UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇAO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE AS ORGANIZAÇÕES VISTA COMO CULTURA. COMO UTILIZAR A CULTURA COMO FERRAMENTA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO. Carmen Lucia Gama Marchão Matricula: 29700 Professora orientadora: Fabiane Muniz Rio de Janeiro, Julho de 2005 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇAO “LATO SENSU” PROJETO AVEZ DO MESTRE AS ORGANIZAÇÕES VISTAS COMO CULTURA COMO UTILIZAR A CULTURA COMO FERRAMENTA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como previa para a conclusão do curso de Pós-Graduação “Lato Senso” em gestão estratégica. Por: Carmen Lucia Gama Marchão Rio de Janeiro, Julho de 2005 AGRADECIMENTOS A Deus, por ter me dado força para fazer todas as coisas. Às minhas filhas, que muitas vezes sentiram a minha ausência e pelos domingos que não saímos juntas. E as pessoas que, direta e indiretamente, contribuíram para a construção deste trabalho. A todos os meus mestres e professores, pela orientação acadêmica, pelo incentivo, pelas valiosas sugestões, pelo tempo desprendido e pela incansável atenção. DEDICATÓRIA Dedico esta monografia as minhas filhas, que tanto colaboraram para a conclusão desta fazendo todas as minhas atividades, para que eu pudesse me dedicar à confecção desta monografia. RESUMO A palavra cultura deriva de idéia de cultivo, cultivar: preparar a terra, melhorar a terra. Quando falamos sobre cultura, nos referimos ao padrão de desenvolvimento refletido no sistema de conhecimento, ideologia, valores, leis e rituais diários de uma sociedade. Grupos de pessoas têm diferentes modos de vida. Pessoas são diferentes, dentro e fora de um grupo, a mutação é diária. Quando consideramos as organizações como culturas, observamos que estas funcionam como mini-sociedades, com seus valores, rituais, ideologias e crenças próprias. Vemos importantes variações em estilo cultural de uma nacionalidade para outra, organizações individuais também podem ter suas próprias culturas que atendem ao reflexo do pensamento da organização. A organização se baseia em significados compartilhados que permitem que as pessoas se comportem de maneira organizada. A cultura ajuda a repensar quase todos os aspectos do funcionamento corporativo, inclusive a estratégia, a estrutura e a natureza da liderança e da administração. Entendendo a influencia que a cultura exerce dentro de uma organização podemos entender comportamentos, mudanças e transformações que se iniciam na mente corporativa. A partir da idéia de sistema como uma organização, podemos pensar o que se deseja apontar quando denominamos uma empresa ou instituição de organização. Trata-se de levar em consideração os numerosos subgrupos e papeis sociais inter-relacionados por redes de comunicação e suas dinâmicas interpessoais. Para que possamos estudar e analisar a cultura organizacional é fundamental a compreensão do que significa o conceito de organização. Para tanto, faz-se necessário examinarmos inicialmente como a psicologia sistêmica vai pensar os grupos humanos. A psicologia sistêmica irá se basear na Teoria Geral dos Sistemas e na Teoria da Comunicação de Pallo Alto, ambas desenvolvidas a partir dos anos 60. O grupo inicial estava basicamente preocupado na comunicação humana e dialogava com a psicanálise. Originalmente, este era apenas um grupo de pesquisa. A seguir, eles criaram o Mental Research Institut, e passam a ter uma proposta terapêutica. Para esta escola, qualquer grupo humano é um sistema, uma organização: todos são interdependentes, isto é, cada um é, a um só tempo, autônomo e dependente do resto do grupo. O grupo é um sistema aberto porque recebe inputs e manda output para o resto da sociedade. Todo grupo teria um padrão de interação e regras que o sustentam que, se forem flexíveis, podem ser muito úteis para sua manutenção e desenvolvimento. A luta de todo o grupo seria a de manter a homeostase, o equilíbrio interno do sistema. A teoria sistêmica acaba por ser desenvolvida com o passar do tempo, criando a teoria ecossistêmica. Essa vai produzir algumas modificações no conceito de sistema. A partir dessa teoria, passamos a pensar que todos os sistemas estão numa articulação recursiva. Assim, cada movimento de intervenção, numa parte produzirá efeitos em todo o resto. Pensamos os sistemas como complexos, abertos e em eterna mutação: a homeostase é um eterno vir-a-ser, objeto de desejo sempre em suspenso, pelo fato dos grupos depararem-se a todo o tempo com o caos e com a imprevisibilidade. Este trabalho está fundamentado na literatura de administração existente sobre as relações entre cultura organizacional e estratégia competitiva numa gestão sistêmica. A fundamentação teórica aborda, inicialmente, os principais aspectos relativos à competitividade, estratégia competitiva e vantagem competitiva, fazendo competitividade. uma análise a respeito de cultura, estratégia e METODOLOGIA Uma vez que o desafio de implementar qualquer planejamento estratégico sem levar em conta a cultura da organização, acaba quase sempre gerando um nível de desconforto associado a desmotivação e conseqüentemente a uma ruptura no processo de formulação e na elaboração de uma estratégia, seja ela qual for. A necessidade de se elaborar qualquer tipo de mudança com conhecimento dos fatores internos e externos da organização se faz presente nas grandes corporações. Como entender a cultura organizacional para poder utilizá-la como ferramenta no processo de tomada de decisão frente ao planejamento estratégico? Como alavancar o crescimento continuo tanto no ambiente interno e externo nas organizações de grande porte, onde a miscigenação cultural é mais acentuada? A cultura de uma empresa interfere no processo decisório, conseqüentemente o seu conhecimento gera benefícios claros quando se planeja uma mudança estratégica. A cultura é um fator de sucesso chave dentro do planejamento estratégico, que deve estar coeso com a cultura organizacional. Esta análise tomara por base o foco nos objetivos da cultura organizacional, para refletir nosso interesse especifico na forma como ela é relevante para o crescimento, desenvolvimento e manutenção dos processos decisórios gerados pela estratégia empresarial relacionado com o trabalho em organizações de grande porte. SUMÁRIO INTRODUÇAO 10 CAPÍTULO I O Que é Cultura 13 CAPÍTULO ll Análise Organizacional 26 CAPÍTULO III Competitividade num Mundo Globalizado 35 CAPÍTULO IV Cultura Organizacional 45 CAPÍTULO V 53 O Processo de Mudança nas Empresas 53 CAPÍTULO VI 64 A Formulação Estratégica Através da Mudança Organizacional 65 CONCLUSAO 67 BIBLIOGRAFIA 69 ÌNDICE 71 FOLHA DE AVALIAÇAO 73 INTRODUÇÃO A cultura organizacional ou cultura corporativa é o conjunto de hábitos e crenças estabelecidos através de normas, valores, atitudes e expectativas compartilhadas por todos os membros da organização. Ela refere-se ao sistema de significados compartilhados por todos os membros e que distingue uma organização das demais. Constitui o modo institucionalizado de pensar e agir que existe em uma organização. A essência da cultura de uma empresa é expressa pela maneira como ela faz seus negócios, a maneira como ela trata seus clientes e funcionários, o grau de autonomia ou liberdade que existe em suas unidades ou escritórios e o grau de lealdade expresso por seus funcionários com relação à empresa. A cultura organizacional representa as percepções dos dirigentes e funcionários da organização e reflete a mentalidade que predomina na organização. Por esta razão, ela condiciona a administração das pessoas. Em outras palavras, a cultura organizacional representa as normas informais e não escritas que orientam o comportamento dos membros de uma organização no dia-a-dia e que direcionam suas ações para o alcance dos objetivos organizacionais. No fundo, é a cultura que define a missão e provoca o nascimento e o estabelecimento dos objetivos da organização. A cultura precisa ser alinhada juntamente com outros aspectos das decisões e ações da organização como planejamento, organização, direção e controle para que se possa melhor conhecer a organização. A cultura é vista de diferentes maneiras, que as construções teóricas são resultantes de opções dos pesquisadores, e que essas opções por natureza recortam a realidade e se detêm em pedaços específicos. Nenhum das classificações sugeridas respondem à pergunta, da mesma forma que nenhuma tipologia corresponde a uma realidade em todos os seus matizes. Por outro lado, enquanto artifício ou recurso metodológico, uma tipologia remete a generalização de um objeto, uma vez definido determinado prisma. E é a riqueza de prismas aqui descrita que nos parece ser o que realmente importa nas tipologias aqui colocadas. Deve-se ter em mente que a cultura organizacional é um espaço multifacetado e em continua construção, onde se alocam posições de poder entre vários grupos, em disputa pela prevalência de seus valores e crenças na esfera da representação organizacional. CAPÍTULO I O QUE É CULTURA Seria ilusório tentar esgotar o conceito de cultura, já que apenas no dicionário de ciências sociais, existem 16 diferentes termos para cultura, além de indicações para pesquisas nos verbetes civilização, sociedade e estrutura social. Para a antropologia, por exemplo, a cultura é o instrumento de domínio das forças naturais, que podem ser compreendidos através do estabelecimento de regras, de uma estrutura básica que permitiria fixarmos certas relações de causa e efeito entre significados e ações em função das quais pode-se participar de várias situações como em partidas de um jogo. Uma importante linha da Sociologia propõe que a cultura antecede o individuo, que, por sua vez, é parte de uma rede estabelecida pelas relações grupais. Mas para que essa cultura sobreviva às novas gerações, ela precisa ser legitimada através de seus mitos e heróis. A Psicanálise também afirma que o sujeito faz parte de uma rede que o antecede e que forma a sua estrutura e a determina, pelo menos até um acerto ponto. Isso porque, para essa disciplina, há algo no sujeito que resiste à cultura, que não se submete, não se sujeita. Há algo que permanece sempre de fora da cultura, permitindo a singularidade e a diferença entre os indivíduos. Porém, o que faz com que o sujeito seja singular e único em relação aos demais é também esta diferença que causa um mal-estar nas suas relações, podendo acabar por produzir um alto nível de sofrimento psíquico. Por outro lado, é este sofrimento o impulsor da criatividade e da criação: apenas quando há insatisfação, quando se almeja algo que não se tem ou é, há uma possibilidade de mudança. Entretanto, de maneira mais abrangente, podemos afirmar que cultura é o conjunto de características físicas, técnicas, convenções e valores que determinada comunidade possui. Num segundo momento, é necessário efetuarmos, de acordo com a tradição germânica de pensamento seguida por muito sociólogos e pensadores Anglo-saxões do campo da gestão de recursos humanos, uma subdivisão entre cultura e civilização: a primeira seria definida apartir dos bens culturais subjetivos: arte musica, livros, filosofia, criatividade e criação. Já a civilização seria definida através dos bens morais, das regras e interdições, do controle social sobre o individuo, das atividades objetivas, tecnológicas e informativas. Haveria então duas direções para a cultura: uma na esteira da educação moral, da convivência social, das regras e uma outra, com valores mis particulares, onde a criatividade e a singularidade têm lugar. Para resumirmos, podemos então afirmar que toda vez que se busca inferir a cultura de um determinado grupo ou comunidade, será preciso investigá-la a partir de diferentes níveis: - No nível dos artefatos visíveis: moveis, arquitetura, vestuário; - No nível dos valores que governam os comportamentos: idealizações, racionalizações, leis, limites, mitos, etc..., Bem como percebem o que lhe é diferente. - No nível dos valores inconscientes: pressupostos que direcionam o pensamento de seus membros, como estes se percebem e sentem, qual sua capacidade de independência e criatividade. 