Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Programa de Pós-Graduação em Matemática Curso de Mestrado em Matemática Superfícies em R4 do ponto de vista da teoria das singularidades Por Paulo do Nascimento Silva sob orientação do Prof. Dr. Lizandro Sanchez Challapa Dissertação apresentada ao Corpo Docente do Programa de Pós-Graduação em MatemáticaCCEN-UFPB, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Matemática. maio - 2013 João Pessoa - Paraíba Superfícies em R4 do ponto de vista da teoria das singularidades por Paulo do Nascimento Silva Dissertação apresentada ao Corpo Docente do Programa de PósGraduação em Matemática-CCEN-UFPB, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Matemática. Área de Concentração: Singularidades Aprovada por: Prof. Dr. Lizandro Sanchez Challapa Orientador Prof. Dr. Alexandre César G. Fernandes Prof. Dr. Pedro Antonio Gomez Venegas Examinador Examinador Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Programa de Pós-Graduação em Matemática Curso de Mestrado em Matemática maio - 2013 ii UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA Data: Autor: Paulo do Nascimento Silva Tìtulo: Superfícies em R4 maio - 2013 do ponto de vista da teoria das singularidades Depto.: Grau: M.Sc. Matemática Convocação: maio Ano: 2013 Permissão está juntamente concedida pela Universidade Federal da Paraíba à circular e ser copiado para propósitos não comerciais, em sua descrição, o título acima sob a requisição de indivíduos ou instituições. Assinatura do Autor iii Dedico este trabalho a Deus,aos meus saudosos avós Pedro e Josefa, à minha mãe, ao meu irmão e à minha noiva. iv Agradecimentos Para conseguir obter o diploma de mestre foram necessários muitos dias e noites de estudo, e muitas vezes abdicar de momentos com a família, noiva e amigos, sem esquecer das muitas orações que z e que zeram por mim durante esse tempo. Primeiramente agradeço à Deus por ter me dado forças, paz interior e sabedoria durante este curso. À minha mãe que sempre cuidou bem de mim, ensinando-me valores e dando uma boa educação, além de sempre acreditar em mim quando nem mesmo eu acreditava. Ao meu irmão Petrônio, pela torcida e por ser sempre prestativo. À minha noiva Juliana, por seu amor, carinho e compreensão. Ao meu amigo Jailson por ser um dos primeiros que me incentivou a cursar o mestrado. Aos colegas do mestrado, pelo prazer de suas amizades, momentos de estudo em grupo, pela troca de conhecimentos, listas de exercícios , conversas , futebol e etc, em particular, ao Danilo, Eberson, Edna, Erinaldo, Francisco, Ginaldo, Guilherme, Gustavo, José Carlos, Luan, Luando, Mariana, Max, Mônica, Nacib, Pedro, Renato, Reginaldo, Ricardo, Yane, entre outras que conheci durante esta caminhada. Um agradecimento especial ao Francisco Viera de Oliveira, que ao longo desta caminhada se tornou um grande amigo, sempre dando esperança e apoio nos momentos mais necessários. Muito obrigado Francisco. Agradeço ao professor Dr. Bruno Henrique Carvalho Ribeiro, pelas boas aulas na disciplina Introdução a Ánalise Real durante o verão para seleção do mestrado. Agradeço aos meus professores do mestrado, Dr. Alexandre de Bustamante Simas , v Dra. Jacqueline Rojas, Dr. Pedro Antônio Hinojosa Vera, Dr. Serguey Agafonov, Dra. Miriam da Silva Pereira . Em especial, agradeço a meu orientador Dr. Lizandro Sanchez Challapa pela paciência, incentivos, por acreditar que eu era capaz, sugestões, dicas, enm por uma boa orientação. Agradeço aos professores Dr. Alexandre César Gurgel Fernandes e Dr. Pedro Antonio Gomez Venegas por terem aceitado fazer parte da banca. Também gostaria de agradecer ao professor Dr. Roberto Callejas Bedregal por ter sido um dos principais responsáveis pela minha viagem à USP de São Carlos onde pude adquirir o conhecimento necessário para escrever minha dissertação. À professora Dra. Maria Aparecida Ruas coordenadora do projeto Procad, por liberar a viagem para à USP am de que pudesse utilizar os livros e artigos da biblioteca da USP de São Carlos para o desenvolvimento desta dissertação. Ao professor Marcelo José Saia da USP de São Carlos, pelo acolhimento e pelas boas aulas na disciplina Singularidades de aplicações diferenciáveis. Aos professores e funcionários do Programa de pós-graduação em Matemática da UFPB, em especial aos professores Dr. Everaldo Souto de Medeiros e Dr. Daniel Marinho Pellegrino que foram ambos coordenadores do mestrado durante o período em que era mestrando. Aos meus antigos professores da Universidade Federal da Paraíba, em especial aos professores Dr. Antônio Sales da Silva,Dr. Eduardo Gonçalves dos Santos,Dr. João Batista Alves Parente, Dr. Milton de Lacerda Oliveira e Dra. Rogéria Gaudêncio do Rego pelas boas aulas e conselhos. Também agradeço ao REUNI pela bolsa, pois sem ela, não teria condições de concluir este curso. Enm, agradeço a todos que de maneira direta e indireta contribuíram para a concretização deste trabalho. vi Índice Agradecimentos v Resumo viii Abstract ix Introdução x 1 Preliminares 1 1.1 Singularidades de germes de funções suaves . . . . . . . . . . . . . . . 1.1.1 Classicação dos germes de codimensão 65 1 . . . . . . . . . . 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 1.2 Variedade Riemanniana 1.3 Conjuntos singulares 1.4 Contato entre subvariedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 1.5 As equações de Estrutura 18 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Superfícies em R4 2.1 21 2.2 Elipse curvatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 Os Invariantes de Superfícies em R . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 2.3 Formas Quadráticas Degeneradas 34 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Contatos de Superfícies em R4 com hiperplanos 4 3.1 Variedade canal de uma superfície em 3.2 Caraterização geométrica das singularidades de funções altura Referências Bibliográcas R 21 36 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 42 49 vii Resumo Neste trabalho estudamos a geometria das superfícies em R4 através da variedade canal e das singularidades das famílias de funções altura das superfícies. Provaremos que os pontos de inexão das superfície são os pontos umbílicos das famílias de funções altura. Além disso, veremos que pontos de inexão do tipo imaginário serão pontos isolados da curva ∆−1 (0). Como uma consequência deste estudo provaremos que qualquer mergulho genérico convexo de S2 em R4 tem pelo menos um ponto de inexão. Palavras-Chave: Singularidades, Segunda Forma Fundamental, Elípse de Curvatura, Função Altura, Ponto de Inexão, Ponto Umbílico, Mergulho Genérico. viii Abstract We study the geometry of surfaces immersed in their families of height functions. R4 through the singularities of Inection points on the surfaces are shown to be umbilic points from their families of height functions. Furthermore, we see that inection points of imaginary type are isolated points of the curve consequence we prove that any dive generic convexly embedded S2 in ∆−1 (0). R4 As a has inexion points. Keywords: Singularities, Second Fundamental Form, Ellipse Curvature, Height Function, Inexion Point, Umbílic Point, Embedding Generic. ix Introdução Resultados importantes da geometria das superfícies em R4 podem ser obtidos através da análise de seus contatos genéricos com hiperplanos, esses contatos serão dados pelas singularidades da família de funções altura. Para nosso estudo da geometria das superfícies em imersão de uma superfície em R4 . R4 vamos considerar uma Para cada ponto da superfície podemos denir uma elipse no subespaço normal, denominada elipse de curvatura. A elipse de curvatura é dada pela segunda forma fundamental da superfície. Um ponto da superfície será chamado de ponto de inexão quando a elipse de curvatura associada a esse ponto for um segmento de reta radial, esse conceito é encontrado em [10]. Este trabalho baseia-se no artigo The Geometry of Surfaces in 4-space from a Contact Viewpoint e está dividido em três capítulos. No capítulo 1, apresentamos alguns conceitos e resultados importantes na teoria de singularidades que podem ser encontrados em sua grande maioria em [8], como por exemplo: germes de aplicações, conjuntos singulares, codimensão de um germe, classicação dos germes de codimensão ≤ 5, contato entre subvariedades. Finalizamos o capítulo estudando equações de estrutura de uma superfície imersa em das equações de estrutura do Rn . R4 , através Na sessão 1.2 introduzimos alguns conceitos de geometria Riemanniana relacionados a conexão de uma variedade Riemanniana. No capítulo 2, calculamos os coecientes da segunda forma fundamental da superfície utilizando o referencial móvel, o qual é denido na sessão 1.6 no capítulo 1. Encontramos a curvatura gaussiana da superfície, usando o famoso teorema de Gauss ( veja [4]). Também estudamos a elipse de curvatura e os invariantes associados a x superfície. No capítulo 3, interpretamos geometricamente as singularidades das funções altura associada a superfície com o objetivo de obter informações geométricas da superfície. Também introduzimos o conceito da variedade canal associada a superfície, para desenvolver uma técnica que permite obter informações geométricas da superfície a partir da variedade canal. Como consequência deste estudo provaremos que qualquer mergulho genérico convexo de S2 em R4 tem pelo menos um ponto de inexão. xi Capítulo 1 Preliminares Neste capítulo introduzimos as notações e denições básicas, usualmente utilizadas na Teoria de Singularidades e aplicações suaves. Em seguida, introduzimos alguns conceitos de geometria Riemanniana. Finalizamos este capítulo com estudo das equações de Estrutura associadas a uma imersão de uma superfície em R4 . Os resultados deste capítulo são inspirados em [8], [13],[12],[4]. 1.1 Singularidades de germes de funções suaves Uma aplicação são contínuas em f : U → Rp U é de classe Ck no aberto todas as derivadas parciais de conjuntos abertos de n R e p R f U ⊂ Rn de ordem quando existem e ≤ k. Sejam U e V , respectivamente. Em grande parte do trabalho estamos considerando, quando não é dito contrário, aplicações f :U →V suaves, ou C ∞, isto é, que possui derivadas de todas as ordens. Denição 1.1. Seja ponto singular de f f : Rn → Rp uma aplicação suave. Dizemos que x ∈ Rn é um f no ponto x, ∂fi (x) , 1 ≤ i ≤ p, 1 ≤ j ≤ n, ∂xj se, o posto da matriz jacobiana de Jf (x) = não é máximo. Caso contrário, dizemos que x é um ponto regular de também pode ser chamado de uma singularidade de 1 f. f. O ponto x Capítulo 1. Preliminares É claro que um ponto ser uma singularidade de uma aplicação é uma propriedade local. Neste trabalho estaremos interessados em aplicações que tem um singularidade na origem. Por este motivo introduzimos a seguinte relação de equivalência: Denição 1.2. n U2 ⊂ R , com vizinhança Dadas duas aplicações suaves x ∈ U1 x ∈ U2 . e U ⊂ U1 ∩ U2 de x Dizemos que f1 : U1 → Rp f1 ∼ f2 e f2 : U2 → Rp , se, e somente se, existe uma f1 (x) = f2 (x), ∀ x ∈ U tal que As classes de equivalência sobre essa relação são chamadas de em x. Denotemos o germe de um elemento (Rp , y), onde y = f (x). Para cada germe Dizemos que U1 , onde f : Rn → Rp em germes de aplicações x por f : (Rn , x) → x e y são respectivamente fonte e meta do germe. f : (Rn , x) → (Rp , y) , é denido como sendo a derivada em x associamos a sua derivada dfx : Rn → Rp que de qualquer um representante. Um germe é invertível se, e somente se, sua derivada é invertível. O posto de um germe é denido como o posto de sua derivada em x. Quando o posto de f : Rn → Rp dizemos que o germe é uma imersão. No caso em o posto é igual a p, é igual a n dizemos que o germe é uma submersão. Denição 1.3. Dois germes f : (Rn , x1 ) → (Rp , y1 ) e g : (Rn , x2 ) → (Rp , y2 ) são equivalentes quando existem germes invertíveis (Rp , y2 ) f / k : (Rp , y1 ) → (Rp , y1 ) h (Rn , x2 ) g / k (Rp , y2 ), k ◦ f = g ◦ h. Denotamos por classe e para os quais o diagrama comuta, (Rn , x1 ) isto é, h : (Rn , x1 ) → (Rn , x2 ) C ∞. Quando En,p o conjunto dos germes de aplicações p = 1, este conjunto é denotado por 2 En . f : (Rn , 0) → Rp Observemos que de εn é Capítulo 1. Preliminares um anel local cujo ideal maximal é vericar que mn Denição 1.4. por f ∼ g mn := {f ∈ En ; f (0) = 0}. é o ideal gerado por Sejam f , g ∈ En . Além disso é possível x1 , ..., xn . Dizemos que f e g são se existe um germe de difeomorsmo R-equivalentes e denotamos h : (Rn , 0) → (Rn , 0) tal que f = g ◦ h−1 . Para nosso estudo é importante o conhecimento de alguns resultados básicos da análise no espaço euclidiano. Denição 1.5. Seja f : Rn → R ponto crítico não degenerado se x0 uma função suave. Um ponto é um ponto singular de f x0 em Rn é um e a Hessiana, que é o determinante da matriz ∂ 2f (x0 ) , ∂xi ∂xj 1 ≤ i, j ≤ n, é não nulo. Denição 1.6. Uma função suave f : Rn → R é dita ser uma uma função de Morse se todos os seus pontos singulares são pontos críticos não degenerados. Observação 1.7. Note que uma função regular f : Rn → R é também uma função de Morse. É bem conhecido do cálculo que as funções de Morse desempenham um papel importante em suas aplicações e possuem uma forma normal na vizinhança de um ponto crítico não degenerado como veremos a seguir. Lema 1.8. 1) Se x0 dada por 2) Se x0 Seja f : (Rn , x0 ) → R é um ponto regular de um germe suave. Então: f, então o germe é equivalente a π : (Rn , 0) → R, π(x1 , ..., xn ) = x1 . um ponto crítico não degenerado de (Rn , 0) → R, f, então o germe é equivalente a dado por g(x) = x21 + x22 · · · + x2λ − x2λ+1 − · · · − x2n . 3 g : Capítulo 1. Preliminares P k (Rn , Rp ) Denotaremos por tal que cada componente x1 , x2 , ..., xn coordenadas o espaço vetorial real das aplicações f : Rn → Rp fi de f = (f1 , f2 ..., fp ) de Rn com termo constante nulo. A noção de espaço de k- é um polinômio de grau 6 k nas jato de aplicações suaves é introduzida em [11]. Neste trabalho utilizamos a seguinte identicação: Proposição 1.9. Seja J k (Rn , Rp ) o espaço dos k-jatos. canônica entre o espaço de k-jatos e o conjunto Então existe uma bijeção Rn × Rm × P k (Rn , Rp ). Denição 1.10. Para cada aplicação f = (f1 , f2 , ..., fp ) ∈ C ∞ (Rn , Rp ) e cada a ∈ Rn , denimos a aplicação J k f : Rn −→ J k (Rn , Rp ) (1.1) a 7−→ J k f (a) = (a, f (a), P1 (a), ..., Pn (a)), onde Pi (a) fi é o polinômio de Taylor da funçao de ordem k em a, sem o termo constante. j k f (a) = (P1 (a), ..., Pn (a)). Denotaremos por j k f (a) é chamado o k-jato de Exemplo 1.11. Seja f A aplicação J kf é de classe C∞ e em a. f :R→R uma função suave. Neste caso temos que: 00 0 j k f (a) = f (a)x + e J k f (a) f (a) 2 f k (a) k x + ··· + x , 2! k! pode ser identicado com um elemento do espaço Rk+2 com a correspondên- cia 00 00 f (a) 2 f k (a) k f (a) f k (a) 0 (a, f (a), f (a) + x + ··· + x ) ↔ (a, f (a), f (a), ,··· , ). 2! k! 2! k! 0 C ∞ (Rn , Rp ) Ao conjunto vamos associar uma topologia, chamada Topologia de Whitney. Denição 1.12 topologia de onde C k . (Topologia de Whitney) ∞ n p Seja f ∈ C ∞ (Rn , Rp ). Uma base para a C (R , R ) é dada pelos seguintes conjuntos V (f, δ) = {g ∈ C ∞ (Rn , Rp ); J k g(x) − J k f (x) < δ(x)}, de Whitney de δ : Rn → R é contínua e positiva. 4 Capítulo 1. Preliminares C∞ A Topologia de Whitney abertos das topologias Denição 1.13. Ck Um germe de Whitney, com Um germe j k (g)(0) = j k (f )(0) com f ∈ En C ∞ (Rn , Rp ) f ∈ En tem como base a união de todos os k ≥ 0. é k-determinado se para qualquer germe R-equivalente temos que f é g ∈ En a g. k ∈N é nitamente determinado se existir um tal que f seja k-determinado. Denição 1.14. Seja A multiplicidade µ0 [f ] f : (Rn , 0) → (Rn , 0) de f em 0 um germe tal que 0 é isolado de f −1 (0). é denida por µ0 [f ] = dimR [En /hf1 , . . . , fn i], onde hf1 , . . . , fn i nito se de f em 0. Dizemos que f é µ0 [f ] < ∞. Dada uma aplicação g : Rn → Rn , polinômio homogêneo tal que di fi é o ideal gerado pelas componentes é o grau de cada Proposição 1.15 f = (f1 , . . . , fn ) e 0 onde é isolado em g = (g1 , . . . , gn ) −1 g (0), gi sendo um Qn µ0 [g] = i=1 di , onde com cada temos que gi . ([16]) fi = . Seja fiki +q f : (Rn , 0) → (Rn , 0), um germe nito. k , onde fi i é a parte homogênea de fi Considere com grau ki e ki j q(0) = 0. Então: Qn i) µ0 [f ] ≥ i=1 ki . Qn ii) µ0 [f ] = i=1 ki se, solução trivial em Denição 1.16. por cod(f, Re ) e somente, se o sistema fiki = 0 para i = 1, . . . , n tem apenas Cn . Seja f : (Rn , 0) → R uma germe. A Re -codimensão de f, é denida como: cod(f, Re ) = µ0 [∇f ]. A Re -codimensão, Proposição 1.17 i) Se f e g são que foi denida acima, pode ser encontrada em [8]. ([8]) . Sejam dois germes f e g em R-equivalentes ii) cod(f, Re ) = 0 então se, e somente se, En . Temos que, cod(f, Re ) = cod(g, Re ). 