Cabeçalhos e rodapés importantes Nomes Contactos A ria é um enorme pólipo com os braços estendidos pelo interior desde Ovar até Mira. Todas as águas do Vouga, do Águeda e dos veios que nestes sítios correm para o mar encharcam nas terras baixas, retidas pela duna de quarenta e tantos quilómetros de comprido, formando uma série de poças, de canais, de lagos e uma vasta bacia salgada. De um lado o mar bate e levanta constantemente a duna, impedindo a água de escoar; do outro é o homem que junta a terra movediça e a regulariza. Vem depois a raiz e ajuda-o a fixar o movimento incessante das areias transformando o charco numa magnífica estrada, que lhe dá o estrume e o pão, o peixe e a água da rega. Abre canais e valas. Semeia o milho na ria […] O homem nestes sítios nestes sítios é quase anfíbio: a água é-lhe essencial à vida e a população – filha da ria é condenada a desaparecer com ela. Se a ria adoecer, a população adoece […] Em 1550 Aveiro tinha doze mil habitantes e armava 150 navios. A barra entulha-se, a terra decai [… vinte e cinco anos depois] os campos tornam-se estéreis e a cidade despovoa-se. A alma desta terra é na realidade a sua água. A ria como o Nilo é quase uma divindade. Só ela gera e produz. Todos os limos, todos os detritos vêm carregados na vazante até à planície, onde repousam. Isto é água e estrume, terra vegetal que se transforma em leite e pão. Palpa-se a camada de terra gordurosa sobre a areia. E além de fecundar e engordar, a ria dá-lhes humidade durante todo o ano, e com brisa do mar refresca durante o estio as plantas e os seres. Uma atmosfera de humidade constante envolve a paisagem como um hálito. […] É para os que se apaixonam pelo mar profundo e para os medrosos que só se arriscam num palmo de água, porque a ria é lago e mar ao mesmo tempo […] Na ria, o ar tem nervos. A luz hesita e cisma e esta atmosfera comunica distinção aos homens e às mulheres, e até às coisas mais finas na claridade carinhosa, delicada e sensível que as rodeia. A luz aqui estremece antes de pousar… “Ria de Aveiro, Julho de 1920”, in Os Pescadores de Raul Brandão A linha de costa não é fixa, antes variando por causas naturais e provocadas pelo Homem. A laguna de Aveiro é um bom exemplo dessa instabilidade. Antes a costa nesta região era rochosa, formando uma grande reentrância que se estendia de Espinho ao Cabo Mondego, e o mar banhava localidades que hoje estão dele afastadas quilómetros, como Ovar, Aveiro ou Ílhavo. Durante o último milénio, as correntes marinhas litorais, de sentido Norte-Sul, foram enchendo essa reentrância com sedimentos, formando uma grande língua arenosa de Espinho para Sul e outra, de Sul para Norte, enraizada no Cabo Mondego. Entre estas duas flechas de areia abria-se, naturalmente, uma saída das águas para o mar, de localização variável, e de tal modo assoreada que dificultava o acesso ao porto e estava a trazer a miséria a Aveiro; por ordem do Príncipe Regente D. João, em 1802, a actual barra de Aveiro seria aberta, e fixada artificialmente em 1808 pelo coronel Reinaldo Oudinot e pelo capitão Luís Gomes de Carvalho. Hoje, a ria ocupa 1.100 Km2, mais de metade cobertos por água, e o restante ocupado por sapais, caniçais e marinhas de sal. "Só há graves problemas de erosão costeira quando existe intensa ocupação humana." (Dias, Ferreira & Pereira, 1994) FALTA TEXTO SOBRE EROSÃO COSTEIRA • • • A Região litoral de Aveiro integra a designada Bacia Lusitânica: uma extensa planície litoral formada por rochas sedimentares – areias, arenitos, argilas, calcários, etc. – resultantes da desagregação das formações rochosas a montante, pertencentes ao Maciço Hespérico. A Bacia Lusitânica, situada a W da Península Ibérica, constitui uma depressão alongada segundo a orientação NNE-SSW. A Este individualiza-se do soco hercínico pela falha Porto-Coimbra-Tomar e a Sul por uma ramificação desta falha que se estende até ao canhão de Setúbal, com a orientação NNE. A ocidente é circunscrita por um sistema de “horsts” do qual o arquipélago das Berlengas constitui a última expressão emersa do prolongamento do soco sobre a plataforma. A Norte, por seu turno, o limite é difuso. “No que diz respeito à Bacia Lusitânica, a primeira imagem a reter da Região de Aveiro é a de uma extensa planície litoral. As areias plio-quaternárias deixam ver, aqui e ali, os arenitos e conglomerados vermelhos do Triássico superior, os calcários mais ou menos margosos do Jurássico, os arenitos (com passagen carbonatadas) e argilas do Cretácico. Vale a pena notar que os arenitos cretácicos constituem um dos melhores (multi) aquíferos portugueses. E também que as argilas finicretácicas não só contêm uma interessante fauna de vertebrados como também alimentam uma antiga indústria cerâmica.” António Soares de Andrade, Guia de Campo do XXVI Curso de Actualização de Professores de Geociências. Capa com mapa e possíveis paragens Sugestão: Assinalar ainda local para pequeno-almoço, almoço, lanche; W.C.; ponto(s) de encontro; estacionamento Pontos de referência: Tempo de permanência Cuidados a ter/ Recomendações a fazer Aspectos a considerar Termos/ conceitos relacionados (Considerar ordenação dos mais concretos para os mais abstratos) Documentos para apoiar a exploração do local Atividades (tipos/calendarização) a desenvolver Atividades a desenvolver Materiais e equipamentos Materiais e equipamentos necessários Questões a formular Outros tópicos de discussão: Dúvidas/ questões para investigar: Propostas de respostas Se for oportuno indique com uma seta a direcção Norte, um elemento de escala e não se esqueça de legendar . Entidade/Nome Telefone E- mail ESCOLA NÚMERO NACIONAL DE SOCORRO 112 POLÍCIA MARÍTIMA GNR CENTRO DE SAÚDE HOSPITAL BOMBEIROS PROTEÇÃO CIVIL Contactos de telefone a considerar. Empresa de transporte, motoristas, escola, colegas que acompanham os alunos, instituições a visitar,… PREVISÃO METEOROLÓGICA: http://www.ipma.pt/pt/ MARÉS: http://www.hidrografico.pt/previsao-mares.php SIMULADOR (SUBIDA DO NÍVEL DA ÁGUA DO MAR): http://calculatedearth.com/index.php?4800×1200