ESTADO DE MINAS ● D O M I N G O , 1 º D E J U N H O D E 2 0 1 4 ● E D I T O R A - A S S I S T E N T E : Te r e s a C a r a m ● S U B E D I T O R A : E l l e n C r i s t i e ● E - M A I L : b e m v i v e r . e m @ u a i . c o m . b r ● T E L E F O N E : ( 3 1 ) 3 2 6 3 - 5 7 8 4 A maquiagem na terceira idade combina beleza e simplicidade. PÁGINA 5 EDITORA LOVELY HOUSE/REPRODUÇÃO VALF BEM VIVER MULHERES MADURAS As justificativas não têm fim, mas o fato é que as pessoas estão perdendo a capacidade de ouvir. Especialistas destacam a importância de querer compreender o outro LILIAN MONTEIRO Ação e reação. Lei da física e da vida. Saber ouvir e procurar entender as pessoas são atitudes que fazem bem a quem fala e a quem escuta. Pena que essas ações e reações têm sido cada vez mais raras na sociedade contemporânea. Pouco se fala e menos se escuta. A capacidade de compreensão, então, se perde em meio à falta de tempo e de paciência, ao individualismo, à dificuldade em se doar e do comportamento egoísta que toma conta do mundo. O que fazer? Para onde correr? Quem procurar? Ir contra essa maré não é escolha fácil. Requer humildade e esforço. E acima de tudo decisão para estar à disposição do outro. O que significa, muitas vezes, só ouvir e nada falar, como também trocar opiniões e partilhar ideias. A perda da capacidade de ouvir é também a perda da capacidade de se importar com o outro e de servi-lo. As relações estão superficiais, passageiras e até mesmo o laço mais forte, o familiar, está doente de atenção, de conversa e de escuta. É preciso acordar diante desse comportamento que invade a sociedade e, como se a em- briagasse, não a deixa perceber o mal que causa. Até mesmo as novas tecnologias, inevitáveis e sinônimo da evolução do homem, têm parcela de culpa nesse isolamento de que o ser humano está sendo vítima. Ou vilão? Falar e ouvir são vitais à convivência, mas as mudanças nas relações sociais, de trabalho, lazer, culturais e dos textos virtuais causaram uma revolução na troca entre as pessoas. Para compreender o outro, além de querer e estar disponível, é preciso respeito à vivência interior. Hoje, o Bem Viver convida os leitores a pensar a respeito. E dá exemplos de quem vivencia esse comportamento de maneira natural, ouvindo especialistas que alertam e chamam a atenção sobre a importância de saber escutar e querer compreender o outro, ainda que não concorde. Você escuta as pessoas? Sabe parar para ouvir? É compreensivo ou só impõe suas certezas? Tem encontrado com quem conversar? Para que essa conexão funcione e para viver essa relação, é imprescindível que haja emissor e receptor em sintonia para interagir e existir. LEIA MAIS SOBRE SABER OUVIR PÁGINAS 3 E 4 ● D O M I N G O , 1 º D E J U N H O D E 2 0 1 4 3 BEMVIVER ❚ REPORTAGEM DE CAPA Com experiências distintas, as pessoas revelam como lidam com a arte de entender e ter tempo para o outro. Na trajetória de cada um, exemplos de como se doar ao próximo N Escutar é se revelar LILIAN MONTEIRO em todos querem. Nem todos sabem. Mas há quem queira e faça toda a diferença na vida das pessoas. Estar disposto a escutar o outro e compreendê-lo é uma sabedoria adquirida ao nascer ou aprendida ao longo dos anos. Márcia Lanza Barbosa nasceu atenta ao outro. Por isso, além de suas atitudes diárias, a escolha profissional a levou por caminhos que a fazem perceber o semelhante. Terapeuta ocupacional, ela trabalha com crianças e jovens com necessidades especiais e na área da saúde mental, o que contribui para sua visão e ação diante da vida. “Na maioria das vezes, consigo me colocar no lugar do outro. Penso como agiria, faria, seria...” Ao mesmo tempo, “tenho facilidade para ouvir sem passar a mão na cabeça ou tirar do outro a chance de ele crescer e