganda e Difusão Cultural, e
surge então “A Voz do Brasil”. Depois o noticiário passa a ser responsabilidade
da Agência Nacional, atual Empresa Brasileira de Notícias - EBN.
1935
Assis Chateaubriand inaugura em 25 de setembro a PRG-3, Rádio Tupi do RJ.
43
1936
Ao som de "Luar do Sertão", às 21 horas do dia 12 de setembro, ouvia-se: "Alô,
alô Brasil! Aqui fala a Rádio Nacional do Rio de Janeiro!". Surge a PRE-8,
adquirida por apenas 50 contos de réis da Rádio Philips.
1938
- No dia das bruxas, a rádio americana CBS, apresenta o programa "A Guerra
dos Mundos", com Orson Welles, que simula uma invasão de marcianos aos
Estados Unidos. O realismo era tamanho que uma onda de pânico tomou conta
do País. O locutor anunciava: "Atenção senhoras e senhores ouvintes... os
marcianos estão invadindo a Terra...". A emissora teve que interromper a
transmissão tamanha foi a confusão.
- Acontece a primeira transmissão esportiva em rede nacional no Brasil, na Copa
de 38, por Leonardo Gagliano Neto, da Rádio Clube do Brasil do RJ.
1939
- O americano Edwin Armstrong inicia operação da primeira FM em New Jersey.
- Realiza-se o primeiro programa de auditório do rádio brasileiro, chamado "Caixa
de Perguntas". Na Rádio Nacional.
1941
- Em 12 de julho, começa a transmissão da primeira rádio novela do País, que foi
apresentada durante cerca de três anos, pela PRE-8, Rádio Nacional do RJ. Era
a novela "Em Busca da Felicidade" . A seguir foi a vez de "O Direito de Nascer".
- Nesta década entra no ar o primeiro jornal falado do rádio brasileiro: o "Grande
Jornal Falado Tupi", de São Paulo.
- Surge o noticiário mais importante do rádio brasileiro: o "Repórter Esso",
apresentado por Heron Domingues.
1946
Surgem os gravadores de fita magnética, dando maior agilidade ao rádio.
1953
A cantora Emilinha Borba, que começou na Rádio Cruzeiro do Sul, foi
consagrada a "Rainha do Rádio", na Rádio Nacional.
1962
- Primeira transmissão via satélite.
- Em 27 de novembro, é criada a Associação Brasileira de Rádio e Televisão ABERT.
44
1965
- O Brasil é integrado no Sistema INTELSAT.
- Inauguração do MIS - Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro
1967
Criado no dia 25 de fevereiro o Ministério das Comunicações.
1968
-Foi extinto o “Repórter Esso”. P programa foi marcado pela pontualidade.
Milhares de brasileiros já estavam acostumados a acertar seus relógios.
-Radio entra nas zonas rurais.
1969
Em 12 de maio é criada a Rádio Mulher. A primeira rádio com toda a
programação voltada para o universo feminino, de São Paulo, fundamentada nos
moldes americanos e europeus.
1976
É criada a Radiobrás – Empresa Brasileira de Radiodifusão.
1980
É criado em 25 de setembro, o “Dia do Rádio”.
1982
-A Rádio Jornal do Brasil – FM, do Rio de Janeiro torna-se pioneira na utilização
do Compact Disc Áudio Digital – o CD.
-A Rádio Transamérica é pioneira na transmissão em rede de FMs.
45
4 ANÁLISE DE DADOS
Em 1980, o Instituto Marplan realizou uma pesquisa em 8 capitais e
mostrou que 88% do público pesquisado tem o hábito de ouvir rádio. Quanto à
discriminação por sexo, faixa etária e classe sócio-econômica, o rádio atinge 93%
dos homens e 90% das mulheres das mulheres das classes A, B e C entre os 15 e
os 29 anos de idade.
Em relação aos outros meios, o rádio ficou em 2º lugar, atingindo 88%
do público, enquanto a televisão alcança 94%.