1.1 A formação da cultura Partindo do conceito de cultura como o aprendizado coletivo ou compartilhado, que uma unidade social ou qualquer grupo desenvolve enquanto sua capacidade para fazer face ao ambiente externo e lidar com suas questões internas, propomos um modelo para análise da formação de uma cultura organizacional. Considere algumas das definições que as organizações fazem para manejar estes dois ambientes, e que incluem: - um senso de missão ou tarefa básica, razão de sua existência; - alguns objetivos concretos, derivados da missão; - sentido de realização desses objetivos, através de estruturas organizacionais apropriadas e processos de tomada de decisão; - sentido de acompanhamento do progresso, via desenvolvimento de sistemas de informações e controle; - sentido de reparo para estruturas e processos que não sejam compatíveis com os objetivos; Para que as definições acima funcionem, todo o grupo deve ter: 1 - uma linguagem comum e categorias conceituais compartilhadas; 2 - alguma maneira de definir suas fronteiras e selecionar seus membros; 3 – alguma forma de alocar autoridade, poder, status, propriedade e outros recursos; 4 – algumas normas para lidar com as relações interpessoais e intimas, criando o que em geral é chamado clima ou estilo; 5 – critérios de recompensas e punições; 6 – algum, a forma de lidar com o não administrável, o não previsível e eventos estressantes problemas esses resolvidos pelo desenvolvimento de ideologias, religião, superstições, pensamentos mágicos etc... A cultura é aprendida basicamente através de dois mecanismos interativos: redução da dor e ansiedade (modelo de trauma social) e reforço / recompensam positivos (modelo de sucesso). O primeiro mecanismo diz respeito à ansiedade, derivada da incerteza que um individuo tem, ao encontrar um grupo novo, a respeito de sua capacidade de sobreviver e ser produtivo ou se os membros trabalharão bem uns com os outros. A incerteza social e cognitiva é traumática, levando os membros do grupo a procurar maneiras de perceber, pensar e sentir, de forma a tornar suas vidas mais previsíveis. Todo o grupo enfrenta crises de sobrevivência no inicio, conduzindo-o a compartilhar a percepção da crise e a desenvolver formas de lidar com ela, ou seja, os membros do grupo aprendem a superar o desconforto imediato e a evitar desconfortos futuros. Quando outras crises surgirem, surgirá à ansiedade e a tendência a reduzi-la ou eliminá-la da maneira como eles aprendenram anteriormente. O problema com este mecanismo de aprendizagem é que um ja vez que as pessoas aprendam a evitar situações penosas, elas continuam perseguir este curso sem testar se o perigo realmente existe. Portanto, algumas formas de se pensar os problemas organizacionais produzem um conforto imediato pela redução da ansiedade, apesar de que essa maneira de pensar, pode ser disfuncional em termos de adaptação às mudanças rápidas do ambiente. No segundo mecanismo, reforço positivo às pessoas repetem o que funciona e abandonam o que não funciona. Se o fundador de uma empresa nova acredita que o sucesso esta em fornecer ao cliente um bom serviço ou na maneira que ele trata seus empregados, e se a empresa realmente apresenta bons resultados, o grupo tenderá a repetir o que eles consideram como a causa do sucesso, o que será gradualmente compartilhado por todos. Cria-se uma parte da cultura. Nesse tipo de mecanismo as respostas produzidas estão sendo testadas continuamente no ambiente, o que permite maior rapidez de adaptação. No entanto, pode originar um comportamento resistente à mudança se o ambiente for inconsistente, produzindo sucesso em um momento e fracasso em outro. Dessa forma, a imprevisibilidade e o reforço intermitente gerarão uma apredizagem estável, como no outro mecanismo. A questão sobre “toda organização tem uma cultura” pode ser respondida em termos das oportunidades ou não para que a aprendizagem ocorra. Pode ser postulado que a força, a clareza e o grau de integração da cultura da organizacional ou subcultura são diretamente proporcionais à estabilidade dos membros do grupo, o tempo que estes têm convivido e a intensidade da aprendizagem coletiva que tem ocorrido. Se assim é, a cultura não pode ser criada simplesmente por uma ação dos executivos ou decisões da cúpula. Temos comentado sobre a dificuldade de consenso na conceituaçao de cultura e como os pesquisadores têm privilegiado diferentes aspectos da questão. 1.2 A natureza da cultura Os antropólogos debatem infindavelmente a definição de cultura. Aqui, vamos focalizar as linhas gerais do concito. A cultura é essencialmente composta de interpretações de um mundo e das atividades e artefatos que refletem as mesmas. Alem da cognição, essas interpretações são compartilhadas coletivamente, em um processo social. Não há culturas particulares. Algumas atividades podem ser individuais, mas sua importância e coletiva. Assim, associamos cultura organizacional com cognição coletiva. Ela passa a ser a mente da organização, as crenças comuns que se refletem nas tradições e nos hábitos, bem como em manifestações mais tangíveis: historias, símbolos, ou mesmo edifícios e produtos. Pettgrew (1985:44) descreveu a cultura organizacional como um tecido social expressivo e, como o tecido humano, une os ossos da estrutura organizacional aos músculos dos seus processos. Em certo sentido, a cultura representa a força vital da organização, a alma do seu corpo físico. Quanto mais fechada à trama unindo interpretações e atividades, mais profundamente enraizada é a cultura. Superficialmente, pode haver ligações óbvias, tais como as roupas informais usadas pelos profissionais da área de software, uma expressão da crença de que criatividade nada tem a ver com roupas formais. As organizações com cultura forte são caracterizadas por um conjunto de suposições dadas como certas, as quais são protegidas por uma rede de artefatos culturais, inclusive a maneira pela qual as pessoas se comportam umas com as outras, as historias que contam e embutem o presente na historia organizacional, a linguagem que usam e assim por diante. Em outras palavras, pode ser que os cegos sejam mais capazes de sentir a cultura do que aqueles que tem uma boa visão. 1.3 A psicologia sistêmica e a administração Para que possamos estudar e analisar a cultura organizacional a sua compreensão é fundamental, para podermos identificar o que significa o conceito de organização. São subgrupos com papeis sociais inter-relacionados por redes de comunicação e suas ações interpessoais. A partir da teoria sistêmica, passamos a ter que levar em conta também os núcleos familiares dos indivíduos pertencentes a essa organização, os papeis sociais que ali desempenham, bem como todo seu modelo de operação da própria sociedade onde tal organização esta inserida. Considerando ainda que uma organização junta fatores estruturais (relação hierárquica, de poder formal) e fatores dinâmicos (funcionamento de subsistemas, processo de informação, entre outros). Esses fatores interagem, dando forma à missão, aos objetivos e até as pessoas que dela fazem parte. Entende-se que uma organização se constitui de maneira complexa, a partir da caracterização de sua estrutura e dos impactos do desempenho dos papeis profissionais, bem como das inter-relações que se estabelecem entre os indivíduos de uma organização e a sociedade que a cerca. 1.4 Conceito de cultura organizacional Com tantas definições, torna-se difícil propor uma conceitualizaçao unívoca de cultura organizacional. Há vários precursores que, já nos anos 40-50, viam os dirigentes como os depositários dos valores, orientações e expectativas da sua organização. Mas foi Elliot Jacques que, produziu sua intervention et changement dans L´Enterprise (1950), produziu pela primeira vez uma definição de cultura da empresa. Segundo ele, este seria o modo de pensar e agir aprendido e mais ou menos compartilhado por todos na empresa. No entanto, tal definição de cultura trazia em si a limitação de não considerar o sistema informal subjetivo e, na maioria das vezes, subconsciente ou inconsciente. Lemaitre, (1985), propôs uma definição mais integradora e que se tornou geralmente admitida. A partir dela passou-se a considerar a cultura organizacional como um conjunto de postulados compartilhados pelos membros de uma organização que lhes dá sentido e identidade. Seria também um sistema de representações e valores compartilhados que oferecem uma visão comum, uma identificação dos indivíduos com seus pares, constituída por meio de interação. A cultura organizacional é a capacidade de grupo de gestores de suscitar, reforçar ou modificar valores, atitudes e crenças consideradas eficazes através do uso de ritos, cerimônias, símbolos e mitos apropriados isto é, levando-se em consideração seu meio para o conjunto de membros da organização, isso não implica dizer que haja nela, necessariamente, uma cultura organizacional propriamente dita. A cultura organizacional poderia nela se desenvolver através do jogo de atores de forma complexa. Quando consideramos as organizações como culturas, observamos que estas funcionam como mini-sociedades, com seus valores, rituais, ideologias e crenças próprias. Vemos importantes variações em estilo cultural de uma nacionalidade para a para outra. Vemos que organizações individuais também podem ter suas próprias culturas. Qualquer desdobramento atende ao reflexo do pensamento da organização. Algumas culturas corporativas são uniformes e fortes e outras sao fragmentadas pela presença de subculturas. A organização baseia-se em significados compartilhados que permitem que as pessoas se comportem de maneira organizada. A cultura ajuda a repensar quase todos os aspectos do funcionamento corporativo, inclusive a estratégia, a estrutura e a natureza da liderança e da administração. Entendendo a influencia que a cultura exerce de uma organização podemos entender comportamentos, mudanças e transformações que se iniciam na mente corporativa, inclusive a estratégia, a estrutura e a natureza da liderança e da administração. Se não entendermos o que é cultura e o que ela representa dentro do ambiente da organização, nunca conseguiremos elaborar um planejamento estratégico eficaz, pois a organização é a cultura e a cultura é a organização, tudo se inicia e finda com a cultura. Concluindo, quando desejamos investigar a cultura de uma determinada organização, precisamos levar em consideração os aspectos culturais e civilizatórios do sistema como um todo, para que nos seja possível oferecer alternativas para as crises e problemas inerentes de um sistema eu esta recursivamente enfrentando os desafios da imprevisibilidade e em constante mutação. A cultura organizacional determina as características principais da cultura da sua organização, expondo com transparência os códigos formais e informais. Identificando os aspectos que impactam positivamente e os obstáculos ao processo de desenvolvimento no universo empresarial em constante mutação. Deve preferencialmente ser aplicado após a analise do clima organizacional e na reavaliação da missão e visão da corporação. As organizações estão inseridas dentro de um ambiente e interagem com este ambiente recebendo influencias e influenciando-o. As pessoas que atuam nas organizações são agentes que contribuem para esse intercambio constante. Os valores das pessoas por sua vez conduzem à formação da cultura organizacional. Essa é a raiz das decisões estratégicas de uma organização. Hall (1982) cita que uma das condições o ambiente externo de importância vital é mais difícil de medir é a cultura e acrescenta: em seu impacto sobre as organizações, a cultura não é uma constante, nem mesmo num contexto isolado. Mintzberg (2000) menciona que a cultura foi descoberta em administração nos anos 80, graças ao sucesso das corporações japonesas, que foram objeto de estudo intenso, devido o seu sucesso para adaptar as inovações de outras culturas ao mesmo tempo em que mantinha a sua própria. No entendimento de Schein (1986, p.20): “Cultura organizacional é o conjunto de pressupostos básicos que um grupo inventou, descobriu ou desenvolveu ao aprender como lidar com os problemas de adaptação externa e interna e que funcionaram bem o suficiente para serem considerados validos e ensinados a novos membros como a forma correta de perceber, pensar e sentir, em relação a esses problemas”. Para Srour (1998, p.175), “nas organizações, a cultura impregna todas as praticas e constitui um conjunto preciso de representações mentais, um complexo muito definido de saberes”. Srour (1998), aborda que esses são reflexos de representações mentais, cujas manifestações, na concepção do autor: “Assumem formas variadas: princípios, valores e códigos; conhecimentos, técnicas e expressões estéticas; tabus, crenças e pré-noções; estilos, juízos e normas morais; tradições, usos e costumes; convenções sociais, protocolos e regras de etiqueta; estereótipos, clichês e moldes; preconceitos, dogmas e axiomas; imagens, mitos e lendas; dogmas, superstições e fetiches”. Srour (1998, p.168). A cultura tem papel importante na organização e a questão que ajudam a resolver como descobrir a cultura. Mostrando três níveis de analise da cultura das organizações: cultura observável, valores compartilhados e suposições comuns. Além de expor como surge a cultura, citando duas funções decisivas da cultura nas organizações: integração interna e adaptação externa. A força da cultura na gestão empresarial é clara. A cultura organizacional passa a ser a mente da organização, as crenças comuns que se refletem nas tradições e nos hábitos, bem como em manifestações mais tangíveis, historias, símbolos ou mesmo edifícios e produtos; em certo sentido, a cultura representa a força vital da organização, a alma do seu corpo físico. A força de uma cultura pode ser proporcional ao grau até o qual ilude a consciência. A cultura organizacional não existiria sem as pessoas. Neste sentido, ao abordar sobre cultura é valido mencionar como as pessoas estão estruturadas nas organizações. Segundo Mintzberg (1995, p.20), as cinco partes das organizações seriam: núcleo operacional, cúpula estratégica, linha intermediaria, tecnoestrutura e assessoria de apoio. Os autores citados apresentaram o significado da cultura presente nas organizações. A proposta deste trabalho é justamente verificar a cultura organizacional e sua relação com estratégia nas empresas de grande porte, uma vez que as mesmas participam do canal de distribuição, atuando, também como prestadoras de serviços em certo sentido. 