0 é um valor regular de 5 f. denotada Capítulo 1. Preliminares 1.1.1 Classicação dos germes de codimensão 6 5 Denição 1.18. Um germe f ∈ m2n degenerado quando a matriz Hessiana Lema 1.19 (Lema de Morse). f Seja (isto é, a origem é um ponto singular) é não Hf = f ∈ m2n . é não degenerado. Neste caso f será ∂2f (0) ∂xi ∂xj é não singular. cod(f, Re ) = 1 Então, R-equivalente se, e somente se, a um germe da forma x21 + ... + x2s − x2s+1 − ... − x2n . Denição 1.20. Sejam f ∈ m2n posto da matriz Hessiana é Observação 1.21. Lema 1.22 cod(f, Re ) ≥ 2. e Dizemos que f tem coposto c se o n − c. O coposto das funções de Morse é nulo. (Lema da Separação) de coposto c. Então, f é . Seja R-equivalente f ∈ m2n um germe nitamente determinado a um germe (x1 , ..., xn ) → g(x1 , ..., xc ) ± x2c+1 ± ... ± x2n , com g ∈ m3c . Proposição 1.23. Sejam f ∈ m2n de coposto 1 e cod(f, Re ) = k . Então, f é R- equivalente ao germe (x1 , ..., xk ) → ±xk+1 ± x22 ± ... ± x2n . 1 Este germe é chamado de singularidade Demonstração: Ak . Ver referência [8] Lema 1.24. Seja f ∈ m2n cod(f, Re ) ≥ c(c+1) 2 + 1. um germe de Re -codimensão nita e de coposto c, então Pelo lema acima, temos que para classicar os germes de codimensão se apenas os germes de coposto ≤ 2. 6 ≤ 5, considera- Capítulo 1. Preliminares Proposição 1.25 ([8]) . f ∈ m2n Seja de coposto 2 e cod(f, Re ) ≤ 5. Então, f é equivalente a um dos seguintes germes ±(x31 − x1 x22 ) ± x23 ± ... ± x2n ±(x31 + x32 ) ± x23 ± ... ± x2n ±(x21 x2 + x42 ) ± x23 ± ... ± x2n . Teorema 1.26 (Teorema de Thom) . Seja f ∈ m2n de modo que 1 ≤ cod(f, Re ) ≤ 5. Então, a menos da soma de uma forma quadrática nas outras variáveis, e multiplicação por ±1, f é Símbolo Nome A1 A2 A3 A4 A5 D4− D4+ D±5 Morse R-equivalente a um dos seguintes germes listados na tabela abaixo. Germe 2 Dobra Cúspide Rabo de andorinha Borboleta Umbílico elíptico Umbílico hiperbólico Umbílico parabólico x x3 x4 x5 x6 (x3 − xy 2 ) (x3 + y 3 ) (x2 y + y 4 ) cod(f, Re ) Coposto 0 1 1 2 1 3 1 4 1 5 2 4 2 4 2 5 Tabela 1.1: singularidades 1.2 Variedade Riemanniana Transversalidade é uma idéia importante e profunda no estudo da teoria das singularidades. Grandes resultados sobre genericidade em conjuntos foram obtidos combinado-se os teoremas demonstrados por René Thom com a idéia de transversalidade entre subvaridades. Neste trabalho a transversalidade aparecerá diversas vezes. Denição 1.27. Uma variedade diferenciável de dimensão uma família de aplicações biunívucas xα : Uα ⊂ Rn → M tais que: 7 n é um conjunto de abertos Uα de Rn M em e M Capítulo 1. S 1. Preliminares xα (Uα ) = M. α 2. Para todo par xβ −1 (W ) xα (Uα ) ∩ xβ (Uβ ) = W 6= ∅, com Rn são abertos em 3. A família O par α, β {(Uα , xα )} (Uα , xα ) p. diferenciável em xβ −1 ◦ xα (ou aplicação Uma família xα ) M com em p ∈ xα (Uα ) p; xα (Uα ) 1 e 2. é então chamada uma vizinhança {(Uα , xα )} satisfazendo 1 e 2 é chamada uma estrutura M. é diferenciável em ϕ(p) e é chamado de parametrização Denição 1.28. Sejam M1 e M2 variedades diferenciáveis. M2 xα −1 (W ) são suaves. é máxima relativamente às condições (ou sistema de coordenadas) de coordenada de e as aplicações os conjuntos p ∈ M1 existe uma parametrização Uma aplicação se dada uma parametrização x : U ⊂ Rn → M1 em p ϕ : M1 → y : V ⊂ Rp → M2 em ϕ(x(U )) ⊂ y(V ) e a tal que aplicação y −1 ◦ ϕ ◦ x : U ⊂ Rn → Rp é diferenciável em Denição 1.29. α : (−ε, ε) → M M, e seja curva α D em x−1 (p). Seja M uma variedade diferenciável. Uma aplicação diferenciável é chamada uma curva diferenciável em o conjunto das funções de t=0 é a função α0 (0) : D → R α0 (0)f = Um vetor tangente em com α(0) = p. O conjunto de dimensão n M Suponha que diferenciáveis em p. α(0) = p ∈ O vetor tangente à dada por d(f ◦ α) |t=0 f ∈ D. dt p é o vetor tangente em t = 0 de alguma curva α : (−ε, ε) → M O conjunto dos vetores tangentes a Tp M , M. M em p será indicado por Tp M . com as operações usuais de funções, forma um espaço vetorial e é chamado o espaço tangente de veja [4]. 8 M em p. Para maiores detalhes Capítulo 1. Preliminares Observação 1.30. M, v ∈ Tp M }. O conjunto brado tangente de Denição 1.31. vel ϕ:M →N Se, além disso, induzida por M Seja M. uma variedade diferenciável e seja TM munido de uma estrutura diferenciável será chamado Para maiores detalhes veja [4]. Sejam M e N variedades diferenciáveis. Uma aplicação diferenciá- é uma imersão se ϕ N, dϕp : Tp M → Tϕ(p) N é um homeomorsmo sobre diz-se que um mergulho, diz-se que Denição 1.32. M ϕ correspondência que a cada ponto X é uma aplicação de diferenciável se a aplicação Proposição 1.33. p ∈ M Sejam X : M → TM U ⊂ Rm+n onde M ⊂N é uma subvariedade de X é injetiva para todo ϕ(M ) ⊂ N , é um mergulho. Se Um campo de vetores mos de aplicações, T M = {(p, v); p ∈ ϕ(M ) tem a topologia e a inclusão i:M →N é N. em uma variedade diferenciável associa um vetor M p ∈ M. M X(p) ∈ Tp M . no brado tangente T M. é uma Em ter- O campo é é diferenciável. aberto e f : U → Rn uma aplicação suave. Consideremos o conjunto M = {p ∈ U ; f (p) = c e dfp : Rn+m → Rn sobrejetora} Então, (i) M (ii) é aberto em Supondo que f −1 (c). M é não vazio, M é uma variedade suave de dimensão m do Rm+n , e (iii) Tp M = ker (df )p Denição 1.34. para todo M e aplicação suave. Considere S intersecta S ou ii) f (x) ∈ S e Tx M N sendo variedades suaves e sendo uma subvariedade de transversalmente em i) f (x) ∈ /S onde Sejam p ∈ M. x se; (df )x (Tx M ) + Tf (x) S = Tx N . é o espaço tangente à M em x. 9 N f :M →N e seja sendo uma x ∈ M. Então f Capítulo 1. Preliminares Diremos que f f é transversal a for transversal a Teorema 1.35. J k (Rn , Rp ), S na ponto S, denotado por f t S, quando, para todo x ∈ M, x. S (Transversalidade de Thom) Para toda subvariedade fechada o conjunto das aplicações portanto denso na F C r -topologia,qualquer em C ∞ (Rn , Rp ) que seja tal que jkF t S de é aberto e, r > k + 1. Como consequência do teorema de transversalidade de Thom, temos os seguinte resultado: Lema 1.36. O conjunto de todas as funções de Morse é denso em Denição 1.37. Uma métrica Riemanniana (ou estrutura Riemanniana) em uma variedade diferenciável um produto interno espaço tangente par X hX, Y i e Y C ∞ (Rn , R). M h, ip Tp M , é uma correspondência que associa a cada ponto p de M (isto é, uma forma bilinear simétrica, positiva denida) no que varia diferenciavelmente no seguinte sentido: Para todo de campos de vetores diferenciáveis em uma vizinhança é diferenciável em V de M, a função V. Uma variedade diferenciável com uma dada métrica Riemanniana chama-se uma variedade Riemanniana. As denições e os resultados sobre conexão podem ser encontrados em [4]. Indicaremos por Denição 1.38. X (M ) o conjunto dos campos de vetores de classe Uma conexão am ∇ C∞ em uma variedade diferenciável aplicação ∇ : X (M ) × X (M ) → X (M ) (X, Y ) que satisfaz as seguintes propriedades: i) ∇f X+gY Z = f ∇X Z + g∇Y Z, 10 7→ ∇X Y em M M. é uma Capítulo 1. Preliminares ii) ∇X (Y + Z) = ∇X Y + ∇X Z, iii) ∇X (f Y ) = f ∇X Y + X(f )Y, onde X, Y, Z ∈ X (M ) Denição 1.39. e f, g ∈ D(M ). Sejam X , Y ∈ X (Rn ) e p ∈ Rn , a conexão em Rn será dada por (∇X Y )(p) = (dY )p (X(p)). Corolário 1.40. Uma conexão ∇ em uma variedade Riemanniana M é compatível com a métrica se e só se X hY, Zi = h∇X Y, Zi + hY, ∇X Zi , Denição 1.41. Uma conexão am ∇ X, Y, Z ∈ X (M ). em uma variedade diferenciável M é dita simétrica quando ∇X Y − ∇Y X = [X, Y ] para todo X, Y ∈ X (M ). Teorema 1.42 (Levi-Civita) única conexão am ∇ em M . Dada uma variedade Riemanniana M, existe uma satisfazendo as seguintes condições: a) ∇ é simétrica. b) ∇ é compatível com a métrica Riemanniana. A conexão dada pelo teorema acima é denominada conexão Riemanniana (ou de Levi-Cita ) de Seja M. f : M → M̄ uma imersão de uma variedade suave uma variedade Riemanniana de dimenão n + m. de M em M̄ . Note que f de dimensão A métrica Riemanniana de de maneira natural uma métrica Riemanniana em hv1 , v2 i = hdfp (v1 ), dfp (v2 )i. M M: se v1 , v2 ∈ Tp M , M̄ n em induz dene-se Nesta situação a aplicação f é uma imersão isométrica é localmente um mergulho, isto é, existe uma vizinhança 11 Capítulo 1. U ⊂ M de Preliminares p f : U → R4 tal que M̄ . é uma subvariedade de é um mergulho, o qual implica que Denotamos f (U ) = M . Agora, iremos introduzir a segunda forma fundamental considerando-a relativamente a um campo M. M Nossa variedade Riemanniana Sejam ∇ X, Y de será munida da conexão riemanniana ∇ ξ normal a induzida da conexão M̄ . campos locais de vetores em locais dos campos f (U ) ⊂ M̄ X Y e a M̄ , M. X, Y Denotamos por as extensões respectivamente . A conexão riemanniana ∇ em M é denida como ∇X Y = (∇X Y )T , onde de ¯ X̄ Ȳ )T (∇ é a projeção ortogonal do campo de vetores ¯ X̄ Ȳ ∇ no espaço tangente M. Denimos o campo M. Denição 1.43. Sejam local de vetores em R4 X e Y campos locais de vetores em normal a M. Como ¯ X̄ Ȳ )N . ¯ X̄ Ȳ − ∇X Y = (∇ B(X, Y ) = ∇ O campo local de vetores Vamos indicar por Proposição 1.44. X (M )⊥ B(X, Y ) X (M )⊥ Se não depende das extensões X, Y . os campos de vetores suaves normais a X , Y ∈ X (M ), então a aplicação f (U ). B : X (M ) × X (M ) → dada por B(X, Y ) = ∇X Y − ∇X Y é bilinear e simétrica. Observação 1.45. Seja p∈M e O valor de ξ ∈ (Tp M )⊥ . B(X, Y )(p) A aplicação depende apenas de X(p) Kξ : Tp M × Tp M → R Kξ (x, y) = hB(x, y), ξi , x, y ∈ Tp M, é pela proposição acima, uma forma bilinear e simétrica. 12 e Y (p). dada por Capítulo 1. Preliminares Denição 1.46. Seja x ∈ Tp M . A forma quadrática IIξ denida em Tp M por IIξ (x) = Kξ (x, x) é chamada a segunda forma fundamental de f em p segundo o vetor Se x, y ∈ Tf (q) f (M ) ⊂ Tf (q) M , ξ. são linearmente independentes, indicaremos por K(x, y) e K(x, y) as curvaturas seccionais de M e M, respectivamente. Para maiores detalhes sobre a curvatura seccional veja [4]. O teorema abaixo exprime as diferenças das curvaturas seccionais de M M e por meio de expressões construídas a partir da segunda forma fundamental. Teorema 1.47 . (Gauss) Sejam q ∈ M e x, y vetores ortonormais de Tf (q) f (M ). Então K(x, y) − K(x, y) = hB(x, x), B(y, y)i − kB(x, y)k2 . Demonstração: 1.3 Veja [4] Conjuntos singulares Seja f : Rn → Rp uma aplicação suave. O conjunto singular de todos os pontos singulares de f. A imagem de Σ(f ) Σ(f ), f (Σ(f )), é o conjunto é chamado de discriminante ou conjunto de bifurcação. Exemplo 1.48. 2 f :R →R 2 A aplicação cúspide de Whitney no plano é uma aplicação suave dada por (x, y) 7→ (u, v) onde u = x, v = y 3 − xy . é o conjunto de todos os pontos onde a matriz Jacobiana tem parabóla x = 3y 2 . O conjunto singular rank < 2, isto é a E o conjunto bifurcação é a imagem desta parabóla sob f, ou seja, a cúbica cuspidal que tem a equação 4u3 − 27v 2 = 0. 