buscar alternativas para melhorar”. que não leva a nada quem corre demais e só se preocupa com o externo, em manter a aparência.” Ponto importante ressaltado por Márcia é que muitas pessoas simplesmente não dão conta de escutar as demais. “Não falam porque, naturalmente, vão se expor e muitas vezes elas não têm essa coragem porque precisam mostrar fragilidade. Há quem não escute para não aparecer. Não consegue se revelar.” Márcia revela que “ganha mais” ao parar e prestar atenção no outro. “Cresço demais. Preciso ter jogo de cintura, não posso endurecer e, tanto no trabalho quanto na vida, vou até onde posso e dou conta de ir.” Ela destaca que ajuda no processo “ter uma família boa ouvinte e compreensiva”. A intuição conta demais. “Confio na minha, vou apurando ao longo da vida, já que a gente nunca está pronta.” Quem escuta compreende sem julgamento. É o melhor exercício para se livrar dos preconceitos ■ Márcia Lanza Barbosa, terapeuta ocupacional JAIR AMARAL/EM/D.A PRESS O valor da humildade Será uma vantagem? Ele nasceu em Piranga e foi criado em Diogo de Vasconcelos, na Zona da Mata mineira. A vida no interior, livre e orientado por pais conscientes e humildes, o tornou um homem que não olha sóparaseuumbigo.“Cadaumtemumprivilégio, o meu foi ter herdado da minha mãe, Maria José, o jeito simples, a humildade e a capacidadedeconviver,lidar,geriremecolocar no lugar das pessoas. Não herdei tudo, mas uma parcela”, conta Nelson José Silva, sócio-diretor da Zoom Comunicação. Criado numa fazenda ao lado de nove irmãos, numa época onde tudo era mais difícil, os comportamentos e ensinamentos eram bem diferentes dos de hoje. “Aprendemos a dividir, ouvir e colaborar. No interior é diferente, os valores são outros. Já imaginou um almoço de domingo com no mínimo 12 pessoas à mesa? Um tem de escutar o outro para a convivência funcionar. Foi um aprendizado.” Nelson conta que, além da mãe, o pai, Augusto Pereira, também foi responsável na formação de sua personalidade de “enxergar” o outro. “Eu e boa parte dos meus irmãos temos essa característica. Uns têm mais sensibilidade do que outros, absorvem melhor, mas temos essa atenção.” O fato de ter saído aos 16 anos de casa para estudar em Ouro Preto, morado em república e sido aluno bolsista também foi um aprendizado: “Precisei saber escutar e dividir com as pessoas”. Técnico em metalurgia, administrador de empresas e pós-graduado em relações de trabalho, Nelson parece moldado para contribuir e estruturar a relação com as pessoas. É natural, próprio da personalidade. “Hoje em dia, escuta-se pouco ou errado pela dificuldade de interpretação. A arrogância se sobrepõe à humildade, que é ligada à compreensão. Falta diálogo. Uma Para Márcia, “quem escuta compreende sem julgamento. É o melhor exercício para se livrar dos preconceitos”. A terapeuta enfatiza que se dispõe a “acolher a necessidade do outro, buscando alternativas, às vezes, firmes; outras me levando a pensar no que é bom”. Essa sua maneira de ser é contabilizada tanto na conta da família, “que é acolhedora”, quanto da vida, “que ensina, mas nem sempre é fácil. O amadurecimento também nos leva ao crescimento”. A terapeuta diz que a boa interação com família, amigos e colegas de trabalho faz diferença. “Nos dá habilidade para trocar.” Márcia, que é diretora da Escola Brincar, no Bairro Floresta, estruturada para atender a demanda de crianças e jovens com necessidades educacionais especiais, cria os filhos, Paula e Pedro, atentos um ao outro. “Meus filhos são bons ouvintes, têm essa capacidade. Sabem POR DENTRO DO BIOCOR Informe Especial ACOLHIMENTO RECONHECIDO Atendimento integral com foco nos pacientes Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press A assistência avançada e completa, inseparável