1.5 Cultura organizacional e seus componentes A cultura compreende um conjunto de propriedades do ambiente de trabalho, percebidas pelos empregados, constituindo-se numa das forças importantes que influenciam o comportamento. Compreende além das normas formais, também o conjunto de regras não escritas, que condicionam as atitudes tomadas pelas pessoas dentro da organização: por este motivo, o processo de mudança é muito difícil, exigindo cuidado e tempo. Para se obter uma mudança duradoura, não se tenta mudar pessoas, mas as restrições organizacionais que operam sobre elas. A cultura da organização envolve um conjunto de pressupostos psicossociais como normas, valores, recompensas e poder, sendo atributo intrínseco a organização. Normas, valores, recompensa e poder. Normas: São padrões ou regras de conduta nos quais os membros da organização se enquadram. A norma é um padrão que as pessoas obedecem sem levar em conta o lado bem ou mau. As normas podem ser explícitas e as pessoas a elas se adequam conscientemente. Ex: manuais, estatutos, regulamentos, etc. Podem as normas ser implícita (subentendidas), como aquelas regras de conduta às quais as pessoas se conformam, mas não tem consciência. Quanto mais conformidade existir entre os dois tipos de normas, mais desenvolvida e eficaz será uma organização. Valores: O conjunto daquilo que a força de trabalho julga positivo ou negativo numa organização constitui o sistema de valores da organização. Normas e valores inter relacionam-se, existindo, conseqüentemente, uma interdependência entre eles; os valores podem estar refletidos nas normas, mas pressupõem se a norma é boa ou ruim, uma vez que há avaliação. Refletem esses valores a sociedade onde se insere a organização. Recompensa: Segundo um postulado das ciências do comportamento: "as pessoas se comportam como uma função daquilo que recebem de recompensa ou reforço". Portanto, é indispensável, no desenvolvimento do trabalho, procurar identificar aos gerentes não só laurear os empregados de excepcional rendimento, mas que também possa servir de estimulo aos menos dedicados. Poder: Quem tem poder na organização? Até que ponto esse poder é distribuído? Qual o grau de centralização ou descentralização da autoridade? Quem determina as recompensas? O entendimento desses quatro pressupostos à cultura da organização é um ponto básico para o sucesso do diagnostico organizacional, geralmente naquelas intervenções onde se torna fundamental compreender como a organização funciona ao ponto de vista do comportamento humano. 1.6 As profundezas ocultas da cultura A cultura e a cultura corporativa não devem ser vistas superficialmente, embora isso ainda seja feito por muitos teóricos. Todos os aspectos, desde os mais banais até os mais expressivos devem ser levados em consideração para poder haver um real entendimento da cultura de uma organização. Antigos valores, como os das organizações britânicas produzem atitudes fundamentais em sua historia de conflito de classes podem ter pouco haver com a organização atual, porem, por outro lado, podem desempenhar um papel importante em frustrar algumas tentativas de mudanças culturais. Embora não pareça, os contadores de uma organização têm influencia decisiva na sua cultura, pois podem moldar a realidade persuadindo as pessoas de que o desempenho financeiro deveria ser prioridade na determinação da maneira como a organização é dirigida. À medida que se explora a cultura coorporativa, mais claro fica que até os encontros semanais ou o ciclo de planejamento anual têm um significado. Até mesmo a forma como uma sala de reuniões esta arrumada pode mostrar algo sobre a cultura organizacional geral. As organizações acabam sendo o que pensam e dizem porque suas idéias e visões se auto realizam. As organizações modernas são sustentadas pela crença de que se é importante à racionalidade. O mito da racionalidade ajuda-nos a evitar a discussão que existiria caso a incerteza e a ambigüidade básica esta por trás de nossos valores fossem reconhecidos. CAPITULO II ANÁLISE ORGANIZACIONAL 2.1 A organização como fenômeno cultural Robert Presthus, sugere que hoje nós vivemos numa sociedade organizacional. As organizações de grande porte em todo o mundo influenciam o nosso modo de vida seja no Brasil como em qualquer parte do mundo. Por exemplo, construímos nossa vida em torno de diferentes conceitos de trabalho e lazer. Seguimos rotinas rígidas de trabalho cinco a seis dias por semana. Moramos em um local e trabalhamos em outro, usamos uniformes, acatamos autoridades. Podemos dizer que temos maneiras de agir parecida em torno de uma sociedade. Podemos tomar por base as pessoas que vivem em cidades grandes e pessoas que vivem no campo. São maneiras de se viver totalmente opostas. Embora a rotina organizacional seja vista como rotina apenas, ela, na realidade, se baseia em números de atividades que requerem habilidades especificas. A análise da cultural organizacional é feita, em sua dimensão simbólica, com base em quatro campos de saber. São analisados os saberes: ideológico, cientifico, artístico e técnico. Verifica-se com relação à cultura organizacional que existe concordância com relação à missão da empresa, comunicação interna, integração e interação interna. O dia-a-dia dos funcionários é marcado por reuniões e há ima preocupação em executar as tarefas da melhor maneira possível. A empresa não possui liderança autoritária. Porém eles desconhecem os princípios, valores e códigos da empresa, bem como, dizem que faltam atividades de lazer e entretenimento, prêmios de incentivo e estimulo á criatividade. Percebe-se a tendência a estimular o saber ideológico, cientifico e técnico, e não contemplar o saber artístico. 2.2 Diferenças internacionais em organização e administração O curso da historia criou muitas variações nas características sociais, nas visões do significado da vida, e nos estilos e filosofias de organização e administração. Tomaremos por base civilizações diferentes Japão, Estados Unidos e GrãBretanha. A organização japonesa é vista como uma coletividade, a que empregados pertencem e não como o trabalho constituído de varias pessoas. Os Japoneses devido à necessidade de sobrevivência desenvolveu seu espírito de colaboração e interdependência. As relações de autoridade são paternalistas e altamente tradicionais. Os funcionários das fabricas entendem que o trabalho de um depende do outro, e aceita sua posição com naturalidade. Esta política de orientação para o serviço estende-se entre as organizações e a sociedade mais ampla. Ela também explica as relações de colaboração entre o sistema bancário e a industria japonesa. No Japão eles assumem a responsabilidade de ajudar quando e onde for necessário. Conjugada com a facilidade de se ajustar e copiar idéias do Ocidente, a cultura das organizações japonesas mesclaram-se para criar uma forma de organização social hierárquica e harmônica dentro de um contexto industrial moderno. Nas organizações japonesas o trabalhador é visto como capital humano, o qual deve crescer e aperfeiçoar-se conjuntamente com a empresa. Para tanto, as políticas de recursos humanos estruturam-se em torno da manutenção do emprego. A prática do emprego vitalício se desenvolve a partir de um acordo implícito entre trabalhadores e organização, ou seja, sem a existência de garantias legais. Por outro lado, percebe-se que a permanência dos trabalhadores nas empresas não se dá meramente em função de contrapartidas materiais. As organizações japonesas conseguem se consolidar enquanto fonte de significa do para a identidade de seus empregados. Servir à organização e permanecer nos seus quadros torna-se base para a realização profissional: a maioria dos trabalhadores considera o destino da empresa como idêntico ao seu. Os critérios de promoção e as políticas de remuneração têm como referência básica a senioridade, sendo a variável mérito incorporada a medida em que se caminha para níveis hierárquicos mais elevados. Auxílios-aposentadoria são oferecidos como forma de estimular a permanência dos trabalhadores qualificados nas empresas. Além disso, bônus e benefícios são concedidos com freqüência, sendo considerados pelos empregados componentes indissociáveis do salário. A contratação norteia-se pelo princípio do aperfeiçoamento do capital humano na empresa. Dessa forma, os trabalhadores são recrutados antes mesmo de saírem das escolas secundárias e universidades. O maior interesse não reside na qualificação prévia (diplomas) do candidato, mas em sua atitude frente ao trabalho em grupo e seu potencial de desenvolvimento dentro da empresa. A qualificação e o conhecimento profissional serão adquiridos através dos próprios colegas de trabalho. Segundo Kobayashi (1995), isso se processa sem maiores temores e problemas dado a existência do emprego vitalício. Já para, esse sistema veio de encontro às necessidades de manutenção de mão-de-obra qualificada pelas organizações japonesas no pós-guerra. Com isso, os indivíduos são levados se superarem no emprego, sendo a presença no ambiente de trabalho bastante valorizada. As empresas passam a ser consideradas as organizações mais importantes na sociedade e referência para a ação social. Já na Grã-Bretanha a cultura é marcada por uma profunda divisão. Gerações e gerações de mudança social e conflito de classes perpetuam divisões antagônicas no local de trabalho, que nenhuma técnica de conciliação e de administração parece ser capaz de superar. Em contraste com os japoneses, os operários britânicos tradicionalmente definiram-se contra um sistema que percebem ter explorado seus ancestrais e hoje os explora. As elites administrativas assumiram o direito básico de ditar as regras para os trabalhadores, a quem eles vêem como tendo uma obrigação de obedecer. O antagonismo e a discórdia, em vez da solidariedade na fabrica, tornaram-se a ordem do dia. Os elitistas mandam e os funcionários obedecem, gerando um conflito interno e externo que parecem não ter fim. Nos estados Unidos à cultura que enfatiza a competição. A ilustração da cultura americana determina a administração, a ética do individualismo competitivo se sobressai. Muitas empresas americanas e seus empregados estão preocupados com o desejo de serem vencedores e com a necessidade de recompensar o comportamento bem-sucedido e punir o mal-sucedido, da perspectiva americana, o desempenho industrial e econômico é visto como um jogo e a orientação é jogar o jogo pra valer. Isso fica bem claro para todos inclusive através dos filmes americanos onde além de serem muito patriotas, são extremamente competitivos e determinados. Uma das maneiras mais fáceis de apreciar a natureza da cultura e da subcultura corporativa é simplesmente observando o funcionamento no dia-a-dia de um grupo ou da organização a que se pertence como se fosse uma pessoa de fora. As características da cultura gradualmente se tornam evidentes à medida que o individuo toma consciência dos padrões de interação entre indivíduos, da linguagem usada, das imagens e temas explorados na conversação e dos vários rituais da rotina diária. À medida que exploramos as razoes fundamentais para esse aspecto da cultura, descobrimos que existem sólidas explicações históricas para os modos como as coisas são feitas. 2.3 O valor do reconhecimento de diferenças culturais A cultura de nenhum país é integrada e homogênea, especialmente quando sociedades estão se tornando tão diversas, importantes diferenças entre uma e outra nação existem. Se entendermos essas diferenças, seremos capazes de entender muito melhor uma pratica estrangeira. E seremos capazes de apreciar muito melhor nossas praticas. Um dos aspectos da cultura é que ela cria uma forma de cegueira e egocentrismo. Ao oferecer códigos de ação que reconhecemos como normais ela nos leva a ver as atividades que não estão de acordo com esses códigos como anormais. Uma plena conscientização da natureza da cultura, no entanto, mostranos que somos todos igualmente anormais neste ponto. A adoção do ponto de vista de quem esta de fora de uma cultura é muito valiosa, porque assim podemos enxergar nossa cultura de uma nova perspectiva. 