4.1 Pesquisa - O Prosa Rural e os ouvintes
Resultado obtido para a pesquisa realizada por telefone com os
ouvintes do programa:
A pesquisa foi realizada com 200 ouvintes escolhidos aleatoriamente
entre junho de 2004 e julho de 2005:
Tabela 1: Identificação / Idade
Faixa etária até 10 anos (34) …….17%
Entre 31 e 40 anos (31)…………..16 %
Entre 11 e 20 anos (52) ……….. .. 25%
Entre 41 e 50 anos (14) …..………. 7%
Entre 21 e 30 anos (39) …..……. 20%
Não respondeu (30) ………..…. 15%
46
Gráfico 1: Faixa etária dos ouvintes
Faixa Etária
Até 10 anos
31 a 40 anos
11 a 20 anos
41 a 50 anos
21 a 30 anos
Não respondeu
Tabela 2: Identificação / Sexo
Masculino (73) ........ 37%
Feminino (127) ....... 63 %
Gráfico 2: Identificação / Sexo
Sexo
Masculino
Feminino
47
Tabela 3: Ocupação
Estudante (63)……….. 31%
Produtor rural (37) …….. 19%
Dona-de-casa (52)…….. 25 %
Outros (25) …… 13%
Não respondeu* (23)……. 12%
*(Ligações destinadas à compra de publicações)
Gráfico 3: Ocupação
Ocupação
Estudante
Dona-de-casa
Produtor Rural
Outro
Não respondeu
Tabela 4: Assunto de maior interesse (ranking)
Receitas (52)%
Pecuária (33)%
Lançamentos de cultivares (30)%
Agricultura Familiar (29) %
Outros (24)%
Publicações (23) %
48
Piscicultura (9)%
Gráfico 4: Assunto de interesse
Assunto de interesse
Seqüência1
Piscicultura
Publicações
Outros
Agric.
Familiar
Lanç. de
cultivares
Pecuária
Receitas
60
50
40
30
20
10
0
Tabela 5: Índice de satisfação
Ótimo (163) ..………. 81%
Bom (27) ……... 14%
Regular (6) ……… 3%
Péssimo (0)
Não respondeu (4) ….. 2%
Gráfico 5: Índice de satisfação
49
Índice de satisfação
Ótimo
Bom
Regular
Péssimo
Não respondeu
Tabela 6: Críticas
52 donas-de-casa não conseguiram anotar as receitas culinárias do programa
Tabela 7: Sugestões
Sugestões de ouvintes para assuntos de outras naturezas de relevância e que
fizeram parte da nova grade de programação já em 2006
(Horta caseira, cultivo de tomate, mamona e biodiesel)
31 representantes de emissoras ligaram solicitando receber o programa, pois
haviam ouvido na emissora concorrente.
Tabela 8: Observações de relevância
4 emissoras de rádio ligaram e enviaram mensagens por correio eletrônico
solicitando equipamentos e vinhetas.
10 crianças (até 12 anos gostariam de cumprimentar os locutores).
Com a facilidade do acesso ao atendimento ao ouvinte através de ligação gratuita,
14 crianças que estavam em horário de recreio, ligaram para passar trote.
50
4.2 Pesquisa – O Prosa Rural e as rádios comerciais
Pesquisa realizada através de questionário enviado às rádios comerciais
do Semi-Árido nordestino no período de junho de 2005 a outubro de 2005:
Número de questionários enviados: 60
Número de questionários respondidos e devolvidos 13
Tabelas e Gráficos:
Tabela 9: Ano em que começou a transmitir o programa
1-2003 (1)
2-2004 (6)
3-2005 (4)
4-Não respondeu (2)
Gráfico 9: Ano em que começou a transmitir o programa
Ano inicial de exibição
8
6
4
2
0
Não
respondeu
2005
2004
2003
Seqüência1
Tabela 10: Periodicidade de veiculação
1-Diariamente (1).............................. 8%
2-Uma vez por semana (8)............... 61%
3-Duas vezes por semana (4) .......... 31%
51
Gráfico 10: Periodicidade de veiculação
Periodicidade
Diario
1 x semana
2 x semana
Tabela 11: Regularidade do horário
Sim (13)
100%
Não (0)
Tabela 12: Horário de exibição do programa
Manhã (7).......38%
Tarde (5)........54%
Noite (1)...........8%
Gráfico 12: Horário de exibição do programa
Horário do Programa
Manhã
Tarde
Noite
52
Tabela 13: Retorno dos ouvintes do programa
Sim (13) .............100%
Não (0)
Tabela 14: Formas de contato do ouvinte
Cartas (6) ………………………….. 47%
Telefonemas (5) ……………………. 38%
Outros: pessoalmente (2) …………. 15%
Gráfico 14: Formas de contato do ouvinte
Contato do ouvinte
Cartas
Telefonemas
Outros
Tabela 15: Quadros preferidos dos ouvintes
