PLANEJAMENTO E SELEÇÃO DE ANCORAGENS: O QUE FAZER E O QUE NÃO FAZER Texto adapatador por: Marcos Amazonas, Gerente Técnico em Trabalho em Altura e Mayra Villaboim, Gerente de Produtos Trabalho em Altura – Honeywell Produtos de Segurança. Uma das maiores responsabilidades ao projetar um sistema de segurança individual é a seleção cuidadosa dos dispositivos de ancoragem adequados e o local para sua instalação. Esta responsabilidade incorpora o estudo e a compreensão do planejamento, da seleção e dos critérios de treinamento aplicáveis. Este artigo trata de alguns pontos sobre “o que fazer e o que não fazer” envolvidos nestes critérios. A importância das ancoragens Ancoragens planejadas e selecionadas com cuidado são fatores críticos para a proteção e segurança do trabalhador. Se ocorrer uma queda, a vida do trabalhador dependerá da resistência da ancoragem. Ancoragens selecionadas corretamente são fatores de redução de prêmios de seguro, de garantia do cumprimento da legislação e de contribuição para registros de segurança que demonstram ao cliente que sua empresa atua com responsabilidade, profissionalismo e confiabilidade. Para uma melhor identificação das partes do sistema é importante fazer distinção entre a própria ancoragem e o dispositivo de ancoragem. Uma ancoragem é tida como a estrutura em si, por exemplo, uma viga metálica em “I” ou uma coluna de concreto, ao passo que um trole ou uma cinta de ancoragem, passada em volta desta viga de forma a permitir fixação do EPI é denominada de dispositivo de ancoragem. Também existe o ponto de ancoragem que é o local do dispositivo onde é efetivamente conectado o EPI. 1 Na NR 35, item 35.5.4, existem alguns passos que devem ser seguidos com relação à ancoragem/dispositivos de ancoragem: a) ser selecionados por profissional legalmente habilitado; b) ter resistência para suportar a carga máxima aplicável; c) ser inspecionados quanto à integridade antes da sua utilização. Muitas variáveis Cada projeto, ambiente ou situação operacional possui características distintas que devem ser avaliadas no planejamento das ancoragens. Sendo assim, não basta seguir um protocolo na escolha de ancoragens, embora o guia abaixo possa nortear o usuário em seu processo de seleção. O que fazer... • Compreender que uma proteção total contra quedas é somente tão boa quanto seu elo mais fraco. O melhor cinturão com o melhor talabarte ou travaqueda não conseguirá reter uma queda se forem selecionadas ancoragens ou dispositivos de ancoragem inadequados. • Envolver todos os profissionais que atuam no processo de planejamento e em projetos, inclusive o responsável pela segurança, o engenheiro legalmente habilitado, projetista, o contratante, a contratada e principalmente os trabalhadores que realmente irão utilizar a ancoragem. • Saber que existem muitas maneiras de se estabelecer ancoragens para a mesma tarefa. Avaliar sempre as diferentes opções para garantir segurança máxima ao trabalhador. • Selecionar uma ancoragem/dispositivo de ancoragem que atenda um fator de segurança conforme estabelecido pelo profissional legalmemte habilitado com relação ao impacto máximo que deve ser recebido pelo trabalhador (6kN) ou menor conforme o sistema (as normas técnicas de produto pedem por fatores de segurança que variem entre 2 a 3 vezes o valor da carga recebida). • Considerar o número de trabalhadores a serem protegidos e quais serão os pontos de ancoragem previstos no projeto. • Selecionar uma ancoragem que limite a queda do trabalhador à distância mais curta possível, respeitando o impacto abaixo de 6kN a ser recebido pelo trabalhador. •Selecionar um ponto de ancoragem verticalmente acima da cabeça, sempre que possível, para evitar os riscos de uma queda em pêndulo. •Lembrar que a inclusão de um talabarte com absorvedor de impacto ou outro dispositivo que absorva o impacto da queda para dentro do limite aceitável de 6kN. • Prever sempre o modo de efetuar um resgate com base na ancoragem selecionada. • Familiarizar-se com os vários tipos de dispositivos de ancoragem existentes no mercado. Alguns exemplos são linha de vida horizontal flexível, linha de vida rígida, trole para viga, parafusos olhal, cinta de amarração, linha de vida vertical, tripé e monopé. Escolher o equipamento compatível para 2 uso dentro de um sistema. • Perceber que, às vezes, é preciso criar soluções específicas. Trabalhar com fabricantes de sistemas pessoais de proteção de queda para encontrar a melhor combinação de dispositivos para as necessidades específicas. Profissionais do ramo, órgãos de regulamentação e consultores também poderão ter as respostas procuradas. • Manter-se informado sobre novos e melhores métodos de ancoragem. Produtos com novas tecnologias são continuamente lançados no mercado. O que não fazer... • Não selecionar ancoragens que após eventual queda, levem o usuário a chocar-se com o solo ou estrutura, ou seja onde a ZLQ (Zona Livre de Queda) existente seja menor do que a distância necessária para a retenção de queda pelo EPI a ser utilizado. • Não colocar ancoragens onde objetos pontiagudos ou cantos ásperos venham a causar desgaste excessivo a equipamentos como linhas de vida ou talabartes. • Não colocar ancoragens onde equipamentos têxteis possam entrar em contato com altas temperaturas ou substâncias químicas que possam afetar sua performance. • Não criar ou improvisar ancoragens sem antes determinar se elas podem comprometer a integridade da estrutura. Um profissional legalmente habilitado deverá estar sempre envolvido no processo decisório. • Não usar ancoragens que gerem carga sobre o fecho ou a trava de um conector. • Não usar ancoragens que não permitam que o fecho de um conector seja impedido de fechar -se por completo. • Nunca unir vários talabartes de segurança para alcançar a ancoragem. • Não entrelace um talabarte em torno de uma viga a menos que o mesmo tenha sido projetado para este uso. • Não permitir que o trabalhador identifique as ancoragens por conta própria sem o treinamento adequado. Trabalhadores não treinados estão sujeitos a selecionarem ancoragens inseguras e ineficazes. 3 Escolher e inspecionar as ancoragens com cuidado Ao projetar um sistema pessoal de proteção de queda, você descobrirá rapidamente que as ancoragens são as únicas variáveis desconhecidas. Usando toda a assistência profissional disponível é importante analisar de perto e selecionar a combinação adequada destas ancoragens. É igualmente importante treinar bem os empregados quanto ao uso correto do equipamento a fim de garantir sua segurança. A avaliação, seleção e treinamentos consistentes são fatores-chave para obtenção de máxima segurança, produtividade e economia operacional. Verifique a integridade das ancoragens através de inspeções visuais e manuais prévias, identificando peças soltas, deformações, desgastes, rebarbas e arestas cortantes que podem comprometer a segurança do usuário. Siga as instruções de profissionais habilitados e dos fabricantes de dispositivos de ancoragem. Em caso de dúvidas, consulte profissionais, inclusive a equipe técnica da Honeywell, para obter uma solução que ajude a executar seu projeto de modo seguro, produtivo e lucrativo. Para maiores informações, contate seu Distribuidor Miller by Honeywell mais próximo ou entre em contato com a Honeywell Produtos de Segurança através do 0800 8881114, ou visite o website www.honeywellsafety.com/br. 4