2.4 Comparações de culturas corporativas A influencia da cultura hospedeira raramente e uniforme. Assim como os indivíduos numa cultura e da subcultura tem diferentes personalidades, embora tenham muito em comum, isso também acontece com grupos e organizações. Este fenômeno é reconhecido como cultura corporativa. A análise das ligações entre estilo de liderança e cultura corporativa às vezes explica claramente porque certas organizações trabalham de determinada maneira. Alguns exemplos de estilos de liderança mostram diferentes modelos de administração: transacional, transformacional, carismática e visionaria. Transacional: lideres que por meio do esclarecimento dos requisitos dos papeis e das tarefas, orientam ou motivam seus seguidores na direção das metas fixadas. Transformacionais: Lideres que inspiram os seguidores a transcender seus interesses próprios em beneficio da organização, exercendo sobre eles um efeito profundo e extraordinário. Carismático: Lideres tidos como heróis ou extraordinários devido a determinados comportamentos observados pelos seguidores. Visionários: Lideres que visam o futuro, realista, digno de credito e atraente, ele cresce a partir do presente e o aperfeiçoa. No entanto, existem outros fatores que precisam ser considerados. Por exemplo, o sexo pode ser uma poderosa força cultural. Sistemas de valores dominados por homens. As formas tradicionais de organizações são geralmente dominadas e determinadas por valores masculinos. A ênfase na lógica, os modos lineares de pensamento e ação e a preocupação com resultados expressam valores e abordagens da vida que são mais masculinos do que femininos. A influencia feminina: equilíbrio entre os estilos racional e orgânico. Do ponto de vista cultural, as organizações estruturadas em torno de valores femininos tem mais probabilidade de equilibrar e integrar o modo racional-analitico com valores que enfatizam formas de comportamento mais intuitivas, orgânicas e baseadas na empatia. Já o grau de masculinidade-feminilidade relaciona-se à extensão através da qual uma cultura privilegia a realização, o sucesso material e o heroísmo em detrimento de relacionamentos, qualidade de vida, cautela. Um dos reflexos disso é o significativo valor atribuído à carreira profissional. 2.5 Clima organizacional O clima organizacional refere-se ao ambiente interno que existe entre os participantes de uma empresa. Este intimamente relacionado com o grau e motivação de seus participantes. O clima organizacional é a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que é percebida ou experimentada pelos participantes da empresa e que influencia o seu comportamento. Refere-se especialmente às propriedades motivacionais do ambiente organizacional, ou seja, aqueles aspectos internos da empresa que levam provocação de diferentes espécies de motivação nos seus participantes. Na medida em que o ambiente permite a satisfação das necessidades dos participantes, o clima organizacional tende a ser favorável. O clima organizacional pode ser percebido dentro de uma gama de características qualitativas: saudável, doentio, quente, frio, incentivador, desmotivador, animador etc..., De acordo com as características com que cada participante se defronta nas suas transações com o ambiente organizacional e passa a percebê-lo em função de suas transações. Em termos mais práticos, o clima organizacional depende das condições econômicas da empresa, do estilo de liderança utilizado, das políticas e dos valores existentes, da estrutura organizacional, das características das pessoas que participam da empresa, da natureza do negocio do seu ramo de atividade e do estagio da vida da empresa. O C. O. refere-se ao ambiente interno que existe entre os participantes da empresa. Está intimamente relacionado com o grau de motivação de seus participantes. O termo clima organizacional refere-se especificamente às propriedades motivacionais do ambiente organizacional, ou seja, aqueles aspectos internos da empresa que levam à provocação de diferentes espécies de motivação nos seus participantes. Em termos mais práticos, o clima organizacional depende das condições econômicas da empresa, do estilo de liderança utilizada, das políticas e valores existentes, da estrutura organizacional, das características das pessoas que participam da empresa, da natureza do negocio (ramo de atividade da empresa) e do estagio de vida da empresa. Na busca de sua sobrevivência e perpetuidade, um dos maiores desafios organizacionais é a obtenção da melhoria da produtividade empresarial. O clima organizacional é uma variável que influi diretamente na produtividade, pois o grau de salubridade de uma organização depende de sua atmosfera psicológica. O clima organizacional, a atmosfera psicológica da organização, é fruto do conjunto de percepções das pessoas que compartilham seu dia-a-dia com a organização, formando convicções que influirão diretamente no seu desempenho e no resultado da organização. 2.6 Clima versus cultura organizacional É importante ressaltar que não são intercombináveis os conceitos de cultura e clima organizacional. O clima não aponta os modos institucionalizados de agir e de pensar. O clima mapea o ambiente interno que varia segundo a motivação dos agentes. Aprende suas reações imediatas, suas satisfações e suas insatisfações pessoais: desenha um retrato dos problemas que a situação do trabalho, a identificação como a organização e a perspectiva de carreira eventualmente provocam na cultura organizacional constituem sistemas de referencias simbólicas e moldam as ações de seus membros segundo um certo figurino. Ao servir de elo entre o passado e o presente, contribuem para a permanência e a coesão da organização. E diante das exigências que o ambiente externo provoca, formam conjunto de soluções relativas à sobrevivência, à manutenção e ao crescimento da organização. CAPÍTULO lll COMPETITIVIDADE NUM MUNDO GLOBALIZADO 3.1 Missão e visão corporativa O termo competitividade é amplamente empregado nas organizações, requerendo uma analise sobre o mesmo. As mudanças fazem parte do mundo das pessoas e organizações. Neste ambiente, as organizações são chamadas a transformações e adaptações, a fim de sobreviverem no ambiente. Sendo assim, manter-se passivo e só mudar quando os problemas ocorrem é contribuir para o insucesso nos negócios, através de decisões precipitadas e equivocadas. O dia-a -dia dos dirigentes das organizações é marcado pela tomada de decisões, que podem gerar conseqüências diversas conforme o contexto de cada organização. Tais decisões deveriam partir de uma visão ampla do ambiente, considerando a característica social, cultural e políticas deste meio. Neste ambiente onde a concorrência aumenta e se qualifica a cada dia, torna-se imprescindível à necessidade de desenvolver empreendimentos com estratégias competitivas adaptadas ás necessidades do mercado. As concessionárias de automóveis inserem-se no grande contexto da industria automobilística. Ela tem sido objeto de vários estudos, a partir das montadoras de automóveis norte-americanas, japonesas e européias, principalmente. Este trabalho visa buscar informações sobre uma realidade ainda pouco conhecida, uma vez que as fabricas de automóveis são provenientes de outros paises com culturas e estratégias diferenciadas. Assim, há uma preocupação em analisar nas empresas de grande porte, que orientam as estratégia explicitas e ou implícitas em busca da sua competitividade. A contribuição esperada é a de possibilitar estabelecer novos rumos no caminho do crescimento das organizações estudadas, bem como demonstrar o papel significativo da cultura nas estratégias empresariais. 3.2 Cultura organizacional e estratégia competitiva nas organizações O termo competitividade é amplamente empregado nas organizações, requerendo uma análise sobre o mesmo. Cada autor enfatiza um determinado aspecto, mostrando conceito singular sobre competitividade. No Chambers English Dictionary apud Barbosa (1999), competitividade tem relação com / ou caracteriza-se por competição e associa o termo a rivalidade. Esta definição não caracteriza a abrangência da rivalidade, Barbosa (1999, p.23) conclui que "uma empresa é competitiva quando ela é capaz de oferecer produtos e serviços de qualidade maior, custos menores, e tornar os consumidores mais satisfeitos do que quando servidos por rivais". A análise da competitividade implicitamente também supõe o conflito além da rivalidade. Machado da Silva e Fonseca (1999, p.29) dizem que competitividade é definida pela "habilidade da organização em fabricar produtos melhores do que seus concorrentes, de acordo com os limites impostos por sua capacitação tecnológica, gerencial, financeira e comercial". Hamel e Prahalad (1995, p.26) expõem o que é preciso para chegar primeiro ao futuro, salientando. "A compreensão de que a competição pelo futuro é uma competição diferente". Mencionam, ainda, que "a competição pelo futuro é uma competição pela criação e domínio das oportunidades emergentes – pela posse do novo espaço competitivo. Criar o futuro é um desafio maior do que acompanhá-lo, para o qual é preciso criar seu próprio mapa". Muitas empresas ficam presas ao imediatismo e deixam de visualizar o futuro, perspectivas de negócios. Hamel e Prahalad (1995, p.36), afirmam que a competição pelo futuro é uma competição pela participação nas oportunidades, e não pela participação no mercado, é uma busca pela maior participação nas oportunidades futuras potencialmente disponíveis à empresa dentro de uma ampla arena de oportunidades, sejam sistemas de informações a domicílio, drogas fabricadas, pela engenharia genética, serviços financeiros, materiais, avançados ou quaisquer outras. Os estudos de Bucley, Pass e Prescott (1988, p.175) oferecem uma contribuição ao agrupar em três grandes categorias os elementos-chave em torno de competitividade ao propor os 3 Ps: performance (desempenho competitivo); potencial competitivo e processo gerencial. Para os autores, o desempenho competitivo descreve estágios diferentes no processo competitivo; o potencial delineia as entradas dentro da operação em termos de tecnologia, produtividade, acesso a recursos, vantagens comparativas e outros; e o processo gerencial diz respeito a itens como políticas governamentais, comprometimento com negócios internacionais e educação e treinamento. A estratégia é um processo combinatório de diversas abordagens, de diferentes escolas do pensamento ou linhas do pensamento, conforme apresenta Mintzberg (2000, p.13): escola do Design, do Planejamento, do Posicionamento, a Empreendedora, a Cognitiva, a do Aprendizado, a do Poder, a Cultural, a do Ambiental e a de Configuração. É através da estratégia que a empresa irá se posicionar na tomada de decisões, quanto à corporação e a competitividade, ou seja, como fará o direcionamento da organização, a fim de agir diante das ameaças da concorrência. Segundo Porter (1986, p.22), passa primeiramente pela identificação das características estruturais básicas das indústrias que determinam o conjunto das forças competitivas e, portanto, a rentabilidade da indústria. O autor relata que são cinco as forças competitivas que dirigem a concorrência na indústria e determinam a lucratividade da organização: entrada, ameaça de substituição, poder de negociação dos compradores, poder de negociação dos fornecedores e rivalidade entre os atuais fornecedores. Estas então são as forças determinantes em uma concorrência industrial, desta forma verifica-se que a concorrência não está limitada aos participantes estabelecidos. O estudo destas forças competitivas facilita a elaboração de uma estratégia competitiva tanto ofensiva como defensiva dentro de um contexto industrial. As organizações, de acordo com Porter (1986, p.50), podem contar com três abordagens estratégicas genéricas para enfrentar as cinco forças competitivas e serem bem sucedidas. Segundo ele, as três estratégias genéricas são liderança no custo total, diferenciação e enfoque. No entendimento do autor, a liderança no custo exige a construção agressiva de instalações em escala eficiente, uma perseguição vigorosa de reduções de custo pela experiência, um controle rígido do custo e das despesas gerais, que não seja permitida a formação de contas marginais dos clientes, e a minimização do custo em áreas como pesquisa e desenvolvimento, assistência, força de vendas, publicidade, etc. Intensa atenção administrativa ao controle dos custos é necessária para atingir estas metas. Porter (1992, p. 23) apresenta como a empresa pode escolher e implementar uma estratégia genérica, a fim de obter e sustentar uma vantagem competitiva. O instrumento básico para diagnosticar a vantagem competitiva e encontrar maneiras de intensificá-la é a cadeia de valores. O autor esclarece que "o valor é medido pela receita total, reflexo de preço que o produto de uma empresa impõe e as unidades que ela pode vender". A empresa é rentável quando o valor que ela impõe ultrapassa os custos envolvidos na criação do produto. A meta da estratégia genérica é criar valor para os compradores que exceda o custo e o autor afirma que é o valor e não o custo que deve ser usado na análise da posição competitiva. Na sua proposta, a cadeia de valores exibe o valor total o qual consiste em margem e atividades de valor. As atividades da cadeia de valor de Porter (1992, p. 34) compreendem "atividades física e tecnologicamente distintas, através das quais uma empresa cria um produto valioso para os seus compradores". As atividades são divididas em primárias (logística interna, operações, logística externa, marketing e vendas, serviços) e atividades de apoio (infra-estrutura da empresa, recursos humanos, tecnologia, aquisição - função de compra de insumos). A margem a que se refere o autor consiste na diferença entre o valor total e o custo coletivo da execução das atividades de valor. 