Favas contadas (5)........... 38%
Dedo de prosa (4)............ 31%
Pitacos da hora (3) ......... 23%
Notícias (1) ..................... 8%
53
Gráfico 15: Quadros preferidos dos ouvintes
Gráfico6:
Quadro preferido
6
5
4
3
2
1
0
Notícias
Pitacos
da Hora
Dedo de
Prosa
Favas
Contadas
Seqüência1
Tabela16: Abrangência das rádios comerciais (raio)
1 a 60km (0) ………………………. 0%
61 a 80km (2) ………………….... 14%
81 a 100km (3) …………………... 21%
Mais de 100km (4) …………….… 29%
Não sabe ou não respondeu (5)… 36%
Gráfico 16: Abrangência das rádios comerciais (raio)
A b ran g ê n c ia
1 a 60k m
61 a 80k m
81 a 100k m
M ais de 1200k m
N ão s abe ou não
res pondeu
54
Tabela 17: Equipamentos da rádio (ranking)
CD (13)
Chave-híbrida (8)
Mini-Disc (6)
K7(3)
DAT (1)
MP3 (8)
Rolo (1)
Gráfico 17: Equipamentos da rádio (ranking)
Equipamentos
15
10
5
0
o
ol
R
AT
D
K7
M
P3
in
i-D
is
c
M
C
D
Seqüência1
Tabela 18: Acesso à internet
Sim (11)…… 85%
Não (2)……. 15%
Gráfico 18: Acesso à internet
Acesso a Internet
Sim
Não
55
Tabela 19: Conteúdo da emissora (ranking)
A-Criança (11)
K-Idoso (7)
B-Cultura Local (11)
L-Saúde (7)
C-Religiosidade (11)
M-Ecologia (6)
D-Jornalismo (11)
N-Esporte (6)
E-Adolescente (10)
O-Meio ambiente (6)
F-Agricultura e Pecuária (10)
P-Mulher (6)
G-Agenda Cultural (9)
Q-Geração de emprego e renda (5)
H- Direitos Humanos (9)
R-Sindicalismo (5)
I- Política (9)
S-Associativismo (3)
J- Direito do Consumidor (8)
T-Comunidade Negra (2)
U-Cooperativismo (1)
Gráfico 19: Conteúdo da emissora (ranking)
P re fe rê n c ia
S e q ü ê n c ia 1
12
10
8
6
4
2
0
A B C D E F G H
I J K L M N O P Q R S T U
56
Tabela20: Estilos musicais (ranking)
A-Forró (12)
K-Rock Estrangeiro (7)
B-MPB (12)
L-Reggae (6)
C-Sertanejo (12)
M-Bossa Nova (4)
D-Samba (12)
N-Funk (4)
E-Pagode (11)
0-Hip Hop (4)
F-Regional (11)
P-Outros (3)
G-Rock Nacional (11)
Q-Punk (2)
H-Axé (10)
R-Jazz (2)
I- Músicos Locais (10)
S-Erudito (1)
J-Caipira (8)
T-Heavy (1)
Gráfico 20: Estilos musicais (ranking)
Preferência musical
15
10
5
Seqüência1
0
A B C D E F G H I J K L MN O P Q R S T
57
Tabela 21:
Sim (10)
Possui autorização definitiva ou provisória
Não (2)
Não respondeu (1)
Gráfico 21: Possui autorização definitiva ou provisória
Autorização
Sim
Não
Não respondeu
58
4.3 Pesquisa – O Prosa Rural e as rádios comunitárias
Pesquisa realizada através de questionário enviado às rádios comerciais
do semi-árido nordestino no período de junho de 2005 a outubro de 2005:
Número de questionários enviados: 400
Número de questionários respondidos e devolvidos 187
Tabelas e Gráficos:
Tabela 22: Ano em que começou a transmitir o programa
1.2003 (15)
2.2004 (66)
3.2005 (69)
4.Não respondeu (37)
Gráfico 22: Ano em que começou a transmitir o programa
Ano inicial
80
60
40
20
0
2003
2004
2005
Não
respondeu
Tabela 23: Periodicidade de veiculação
Diariamente (26)
Uma vez por semana (113)
Duas vezes por semana (48)
59
Tabela 24: Regularidade do horário
Sim (178)
Não (9)
Tabela 25: Horário de exibição
Manhã (119)
Tarde (60)
Noite(8)
Tabela 26: Retorno dos ouvintes do programa
Sim (156)
Não (31)
Tabela 27: Formas de contato do ouvinte
Cartas (74)
Telefonemas (91)
Outros (22)
Gráfico 27: Formas de contato do ouvinte
Contato do ouvinte
12%
40%
Cartas
Telefonemas
Outros
48%
Tabela 28: Quadros preferidos dos ouvintes (ranking)
Notícias (54)
Dedo de prosa (47)
Pitacos da hora (44)
Favas contadas (42)
60
Gráfico 28: Quadros preferidos dos ouvintes (ranking)
Quadro Preferido
60
50
40
30
20
10
0
Notícias
Pitacos da
hora
Dedo de
prosa
Favas
contadas
Tabela 29: Abrangência (raio)
1 a 20km (97)
21 a 40km (61)
41 a 60km (16)
61a 80km (3) 81 a 100km(2) Mais de 100km (6)
Não sabe ou não respondeu (2)
Gráfico 29: Abrangência (raio)
Abrangência
1%
9%
2%
3%
1%
1 a 20km
21 a 40km
41 a 60km
51%
33%
