Artigo deteriorados, os semiperecíveis e os não perecíveis possuem água em menor proporção e deterioração lenta. Desta forma, fica fácil compreender que todos os processos de conservação dos alimentos giram em torno de modificar a fração de água, impedindo as alterações físico-químicas dos nutrientes, não modificando o valor nutritivo do produto (GONÇALVES, 2006). As proteínas são componentes essenciais a todas as células vivas e estão relacionadas a praticamente a todas as funções fisiológicas. São utilizadas na regeneração de tecidos, funcionam como catalisadores nas reações químicas que se dão nos organismos vivos e que envolvam enzimas ou hormônios, são necessárias nas reações imunológicas e indispensáveis nos fenômenos de crescimento e reprodução (BOBBIO et al, 2003), podendo ainda ser utilizada como fonte de energia quando há deficiência de outros nutrimentos energéticos (BOBBIO et al, 1992). Os lipídios são compostos de origem biológica solúveis em solventes orgânicos e insolúveis em água, com moléculas constituídas essencialmente de carbono, hidrogênio e oxigênio e, em algumas classes, fósforo, nitrogênio e enxofre (GONÇALVES, 2006). Sua importância nutritiva vem do aporte energético que proporciona aproximadamente o dobro da energia proporcionada pelas proteínas e carboidratos. Além disso são veículos de vitaminas lipossolúveis (A,E,D e K) e de ácidos graxos insaturados essenciais, contribuem para melhorar o paladar e a sensação de saciedade depois de comer (PEREDA, 2005) Nestas características são dispostos limites máximos ou mínimos permissíveis, como o teor de proteínas, que não deve ser inferior a 15% de seu peso total, o teor de gordura com máximo de 30% e umidade máxima de 78% (BRASIL, 2003). O grande desafio dos laboratórios que realizam estas análises, seja para controle interno ou externo, é garantir uma assegurada confiabilidade em seus resultados sem que se comprometam as relações entre os clientes e seus mercados (LINDINO et al, 2011) uma vez que a variabilidade de resultados é sinônimo de desperdício de dinheiro, tempo e esforços. As fontes de interferência em ensaios laboratoriais podem ser originadas nas mais variadas atividades executadas durante todo o processo analítico e as principais fontes de erro num processo de medição laboratorial estão na amostragem, coleta, condições ambientais, instrumentação, manuseio, reagentes químicos, equipe de analistas e métodos de ensaio (ALBANO et al, 2009). Deste modo, procura-se validar cada etapa do ensaio no ambiente do laboratório, a saber: condições físicas, equipamentos e vidrarias, padrões e reagentes, preservação de amostras, método analítico, preparação das amostras, análise instrumental e interpretação dos resultados para a garantia da qualidade (CARVALHO et al, 2005). 52 A formação profissional do analista é fator primordial para a validação e a sua ausência pode ocasionar importantes fontes de variação no processo analítico. O profissional deve ter conhecimento suficiente sobre o fundamento científico da análise, dos reagentes utilizados e do limite de sensibilidade do método. Além disso, deve ter conhecimento do funcionamento dos equipamentos, as interferências analíticas dos métodos, custo das análises, geração de rejeitos e seu destino ambientalmente seguro. A capacitação dos analistas deve ser um processo contínuo, que deve ser construído na medida em que surgem as necessidades dentro de uma programação atualizada de treinamentos (ALBANO et al, 2009). Dentre as técnicas de controle laboratorial, o controle estatístico do processo (CEP) é bastante útil para se avaliar a qualidade dos alimentos, pois ele difunde o conceito de melhoria continuada na qualidade e na produtividade de uma empresa (CARVALHO et al, 2005) e pode indicar desvios de um padrão, devendo partir do laboratório uma análise crítica para investigar e atuar na ação corretiva para eliminar a causa ou causas responsáveis por esse comportamento (MONTGOMERY, 2004). Cartas de controle estatístico do processo servem para acompanhar o processo de análise do laboratório ao longo do tempo, verificando sua estabilidade. Elas sinalizam as causas especiais de variação do processo e, sempre que forem encontradas, o laboratório deve fazer uma análise crítica e verificar o que ocasionou a variação e sanar o problema, buscando a melhoria contínua de seus processos (ALBANO et al, 2009). As causas podem ser divididas em três grupos básicos. Uma causa especial é assinalável, imprevisível e em geral única ou ocasional. Estas causas têm de ser eliminadas, ou, se por alguma razão não são elimináveis, sua influência pode ser reduzida por ações compensatórias. Outra causa é chamada estrutural, é também eliminável ou compensável, entretanto ocorre periodicamente. As causas comuns são relativamente pequenas, mas ocorrem quase sempre e em grande número, e as ferramentas de CEP não são apropriadas em geral na análise e eliminação de causas comuns (CARVALHO et al, 2005). Além deste, diversos outros parâmetros podem ser utilizados como formas da garantia da qualidade dos métodos e resultados obtidos os mais importantes são: linearidade, repetitividade, reprodutibilidade, exatidão, abordagem interlaboratorial, limite de detecção, limite de quantificação, precisão e o cálculo de incertezas da medição (ALBANO et al, 2009). A precisão descreve a variabilidade das medidas, a proximidade entre os resultados que foram obtidos exatamente da mesma forma (SKOOG et al, 2006). Em igualdade de condições é mais preciso o experimento com menor coeficiente de variação (GARCIA, 1989). Na práR evista A nalytica • Dezembro 2014/Janeiro 2015 • nº 74