3.3 Vantagem competitiva As vantagens de uma empresa podem resultar de diversas atividades de valor para a mesma. A analise das vantagens competitivas foi feita com base nas atividades primarias (logística interna, operações, logística externa, marketing e vendas e serviços) e atividades de apoio (infra-estrutura, gerencia de recursos de humanos, desenvolvimento de tecnologia e aquisição). Constatou-se assim que, com relação às atividades primarias, a principal vantagem competitiva da empresa esta nas operações de serviço ao consumidor: vendas, consorcio e oficina. Após, destacam-se busca de qualidade superior de produtos e serviços e a logística. Das atividades de apoio para vantagem competitiva, destacam-se busca de custos competitivos e infra-estrutura, seguidos pela tecnologia. A vantagem competitiva genérica esta relacionada a operações, infraestrutura e custos competitivos. 3.4 Análise da relação entre cultura organizacional e estratégia competitiva Iniciar e manter uma empresa requer a compreensão perfeita de conhecimentos que capacitem o interessado a obter sucesso. Observa-se que as pessoas têm relativamente pouco tempo de empresa, a maioria até cinco anos. As estratégias para a empresa competir no mercado não são bem compreendidas pela equipe. As atividades na empresa são desenvolvidas de forma empírica embora, exista uma preocupação através de reuniões em qualificar pessoas. Pode-se constatar que há falhas em áreas essenciais da empresa como motivação geral dos funcionários. A integração e interação que existem é função dos laços profissionais e obrigações. Predominam superficialidade e interesses individuais aos interesses corporativos. As intenções e objetivos que existem são alcançados mediante um clima de constrangimento e ameaça. Há concentração na orientação para a venda em detrimento da real satisfação dos clientes internos e externos. Predomina a preocupação com assuntos internos, relacionados ao aproveitamento de oportunidades de crescimento e melhorias. Internamente, a empresa procura aperfeiçoar-se, porem deixa de construir um futuro de sucesso. 3.5 PROCESSO DECISÓRIO A tomada de decisões é o núcleo da responsabilidade administrativa. O administrador deve continuamente decidir o que fazer, quem deve fazer, quando, onde e muitas vezes, como fazer. Seja ao estabelecer objetivos ou alocar recursos ou resolver problemas que surgem pelo caminho, o administrador deve ponderar o efeito da decisão de hoje sobre as oportunidades de amanhã. Decidir é optar ou selecionar dentre varias alternativas de cursos de ação aquela que pareça mais adequada. As decisões são tomadas em resposta a algum problema a ser resolvido, a alguma necessidade a ser satisfeita ou a algum objetivo a ser alcançado. As decisões envolvem um processo, isto é, uma seqüência de passos ou fases que se sucedem. Dai o nome processo decisório para se descrever as seqüências de fases que são quatro: 1) Definição e diagnostico do problema: essa fase envolve a obtenção dos dados e dos fatos a respeito do problema. Suas ralações com o contexto mais amplo, suas causas, definição e diagnostico. 2) Processo de soluções alternativas mais promissoras: esta fase envolve a busca de cursos alternativos de ação possíveis e que se mostrem mais promissoras para a solução do problema, satisfação da necessidade ou alcance do objetivo. 3) Análise e comparação dessas alternativas de solução: é a fase na qual as alternativas de cursos de ação são devidamente analisadas, ponderadas e comparadas, no sentido de verificar os custos e os benefícios. 4) Seleção e escolha da melhor alternativa como um plano de ação: a seleção e a escolha de uma alternativa de curso de ação implicam o abandono dos demais cursos alternativos. O tomador de decisão escolhe uma alternativa dentre varias outras. Se ele escolhe os meios apropriados para alcançar um determinado objetivo, a decisão é considerada racional. O processo na empresa se caracteriza pelos seguintes aspectos: 1) O tomador de decisões evita a incerteza e segue as regras padronizadas para tomar as decisões. 2) Procura manter as regras estabelecidas pela empresa e somente a redefine quando sofre pressões. 3) Quando o ambiente muda subitamente e novas estatísticas afloram ao processo decisional, a empresa se mostra relativamente lento no ajustamento e tenta utilizar o seu modelo decisório atual a respeito do mundo para lidar com as condições modificadas. A sua forma existem dois tipos de decisões: as decisões programáveis e as não programáveis. As programáveis são aquelas tomadas de acordo com métodos e técnicas já estabelecidas, e as não programáveis constituem novidades e tendem a ser tomadas dentro de regras improvisadas exigindo esforços para definir e diagnosticar o problema ou situação através da obtenção dos fatos e dos dados. Quanto ao nível em que são tomadas: 1) Decisões estratégicas: relacionada com o estabelecimento de ralações entre a empresa e o ambiente. São tomadas no nível institucional. 2) Decisões administrativas: relacionadas com o estabelecimento da estrutura e configuração organizacional da empresa. Tomadas no nível intermediário da empresa. 3) Decisões Operacionais: relacionadas com a seleção e orientação dos níveis operacionais da empresa encarregadas de realizar a tarefa técnica. As decisões podem ser tomadas dentro de três condições, a saber: 1) Incerteza: nas situações de decisão sob incerteza, o tomador de decisão tem pouco ou nenhum conhecimento ou informação para utilizar como base para atribuir probabilidades a cada estado de natureza ou evento futuro. 2) Risco: o tomador de decisões tem informação suficiente para predizer os diferentes estados da natureza. Porem, a quantidade dessa informação e sua interpretação pelos diversos administradores pode atribuir diferentes probabilidades conforme sua crença ou intuição, experiência anterior, opinião, etc. 3) Certeza: o administrador tem completo conhecimento das conseqüências ou resultados das varias alternativas de cursos de ação para resolver o problema. 3.6 Estilos de liderança Para fazer uma empresa ou departamento produzir resultados, o administrador deve desempenhar funções ativadores. Entre elas sobressaem a liderança e o uso adequado de incentivos para obter motivação. A liderança é necessária em todos os tipos de organização humana. Principalmente nas empresas e em cada um de seus departamento. Ele é igualmente essencial em todas as demais funções de administração: planejamento organizacional, direção e controle. Porém, a liderança é mais relevante na função de direção menos aquela que toca mais perto as pessoas. Não se deve confundir liderança com direção. Um bom dirigente deve ser um bom líder e nem sempre um bom líder é um bom dirigente. A liderança é a capacidade de influenciar subordinados a fazer aquilo que devem fazer. 3.7 Organizaçâo formal e informal O aspecto formal da organização abrange problemas de estruturas, normas, métodos e processos de trabalho, como concebidos pelos criadores da organização. Por outro lado, quase sempre o quadro rela do comportamento e de reações apresentadas pelos membros de uma organização se afasta, ligeira ou amplamente do plano formal de duas maneiras. O plano formal pode estar incompleta pode não compreender integralmente o padrão de comportamento efetivamente seguido, e algumas partes do padrão de comportamento podem estar em contradição com o plano. Assim, emerge o outro ângulo, a organização informal, que envolve o padrão de comportamento adotado, amaneira pela qual os membros da organização realmente se comportam, à medida que esses padrões não coincidem com o plano formal. Segundo Chester Bernard, a organização formal é um sistema de atitudes ou de forças de duas ou mais pessoas, coincidentemente coordenadas, enquanto a organização informal é um agregado de contatos e integrações pessoais e os agrupamentos de pessoas associadas. A distinção entre a organização formal e informal é que enquanto a primeira é um organização planejada e a segunda constitui o resultado da interação espontânea dos membros da organização, o impacto das personalidades dos atores sobre os papeis que lhe foram destinados. Portanto, não existe organização formal sem a sua informal contrapartida, pois o plano administrativo formal não pode nunca refletir adequada ou completamente a organização completa a qual se refere, pela razão obvia que de nenhum plano abstrato pode descrever exaustivamente uma totalidade empírica. Embora os objetivos de uma organização formal sejam mais explícitos, algumas vezes pode ocorrer que a estrutura formal. Não se deve esquecer que as estruturas podem se tornar um competidor em vez de um complemento da estrutura formal. CAPÍTULO IV CULTURA ORGANIZACIONAL 4.1 A capacitação pela cultura O mundo social é concebido e sustentado por padrões de valores e significados (os gestos, as posturas, o discurso, o olhar são ações continuamente decodificadas de forma homogênea pelo grupo). Essa homogeneidade propicia certezas que permitem até a rotina de interpretações, decisões e julgamentos porque estes emergem de uma base confiável de valores, crenças e signos (a cultura é um contexto que torna a conduta inteligível – tanto a própria como a do outro). A diversidade dos discursos (machista, feminista, promíscuo e puritano) indica a existência de subculturas - padrões de significados peculiares a certos grupos em determinadas questões. No exercício desse papel, a cultura é uma capacidade que propicia aos indivíduos uma aptidão para agir, tal como observado nas “ferramentas” que as culturas criam para a satisfação das necessidades biológicas e psicológicas. A realização dos desejos dos indivíduos, como das metas das organizações, depende dos significados e preferências que as ações adquirem dentro de um grupo (como poderia um plano estratégico estar em contradição com a cultura da empresa?). Tal capacidade da cultura fomenta o desenvolvimento de estruturas sociais que viabilizam o funcionamento de seus mecanismos adaptativos e regulatórios. Qualquer projeto coletivo apresenta possibilidades de êxito ou de fracasso, na medida em que seus objetivos e atividades tenham ou não sentido para os colaboradores (as empresas são vistas como grupos artificiais quando suas metas e atividades colocam-se em contradição com a cultura organizacional). As situações de conflito, de reconhecimento, ou dúvida são reconhecidas, generalizadamente, numa organização porque o desempenho das pessoas, na interação é decifrado dentro do mesmo sistema de códigos que todos utilizam. A empresa, através de sua cultura pode (e deve) ser uma fonte de motivação para a realização profissional através do trabalho (forma visível e inegável de reciprocidade). 4.2 Globalização e cultura Uma das principais conseqüências do processo de globalização é as amplas renovações culturais, promovidas pelo contínuo, intenso e programável bombardeio de significantes pelos meios de comunicação de massa. A economia globalizada é movida pela produção de bens culturais altamente perecíveis (informação, símbolos, grifes...) gerando intensa circulação de sujeitos e objetos (tudo é descartável; a competitividade depende da produção de valores). Cresce a dependência dos meios de comunicação de massa que impõem sua lógica (valores e ritos criados pela promoção de marcas) Crescem as identidades (personalidades) biculturais (nem sempre é fácil saber quem é o outro). A moral pragmática (vale o que traz prazer) se sobrepõe à moral social (vale o que é bom para todos) Os ideais são substituídos por grifes Valorização do cuidado consigo mesmo (individualismo/egocentrismo) Há um processo de destradicionalização Tem-se substituído os ideais pelas grifes Através de mecanismos de interação associados ao bombardeio de significantes, os indivíduos são induzidos a crer que decidem livremente o que lhes tem sido imposto. A cultura organizacional oferece valores e sentidos compartilhados que alimentam a segurança ontológica (a confiança na força da própria causalidade pessoal) Embora discute-se se a cultura é um produto de cognições (cognitivismo) ou de signos (simbolismo) compartilhados, através dela as pessoas (e as empresas) criam o mundo no qual vivem. 4.3 O CONTEXTO ATUAL DOS NEGOCIOS A globalização produz um processo generalizado de diferenciação de potencialidades (novos sentidos e valores). O sucesso dos negócios depende da identificação e aproveitamento dessas potencialidades (enfrenta-se a competitividade pelo aproveitamento de oportunidades voláteis, migrantes e criadas pelos indivíduos). A produção depende da automação, (diminuição de custos e de tempo) de decisões artesanais (diagnósticos) e da criação de competências organizacionais (auto-organização). A eficiência depende menos da estrutura, ferramenta para criar demandas sobre o desempenho dos indivíduos do que da negociação e adaptação (ajuste dos processos às exigências do ambiente). A empresa evoluí como uma comunidade de ação que produz, coordena e transforma conhecimentos em valor econômico. As pessoas tornam-se recursos estratégicos por sua capacidade de criar valores (fonte de vantagem competitiva pela potencialidade de criar valores). Espera-se mais trabalho e mais esperteza do trabalhador. 