61a 80km
81 a 100km
Mais de 100km
Não respondeu
61
Tabela 30: Equipamentos da rádio (ranking)
CD (178)
K7 (87)
MP3 (134) Chave-híbrida (118)
Mini-Disc (58)
DAT (7)
Rolo (5)
Tabela 31: Acesso à internet
Sim (70)
Não (113)
Não respondeu (4)
Tabela 32: Conteúdo da emissora (ranking)
Cultura Local (170) Religiosidade (170)
Esporte (169) Saúde (164) Jornalismo (163)
Agricultura e Pecuária (160) Adolescente (134)
Agenda Cultural (123) Criança (112) Direitos Humanos (108)
Meio ambiente (108) Política (105)
Associativismo (101) Mulher (96) Ecologia (87)
Direito do Consumidor (86) Sindicalismo (81) Idoso (80)
Cooperativismo (72) Geração de emprego e renda (56)
Comunidade Negra (47)
Tabela 33: Estilos musicais (ranking)
Forró (186) Sertanejo (185) MPB (181) Axé (174) Samba (172)
Regional (171) Músicos Locais (167) Rock Nacional (159)
Pagode (145) Reggae (143) Caipira (141) Rock Estrangeiro (102)
Bossa Nova (82) Funk (78) Hip Hop (74) Outros (50) Heavy (36)
Jazz (31) Punk (31) Erudito (20)
Tabela 34: Possui conselho comunitário
Sim (134)
Não (31)
Não sabe ou não respondeu (22)
62
5 CONCLUSÃO
As pesquisas apresentaram dados relevantes que servirão para uma
reformulação na estrutura do programa de rádio da Embrapa – Prosa Rural.
Considerando a pesquisa com os ouvintes, pode-se perceber que:
A maioria dos ouvintes está na
faixa etária entre 11 e 40 anos e
compreende jovens estudantes, produtores rurais e donas-de-casa. O público é
predominantemente feminino e não consegue anotar as receitas divulgadas
durante os programas. O número de ligações apontou esta realidade.
Os assuntos mais procurados pelo ouvinte do sexo masculino, giram
em torno das tecnologias apresentadas nas áreas da pecuária, lançamentos de
cultivares geradas pela pesquisa e agricultura e que, acaba incorrendo em um
número significativo de pedidos de compras de publicações especializadas da
Embrapa.
O índice de satisfação do ouvinte supera as expectativas para o
primeiro ano de exibição do programa. Trinta e um representantes de emissoras
ligaram solicitando receber o programa porque ouviram na emissora concorrente.
Quatro representantes de emissoras de rádio ligaram e enviaram mensagens por
correio eletrônico elogiando a produção do programa mas se confundiram ao
solicitar equipamentos e vinhetas, uma vez que a Embrapa não fornece tais
materiais para nenhuma emissora. Dez crianças ligaram para cumprimentar os
locutores pela simpatia, porém, a facilidade do acesso ao atendimento ao ouvinte
através de ligação gratuita, catorze estudantes que estavam em horário de recreio
nas escolas, ligaram para passar trote ou simplesmente conferir se o número
anunciado pelo programa, era verdadeiro.
Foram várias as sugestões registradas para temas de programas como:
horta caseira, cultivo de tomate, mamona e biodiesel por exemplo e, que foram
encaminhadas às Unidades de Pesquisa. Estes assuntos já fazem parte da nova
grade de programação já em 2006. Considerando uma vitória do marketing de
relacionamento da empresa que acatou as considerações dos ouvintes.
63
Esta mudança foi realizada em setembro de 2005 durante a reunião
entre as unidades de pesquisa, antes da conclusão deste estudo.
A pesquisa realizada com as rádios comerciais e comunitárias mostrou
variações entre as categorias :
O ano de 2004 foi o de maior adesão de rádios comerciais, e 2005
registrou o maior número de adesão das rádios comunitárias.
Sobre a veiculação, a transmissão uma vez por semana para as rádios
comerciais e para as rádios comunitárias, demonstrou evidência na disponibilidade
de horário. As rádios comunitárias elevaram o número de exibição para duas
vezes semanais, num registro de uma provável falta de opção para estas
emissoras na realização de outros programas com a mesma qualidade.
