AVALIAÇÃO SEM FRONTEIRAS E MITOS1 Alcivander R. Gomes – Graduando em Licenciatura em Matemática [email protected] Estefânia F. Duarte – professora do curso de Licenciatura em Matemática [email protected] RESUMO: Este trabalho se propõe a discutir a questão da avaliação, na expectativa da busca de um maior entendimento sobre o tema e sua real importância no contexto ensino-aprendizagem na escola. Visa também a compreensão da prova como importante instrumento avaliativo e eficiente, desde que, adequadamente elaborada. Palavras-chave: avaliação, instrumentos, prova, teste. Afinal, o que é avaliação? Na tentativa de responder, ou pelo menos, discutir este tema polêmico em todos os campos humanos, é preciso que se compreenda bem o significado de duas palavras. Avaliação: segundo Aurélio é “o ato de avaliar, o valor determinado por peritos, é a apreciação ou estima” (AURÉLIO, s/d) de algo. Este vocábulo também possui como sinônimos os termos “opinião”, “apreciação” ou “crítica”. Processo: pelo mesmo autor, significa: Método, sistema, modo de fazer uma coisa. Conjunto de manipulações para obter um resultado. (AURÉLIO, s/d) Da mesma forma, seus sinônimos são “maneira, “método” ou “ordem” de alguma coisa. Pensar na avaliação num processo educacional, não é simplesmente pensar na prova, esta seria apenas um instrumento específico de avaliação. A avaliação, no processo educacional, requer uma concepção muito mais ampla; poder-se-ia conceituá-la então, como o valor determinado por “peritos” – aqui concebida a palavra como alguém com domínio de certos conhecimentos, competências ou habilidades específicas – a algo ou alguém, onde ambos, avaliador e avaliado, estão inseridos num sistema de ensino-aprendizagem, visando alcançar determinados resultados. Outra moderna concepção de avaliação é a mesma definida como instrumento revelador da autonomia das pessoas, em construir seu próprio conhecimento. _____________________ 1 Este artigo se refere a um fragmento do referencial teórico do trabalho de conclusão de curso de Licenciatura em Matemática do aluno Alcivander R. Gomes – ISED/FUNEDI/UEMG É uma “janela” da perspectiva da pessoa sobre a realidade que a cerca. Neste aspecto, é um fator indicativo ao professor para suscitar novas questões aos seus alunos, a partir de suas respostas formuladas (HOFFMANN, 1990). Kesseling (apud HOFFMANN, 1990) considera que o exercício da prática fortalece a aquisição das estruturas cognitivas, mas a sociedade dificulta este exercício. Duas teorias segundo Hoffmann (1990) podem auxiliar a investigação sobre a avaliação: a proposta construtivista de Piaget em consonância com a pedagogia libertadora e a valorização do diálogo; a teoria das medidas, que prevê a “mudança de rumo”, principalmente, metodológico do professor, a partir do erro cometido pelo aluno. É a busca de referenciais de ação a partir do status do aluno e não de normas e medidas tradicionais. Todavia, na prática, o fenômeno “avaliação” se constitui ainda um campo amplamente complexo, um vastíssimo território com muitas possibilidades de exploração. Além disto, os adjetivos “polêmico”, “indefinido” e “contraditório” parecem lhe conceituar bem, apesar do pouco rigor científico destes termos. Senão vejamos: polêmico, porque nas diversas comunidades de ensino – professores e alunos, por exemplo – pode-se notar a associação da avaliação a personagens como “monstro”, “carrasco”, “túnel escuro”, e por aí vai, representações negativas que até os próprios professores compartilham. “Um verdadeiro momento de acerto de contas, tortura, hora da verdade”, (MORETTO, 2002, p.94). Indefinido, devido ao fato deste termo se confundir com diversos outros como “prova”, “nota”, “conceito” ou “boletim”, que, na verdade, são instrumentos associados à prática avaliativa tradicional. Por último, contraditório; é uma incoerência da parte de muitos educadores o apontamento de erros e falhas no processo avaliativo, desencadeando até mesmo duras críticas ao processo, quando, na prática, se observa por parte destes profissionais a avaliação acontecer de maneira improvisada e arbitrária (HOFFMANN, 1990). A estrutura