4.4 Globalizaçâo e a cultura organizacional Como parte do processo de capacitação dos indivíduos, a cultura organizacional assume o papel de contraponto frente a uma cultura social desagregadora a cultura organizacional tem um papel crucial na propiciarão de sentidos para as atividades, o negócio e a realização do próprio trabalhador. O desempenho de qualidade, nesse contexto cultural, depende de um sistema de valores e significados que facilite e motive a legitimação e reconhecimento do compromisso, da cooperação e da competência (fortalecimento da segurança ontológica). A proposta de “ethnomanagement” (o estudo das culturas organizacionais a partir dos traços das culturas nacionais) tem sido considerada como uma forma de gestão das contradições geradas pelas condições criadas pela globalização. Num mundo controlado pelo bombardeio de narrativas e significante o desempenho de qualidade e o crescimento profissional dependem da crítica sobre as próprias representações e significados, enquanto indivíduos e enquanto grupo. A gestão da cultura organizacional funciona como a terapia para o indivíduo ao prover a empresa como a terapia provê para o indivíduo, um espelho no qual este pode constatar e criticar o sistema de valores e significados que dá sentido e legitimação para seus atos. 4.5 Problemas de adaptaçâo interna e externa Existem dois tipos de problemas em relação à cultura: aqueles que lidam com a sobrevivência básica de um grupo e aqueles que lidam com a habilidade das pessoas para funcionarem como um grupo. Todas as organizações vão se deparar com um ou outro destes problemas. Assim, o autor sugere, para o primeiro tipo de problema, que elas devam ter como instrumentação de ação: Estratégia Objetivos Maneiras de se atingir os objetivos Medidas de desempenho Instrumentos de correção Já para o segundo tipo de problema, que pode ser entendido como de "integração interna", as organizações devem estar atentas a: Linguagem Fronteiras Poder e status Intimidade Recompensas e punições Ideologia Neste ponto, o autor coloca que cultura vai além das normas e valores de um grupo, funcionando assim mais como uma conseqüência fundamental, baseada em sucesso repetido e um processo gradual de "tomar por suposto". A cultura é permanentemente formada, de maneira que sempre haverá um processo de aprendizado em andamento na organização. Entretanto, este processo não modifica as coisas que são profundamente aprendidas a ponto de tornarem-se um elemento estável na vida de um grupo. Pois a cultura serve à função de estabilizar o ambiente interno e externo de uma organização. Assim, a cultura deve ser transmitida para os novos membros da mesma. É importante a questão se um novo membro irá trazer uma cultura diferente de fora, principalmente se for de alto nível hierárquico na organização. Assim, o autor levanta a questão se ele deve ser apresentado aos demais membros antes ou depois de ser introduzido na cultura da empresa, (e isso seria realmente possível?)? 4.5.1 Perceber, pensar e agir Na parte final, discute o processo de aprendizagem, que, envolve todos os elementos emocionais e cognitivos de uma pessoa. Ao fixar-se em percepções, pensamentos e sentimentos, coloca a importância destes relacionados ao comportamento evidente. Segundo ele, a cultura é manifestada neste comportamento evidente, mas sua idéia vai bem mais além de comportamento. Para o autor, o problema de decifrar a cultura de uma organização está relacionado com descobrir as suposições escondidas dentro dela. Para poder perceber, pensar e agir sugere que se faça o seguinte: Analisar o processo e conteúdo de socialização de novos membros Analisar respostas a incidentes críticos na história da organização Analisar crenças, valores e suposições de "criadores de culturas ou carreiras”. Explorar e analisar, juntamente com insiders, as anomalias ou confusões observadas. O concluímos trazendo a idéia que uma organização largamente diversificada provavelmente contém muitos grupos sejam funcionais ou geográficos, com uma cultura própria, podendo gerar conflitos. A questão se uma organização deve ficar flexível a isto ou criar uma forte cultura homogênea surge como uma das decisões mais importantes a qual um gerente confronta-se, especialmente se a alta administração não estiver consciente de suas próprias suposições culturais. 4.6 Organizaçâo e o contexto cultural A organização é em si mesma um fenômeno cultural que varia de acordo com o estágio de desenvolvimento da sociedade. Ela varia de uma sociedade para outra, sendo no mesmo país ou em países diferentes. O cientista político Robert Presthus sugere que vivemos atualmente numa "sociedade organizacional", ou seja, grandes organizações exercem influência no dia-a-dia das pessoas, independente do país. Apesar de todas as sociedades modernas terem características em comum, existem diferenças transculturais (características sociais-nacionais, estilos, filosofias, etc) entre elas, bastante arraigadas aos contextos culturais nos quais evoluíram. Como grande exemplo, temos o conceito japonês de trabalho, bem como as relações entre os empregados e as suas organizações – muito diferentes do que ocorre no Ocidente. No Japão as organizações são vistas como coletividades, às quais os empregados pertencem e as vêem como uma extensão de sua família. Já nos Estados Unidos, a ética do individualismo competitivo é provavelmente aquela que se figura com maior clareza, além da forte existência por parte das organizações e dos funcionários da necessidade de recompensar e punir comportamentos bem e malsucedidos. No Ocidente, certas discrepâncias culturais diferenciam os estilos americano, inglês e de outros países. No início da década de 40 foi escrito um ensaio onde notou-se que a prática americana era de encorajar certas formas de comportamento ostentador e exibicionista por parte das crianças que se encontrem ainda em uma posição dependente e de subordinação, enquanto na Inglaterra foram encorajadas a serem espectadores submissos na campanha de adultos e recompensados por serem "vistos, mas não ouvidos". Bateson, que escreveu esse ensaio, sugeriu que essas práticas de criação das crianças têm consideráveis implicações para a vida posterior. No caso americano, é dado um grande espaço para que as crianças fiquem contentes e satisfeitas consigo mesmas, sentimentos sobre os quais repousarão mais tarde aqueles de independência e de força. Foi também detectado em um contexto organizacional de oportunidades criadas por visíveis realizações por parte daqueles que estão no papel de subordinados, combinadas com expressivo reconhecimento por parte daqueles que se acham em papéis superiores. Ainda nos Estados Unidos, organizações bem-sucedidas parecem encontrar formas de recompensar e de motivar os seus empregados de modo a verem-se a si mesmos como vencedores. É o chamado reforço positivo, muito utilizado, também, por organizações japonesas, britânicas, entre outras, tendo como premissa à "recompensa por um comportamento desejado". Compreendendo esses fatores culturais que afetam diretamente as organizações, pode-se identificar diferenças transnacionais no comportamento organizacional. Assim, torna-se possível enxergar as organizações, os seus empregados, as suas práticas e os seus problemas sob uma nova perspectiva. As organizações são minissociedades que têm os seus próprios padrões distintos de cultura e subcultura (cultura organizacional). Cada organização tem um jeito próprio de pensar e de lidar com os desafios que enfrenta, possui uma história própria. Observando o dia-a-dia de uma organização pode-se identificar a cultura existente: a linguagem utilizada, imagens e temas explorados em conversas, bem como as rotinas diárias. CAPÍTULO V O PROCESSO DE MUDANÇAS NAS EMPRESAS Este tema se insere em uma nova linha de pesquisa nas Ciências Sociais, denominada Cultura Organizacional e visa contribuir para o rompimento de preconceitos, historicamente cristalizados, entre a produção acadêmica das Ciências Sociais e a utilização do conhecimento pelas empresas. Sob a ótica das Ciências Sociais essa aproximação viabiliza uma ampliação da sua metodologia sobre o conhecimento do universo empresarial e das formas de gerenciamento, abrindo novos horizontes de pesquisa e campo de atuação profissional. Do ponto de vista prático, procura propiciar às empresas uma melhor compreensão de si mesmas e o conseqüente Aperfeiçoamento dos seus métodos de gestão e aprimoramento das condições de trabalho, já que, mediante apresentação de um "retrato" da empresa, pretende fornecer subsídios para a reflexão do corpo gerencial, sem pretender, no entanto, um caráter intervencionista. A necessidade de sobreviver num mercado altamente competitivo e atender a clientes cada vez mais exigentes têm sido o desafio das empresas produtoras de bens e serviços da atualidade. Muitas, entretanto, ainda não despertaram para sua própria realidade no contexto nacional ou internacional das empresas. Hoje, os grandes grupos produtores deixaram de ser nacionais e passaram a ser intercontinentais ou transnacionais atuando em todas as partes do mundo. As nações estão sendo obrigadas a abrir seus mercados, como forma de evitar o caos proveniente da entropia natural que desorganiza os sistemas fechados. É a globalização. Novos paradigmas são implantados, anulando completamente a cultura anterior, provocando o fechamento do negócio de muitas empresas que já tiveram sucesso. A história está aí a mostrar os exemplos. Mesmo assim, muitas são as empresas que ainda, acreditando que a crise que enfrentam é uma conseqüência da situação sócio-econômica das nações, ainda não se aperceberam que o homem de hoje tem uma noção bem mais apurada de seus direitos, deveres e responsabilidades. Estruturas de poder têm falido diante dessa evidência. Cabe, portanto, às empresas que ainda estão sobrevivendo dentro do contexto de mudanças do fim do século, acordar para o papel de liderança que devem desempenhar nos processos de evolução da sociedade, começando por suas empresas. Aquelas empresas, que não buscarem organizar-se com flexibilidade, que não souberem valorizar seus recursos humanos, que não investirem esforços no sentido de adequarem seus produtos aos mercados e acompanhar o rápido progresso da humanidade, estão fadadas a desaparecer. O problema de buscar a excelência deve considerar também o processo de inovação em tudo que se faz e a antecipação do futuro. A implantação e implementação de um ambiente de inovação que evolua constantemente, aprimorando pessoas, processos, sistemas e a forma de gerenciar, não é mais uma opção e sim uma necessidade para assegurar sua sobrevivência no mercado cada vez mais competitivo. Não há lugar para todos. Nem todos sobreviverão. Nesse processo que não tem fim, o papel da Antropologia Empresarial é fundamental. Considerando-se que foi a Antropologia que cunhou o conceito de cultura e instituiu o "método etnográfico", discutindo mais profundamente as implicações e aplicações de ambos, a visibilidade antropológica, no contexto das demais ciências sociais, se tornou natural. No âmbito das ciências sociais a atividade gerencial sempre esteve associada ao mundo dos negócios e das empresas e nunca foi tomada como objeto científico. Entretanto, a tarefa de administrar não se encontra circunscrita a estes universos, ela é intrínseca à organização das sociedades modernas em instituições especializadas, estando presente em todos os lugares: universidades, hospitais, sindicatos, associações beneficentes etc. No interior das empresas a atuação do antropólogo é extremamente diversa. Ela se estende desde assuntos específicos, como por exemplo, as diferentes formas de aprendizado socialmente legitimados nos diferentes grupos étnicos de uma empresa, até a questões referentes aos modelos culturais que subjazem às organizações por processos, a ideologia embutida nos programas de qualidade até análise de cunho mais estratégico como as mudanças de paradigmas no mundo contemporâneo. A análise cultural do ambiente dos negócios e das empresas, conhecida como Cultura Organizacional pode situar a empresa no contexto das grandes transformações ideológicas que estão ocorrendo no mundo, atribuindo sentido aquilo que nos parece desordenado; a identificar quais são os valores e os pressupostos que estão por trás de uma organização por processo; a saber o que significa do ponto de vista simbólico a mudança de foco do produtor para o consumidor nos tempos atuais; quais os critérios implícitos e explícitos nas avaliações de desempenho e como eles se relacionam com a idéia de meritocracia; mostrar como podemos trabalhar em um ambiente de qualidade total se estes programas que vêm acompanhados de um "pacote cultural" que exigem determinados valores e práticas sociais do tipo: visão holística da empresa, trabalho em equipe, compartilhamento de informações, de poder e de decisão etc., se contrastam e se chocam com empresas estruturas funcionalmente, dividas em departamentos funcionais, baseadas