A regularidade no horário que é exigida no contrato de parceria está
sendo cumprida pelas emissoras. O horário na preferência do ouvinte de ambas
categorias é o matutino.
As pesquisas mostraram que o programa causa impacto e traz retorno
para a emissora através de cartas e telefonemas, além de visitas pessoais
registradas em alguns casos particulares.
Uma curiosidade foi percebida com relação ao quadro preferido pelo
ouvinte: nas rádios comerciais, o índice de 38% mostrou que os ouvintes estão
mais interessados no quadro favas contadas (músicas, causos, radiodramas...) e
nas rádios comunitárias a realidade é outra, pois o público é carente de notícias
com 54% das respostas.
A abrangência das rádios comerciais, ou seja, o alcance das antenas
(quilohertz) é superior a 100km, enquanto as comunitárias se restringem,
a no máximo, 40km de alcance.
O meio escolhido pela Embrapa em CD (compact disc) foi o ideal, uma
vez que todas as emissoras já o utilizam. Porém o acesso à internet é mais restrito
às rádios comerciais. A Embrapa já estudou o envio do programa via e.mail para
reduzir os custos de remessa pelos Correios, mas as emissoras comunitárias não
possuem equipamentos potentes o suficiente para a recepção do programa que é
de
14 megabytes. Seus computadores não suportam esta capacidade.
64
Outro dado importante:
em uma recente pesquisa via e.mail, para
verificar se as rádios que tinham acesso à internet, possuíam banda larga, ou seja,
capacidade de conexão rápida para receberem o programa, a minoria respondeu
que sim, inviabilizando então o argumento desta nova sugestão de envio.
A cultura local e a religiosidade foram os temas preferidos pelos
ouvintes das emissoras pesquisadas tanto comerciais, quanto comunitárias e não
caracterizam
uma
coincidência,
pois
são
temas
predominantemente
característicos de cidades pequenas onde o programa é exibido.
Na categoria “estilos musicais” o forró, o sertanejo, o axé e a MPB
(Música Popular Brasileira) caíram no gosto preferencial do ouvinte.
As
rádios
regularizadas
e
autorizadas
para
estar
em
pleno
funcionamento, foram maioria quase absoluta nesta pesquisa. E as demais se
justificaram registrando que os documentos já estavam em tramitação nos os
órgãos competentes.
As comunitárias registraram a existência de um
conselho comunitário que os auxiliam em seus municípios.
Embora com uma programação dirigida a toda a população regional, as
rádios consagram espaços exclusivos aos que lidam com a agricultura e pecuária.
Com isto pretendem com seus programas rurais:
-Colaborar para que os ouvintes tomem consciência de sua própria
dignidade e do seu valor como pessoas;
-Facilitar elementos para que compreendam a realidade sócioeconômica em que vivem;
-Estimular a inteligência;
-Exercitar o raciocínio.
-Levar a uma reflexão sobre suas necessidades e seus interesses;
-Estimular ao diálogo e à participação;
-Acentuar os valores comunitários e solidários,
-Conduzir à união e cooperação;
-Concentrar esforços para a participação de todos no desenvolvimento
do setor primário;
65
-Sensibilizar a família rural para sua promoção cultural, social e
econômica;
-Transferir conhecimentos que ensejem aumento da produção e
produtividade conduzindo a uma melhoria na renda e condições de vida;
-Informar sobre mercados, estradas, variações climáticas, doenças e
pragas, financiamento, política agrícola estadual e nacional.
Os dados colhidos nas pesquisas apresentaram resultados importantes
e serão argumentos para uma reavaliação do programa que deverão ser levados à
diretoria da empresa sob meu ponto de vista.
Serão sugeridas mudanças de temas e quadros para a validação deste
estudo como: a aquisição de equipamentos, compatíveis com uma linha híbrida
que possibilita a participação maior do ouvinte no programa, onde ele(a) poderá
fazer suas perguntas e ter a voz registrada e transmitida para a região de
abrangência de sua comunidade.
A disseminação da informação, como missão da empresa, poderá
alavancar recursos do BNES ou de outras fontes capazes de suprir as
necessidades do programa alocando de seu orçamento.
Como modelo de gestão, poderá também, compartilhar com ONG´s
(Organizações Não Governamentais) interessadas em apoiar o programa, uma
vez que, sua essência e resultados trazem benefícios para toda a sociedade.
A informação pelo rádio é irreversível. O número de aparelho
radiofônicos nos lares brasileiros, é muito superior aos demais equipamentos que
são utilizados nos dias de hoje como: aparelhos de TV, computadores, ipods,
MP3, celulares, palms, laptops, aparelhos de DVD e CD.
É inconcebível dizer que o rádio está ultrapassado por outras mídias,
além de representar uma força política de grande impacto.