de uma atenção carinhosa e sempre presente, garante ao Biocor Instituto um nível de aprovação raro: 99,7% dos pacientes e familiares se dizem satisfeitos com o atendimento da instituição. O índice atesta a condição de referência no setor, graças à infraestrutura moderna, tecnologia de ponta e ao treinamento permanente de seus1,3 mil colaboradores, tudo isso aliado ao modo muito particular de cuidar das pessoas em um momento tão especial, quando estão enfrentando problemas de saúde. “Para manter os níveis de aprovação que conquistamos e ainda melhorar todos os dias, precisamos trabalhar em equipe e focados no bem-estar e nos bons resultados dos pacientes. O contato próximo, a atenção e o carinho geram confiança e, consequentemente, essa expressiva satisfação. Este é o nosso diferencial”, afirma Mario Vrandecic, fundador e presidente do Biocor Instituto. pena, já que escutar e compreender são formas de amadurecimento.” Para Nelson, o saber escutar e entender o outro “estão ligados à capacidade de perdoar, porque para descarregar você tem de confiar. O ombro amigo faz a diferença. Às vezes, quem fala quer só ser ouvido, não pede reação. É o mesmo valor de um abraço. Escutar é um remédio, um carinho, uma chance de reflexão. E a capacidade de compreender é um exercício constante. Precisamos dos dois”. LEIA MAIS SOBRE SABER OUVIR PÁGINA 4 De uma família de nove irmãos, Nelson Silva diz que aprendeu a dividir, ouvir e colaborar Referência internacional Com um complexo hospitalar instalado no bairro Vila da Serra, em Nova Lima, o Biocor Instituto atende pacientes não só de Minas Gerais ou do país, mas também do exterior. A conquista desses pacientes reflete a referência internacional no tratamento de diferentes especialidades clínicas e cirúrgicas, além da completa estrutura de radiologia, laboratório de patologia clínica, banco de sangue e demais exames. Numa área de mais de 32 mil metros quadros, o Biocor Instituto dispõe de 320 leitos e realiza anualmente mais de 350 mil atendimentos, 14 mil internações e 8 mil cirurgias. Centro de excelência, o Biocor possui padrão internacional Serviços acreditados Além de pioneiro no uso da robótica na cirurgia cardiovascular no Brasil, as sete certificações técnicas de qualidade confirmam a eficiência do Biocor Instituto que, logo nos primeiros anos de história, se destacou nacionalmente com a realização de vários transplantes cardíacos, de rins e de córneas, com resultados semelhantes aos de centros hospitalares mundialmente reconhecidos. Quase 30 anos depois da fundação, em 1985, a tradição e a excelência são espelhadas em todas as especialidades médicas, monitoradas por indicadores e pesquisas de satisfação realizadas pela instituição, que se destaca também por manter o índice recorde do tempo porta-balão, métrica que define o intervalo decorrido desde o instante que o paciente com sintomas de infarto agudo do miocárdio chega ao pronto-atendimento até a desobstrução da artéria coronária comprometida. No Biocor, ele é de 56 minutos, inferior à metade do considerado bom nos parâmetros internacionais. Alameda da Serra, 217 - Vila da Serra Fone: (31) 3289 5000 - Fax: (31) 3289 5096 WWW.BIOCOR.COM.BR GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS E STA D O D E M I N A S E STA D O D E M I N A S ● D O M I N G O , 4 1 º D E J U N H O D E 2 0 1 4 BEMVIVER ❚ REPORTAGEM DE CAPA Escuta única e diferenciada MARIA TEREZA CORREIA/EM/D.A PRESS - 23/9/13 Psicanalista e psicóloga ressaltam a importância de cada um exercer a capacidade de ouvir e compreender o outro. Elas chamam a atenção para os exageros e definem perfis LILIAN MONTEIRO Quando se fala da capacidade de compreensãosubentende-seahabilidadedeescutarooutro, o que significa estar atento ao