na valorização do trabalho individual, no uso da informação como instrumento de poder, na centralização do poder decisório etc. Todo o processo de implantação e implementação de um ambiente de inovação requer esforços que visam um realinhamento da cultura vigente na empresa. A maior dificuldade encontrada para que esse processo ocorra adequadamente está no fato de que os profissionais que atuam no mercado não têm formação específica em Antropologia. Daí a relevância estratégica da Antropologia Empresarial. A análise cultural contribui para entendermos a dinâmica específica externa e interna de cada empresa, a hierarquia de valores que predominam no interior de uma determinada empresa, sua identidade organizacional, a maneira como ela se posiciona no mercado, o seu modelo interno e externo de relações sociais e políticas e o seu sistema de comunicação etc. O conhecimento da Cultura Organizacional é essencial para viabilizar as estratégias e o processo de mudança e o seu conceito impede que se pense em soluções ótimas ou em normas ideais, pois a abordagem cultural enfatiza a coerência das decisões tomadas e os resultados conseguidos com relação à cultura e à identidade da empresa. Além disso, há necessidade de interpretar a empresa, descongelando o sistema vigente de idéias, para observá-la melhor, reestruturá-la de acordo com a nova filosofia e recongelá-la dentro de novos padrões adequados ao ambiente de mudanças. Esse processo de descongelamento, reestruturação e recongelamento é um ciclo que se aplica em todos os processos e sistemas de forma contínua. A própria necessidade de flexibilidade do sistema, por ser contingencial, obriga a isso. A perspectiva cultural procura mostrar que existe uma singularidade própria em cada empresa que a distingue das demais. A empresa é uma unidade social e, como tal, deve ser estudada pela Antropologia como qualquer agrupamento social. A Cultura Organizacional é constituída de valores, normas, atitudes e comportamentos resultantes de uma experiência coletiva, e compartilhados pelos membros da empresa e representa, portanto, o resultado da adaptação de uma empresa ao seu ambiente; valores adquiridos coletivamente são julgados relevantes para serem preservados e ensinados aos novos membros. A formação da Cultura Organizacional presume, em princípio, que os novos membros da empresa serão socializados segundo esses valores considerados os mais relevantes. No sentido teórico, a aceitação de que existem características singulares de uma empresa, que influenciam comportamentos gerenciais, faz os princípios e proposições administrativos, inclusive aqueles sobre inovação, perderem a sua pretensão de generalidade. O conhecimento de realidades específicas pode servir para ajustar princípios gerenciais a novas condições, mantendo assim a sua validade. Praticamente em nenhuma ciência existem princípios que sejam válidos independentemente de fatores contigenciais. Por outro lado, vale ressaltar que o sucesso na aplicação dos poucos princípios e muitas técnicas gerenciais que se propugnam universais tem sido maior do que os fracassos. Isso explica também a pouca preocupação com esses estudos por parte dos estudiosos da gerência. Embora não existam medidas claras de comparação entre sistemas de produção, organização e gerência, a transposição de sistemas de uma cultura para outra tem sido feita com razoável nível de eficiência, apesar da constatação de diferenças. No sentido prático, a consequência imediata de se crer na existência de uma Cultura Organizacional é aceitar que existem: a) um conjunto de características que diferem de uma empresa para outra e que condicionam comportamentos típicos para ação e reação às provocações ambientais; b) uma tendência a defender e a preservar hábitos que caracterizam a singularidade da organização e no passado garantiram a sua sobrevivência; e c) a possibilidade de mudanças e inovação essencialmente por forças externas, ou produção interna de idéias novas de grande impacto. Se o contexto cultural da empresa é único, o processo de inovação e mudança também o é. Comparar mudanças organizacionais para descobrir semelhanças e replicar situações pode ajudar no conhecimento de algumas estratégias genéricas, mas é o conhecimento dos detalhes e das diferenças que vai mostrar o que realmente ocorre e garantir o sucesso da inovação. Assim, introduzir a mesma mudança porque foi bem-sucedida em outra empresa ou instituição pode produzir resultados diversos e inesperados. Se a empresa possui um sistema cultural próprio, este já define previamente as condições favoráveis ou desfavoráveis à mudança. Uma história ou um caso de mudança ou inovação é facilmente contato ou relatado. Pode-se descrever, por exemplo, o caso de inovação em determinada organização relatando etapas da mudança, e até dividi-la em fases sequenciais: primeira, segunda, terceira etc. Mas, toda história de mudança tem uma pré-história, isto é, condições organizacionais próprias, que favorecem a identificação de problemas e o surgimento de propostas para solucioná-los. Portanto, a mudança exige condições de Cultura Organizacional - a infra-estrutura de mudança que favorece iniciativas e garante o sucesso da implementação. Como a mudança começa na infraestrutura, simplesmente transladar etapas estruturais de inovação de uma empresa para outra, mesmo que o processo seja criteriosamente concluído, pode levar a resultados diversos, por ausência de semelhança nas condições culturais. Nunca é demais lembrar que a mudança organizacional, antes de ser um processo técnico, ou simples arranjo organizacional, consiste essencialmente em processo cultural de alterar valores. Mudar produtos, serviços ou organogramas pode significar, em muitas instâncias, uma agressão violenta a um sistema de valores existentes. E quanto maior a desconsideração pelo sistema cultural, maiores a resistência e as inadaptações provocadas pela incorporação de novas idéias. Na gerência da mudança não se pode adotar a perspectiva inocente ou simplista de pensar que, introduzida a mudança organizacional - produto, serviço ou procedimento -, a empresa naturalmente irá adaptar-se a ela. Quando valores fundamentais são feridos, as pessoas reagem e tendem resistir à mudança, na medida em que ela ocasiona, inexplicável ou desavisadamente, quebra de relações e padrões estabelecidos no ambiente de trabalho. Como a mudança envolve alteração na Cultura Organizacional, ela necessita de tempo para a acomodação de valores. A mudança é, sobretudo, um processo de aculturação e aprendizado, e não somente um processo tecnológico, ou de Organização e Métodos. Os indivíduos precisam de tempo para compreender, adquirir e praticar novas habilidades, bem como para se adaptar às novas condições de trabalho impostas pela mudança. na verdade, não há grandes atalhos para introduzir inovação: algum tempo é necessário, e é impossível encurtá-lo. A mudança - muito mais um processo cultural do que um processo tecnológico ou mecânico - exige atenção a significados, símbolos e ritos que a organização atrela aos seus processos administrativos. Por exemplo: todas as dimensões técnicas e organizacionais podem estar preparadas para a mudança produtos, serviços, protótipos, análises, estruturas, sistemas e métodos - mas se os valores da mudança não estiverem na perspectiva gerencial e a cultura organizacional não estiver propensa à mudança, simplesmente nada acontecerá, ou a proposta de inovação resultará em grande fracasso. 5.1 Pode-se Mudar a Cultura de uma Organização? Segundo Kissil (1998), para que a organização possa sobreviver e se desenvolver, para que existam revitalização e inovação, deve-se mudar a cultura organizacional. Esse conceito responde plenamente esta questão, onde o Autor sugere que a revitalização e a inovação são fatores importantes para as empresas, e de certo modo só se consegue isso mudando a cultura da organização. O esforço de entendimento mútuo dentro da empresa é uma maneira de garantir uma estrutura consistente e manter o ritmo de produtividade da organização. Para montar as equipes com um perfil variado é preciso de um enfoque cultural e escolher as pessoas que são diferentes. O que faz uma empresa forte é o respeito mútuo interno, é ele que poderá gerar respostas rápidas e eficientes. Se as diversidades forem integradas em torno de um único compromisso, a empresa estará sempre pronta para administrar as mudanças que forem necessárias. Só se consegue isso com uma cultura organizacional forte, onde as pessoas têm os valores e princípios da empresa disseminados de forma clara, onde todos tem orgulho de fazer parte de uma organização transparente e focada no sucesso. 5.2 Ferramentas que ajudam a mudança na Cultura da Organização Clareza de objetivos, valores e princípios: Onde a empresa tem seus objetivos claros, definidos, formalmente estabelecidos e orientados para médio e longo prazo. Para dar certo a empresa deve fazer com que todos funcionários tenham acesso aos seus objetivos, ter definidos os valores e princípios, sendo relembrados periodicamente (Ex. reunião mensal), isso auxilia no processo de mudança e seu retorno pode ser de médio prazo, caso bem divulgado e aplicado. Imagem de produtos e serviços: Grau em que os vários públicos (internos e externos) percebem a qualidade dos produtos e serviços oferecidos. Não basta o cliente externo ter percepção da empresa, mas também os funcionários, a "venda" interna é muito importante, divulgação de projetos que estão sendo executados, conquistas, detalhes sobre a qualidade de seus produtos e serviços, devem ser do conhecimento dos clientes internos e externos, fazendo com que o funcionário tenha orgulho do seu trabalho. Seu resultado na mudança pode ser notado no longo prazo. Deve ser também ser trabalhado constantemente, para manter os funcionários informados. Integração e comunicação: Onde a estrutura da organização permite a comunicação interna entre os diversos níveis de forma simples e aberta. Tendo também a colaboração e parceria como meio existente como auxílio mútuo, sendo tanto internamente (funcionários) quanto externamente (fornecedores). A comunicação flexível, entre subordinados e gestores, caso a empresa for muito fechada se dará num período de longo prazo, porém sendo um pouco mais flexível, se dará no curto ou médio prazo. A política de "portas abertas" deve ser incentivada pelos gestores até se tornar comum na organização. Abertura a novas idéias: Grau em que a empresa é dinâmica, está atenta às mudanças, tem senso de oportunidade, estabelece objetivos arrojados, é líder de tendências e cria um ambiente motivador. Nesse ambiente a empresa valoriza e incentiva as novas idéias de seus colaboradores. Pode ser feito incentivos financeiros como premiações por economia na mudança de algum processo, criar uma caixa de sugestões, ter reuniões periódicas entre setores na busca de melhorias, criar um grupo de melhoria, etc. Depende muito da comunicação, ela deve ser aberta a ponto do funcionário ter a ousadia de expor e criar novos métodos e procedimentos. É um trabalho que pode trazer resultados no curto, médio, ou longo prazo. Desempenho profissional: O trabalho é estimulante para os funcionários e oferece desafios profissionais, possibilidade de crescimento e valorização pessoal. A própria prática de idéias faz com que o profissional sinta-se mais valorizando, pode-se também fazer rodízios, onde o funcionário deixa de ser um especialista numa função e começa a ter conhecimento de outras atividades, ajudando no entendimento do todo do processo e seu objetivo final. A construção de um plano de carreira também é importante, mas certamente é mais viável em empresas de grande porte. Seus resultados são de médio a longo prazo. Aprendizado: A empresa estimula e proporciona oportunidade de desenvolvimento profissional para os funcionários. A empresa não passa da fase de apenas cobrar qualificação do quadro funcional, mas passa a incentivar. Pode-se fazer isso com cursos internos, auxílio financeiro nos estudos (faculdade, curso de línguas, cursos profissionalizantes específicos, etc.). Pode ser implantado com divulgação de uma nova política de valorização dos funcionários incentivando aos estudos, tem um reflexo muito bom, e seus resultados podem ser de curto prazo. 