da avaliação A avaliação deve prestar-se à melhora do processo de aprendizagem – pela recuperação e dificuldades que devem ser vencidas por quem está aprendendo – como também, para a definição das ações futuras, que são definidas através da prática escolar, pela reflexão, autocrítica e autocorreção. Tende a ser uma aceitação de todos, o fato da avaliação se prestar somente à coleta de informações. Todavia, os grandes diferenciais do processo avaliativo são: - Qual informação interessa coletar? - Com quais finalidades e para o desempenho de quais funções? - Quais decisões após a coleta de informações? - Como e com qual método e/ou técnicas serão coletadas tais informações? - Para quem irão as informações coletadas e quem se beneficiará com as decisões tomadas? - Quem irá coletar as informações e a quem caberão as decisões a partir das mesmas? - O que embasará as possíveis questões formuladas? - Qual o uso será dado aos resultados das avaliações? - Quais as pessoas que conhecerão estes usos e quais se beneficiarão deles? Tais questionamentos são a estrutura básica da avaliação. As informações que surgirão destes questionamentos deverão ser distinguidas entre as inerentes aos aspectos e conteúdos substanciais do ensino aprendizagem, e as que são simplesmente episódicas ou transitórias (MÉNDEZ, 2002). O que conduz a uma avaliação eficaz? Os créditos deste tópico são atribuídos, salvo em indicação contrária, à obra de Melchior (2002), por sua contribuição direta e objetiva ao trabalho. A avaliação deve cumprir uma função didáticopedagógica de contribuir para a melhoria do ensino e aprendizagem. E, para ser eficaz, objeto deste trabalho, deverá, também, ser dinâmica, participativa, sistemática, objetiva e válida. A avaliação dinâmica Sendo o processo de ensino e aprendizagem dinâmico, a avaliação também deve ser. Os resultados do decorrer do processo orientam para novas intervenções, seja para trabalhar de outras formas, seja para avançar em conteúdo, sempre com a visão de transformação de futuro a partir da análise de dados concretos do presente. O diálogo presente nas situações ou tarefas é o elemento fundamental neste processo de transformação, pois a crítica e reflexão dos dois elementos – professor e aluno – parte dele e, é ele que auxiliará os envolventes a encontrar soluções para os problemas de aprendizagem. A avaliação participativa Pressupõe a interação professor e aprendiz desde a elaboração de critérios até a expressão de resultados. Não se separa a avaliação do aluno da avaliação do professor (SOARES apud MELCHIOR, 2002). Acompanha o processo, desde o primeiro dia de aula, quando o professor deixa claro que os resultados estão condicionados também ao desempenho dos alunos, não somente dele, ressaltando inclusive, que ele também pode ser avaliado. Cabe, também, ao docente, a criação de um ambiente propício de aprendizagem, participativo, aberto e livre, inclusive, para ele mesmo promover o desenvolvimento individual e coletivo. Na dinâmica do processo avaliativo participativo, existem registros iniciais provisórios do que o aluno não aprendeu, novas alternativas de ensino, observação dos novos resultados, discussão e análise e autoavaliação por parte do aluno conforme os critérios antes combinados. Um parecer descritivo final acompanhará uma nota ou conceito. Este parecer é mais importante do que a nota, definindo as novas medidas a serem tomadas. O mais importante, neste processo, é a capacidade de inter-relacionamento pessoal do professor, seguido de sua competência técnica e o comprometimento com uma proposta pedagógica. Avaliação sistemática Confere a seriedade necessária ao processo avaliativo, que é essencialmente democrático. É esta avaliação que faz com que as atividades sejam planejadas, executadas, e, por último, avaliadas. Alerta que a quebra desta sequência, por desconhecimento ou por falta de qualidade no processo avaliativo, pode acarretar em prejuízo à avaliação. Deve ser a avaliação, também, composta de tantos instrumentos avaliativos quantos forem a quantidade de itens a serem avaliados. Avaliação objetiva O caráter objetivo é o que deve ser buscado em atividades científicas. Tanto na preparação de atividades quanto na execução e registros, deve ser procurado o máximo de objetividade possível, justamente para eliminar distorções e julgamentos injustos que podem advir da alta subjetividade da avaliação. Quando o fator subjetivo, ainda, se sobressair, deve-se lançar mão do diálogo com outros professores para verificar suas opiniões e usar também outros instrumentos e momentos avaliativos para a confirmação dos dados obtidos inicialmente. Avaliação válida A confiança do educando em seu professor, nos seus métodos e na gestão dos resultados, confere a segurança final à avaliação, tanto para o professor, quanto para o aluno. Um instrumento avaliativo é bom quando seus resultados são coerentes com o grau de trabalho envolvido no desenvolvimento dos conteúdos e a resposta verificada pelos alunos. Um instrumento avaliativo é relativo: pode ser adequado a uma turma, num determinado momento, e, à outra, não. Todavia, sempre deverá estar ligado a um objetivo, sendo este ligado a uma sequência de ensino. O projeto pedagógico é o centro da ação avaliativa. Assim, quando os instrumentos avaliativos estão coerentes com este projeto, são seguros e válidos para serem usados na avaliação. Os instrumentos de avaliação Sendo a avaliação um processo global de acompanhamento e tomada de decisões, com o objetivo de melhorar o processo de ensino e aprendizagem no que diz respeito à coleta dos dados para a sequência dos trabalhos letivos do professor, faz-se necessário que esta, para que realmente aconteça de forma eficaz, valha-se dos instrumentos avaliativos. Estes são as grandes ferramentas que, se adequadamente usadas inclusive no momento certo, vão conferir o sucesso ou o não sucesso deste processo. Neste tópico, será abordado o teste ou prova como um dos principais instrumentos de avaliação, usado, amplamente, na comunidade escolar. A prova, objeto deste trabalho, ao mesmo tempo em que será conceituada, será também analisada a possibilidade ou não da existência de provas eficazes como instrumentos avaliativos da Matemática. O teste ou prova Inicialmente, a título de ilustração, chama a atenção o posicionamento de dois pesquisadores, Antônio Luiz Pereira, especialista em preparação de questões de Matemática para provas e concursos, e Severino Toscano do Rêgo, que ministra cursos de Matemática Avançada para matemáticos, engenheiros e cientistas. Ambos, professores da USP – Universidade de São Paulo – fazem uma crítica aos vários erros do ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio – 2009, questões mal feitas ou erradas tanto da prova que vazou, quanto da prova válida. Para eles, é possível, apesar do trabalho requerido, a elaboração de provas irretocáveis de Matemática, apesar de alertarem sobre a necessidade de preparação por parte do aluno, em provas e concursos com questões malfeitas e que isto é um fato da vida (PEREIRA, RÊGO, 2011). Para Antônio Luís Pereira (PEREIRA, RÊGO, 2011), por exemplo, a questão 66 – ANEXO I – da prova vazada do ENEM 2009 oferece a possibilidade de quatro leituras distintas, sendo que, para três delas não há resposta dentre as alternativas propostas. Somente em uma das possibilidades de leitura a alternativa seria a letra “b”, mesmo assim, o aluno deverá ignorar parte do enunciado e supor que toda a renda mensal dos trabalhadores seja proveniente da coleta de latinhas. O professor defende a criação de um comitê, composto por especialistas – em maior número, melhor – para a elaboração de provas eficientes de Matemática; entretanto, salienta que poucas instituições conseguiriam tanta gente boa para este propósito. Além disto, afirma que os estudantes do ENEM só conhecem a Matemática do EM – Ensino Médio – mas reconhece que é muito difícil a preparação de um problema simples o bastante para ser resolvido com a Matemática do EM, ao mesmo tempo complexo o bastante para parecer real. Já Severino Toscano do Rêgo (PEREIRA, RÊGO, 2011) enfatiza que existem problemas “mal redigidos” com Matemática boa, mas português sofrível; e problemas mal formulados com Matemática “sofrível”. Portanto, todo