que esse outro fala: o que diz, de que forma diz e de que lugar diz. A psicanalista e psicóloga Maria Goretti Ferreira diz que isso exige sensibilidade, disposição, constante contato consigo próprio e cuidadodequemescuta,jáqueosignificadodo mundo – interno e externo – é diferente e peculiarparacadaumeéprecisoqueoescutando se tenha perspicácia e boa vontade em decodificar o que está sendo dito, verbalmente e nas entrelinhas. “Nesse sentido, a capacidade de compreensão vai além do meramente ‘ouvir’. Assim como cada indivíduo é único e traz dentro de si seu traço inigualável, a escuta também deve ser única e diferenciada. Há que se escutar o que se diz, as entrelinhas, o gesto, a ação. Por isso, quem só ouve, não está escutando, mas quem escuta, ouve. Não é mera coincidência que se emprega até os dias de hoje (ou principalmente nos dias de hoje) o velho ditado: ‘entrou por um ouvido e saiu pelo outro’”. Para Maria Goretti, infelizmente essa disposição para escutar tem se tornado cada vez mais motivo de queixa entre as pessoas, gerando desconforto e mal-estar, principalmente nos grandes centros urbanos, cujo ritmo frenético da vida e o uso desenfreado dos recursos tecnológicos obscurecem o prestígio da boa e saudável conversa. Ela conta que tem até “circulado pela internet a implantação de uma nova regra de etiqueta, em que o convidado, à mesa, pergunta ao outro onde colocar o celular, ao lado da faça ou do garfo?”. Maria Goretti diz que é preciso ressaltar que vivemos um tempo em que o campo da fala – comaprimaziadapalavraedaescuta–estásendo substituído e perdendo terreno para o campo da imagem, que, por sua natureza, imprime um ritmo apressado, delirante, com muito ruído e movimento, de fácil consumo, de linguagemsuperficialequasenadaintimista,levando a um discurso sucateado em que a palavra torna-se oca e desprovida de sentido. “Não é sem razão que um dos grandes sintomas da atualidade, em meio às inúmeras ofertas de objetos disponíveis nas prateleiras do mundo, consiste exatamentenafaltadesentidonoexistir.Naausência de significação, de compreensão, a vida torna-se obscena, barateada.” EXCESSO A psicanalista, com mais de 30 anos de experiência, enfatiza que, de mais a mais, as pessoas não só estão perdendo a capacidade de escutar e tentar compreender, mas que “também existem aquelas premidas por uma grande necessidade de falar, como se o ouvido do outro fosse uma mera caixa de ressonância! Não querem de fato ser escutadas, a não ser que o outro lhes escute passivamente”. Neste “falar” excessivo, descomprometido, a qualquer hora e lugar, “nota-se a exposição da privacidade no espaço público, como se ambos pertencessem a uma mesma categoria. Na contramão, tem circulado por aí algo que diz: ‘....não conte para o Facebook. Deixe no divã....’”. Conforme Maria Goretti, “esta também é uma das formas de se fazer ruído e movimento nos dias atuais e é desejável que não se confundacomprocessoderealmudançaetransformação,queoperaporoutrasvias,pedindoumacertaquietude,menosagitaçãoemaiscontatoconsigo mesmo”. Para encerrar, a psicanalista e psicóloga mantém acesa a chama da esperança ao citar o poeta romano Virgílio: “Feliz aquele que conseguiu compreender a causa das coisas”. A psicanalista e psicóloga Maria Goretti Ferreira diz que o campo da fala está sendo substituído pelo campo da imagem, muito mais frenético e ruidoso CINCO PASSOS Na YouTube, faz sucesso o vídeo da palestra TED Talk (Technology, Entertainment, Design), do estudioso de som Julian Treasure, que fala sobre cinco maneiras para ouvir melhor (Julian Treasure: 5 ways to listen better). Nele, o autor enfatiza que as pessoas estão perdendo a “habilidade de ouvir” e que preferem os 140 caracteres à oratória, o que tem deixado todos mais insensíveis. “Ouvir é o acesso à compreensão. Um mundo em que não ouvimos uns aos outros é assustador.” Ele diz ainda que passamos 60% do tempo ouvindo e só retemos 25%. Claro, além de não estarmos interessados, há vários filtros e ruídos no caminho. “É preciso receber, apreciar, processar e perguntar. Isso é escutar conscientemente para vivermos plenamente.” A palestra de Treasure é inspiradora e suscita a reflexão. Vale conferir. A verdade de cada um A psicóloga, terapeuta de família e de casal e membro titular da Associação Mineira de Terapia de Família (Amitef) Luciana Jorge diz que compreender o outro é “a capacidade que cada um tem de desprender de si mesmo para centrar no outro, o que nem sempre é fácil”. Numa sociedade individualista, voltada para o egoísmo e associada aos aspectos da vida contemporânea (acúmulo de funções, estresse, correria, dependência tecnológica), nunca foi tão difícil parar para escutar. “Para ter essa atitude, é preciso estar disponível.” Luciana Jorge lembra que falar é uma capacidade intrínseca ao ser humano. E a de ouvir começa desde “as primeiras relações e é preciso sensibilidade para saber que todos somos responsáveis pelo próximo e pelas diferenças. As outras capacidades de comunicação, falar, ler e escrever, são habilidades básicas aprendidas. Já a de ouvir requer maior sensibilidade e aprendemos ao longo da vida. Aliás, a vida ensina, basta dar abertura”. Se não bastasse a incapacidade de ouvir, outra barreira é quem só escuta o que concorda. Entender o diferente, nem pensar. “É uma trama. Estar disposto a ouvir significa se livrar das interferências pessoais, se não você vai julgar e desrespeitar a opinião do outro.” Luciana enfatiza ainda que não é só ouvir, mas como ouvir. “Às vezes, é melhor escutar do que falar. O que exige desenvolver a capacidade de controle emocional, a compreensão de si mesmo. Por isso, ser compreensivo e bom ouvinte estão ligados ao nível de amadurecimento.” A psicóloga reforça que “dar conta de olhar para o outro é papel do adulto, que compreende que existe outro mundo além dele. Crianças e adolescentes são egocêntricos”. Luciana, que também é professora do departamento de psicologia da Faceb/Unipac Bom Despacho, ensina que para agir com esse desprendimento é necessário “estar com o canal aberto para questões afetivas, comportamentais, emocionais, enfim, acolher o outro sem julgar”. A psicóloga lembra que esse ato faz bem a quem fala e a quem escuta. “Ajuda a mudar como a pessoa se percebe, modifica a autoestima e o desejo, dá esperança, vontade de criar projetos e melhora as relações significativamente, porque muda a forma de perceber, agir e pensar.” Ela enfatiza ainda que a escuta traz “ganho maior na intimidade com o outro, compreensão mútua e fortes vínculos para o crescimento interior. E, claro, muda a forma como você é visto pelo outro. Sabe quando alguém diz ‘você me traz paz’ ou uma situação ‘que a pessoa simplesmente dispara a falar com você?”, mas nesse falar e ouvir, compreender e escutar, Luciana diz que há uma regrinha: “Esperar o tempo de concluir do outro, sem atropelá-lo, interrompê-lo, apressá-lo ou dar respostas. A história do outro NARA LÚCIA TAVARES/DIVULGAÇÃO Luciana Jorge, psicóloga: “É preciso estar disponível” tem de ser respeitada. Se ele quiser, vai perguntar e abrir espaço para sua opinião. Caso contrário, ele só precisa desabafar, só mesmo de um ombro amigo”. Ela ensina que esse tempo é importante porque nem sempre quem fala tem facilidade. Pode ter sido um desafio sair de si para conectar com o outro. “Por isso, nada de impor verdades, mesmo porque não existe verdade absoluta, ela é relacional, a verdade de cada um. E saibam que a disputa pela razão se perde no distanciamento emocional do outro.”