5.3 Critérios para recrutamento, seleção, promoção de empregados. Os tipos de pessoas que são contratadas e os que têm sucesso são aqueles que aceitam e comportam-se de acordo com os valores da organização. É fundamental não ter o favoritismo de algumas pessoas, onde o caráter paternalista, pode ser visto muito fortemente em empresas familiares acontecer tornando a organização desacreditada internamente. Aplica-se com um recrutamento e seleção feita por profissionais qualificados, onde são buscados profissionais que se encaixam com o perfil da vaga e os objetivos da organização. Seu retorno é de longo prazo. É importante porém ressaltar que antes de qualquer atitude deve-se primeiramente fazer um diagnóstico da atual cultura da organização, para poder assim fazer um plano de ação e finalmente executá-lo e controlá-lo. 5.4 Aplicação das ferramentas citadas Os mecanismos acima citados, realmente podem ser aplicados, e são formas de fazer com que a organização mude sua cultura corporativa, claro que se deve observar o tamanho e a estrutura de cada empresa e adaptar a ferramenta conforme sua situação. A mudança da cultura certamente começa de cima para baixo, e podem e devem ser executadas pela Diretoria. Os gerentes intermediários, supervisores, ou chefes de departamentos, devem obrigatoriamente fazer parte do processo, ou etapas como a de comunicação não funcionariam, é seu papel também incentivar as mudanças propostas, é por eles que as instruções normalmente chegam, e se falhar nessa etapa todo o processo pode vir por água abaixo. Dessa forma conclui-se que apenas com a integração de todos é possível fazer com que se mude a cultura de uma organização. Quando falamos sobre cultura organizacional devemos estar automaticamente pensando na atitude funcional dos membros que atuam na organização. Estas atitudes, muitas vezes rotineira, partem de um aprendizado juntamente ao grupo a que pertencem A cultura de um grupo surge através de assuntos compartilhados que retratam a mesma podendo ser formal ou informal. A cultura organizacional formal a principio é determinada pelo gestor da organização, que especifica sua estrutura, descrição de cargos, objetivos e estratégias, tecnologias, praticas operacionais, políticas e diretrizes de pessoal, métodos e procedimentos, medidas de produtividade física e financeira. Todavia, a informal surge juntamente com a integração do grupo, estes formam alianças que surgem através da afetividade entre os indivíduos, formando padrões de comportamento invisíveis à formalidade, no qual só interagindo com o grupo, isto demanda tempo e confiança. podemos classificar CAPÍTULO VI A FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA ATRAVÉS DA MUDANÇA ORGANIZACIONAL Não é, necessariamente, o Poder que impõe, com a sua força, a cultura organizacional muitas vezes é a fraqueza da estrutura , sem ideologia, que transforma em cultura os estilos e desejos do poder, sem questioná-los. O fator mais critico num projeto de mudança organizacional é a incorporação da nova atitude no grupo. Este processo já foi visto como um fenômeno estritamente gravitacional em que o exemplo dos níveis de cima forjavam as atitudes dos níveis operacionais. Portanto, percebemos que a expectativa da mudança centrada somente na mudança no nível gerencial não funciona. Portanto, verifica-se através dessa revisão bibliográfica a importância que há entre a comunicação clara dos objetivos estratégicos de qualquer parceria aos stakeholders das empresas envolvidas e a permanente leitura do clima organizacional para a consolidação de um negócio que poderá, diante da visão e das estratégias definidas, ter um caráter temporário - de curto, médio ou longo prazo - no caso de alianças pontuais, ou definitivo, no caso de fusões e aquisições, por exemplo. A definição e a ampla comunicação de princípios e objetivos explícitos é que gera motivação, eleva o moral e o desempenho dos empregados das organizações que se juntam para assumir o risco de um novo desafio. Como demonstrado, numa aliança estratégica, as organizações que poderiam atuar autonomamente, ou seja de forma independente e mesmo concorrencialmente, decidem encarar conjuntamente os desafios mercadológicos, motivadas pelos riscos e pelos elevados investimentos que individualmente teriam de assumir para empreender a mesma ação de mercado. Fazem isso preferencialmente pela constatação de que as organizações aliadas compartilham crenças e valores, pontos de vista e interesses, que as levam, ou levarão, a ter um posicionamento estratégico comum e vantajoso diante de um ambiente com tamanha complexidade e competitividade. Como se espera, não há um modelo universal para que uma aliança seja bem sucedida. Inúmeros fatores atuarão para que os processos funcionem de maneira não prevista nos planos e cenários elaborados. Cabe aos portadores do chamado capital intelectual, notadamente os participantes do nível estratégico nas organizações, manejar as imprevisibilidades, lidar com o inesperado e fazer surgir uma nova organização em que o todo seja maior que a soma das partes, como já definido por Pierre Levi através de seu posicionamento utópico da busca do "sujeito coletivo" nas organizações. E os também chamados colaboradores devem entender que "vestir a camisa" de uma empresa poderá significar, dentro de pouco tempo, estar com a camisa do concorrente no guarda roupas, e que portanto a aliança com o "inimigo" poderá representar a sobrevivência daqueles que hoje "jogam no outro time". Tais ilações guardam em si os conceitos de responsabilidade e ética nos relacionamentos profissionais próprios do mercado. De forma geral pode-se afirmar que nas atividades relativas ao processo administrativo, ou relacionamento interorganizacional, deve-se estabelecer um sistema de planejamento e controle realista ao longo dos processos complementares, fortalecendo as identidades e minimizando as desigualdades, permitindo à parceria funcionar e se adequar às necessidades sem maiores traumas, ou seja, sem o surgimento de conflitos que se tornem insuperáveis sob o ponto de vista da manutenção de um clima organizacional adequado para o trabalho em equipe que é a essência de qualquer aliança estratégia. Sem esta abordagem consistente, para sistemas e processos, é difícil uma parceria, encarada como estratégica, ser bem sucedida a médio e longo prazo. Parcerias ou alianças estratégicas bem construídas - elaboradas a partir da correta identificação da cultura do outrem, vale dizer dos valores, crenças, hábitos, costumes, práticas e comportamentos, da seleção das partes envolvidas na relação, bem como, da definição clara dos objetivos comuns que tratarão de perseguir de forma irmanada - levam ao fortalecimento das organizações. Como o tempo conspira contra, nesse universo de incessantes mudanças produzidas pelo mundo globalizado, as empresas devem correr contra o relógio para definirem no presente os seus modelos de negócios no futuro próximo. Fica claro portanto o quão ilusório é querer achar um método universal para gerir as alianças estratégicas. Os perigos, problemas e esquemas de evolução são distintos de um tipo de aliança para outro. Nenhuma aliança passa por uma forma verdadeiramente estável, porém isto não deve levar à conclusão de que as alianças conduzem ao fracasso, muito pelo contrário. Enquanto novas alianças não se configuram resta aos clientes exercerem seu poder de opção, olhando com desconfiança para os produtos e serviços com os quais ainda tem certa lealdade, mas também "experimentando" marcas "rivais" e preparando-se para o recebimento de notícias inimagináveis sobre novos "casamentos" entre empresas do mesmo ramo de atuação ou que se complementam em determinada indústria. CONCLUSÃO Cultura empresarial é coisa séria. Neuroses e psicoses da vida moderna são levadas para dentro das organizações e, nesses ambientes, são exercitados os jogos territoriais. Uma "cultura" fértil para situações de submissão, agressividade, desconfiança, rebeldia, conflitos - característicos de ambientes tóxicos de trabalho – que minam a energia e a produtividade das pessoas. A sobrevivência dos empregos passa a ser prioridade número 1 das pessoas. Um dos maiores desafios empresariais da atualidade é a gestão do clima e da cultura organizacional. Ou melhor, da qualidade do gerenciamento das relações com empregados, fornecedores, clientes, concorrentes, sociedade, governo etc. O gerenciamento pontual dos vários públicos os quais a empresa se relaciona, irá determinar a eficácia dos métodos de gestão adotados. A maneira como a organização é percebida por estes públicos – ética, coerente, cumpre o que diz – determinará a qualidade das trocas comerciais realizadas. A falha de pesquisas de clima e cultura organizacionais comumente aplicadas pelas empresas é a de desconsiderar os fatores externos à organização e que fatalmente influencia a percepção do público interno. Para corrigir esta distorção, sugerimos uma avaliação mais completa onde incluímos alguns indicadores que visam captar as percepções externas e informações de mercado onde a empresa está inserida: O profissional de Recursos Humanos tem muito mais a fazer hoje, que no passado. O sucesso empresarial está estreitamente relacionado com a capacidade da organização estabelecer forte elo de interdependência entre os públicos internos e externos. Um dos facilitadores deste processo é o profissional de RH. Comprometer-se com os principais desafios da organização, estabelecer a "cola" entre todas as pessoas, funções e departamentos; fornecendo os meios para que as competências essenciais da empresa transformem-se em ações efetivas. Reconhecer que a gestão da cultura organizacional é responsabilidade de todos, que ela é capaz de superar barreiras físicas e psicológicas, de perpetuar uma organização e, acima de tudo, facilitar o alinhamento dos interesses pessoais e empresariais é o primeiro passo para a transformação necessária. O fato é que as empresas gastam muita energia envolvidas com situações de insatisfação, desmotivação, desencontros, conflitos não resolvidos, jogos de poder; quando deveríamos estar concentrados naquilo que realmente importa. A sinergia organizacional para resultados. Radicalizando, poderíamos dizer que quando se trata de cultura e clima organizacionais não existe meio termo. Fica cada vez mais difícil para uma empresa navegar em mares turbulentos com pessoas remando a favor e outros contra. Isto atrasa o ritmo da empresa e o que mais precisamos hoje é de velocidade e competência. A mobilização da empresa para resultados superiores naturalmente separará o joio do trigo. As experiências já existentes na literatura, no que se refere à organização do processo de trabalho e gestão de mão de obra assumiram um status de receituário, sob o qual passam a se balizar as relações de trabalho, principalmente para aqueles paises que buscam uma inserção competitiva no mercado internacional. As ultimas décadas tem sido pródigas em transformações econômicas e sócias em nível mundial. Paralelamente ao avanço de tecnologias, assiste-se a uma crescente globalização dos mercados. Não mais existem fronteiras, fazendo com que o mercado se apresente às organizações como uma realidade extremamente complexa e competitiva. A conclusão deste estudo torna mais fácil a compreensão das inúmeras transformações que começam a se manifestar e exigir dos colaboradores e gestores respostas face às novas realidades sociais, econômicas e institucionais. BIBLIOGRAFIA BARBOSA, R.R. Informações para negócios no Brasil, in: Seminário nacional de informação para industria e comercio exterior. Belo Horizonte, 1993 BAUER, Ruben. Caos e Complexidade nas organizações. Revista da Administração Publica. Rio de Janeiro: 1998, 69 – 80 p. BERGAMINI, C.W. Motivação nas organizações. 4º Edição, São Paulo: Editora Atlas, 1997. CASTRO, Alfredo Pires de. Motivação: como desenvolver e utilizar essa energia. 2º Edição. Rio de Janeiro: Campos. 2000. CEVOLI, Antonio Luiz. Motivação - Realimentação do ser humano. 2º Ediçao. Madras, 1999. CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando Pessoas. 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Atlas, 2005 ÍNDICE INTRODUÇAO 10 CAPÍTULO I 12 1 O QUE É CULTURA 12 1.1 A formação da cultura 14 1.2 A natureza da cultura 16 1.3 A psicologia sistêmica e a administração 17 1.4 O conceito de cultura organizacional 18 1.5 Cultura organizacional e seus componentes 22 1.6 As profundezas ocultas da cultura 24 CAPÍTULO ll 25 2 ANÁLISE ORGANIZACIONAL 25 2.1 A organização como fenômeno cultural 25 2.2 Diferenças internacionais em organização e administração 26 2.3 O valor do reconhecimento de diferenças culturais 29 2.4 Comparações de culturas corporativas 30 2.5 Clima organizacional 31 2.6 Clima versus cultura organizacional 33 CAPÍTULO III 34 3 COMPETITIVIDADE NUM MUNDO GLOBALIZADO 34 3.1 Missão e visão corporativa 34 3.2 Cultura org. e estratégia competitiva nas organizações 35 3.3 Vantagem competitiva 38 3.4 Análise da relação entre cultura org. e estratégia competitiva 39 3.5 Processo decisório 39 3.6 Estilos de liderança 42 3.7 Organização formal e informal 42 CAPÍTULO IV 44 Cultura organizacional 44 4.1 A capacitação pela cultura 44 4.2 Globalização e cultura 45 4.3 Contexto atual dos negócios 46 4.4 Globalização e a cultura organizacional 47 4.5 Problemas de adaptação externa e interna 48 4.5.1 Perceber pensar e agir 4.6 Organização e o contexto cultural 49 50 CAPÍTULO V 52 O processo de mudança nas empresas 52 5.1 Pode-se mudar a cultura de uma organização? 58 5.2 Ferramentas que ajudam a mudança na cultura da organização 59 5.3 Critérios para recrutamento e seleção 61 5.4 Aplicação das ferramentas citadas 61 CAPÍTULO VI 63 A formulação estratégica através da mudança organizacional 63 CONCLUSÃO 66 BIBLIOGRAFIA 69 ÌNDICE 71 FOLHA DE AVALIAÇÃO 73 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: Titulo da Monografia: Autor: Data da entrega: Avaliado por : Conceito: Avaliado por: Conceito: Avaliado por: Conceito: Conceito final: