QUANDO A BOTA ENCONTRA O ESTRIBO
Há um mistério guardado
Neste ritual sensitivo
Quando a bota encontra o estribo
E o flete “procura” a volta
Parece que a alma se “solta”
Pelo instante d’um “silvido”
Que busca o olhar ativo
Dos ovelheiros da escolta
E é nessa hora que o campo
Se deixa ver com clareza
Expressando sua beleza
Sua verdade e nostalgia
Depois que a barra do dia
Se mostra plena aos campeiros
Que escutam o “clarim” guerreiro
D’um quero-quero em vigília
MAIS BELO SE MOSTRA O MUNDO
AOS “OLHOS” DESTE RITUAL
LEGADO D’UM ANCESTRAL
QUE NA HISTÓRIA PERMANECE
POIS QUEM TEM “ALMA” CONHECE
O VERDADEIRO MOTIVO
QUANDO A BOTA ENCONTRA O ESTRIBO
E O CAMPO EM VIDA FLORESCE
Talvez bem mais que um mistério
Que uma crença ou religião
Seja a própria comunhão
De alma, campo e saudade;
Ou bem mais que a identidade
De quem herdou por regalo
O “nobre altar” d’um cavalo
Pra compreender suas verdades
As mesmas que “habitam” o canto
Do quero-quero guerreiro
E o “ativo” olhar do ovelheiro
Que segue a sombra do flete
Imagem que se repete
Na face do amanhecer
Pra aqueles que “sabem” ver
Mais que a retina reflete
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QUANDO A BOTA ENCONTRA O ESTRIBO Há um mistério