O SAL O sal é um elemento muito utilizado nos alimentos que fazem parte da nossa alimentação diária. O seu excessivo consumo, hábito muito comum verificado à mesa dos portugueses, assume-se como uma das primeiras causas de doenças que acometem o sistema cardiovascular. Portugal é dos países da União Europeia onde as doenças vasculares cerebrais e o cancro do estômago matam mais gente. Duas doenças que estão associadas, entre outros aspectos, ao consumo excessivo de sal. Este é ainda conhecido como factor que favorece a osteoporose (enfraquecimento dos ossos) e, mesmo, as crises de asma em pessoas com tendência para este tipo de problemas. A influência do sódio na pressão arterial ainda não está totalmente esclarecida, no caso das pessoas saudáveis. Para quem já sofre de hipertensão, tudo parece mais claro: em 30 a 40% dos doentes, o excesso de sal provoca a subida dos valores da tensão arterial. Nestes casos, reduzir o consumo pode significar uma ação mais eficaz dos medicamentos. As dietas pobres em sal são também benéficas para quem sofra de doenças que provocam retenção de água, como a insuficiência cardíaca ou renal e alguns tipos de cirrose do fígado. Nestas situações, o sal piora o problema, já que provoca maior retenção de água. O mesmo acontece a quem toma certos medicamentos, como cortisona. Um grupo de investigação da Faculdade de Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, estudou a adição de sal em amostras de sopas ingeridas por idosos, fora do domicílio e o teor médio encontrado foi de 673 mg de sódio/250g de sopa (1,68g de sal/250g de sopa). Ou seja, considerando apenas a ingestão daquela sopa duas vezes ao dia, com tais concentrações de sal, o indivíduo sujeita-se a um consumo de 3,36g (ultrapassando o limite para um total diário de 3g de sal/dia e, preenchendo cerca de 67% se considerando um total diário de 5g de sal). Lembre-se que o excessivo consumo de sal pode levar à hipertensão arterial; falta de ar (dispneia); edemas (inchaço das pernas ou do abdómen); inflamação das paredes das artérias dificultando a circulação do sangue; aumento do peso por duas vias: pode ajudar a fazer retenção de líquidos e por isso de peso; os alimentos que o contêm em demasia são, normalmente, também ricos em calorias (sobretudo porque também são tipicamente ricos em gorduras); e a quantidade de sangue no organismo fica maior do que o volume normal. Aconselho portanto a diminuir, de forma gradual, o sal que adiciona às refeições preparadas em casa, sobretudo, se as mesmas se destinarem a crianças e a escolher alimentos frescos preparados sem sal e temperos salgados. No caso dos produtos pré-preparados, convém verificar a quantidade sal (ou sódio) nos rótulos e comprar os que contêm menos. Os produtos ditos “sem sal”, “com baixo teor de sódio” ou “sem adição de sal” podem ser uma boa alternativa.