Foi em 1948 que duas grandes fábricas de bicicletas iniciaram suas atividades no Brasil, porém na década de 50 com o boom da atividade automobilística e o baixo custo da gasolina, os carros tomaram conta das ruas e as bicicletas foram deixadas de lado por aqui. Enquanto isso, em outros países seu uso era constantemente incentivado por ser um meio de transporte econômico, rápido, prático e menos poluidor. “Implementar um sistema desses e operar tem um custo. No mundo todo ele funciona da seguinte forma: ou ele é financiado pelo setor público, pelo usuário, pela iniciativa privada ou um mix desses três. O quanto o usuário paga lá na ponta depende da força do investimento de cada um desses. O nosso objetivo é que esse sistema seja integralmente financiado por um patrocinador, que vai receber a marca dele nas bicicletas”, explica Rafael Medeiros. Com o passar dos anos e o crescimento da população, o número de veículos motorizados circulando contribuiu significativamente para criar um caos urbano. Na tentativa de reverter essa situação o uso da bicicleta é fundamental em diversos países e vem ganhando destaque também no Brasil. Acompanhar o ritmo das cidades e fazer tudo funcionar de uma forma prática não é uma tarefa fácil. Assim como novos problemas surgem a cada dia, novas ideias e soluções se tornam instrumento-chave para fazer girar o mecanismo da mobilidade urbana. “Quando a gente passou do transporte para a mobilidade urbana, a bicicleta ficou no meio do caminho. Quando a gente pensava em transporte, a bicicleta nunca era enxergada como um meio de transporte, um veículo. Sempre a gente via enquadrado o carro, o ônibus, o táxi, o trem, e a bicicleta era sempre uma coisa ‘puxa vida, eu não sei se é exatamente um meio de transporte ou não’, quando a gente vai para a mobilidade urbana, que preza pela mobilidade não motorizada, a bicicleta ganha relevância”, diz Fabio Duarte. “O Bike Anjo é um serviço que se presta aos ciclistas iniciantes. Aquele que deseja começar a pedalar, que não tem nenhuma experiência, o primeiro trabalho que a gente faz é de orientação sobre itens de segurança como o uso do capacete, que tipo de vestimenta ele deve ter, os cuidados de manutenção com a bicicleta, troca do pneu, calibragem, altura do banco, como fazer a regulagem do freio e também o cuidado com o físico, a ideia de uma possibilidade sustentável, de substituir o carro por uma bicicleta, mas para isso tem que ter alguém experiente que faça esse trabalho de orientar”, fala Eduardo Emmerick, ciclista/bike anjo. De casa para o trabalho durante a semana ou para aproveitar os momentos de folga, o transporte urbano se revela fundamental. Motoristas, ciclistas e pedestres são cidadãos ativos e em constante movimento. Para que esse fluxo exista em harmonia, a integração entre os diferentes meios de transporte representa o futuro promissor da mobilidade urbana.