Com estas medidas, acredita-se que o programa poderá captar
recursos para sua manutenção e subsistência para os próximos anos com o apoio
das autoridades competentes e conscientes.
6 BIBLIOGRAFIA
66
CAPARELLI, Sérgio. Comunicação de massa sem massa. 3ª ed – São Paulo, Summus,
1986.
FERRARETO, Luiz Artur. Rádio: o veículo, a história e a técnica. 2ª ed. São Paulo, Sagra,
2001.
GORDON, Ian - Marketing de relacionamento – estratégias, técnicas e tecnologias para
conquistar clientes e mantê-lo para sempre. – 2ª ed, 1973.
LOPES, Maria Immacolata V. - O Rádio dos pobres, Ed. Layda, 1ª ed., 1988.
LOPES, Saint-Clair. Comunicação: radiodifusão hoje. Rio de Janeiro, Temário, 1970.
MCLEISH, Robert. Produção de Rádio: Um Guia Abrangente de Produção Radiofônica.
São Paulo, Summus Editorial, 1999.
MEDITSCH, Eduardo. O Rádio na Era de Informação: teoria e técnica do novo
radiojornalismo. Florianópolis, Insular, 2001.
MOREIRA, Sônia Virgínia - O Rádio no Brasil , RJ, Ed. Rio Fundo,1991.
MURCE, Renato – Nos bastidores do rádio, Rio de Janeiro, Imago Editora, 1977.
ORTRIWANO, Gisela Swetlana. A Informação no Rádio: os grupos de poder e a
determinação dos conteúdos. 4 ed. São Paulo, Summus, 1985.
TAVARES, Reynaldo. Histórias que o rádio não contou: Do Galena ao Digital,
desvendando a Radiodifusão no Brasil e no Mundo. Ed. Harbra, 2ª ed, São Paulo, 1999.
VAVRA, Terry G. – Marketing de relacionamento , Ed. Atlas, 1993
WRIGHT, Charles R.- Comunicação de massa: uma perspectiva sociológica –2ª ed. 1973.
67
7 REFERÊNCIAS
ABRACO - Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária
End.:SDS – Bloco “O” Edifício Venâncio VI Sala 413, Cep: 70.393-900 – Brasília-DFTelefones: 61-3226-0688 / 3225-6607
CNPJ: 01.674.953.0001-06
AZZOLIN, João D. C. Tributo ao padre-cientista: Roberto Landell de Moura: o pioneiro das
telecomunicações no Brasil. Disponível em: http://www.radioantigo.com.br/landell.htm
BAND.COM.BR. Disponível em: http://www.band.com.br/
BRASIL. Ministério da Comunicação.
Disponível em: <http://www.mc.gov.br/rtv/radio/ fmco.htm>.
CONGLOMERADO ALFA. Disponível em: http://www.alfanet.com.br
GLOBO.COM. Disponível em: http://dftv.globo.com/
MARKETING DE RELACIONAMENTO. Disponível em: http://usuarios.uninet.com.br
MICROFONE.
Disponível
em:
O
microfone-
o
site
do
radialista
www.microne.jor.br/historia.htm
RADIOAMADOR. História. Disponível em: <http://www.radioamador.com/historia.asp>
RADIOS COMUNITÁRIAS. Disponível em: www.radiolivre.org
RÀDIO TRANSAMÉRICA. Disponível em: http://www.transanet.com.br
TEORIA DA COMUNICAÇÃO. Disponível em http://pt.wikipedia.org e http://bocc.ubi.pt
68
7 ANEXOS
Pesquisa enviada às rádios comerciais
Pesquisa enviada às rádios comunitárias
69
“Mas...só este tiquinho de produtores?”
Foi a exclamação desapontada do extensionista que convocara os moradores de
Águas Claras, Distrito Federal, para uma reunião no dia 2 de outubro:
“Como é que vamos fazer um
planejamento participativo com tão poucos?”
“Pois é, seu doutor...”
retrucou um dos presentes,
”...se tivesse falado no rádio, estava todo mundo aqui”.
(Trecho extraído do livro O Rádio em Extensão Rural – EMBRATER – 1985)
70
O Programa de Rádio
da Embrapa
Rádios comerciais
Com o intuito de avaliar o Programa Prosa Rural e garantir o atendimento das necessidades dos ouvintes dessa
emissora, vimos solicitar algumas informações que servirão de base para melhorar nossa produção.
As informações serão consideradas confidenciais.
Desde já, agradecemos sua colaboração!
Nome da emissora
Endereço completo
Cidade
UF
Telefones
E-mail
Nome da pessoa responsável pela rádio
Função
CEP
1) Indique o mês e o ano em que a emissora começou a transmitir o Programa Prosa Rural:
2) Indique a periodicidade da transmissão do Prosa Rural nessa emissora:
Diariamente
Uma vez por semana
Duas vezes por semana
Três vezes por semana
Outros. Especificar
3) Existe regularidade no horário de transmissão do programa?
Em caso afirmativo, indique o horário de transmissão:
SIM
Manhã
NÃO
Tarde
Noite. Horário:
4) Indique o(s) critério(s) adotado(s) por essa emissora para estabelecer o horário de transmissão do Programa Prosa Rural:
a)
b)
c)
5) Essa emissora está recebendo retorno dos ouvintes do Prosa Rural?
Em caso afirmativo, indique a(s) forma(s) desses contatos:
SIM
NÃO
Cartas. Quantidade aproximada:
Telefonemas. Quantidade aproximada:
Outros. Quantidade aproximada:
O Programa de Rádio
da Embrapa
6) Na sua opinião, indique, em ordem decrescente, o grau de popularidade (sucesso) dos quadros do Programa Prosa Rural, dando-lhes
nota de 1 a 5. (1= mais popular a 5 = menos popular):
Quadro Notícias
Nota:
Quadro Dedo de Prosa (Entrevista)
Nota:
Quadro Favas Contadas (Música, poesia, etc.)
Nota:
Quadro Pitacos da Hora (Dicas de aproveitamento e receitas)
Nota:
Quadro Radiodrama
Nota:
7) Dial ou freqüência da rádio:
8) A partir da sede, qual é o raio de abrangência da emissora (em Km)?
9) Data de início das operações da emissora:
10) Horário de funcionamento: 2ª a 6ª, das
11) Quais equipamentos que a rádio possui?
12) A emissora tem acesso à internet?
às
;
DAT
SIM
Sábado, das
Mini Disc
CD
às
Cassete
;
Domingo, das
Rolo
às
.
Chave Híbrida
NÃO
13) Qual a potência e marca do transmissor?
Com o objetivo de conhecer melhor o perfil das rádios que estão atuando com a Embrapa, pedimos para que responda
às seguintes perguntas:
14) A emissora tem grade de programação fixa?
SIM
NÃO
15) Quantos programas a emissora tem?
16) Marque os conteúdos que a emissora oferece:
Adolescente
Agenda Cultural
Agricultura e Pecuária
Associativismo
Comunidade Negra
Cooperativismo
Criança
Cultura Local
Direitos do Consumidor
Direitos Humanos
Ecologia
Educação
Esporte
Geração de Emprego e Renda
Idoso
Jornalismo
Meio Ambiente
Mulher
Política
Religiosidade
Saúde
Sindicalismo
Outros. Especifique
17) Marque os estilos musicais que os programas da emissora executam:
Axé
Bossa Nova
Caipira
Erudito
Forró
Funk
Heavy
Hip Hop
Jazz
MPB
Músicos Locais
Pagode
Punk
Reggae
Regional
Rock Estrangeiro
Rock Nacional
Sertanejo
Samba
Outros. Especifique
MP3
O Programa de Rádio
da Embrapa
18) A emissora conhece o índice de sua audiência?
19) Como é medida essa audiência?
Pesquisa
SIM
NÃO
Cartas
Telefonemas
alugada
emprestada
20) Quantos telefonemas recebe diariamente?
21) Cite os programas mais ouvidos pela comunidade:
22) A sede onde funciona a emissora é:
própria
casa do diretor
associação
23) Do pessoal:
a) Nº de pessoas que trabalham na emissora:
d) Contam com locutores profissionais?
b) Nº de pessoas envolvidas na produção dos programas:
e) Nº de repórteres na emissora:
c) Contam com operadores de áudio profissionais?
Sim
Não
24) A emissora possui autorização definitiva ou provisória para funcionamento?
f) Há trabalho voluntário na emissora?
Sim
25) Informações sobre a pessoa responsável pelo preenchimento deste questionário
Nome:
Cargo:
Não
Sim
Sim
Não
Não
O Programa de Rádio
da Embrapa
Rádios comunitárias
Com o intuito de avaliar o Programa Prosa Rural e garantir o atendimento das necessidades dos ouvintes dessa
emissora, vimos solicitar algumas informações que servirão de base para melhorar nossa produção.
As informações serão consideradas confidenciais.
Desde já, agradecemos sua colaboração!
Nome da emissora
Endereço completo
Cidade
UF
Telefones
E-mail
Nome da pessoa responsável pela rádio
Função
CEP
1) Indique o mês e o ano em que a emissora começou a transmitir o Programa Prosa Rural:
2) Indique a periodicidade da transmissão do Prosa Rural nessa emissora:
Diariamente
Uma vez por semana
Duas vezes por semana
Três vezes por semana
Outros. Especificar
3) Existe regularidade no horário de transmissão do programa?
Em caso afirmativo, indique o horário de transmissão:
SIM
Manhã
NÃO
Tarde
Noite. Horário:
4) Indique o(s) critério(s) adotado(s) por essa emissora para estabelecer o horário de transmissão do Programa Prosa Rural:
a)
b)
c)
5) Essa emissora está recebendo retorno dos ouvintes do Prosa Rural?
Em caso afirmativo, indique a(s) forma(s) desses contatos:
SIM
NÃO
Cartas. Quantidade aproximada:
Telefonemas. Quantidade aproximada:
Outros. Quantidade aproximada:
O Programa de Rádio
da Embrapa
6) Na sua opinião, indique, em ordem decrescente, o grau de popularidade (sucesso) dos quadros do Programa Prosa Rural, dando-lhes
nota de 1 a 5. (1= mais popular a 5 = menos popular):
Quadro Notícias
Nota:
Quadro Dedo de Prosa (Entrevista)
Nota:
Quadro Favas Contadas (Música, poesia, etc.)
Nota:
Quadro Pitacos da Hora (Dicas de aproveitamento e receitas)
Nota:
Quadro Radiodrama
Nota:
7) Dial ou freqüência da rádio:
8) A partir da sede, qual é o raio de abrangência da emissora (em Km)?
9) Data de início das operações da emissora:
10) Horário de funcionamento: 2ª a 6ª, das
11) Quais equipamentos que a rádio possui?
12) A emissora tem acesso à internet?
às
;
DAT
SIM
Sábado, das
Mini Disc
CD
às
Cassete
;
Domingo, das
Rolo
às
.
Chave Híbrida
MP3
NÃO
13) Qual a potência e marca do transmissor?
14) A entidade da emissora já adequou seu estatutos ao novo código civil e à norma complementar 01/2004, do Minicom?
SIM
Com o objetivo de conhecer melhor o perfil das rádios que estão atuando com a Embrapa, pedimos para que responda
às seguintes perguntas:
15) A emissora tem grade de programação fixa?
SIM
NÃO
16) Quantos programas a emissora tem?
17) Marque os conteúdos que a emissora oferece:
Adolescente
Agenda Cultural
Agricultura e Pecuária
Associativismo
Comunidade Negra
Cooperativismo
Criança
Cultura Local
Direitos do Consumidor
Direitos Humanos
Ecologia
Educação
Esporte
Geração de Emprego e Renda
Idoso
Jornalismo
Meio Ambiente
Mulher
Política
Religiosidade
Saúde
Sindicalismo
Outros. Especifique
18) Marque os estilos musicais que os programas da emissora executam:
Axé
Bossa Nova
Caipira
Erudito
Forró
Funk
Heavy
Hip Hop
Jazz
MPB
Músicos Locais
Pagode
Punk
Reggae
Regional
Rock Estrangeiro
Rock Nacional
Sertanejo
Samba
Outros. Especifique
NÃO
O Programa de Rádio
da Embrapa
19) A emissora conhece o índice de sua audiência?
20) Como é medida essa audiência?
SIM
Pesquisa
Cartas
NÃO
Telefonemas
21) Quantos telefonemas recebe diariamente?
22) Cite os programas mais ouvidos pela comunidade:
23) Do pessoal:
a) Nº de pessoas que trabalham na emissora:
f) Há trabalho voluntário na emissora?
b) Nº de pessoas envolvidas na produção dos programas:
c) Contam com operadores de áudio profissionais?
d) Contam com locutores profissionais?
Sim
Sim
Sim
Não
Quantos são moradores da localidade?
Não
Quantos são militantes ou ativistas de movimentos sociais?
Não
e) Nº de repórteres na emissora:
24) Possui Conselho Comunitário?
Sim
Não.
É composto por quais entidades ?
25) O Conselho Comunitário é atuante na fiscalização da emissora e da programação ?
Sim
Não.
26) Indique a origem de sua rádio :
Comunitária
Religiosa
Terceiro Setor
Poder Público Municipal , Estadual ou Federal
Escola Pública ou Privada
Universidade Pública ou Privada
27) Liste as entidades parceiras da emissora. Ao lado do nome, indique a sua origem de acordo com as indicadas na pergunta anterior:
28) A emissora faz parte de alguma entidade ou associação de âmbito estadual ou nacional?
Qual?
29) Informações sobre a pessoa responsável pelo preenchimento deste questionário
Nome:
Cargo:
Sim
Não.
Download

689,79 KB