estudante sempre irá se deparar com quatro situações, às vezes na mesma prova; questões bem formuladas e redigidas, mal formuladas e bem redigidas, bem formuladas e mal redigidas e mal formuladas e redigidas. Esclarece que, todo avaliador sempre pressupõe que o aluno saiba alguma coisa, ou seja, sempre existe uma ou outra informação implícita, não havendo a possibilidade de que tudo seja mencionado. A dificuldade em realizar contextualizações adequadas com situações reais pode também estar presente em citações do tipo “uma pessoa andando numa rampa, percebe que se deslocou 3,2 metros...” – quem consegue perceber uma coisa destas – comenta (p.40). Moretto (2002) faz uma diferenciação interessante entre prova “eficaz” e prova “eficiente”. Na avaliação eficaz o objetivo proposto pelo professor foi alcançado. Por exemplo, se for perguntado numa prova quais seriam as relações envolvidas na tangente, seno e cosseno de um ângulo e todos os alunos obtém nota máxima nesta questão, então ela foi aplicada de modo eficaz. Já na avaliação eficiente, além dos objetivos a serem considerados, deve-se atentar também para os processos relacionados para atingi-los. Assim, se, por exemplo, se pedir numa prova “dê a tangente do ângulo de 45º” e todos responderem “1”, a questão foi aplicada de modo eficaz. Todavia, esta resposta pode ter sido obtida por meio de “decorar” ou através de cola, o que não corresponde, portanto, a um tipo de questão aplicada de modo eficiente. Já o teste segundo Hoffmann (1991), é um instrumento avaliativo de verificação e não de mensuração ou constatação, que justifica de alguma forma, uma nota atribuída ao aluno. Não se justifica se não for entendido que deve ser aplicado como ponto de partida para o direcionamento de outras atitudes do docente, na construção do conhecimento. Presta-se a ser o instrumento que possibilita a visão da percepção de mundo do aluno, de seus avanços e incompreensões. Testar é “ver se funciona”. Um médico para diagnosticar uma doença, às vezes, solicita exames ao paciente. Na verdade, ele está, através dos exames, vendo se funcionam e como funcionam os rins, coração, fígado, etc. A seguir, mediante as informações obtidas, prescreve o tratamento adequado ao paciente. Da mesma forma, o teste serve ao professor. A partir do diagnóstico da situação de aprendizagem do aluno através do teste aplicado, propõe novas alternativas para trabalhar a aprendizagem. Assim, as principais questões envolvidas no teste são: “por que tal resposta do aluno?”, “por que ele pensa desta forma?”. Portanto, não estão necessariamente associados à contagem de acertos, até mesmo porque, redações ou desenhos não admitem medições precisas. No contexto da prova, o teste é a real possibilidade dos alunos organizarem suas ideias, longe de ser um “acerto de contas” (MORETTO, 2002). A partir dos questionamentos levantados, podem ser traçadas variadas estratégias de ação, que podem muito bem, ajudar a configurar uma prova eficaz: 1- Existe relação do teste aplicado na Matemática com outras áreas? 2- As ordens ou comandos dos exercícios são claros para os alunos? Não se pode, por exemplo, elaborar uma prova de matemática usando a expressão “dividir” se na maioria das aulas foi dada ênfase a “repartir” ou “distribuir”, “ao todo”, se foi trabalhado “tudo junto”, pois certamente, suscitarão dúvidas na classe, que não podem ser confundidas com a incompreensão do aluno – aqui, como um nível acima do fazer do mesmo. A avaliação é contínua e deve estar atrelada ao que se trabalha em aulas (HOFFMANN, 1991). É um material preparado com o intuito de se desejar saber algo específico sobre a aprendizagem dos alunos, levando em conta o que se ensina (MINAS GERAIS, 2001). Hoffmann (1991), oportunamente, aponta discussão sobre avaliação, a problematização do assunto em sua aplicação na pré-escola. Basicamente, propõe reflexões importantes como: a observação das atitudes da criança acontece sem que o professor se preocupe em comparar com suas próprias expectativas; a constante intenção da criança de buscar relações com objetos ou coisas com as quais interage aliada à necessidade de aguçar a curiosidade do adulto no sentido de tentar perceber estas relações; o professor não é o dono, e sim, o organizador das atividades, ou seja, “o mundo” é das crianças; deve-se evitar apresentar às crianças temas, principalmente em excesso, especialmente quando não se sabe se são do interesse ou compreensão delas; não responder à criança antes dela perguntar, muito menos fazer por ela o que ela consegue fazer sozinha. Além destes aspectos importantíssimos, dois são essenciais: nunca desconsiderar o estágio de desenvolvimento da criança na tarefa de lecionar e sempre evitar fazer análises parciais de aspectos atitudinais ou cognitivos, pois, desta forma, o desenvolvimento global da criança pode não ser adequadamente percebido. Acima de tudo, é necessário verificar o contexto geral de aprendizagem no qual a criança está inserida. Reflexões sérias e que, se adaptadas ao “mundo adulto”, deve-se reconhecer a grande dificuldade de mudanças de atitudes a partir das mesmas. Entretanto, representam momentos avaliativos adequados, dos quais, depende fortemente o sucesso da construção do conhecimento, que contribui significativamente para a melhoria do ensino. Assim, finalizando essa discussão a respeito da avaliação, salienta-se que ela é um processo “inerente e indissociável da educação, observadora e investigativa no sentido de favorecer e ampliar as possibilidades próprias do educando”(HOFFMANN, 1991, p. 35) Referências MORETTO, Vasco Pedro. Prova – um momento privilegiado de estudos – não um acerto de contas. 2ª ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. 150 p. HOFFMANN, Jussara. Avaliação: mito e desafio: uma perspectiva construtivista. 23ª ed. Porto Alegre: Mediação, 1991. 128 p. Disponível em: http://www.webdicionario.com. Acesso em: 17/08/12. ÁLVAREZ MÉNDEZ, Juan Manuel. Avaliar para conhecer, examinar para excluir. ed. s/n. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002. 133 p. ULLSPERGER, Markus. Aprendendo com os erros. Revista Mente e Cérebro. São Paulo nº 26, edição especial,, p.24-31, s/d PEREIRA, Antonio Luis; REGO, Severino Toscano do. Revista Cálculo, matemática para todos. São Paulo, ano 1, edição 2 , p.39-40, mar-2011. MELCHIOR, Maria Cecília. Avaliação pedagógica: função e necessidade. 3ª ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 2002. 152 p. MINAS GERAIS. Sistema de Ação Pedagógica – Dicionário do professor: Avaliação. Belo Horizonte: SEEMG, 2001. ANEXO I Questão 66 – Prova vazada do ENEM 2009 Segundo a Associação Brasileira de Alumínio, o Brasil foi campeão mundial pelo 7º ano consecutivo, na reciclagem de latas de alumínio. Foram reciclados 96,5 % do que foi utilizado no mercado interno em 2007, o equivalente a 11,9 bilhões de latinhas. Este número significa, em média, um movimento de 1,8 bilhões de reais em função da reutilização de latas no Brasil, sendo 523 milhões referentes à etapa de coleta, gerando, assim, “emprego” e renda para cerca de 180 mil trabalhadores. Essa renda, em muitos casos, serve como complementação de orçamento familiar e, em outros casos, como única fonte de renda da família. Pergunta: Com base nas informações apresentadas, a renda mensal dos trabalhadores envolvidos nesse tipo de coleta gira em torno de: o R$ 173,00 o R$ 242,00 o R$ 343,00 o R$ 504,00 o R$ 841,00 Três leituras sem solução entre as alternativas: [1] Se o estudante presume que os catadores complementam a renda mensal com as latinhas, não consegue responder a pergunta, pois o enunciado não fornece informação sobre a renda mensal, excluindo as latinhas. [2] Se presume que 11,9 bilhões de latinhas equivalem a 96,5 % do mercado, terá de fazer a regra de três para descobrir quanto vale 100% do mercado, e não acha a alternativa certa. [3] Se presume que o número “523 milhões” significa 523 milhões de latas reusadas no Brasil, não acha a alternativa certa. A única leitura com solução: O estudante presume que “523 milhões” significam 523 milhões de reais por ano, divide esse valor por 180.000 catadores, acha 2.905 reais por catador por ano, divide esse valor por 12 e, por fim, acha 242 reais por catador por mês. Resposta B.