13 Capítulo 1. Preliminares Figura 1.1: Parabóla e Cúspide. Denição 1.49. Seja f : Rn → Rp uma aplicação suave. o Para cada conjunto de singularidades de primeira ordem Σi (f ) i = 1, ..., min{n, p}, é denido da seguinte maneira: Σi (f ) = {x ∈ Rn : dim(ker(dfx )) = i}. Exemplo 1.50. calcular Seja f : (R2 , 0) → (R2 , 0) denida por f (x, y) = (x2 , y 2 ), vamos (x, y) = (0, 0). Desta Σi (f ), i = 0, 1, 2. Primeiramente, temos " df(x,y) = e daí, notemos que forma, y=0 dim(ker(df(x,y) )) = 2 Σ2 (f ) = {(0, 0)}. ou x=0 e y 6= 0. O conjunto Portanto, E nalmente temos que pontos 2x 0 0 2y # se, e somente se, Σ1 (f ) é determinado pelas equações x 6= 0 e Σ1 (f ) = {{(x, 0)} ∪ {(0, y)} − {(0, 0)}. Σ0 (f ) = {(x, y) ∈ R; x 6= 0, y 6= 0}, pois, para esses dim(ker(df(x,y) )) = 0. Observe que todos os Denição 1.51. Σi (f ) deste exemplo são subvariedades do Dada uma aplicação suave gularidades de primeira ordem Σi (f ). f : Rn → Rp R2 . temos os conjuntos de sin- Se esses são subvariedades podemos introduzir 14 Capítulo 1. Preliminares os conjuntos de singularidades de segunda ordem Σi,j (f ) = Σj (f |Σi (f )). E este pro- cesso pode ser continuado. Se esses conjuntos são subvariedades podemos introduzir os conjuntos de singularidades de terceira ordem Σi,j,k (f ) = Σk (f |Σi,j (f )). E assim por diante. Os conjuntos obtidos dessa maneira são os conjuntos de singularidade de ordem superior de f. Exemplo 1.52. por Dado um f (x, y) = (u, v) onde ε>0 considere uma aplicação suave u = x2 − y 2 + 2εx A matriz jacobiana de f rank < 2 denida v = 2xy − 2εy . é " que tem e f : R2 → R2 2x + 2ε −2y 2y 2x − 2ε # , quando seu determinate se anula, ou seja, no círculo f. Então, tal círculo é o conjunto singular de x2 + y 2 = ε2 . Se parametrizarmos o conjunto singular, colocando x = ε cos θ y = ε sin θ então obtemos uma parametrização do discriminante na forma u = ε2 (cos 2θ + 2 cos θ) v = ε2 (sin 2θ − 2 sin θ) que é uma representação usual de um hipociclóide tricuspidal. Na verdade nosso círculo x2 + y 2 = ε2 é precisamente o conjunto Σ1 (f ) laridades de primeira ordem, pois note que a matriz jacobiana não pode ter de singu- rank = 0. Temos que existem três pontos no círculo que precisam ser distinguidos dos outros na medida em que são levados por f a cúspides no hipociclóide. Analisaremos agora a restrição ponto (x, y) no círculo. diferencial de num ponto f (x, y) f |Σ1 (f ). Vamos calcular o rank da restrição num Relembre que a diferencial da restrição é a restrição da para a reta tangente ao círculo. Agora a reta tangente ao círculo é a reta que passa pela origem perpendicular a este vetor. Um vetor tangente unitário será (−y/ε, x/ε) e a imagem deste sob a diferencial de 15 f em (x, y) Capítulo 1. Preliminares Figura 1.2: Hipociclóide. será obtida através da aplicação da matriz jacobiana a ele, obtendo-se o vetor " #" 2x + 2ε −2y 2y 2x − 2ε # −y/ε " = 2/ε x/ε A diferencial da restrição certamente tem # −2xy − εy −y 2 + x2 − εx rank ≤ 1; e ela tem . rank 0 somente quando este último vetor for nulo, ou seja, exatamente nas raízes cúbicas de ε3 . Em outras palavaras nossos três pontos são distinguidos precisamente pelo fato que eles são pontos 1.4 Σ1 (f ) para a restrição f |Σ1 (f ), ou seja, pontos Σ1,1 (f ). Contato entre subvariedades Sejam U e f : Rm → Rn V duas subvariedades em e da submersão Rn , denidas localmente através da imersão g : Rn → Rk , onde U = f (Rm ) p ∈ U ∩V , ou seja, p = f (x0 ), x0 ∈ Rm e g ◦f (x0 ) = 0. que existe contato entre U e V em p g◦f g ◦f com m ≥ k , consideramos dx0 (g ◦ f ) não é sobrejetiva [11]; tem uma singularidade ou um ponto critico em O tipo de contato entre as subvariedades gularidade que a aplicação V = g −1 (0), se as duas subvariedades não são transversais nesse ponto. Isto equivale a dizer que a diferencial portanto a aplicação Supondo e U tem no ponto de aplicação de contato. 16 e x0 . V x0 . será determinado pelo tipo de sin- Este é o motivo que a denominamos Capítulo 1. Preliminares Segue abaixo a deção de K-equivalência (ou equivalência de contato). Denição 1.53. ( Montaldi) Dados dois germes f, g : (Rm , 0) → (Rn , 0) dizemos que f e g são k-equivalentes e denotamos por h : (Rm , 0) → (Rm , 0) e K f ∼ g, se existem difeomorsmos de germes H : (Rm × Rn , (0, 0)) → (Rm × Rn , (0, 0)) tais que o diagrama comuta (IRm ,f ) (Rm , 0) onde H(x, 0) = (h(x), 0) M e H (IRm ,g) (Rm , 0) Seja (Rm × Rn , (0, 0)) h ou seja, / / (Rm × Rn , (0, 0)), H(x, f (x)) = (h(x), g ◦ h(x)) Rn , n ≥ 4, uma suferfície imersa em φ : R2 → Rn é uma imersão. são determinados pelo subconjunto x ∈ Rm . localmente denida por M = φ(R2 ), M de com hiperplanos e hiperesferas n n ≥ 4, Os contatos de −1 para todo ψ (0) ⊂ R , onde ψ : Rn → R é uma submersão. Se a subvariedade é um hiperplano de vetor normal unitário à origem ρ ∈ R+ . v ∈ S n−1 e distância A submersão será dada por ψ(x1 , ..., xn ) = x1 v1 + · · · + xn vn + ρ. os contatos de M com a família de hiperplanos são dados pelas singularidades da família de funções altura: Portanto, λ(φ) : R2 × S n−1 → R ((x, y), v) 7→ λ(φ)((x, y), v) = hφ(x, y), vi . Denição 1.54. Sejam φ : Rm → Rn localmente as subvariedades contato de ordem ordem ≥2 em imersão e U = φ(Rm ) p ∈ U ∩V ∂x1 ∂ 2 ψ◦φ (p) ∂x21 = ··· ∂xm 2 = ∂∂xψ◦φ 2 (p) m V = ψ −1 (0). submersão que denem Dizemos que U e = somente se, ∂ 2 ψ◦φ (p) ∂x1 ∂x2 17 = ··· = ∂ 2 ψ◦φ (p) ∂xm−1 ∂xm =0 V tem ψ◦φ se, e somente se, todas derivadas de ≤ 2 se anulam em p, ou seja se, e ∂ψ◦φ (p) = · · · = ∂ψ◦φ (p) = 0 e ψ : Rn → R . de Capítulo 1. 1.5 Preliminares As equações de Estrutura Seja U ⊂ Rn e1 , ..., en um conjunto aberto e seja campos de vetores diferenciáveis tal que para cada produto interno hei (p), ej (p)ip = δij , onde δij = 0 se i 6= j e δij = 1 se i = j. é chamado um referencial móvel em podemos denir 1-formas ωi U. O conjunto de campo de vetores e1 , ..., en {ei }, i = 1, ..., n, Dado um referencial móvel pela condição ωi (ej ) = δij , i = 1, ..., n; ou seja, em cada {ωi } p, a base {(ωi )p } é a base dual de {(ei )p }. O conjunto das formas é chamado o correferencial associado ao referencial móvel Cada campo de vetores e cada v ∈ Rn ei é uma aplicação suave {ei }. ei : U ⊂ Rn → Rn . Para cada p podemos escrever (dei )p (v) = n X (ωij )p (v)ej (p). j=1 Note que, as expressões linearmente de v. D (ωij )p (v) = Portanto (ωij )p E , denidas acima, dependem é uma aplicação linear em um campo de vetores diferenciável, podemos escrever (dei )p (v), ej (p) ωij Rn e, desde que é uma 1-forma diferencial. n X ei é Sabendo disso, ωij ej . j=1 As formas móvel ωij asssim denidas são chamadas as formas de conexão de Rn no referencial {ei }. Observe que, se diferenciarmos hei , ej i = δij , obtemos 0 = hdei , ej i + hei , dej i = ωij + ωji , isto é, as formas de conexão ωij = −ωji são antisimétricas nos indíces i, j. O ponto crucial no método do referencial móvel é que as formas equações de estrutura de Elie Cartan. 18 ωi , ωij satisfazem as chamadas Capítulo 1. Preliminares Proposição 1.55 (As equações de estrutura do Rn ). em um conjunto aberto e ωij U ⊂ Rn . U as formas de conexão de ωi Seja {ei } um referencial móvel um correferencial associado associada a no referencial n X dωi = Seja ei . ei Então ωk ∧ ωki , (1.2) k=1 dωij = n X ωik ∧ ωkj , i, j, k = 1, ..., n. (1.3) k=1 Demonstração: Lema 1.56 e sejam Ver [6]. . (Lema de Cartan) ω1 , ..., ωk Seja M 1-formas em Suponha que existam 1-formas M uma variedade. Considere dim M = n ≥ k que são linearmente independentes em cada ponto. θ1 , ..., θk k X tal que θi ∧ ωi = 0. i=1 Então existe uma matriz simétrica θi = k X k×k de funções suaves (Aij ) tal que Aij ωj para i = 1, . . . , k. j=1 Agora, iremos calcular as equações de estrutura de uma imersão uma variedade diferenciável q∈M Para M de dimensão 2 em U ⊂M existe uma vizinhança uma vizinhança de um referencial móvel f (U ), os vetores f (q) em R4 {e1 , e2 , e3 , e4 } e1 , e2 tal que em são tangentes a V de R4 . de q tal que a restrição é um mergulho, ou seja, a imersão é localmente um mergulho. V ⊂ R4 f : M → R4 V ∩f (M ) = f (U ). f : U → R4 Desta forma, seja Suponha que existe com a propriedade que, quando restrito a f (U ); um tal referencial móvel é dito ser um referencial adaptado. Em V temos, associado ao referencial {e1 , e2 , e3 , e4 }, as formas ωi zem as equações de estrutura (1.2) e (1.3). Os indíces v ∈ Tf (q) f (U ) temos que v = λ1 e1 (p) + λ1 e2 (p), 19 onde e ωij i, j ∈ {1, 2, 3, 4}. f (q) = p e λ1 , λ2 que satisfe- Agora, dado são escalares. Capítulo 1. Logo, Preliminares (ω3 )p (v) = (ω3 )p (λ1 e1 (p) + λ1 e2 (p)) = 0 e analogamente (ω4 )p (v) = 0. ω3 = ω4 = 0 para todo p ∈ f (U ). Portanto Assim, temos que 0 = dω3 = ω31 ∧ ω3 + ω32 ∧ ω2 , 0 = dω4 = ω41 ∧ ω1 + ω42 ∧ ω2 . Como ω1 e ω2 são independentes. Segue-se do lema de Cartan, que ω13 = aω1 + bω2 , ω23 = bω1 + cω2 , ω14 = eω1 + f ω2 , ω24 = f ω1 + gω2 . A função N denida pela fórmula: dω34 = −N ω1 ∧ ω2 , é chamada de curvatura normal. Para calcular N usaremos 1.3 e as equações dadas por 1.4, assim temos que dω34 = ω31 ∧ ω14 + ω32 ∧ ω24 = [(−aω1 − bω2 ) ∧ (eω1 + f ω2 )] + [(−bω1 − ω2 ) ∧ (f ω1 + gω2 )] = −[(a − c)f − (e − g)b]ω1 ∧ ω2 . Portanto, N = (a − c)f − (e − g)b. 20 (1.4) Capítulo 2 Superfícies em R4 Neste capítulo estudaremos a geometria diferencial das superfícies em lisando a elipse curvatura e os invariantes associados a essas superfícies. R4 , ana- Também estudaremos as formas quadráticas associadas a elipse curvatura. 2.1 Elipse curvatura Sejam N imersão de N em R 4 . A métrica Riemanniana euclidiana de natural uma métrica Riemanniana em hdfp (v1 ), dfp (v2 )i. Note que que de f N: se hv1 , v2 i = N U ⊂M em de R4 . p tal é uma subvariedade f (U ) = M . Dado o vetor tangente a m ∈ M, γ em f (m) d2 γ sendo a projeção de ds2 (m) em em dene-se f (U ) ⊂ R4 uma induz de maneira Nesta situação a aplicação f é uma imersão isométrica de para cada v ∈ S 1 ⊂ Tm M parametrizada pelo comprimento de arco que passa por M R v1 , v2 ∈ Tp M , é um mergulho, o qual implica que Denotamos Denição 2.1. de 4 é localmente um mergulho, isto é, existe uma vizinhança f : U → R4 R4 . f : N → R4 uma variedade suave, compacta, 2-dimensional e é v. seja f (m) γ(s) A imagem de m. 21 η M e escolhida de modo que O vetor curvatura normal Nm M . uma curva em η(v) é denido como é chamada de elipse curvatura Capítulo 2. Superfícies em R4 Veremos mais adiante que a denição acima é independente da escolha da curva γ. Assim, podemos escolher a curva como intersecção de f (m) composto pela soma direta do plano normal representada por v. Nm M M com o hiperplano em e a reta na direção tangente Uma tal curva é chamada a seção normal de M na direção v. Agora, note que: B(v, v) = (∇γ 0 γ 0 )N = η(v). Para calcular e as formas B(v, v) ωi e ωij usaremos o referencial móvel {e1 , e2 , e3 , e4 }, com e1 , e2 ∈ Tm M m coincide com: que satisfazem as equações abaixo ω13 = aω1 + bω2 , ω23 = bω1 + cω2 , ω14 = eω1 + f ω2 , ω24 = f ω1 + gω2 , ambas associados ao mergulho, e introduzidas no capítulo 1. Assim, v = cos θe1 + sin θe2 e o vetor curvatura normal no ponto η(v) = hB(v, v), e3 i e3 + hB(v, v), e4 i e4 , Como B é bilinear e simétrica, então B(v, v) = cos2 θB(e1 , e1 ) + 2 cos θ sin θB(e1 , e2 ) + sin2 θB(e2 , e2 ) onde e v = cos θe1 + sin θe2 (e1 e2 hB(v, v), e4 i cientes de é uma base tangente xada). Note que hB(v, v), e3 i ambas determinam formas quadráticas, e abaixo calcularemos os coe- hB(X, X), e3 i. 22 Capítulo 2. Superfícies em R4 D E ¯ e1 e1 )N , e3 • hB(e1 , e1 ), e3 i = (∇ D E N = [(de1 )p (e1 )] , e3 D E = [ω11 (e1 )e1 + ω12 (e1 )e2 + ω13 (e1 )e3 + ω14 (e1 )e4 ]N , e3 = hω13 (e1 )e3 + ω14 (e1 )e4 , e3 i = h[aω1 (e1 ) + bω2 (e1 )]e3 + [eω1 (e1 ) + f ω2 (e1 )]e4 , e3 i = a D E ¯ e1 e2 )N , e3 • hB(e1 , e2 ), e3 i = (∇ D N = [(de2 )p (e1 )] , e3 E D E = [ω21 (e1 )e1 + ω22 (e1 )e2 + ω23 (e1 )e3 + ω24 (e1 )e4 ]N , e3 = hω23 (e1 )e3 + ω24 (e1 )e4 , e3 i = h[bω1 (e1 ) + cω2 (e1 )]e3 + [f ω1 (e1 ) + gω2 (e1 )]e4 , e3 i = b D E ¯ e2 e2 )N , e3 • hB(e2 , e2 ), e3 i = (∇ D E = [(de2 )p (e2 )]N , e3 D N = [ω21 (e2 )e1 + ω22 (e2 )e2 + ω23 (e2 )e3 + ω24 (e2 )e4 ] , e3 E = hω23 (e2 )e3 + ω24 (e2 )e4 , e3 i = h[bω1 (e2 ) + cω2 (e2 )]e3 + [f ω1 (e2 ) + gω2 (e2 )]e4 , e3 i = c 23 Capítulo 2. R4 Superfícies em Analogamente a hB(v, v), e3 i podemos calcular os coecientes de hB(v, v), e4 i e assim temos que • hB(e1 , e1 ), e4 i = e • hB(e1 , e2 ), e4 i = f • hB(e2 , e2 ), e4 i = g Logo, B(e1 , e1 ) = ae3 + ee4 , B(e1 , e2 ) = be3 + f e4 , B(e2 , e2 ) = ce3 + ge4 . Portanto, η(v) = (acos2 θ + 2b cos θ sin θ + csin2 θ)e3 + (ecos2 θ + 2f cos θ sin θ + gsin2 θ)e4 . Esta equação mostra que a elipse curvatura não depende da escolha da curva parametrizada. Note que η : S 1 → Nm M é uma aplicação de S1 em Nm M . O vetor curvatura média da elipse de curvatura, que será denotado por H, é dado por 1 1 H = (a + c)e3 + (e + g)e4 . 2 2 Usando as identidades trigonométricas cos2 θ = 1 + cos 2θ 1 − cos 2θ cos 2θ , sin2 θ = e cos θ sin θ = , 2 2 2 podemos escrever 1 1 η(θ) = ( (a − c) cos 2θ + b sin 2θ)e3 + ( (e − g) cos 2θ + f sin 2θ)e4 + H. 2 2 (2.1) Como matriz (2.1) tem a seguinte forma " (η − H)(θ) = Note que det(η − H) = 1/2N , onde 1 (a − c) 2 1 (e − g) 2 N b #" (η − H) Supondo que # . sin 2θ f é a curvatura normal denida no capítulo 1. Mostraremos abaixo que a imagem do círculo por Proposição 2.2. cos 2θ det(η − H) 6= 0, é uma elipse no plano normal. 24 (η − H) é uma elipse. temos que a imagem do círculo por Capítulo 2. Superfícies em Demonstração: de 0 à 2π em Seja R4 p ∈ M, vamos considerar S 1 ⊂ Tf (p) f (M ) e (x, y) θ como sendo uma direção variando as coordenadas de (η − H)(θ) em Nf (p) f (M ). Assim, temos: " 1 (a − c) 2 1 (e − g) 2 " ⇒ " ⇒ b f 1 (a − c) 2 1 (e − g) 2 cos 2θ sin 2θ " = 1 1/2N Como #" # cos 2θ " = sin 2θ b #−1 " f = # y 1 (a − c) 2 1 (e − g) 2 " # x #" b f # " = sin 2θ −b f 1 det(η−H) cos 2θ − 21 (e − g) 1 (a 2 #" − c) x 1 (a − c) 2 1 (e − g) 2 b f #−1 " x # y # = y # f x − by − 12 (e − g)x + 12 (a − c)y cos2 2θ + sin2 2θ = 1, temos que 1 1 1 [(f x − by)2 + (− (e − g)x + (a − c)y)2 ] = 1. 2 (1/2N ) 2 2 o que implica 1 1 1 1 [(f 2 + (e − g)2 )x2 + 2(−f b − (e − g)(a − c))xy + (b2 + (a − c)2 )y 2 ] = 1. 2 4 4 4 (1 2N ) Sejam A = f 2 + 14 (e − g)2 , cônica será uma elipse quando B = −f b − 14 (e − g)(a − c) A>0 e AC − B 2 > 0 e C = b2 + 14 (a − c)2 . A ver referência [5]. Abaixo será mostrado que estas condições são satisfeitas. i) A = f 2 + 14 (e − g)2 > 0 pois det(η − H) = 12 (a − c)f − 21 (e − g)b 6= 0. 25 (2.2) Capítulo 2. Superfícies em R4 ii) C = b2 + 14 (a − c)2 > 0, det(η − H) 6= 0. iii) AC − B 2 > 0, pois AC − B 2 = (f 2 + 41 (e − g)2 )(b2 + 14 (a − c)2 ) − f 2 b2 − 12 f b(e − g)(a − c) 1 − 16 (e − g)2 (a − c)2 = f 2 b2 + 14 f 2 (a − c)2 + 14 (e − g)2 b2 + − 12 f b(e − g)(a − c) − 1 (e 16 1 (e 16 − g)2 (a − c)2 − g)2 (a − c)2 = 41 f 2 (a − c)2 − 21 f b(e − g)(a − c) + 14 (e − g)2 b2 = ( 21 (a − c)f − 12 (e − g)b)2 = (det(η − H))2 > 0. Portanto concluímos que (2.2) dene uma elipse. Observação 2.3. 1) Geometricamente, o vetor curvatura média H da expressão (2.1) da elipse de curvatura, representa o vetor com extremos em p e no centro de η(θ). Figura 2.1: Vetor curvatura 2) A denição 2.1 também pode ser introduzida para superfície imersa em R3 . Neste caso, o espaço normal a M em m é uma reta e a elipse de curvatura é um segmento 26 Capítulo 2. Superfícies em R4 de reta ou é apenas um ponto. Veja a gura abaixo. Figura 2.2: Superfície Vamos utilizar o superfície M Teorema 1.47 que será denotada por k. M em R3 acima para calcular a curvatura Gaussiana da Como a curvatura seccional de R4 é nula temos, k(e1 , e2 ) = hB(e1 , e1 ), B(e2 , e2 )i − kB(e1 , e2 )k2 D E D E N N N N ¯ ¯ ¯ ¯ = (∇e1 e1 ) , (∇e2 e2 ) − (∇e1 e2 ) , (∇e1 e2 ) E D E D = (de1 (e1 ))N , (de2 (e2 ))N − (de2 (e1 ))N , (de2 (e1 ))N . No cálculo dos coecientes da segunda forma fundamental vimos que, (de1 (e1 ))N = ω13 (e1 )e3 + ω14 (e1 )e4 , (de2 (e2 ))N = ω23 (e2 )e3 + ω24 (e2 )e4 , (de2 (e1 ))N = ω23 (e1 )e3 + ω24 (e1 )e4 , 27 Capítulo 2. Superfícies em R4 Logo D N N k(e1 , e2 ) = (de1 (e1 )) , (de2 (e2 )) E D N N − (de2 (e1 )) , (de2 (e1 )) E = ω13 (e1 )ω23 (e2 ) + ω14 (e1 )ω24 (e2 ) − ((ω23 (e1 ))2 + (ω24 (e1 ))2 ) = (aω1 (e1 ) + bω2 (e1 ))(bω1 (e2 ) + cω2 (e2 )) + (eω1 (e1 ) + f ω2 (e1 ))(f ω1 (e2 ) + gω2 (e2 )) −[(bω1 (e1 ) + cω2 (e1 ))2 + (f ω1 (e1 ) + gω2 (e1 ))2 ] = ac + eg − b2 − f 2 . Portanto, teremos k = ac − b2 + eg − f 2 . A curvatura Gaussiana também pode ser calculada da seguinte forma: Observação 2.4. A curvatura Gaussiana k da variedade M é dada pela igualdade dω12 = −kω1 ∧ ω2 . De fato, usando 1.3 e as equções 1.4, teremos dω12 = ω13 ∧ ω32 + ω14 ∧ ω42 = [(aω1 + bω2 ) ∧ (−bω1 − cω2 )] + [(eω1 + f ω2 ) ∧ (−f ω1 − gω2 )] = −[ac − b2 + eg − f 2 ]ω1 ∧ ω2 . Logo, k = ac − b2 + eg − f 2 . 2.2 Os Invariantes de Superfícies em R4 Usando a elipse de curvatura podemos detectar invariantes escalares. A elipse de curvatura como um conjunto de pontos do plano normal é independente de rotações no espaço tangente. 28 Capítulo 2. Superfícies em Proposição 2.5. R4 O vetor curvatura média H = (a + c)e3 + (e + g)e4 é um vetor invariante. Demonstração: ax2 + 2bxy + cy 2 A prova segue observando que e (e + g) o traço de (a + c) é o traço da forma quadrática ex2 + 2f xy + cy 2 . Trataremos agora de um invariante que determina a posição da origem de Np M em relação à elipse de curvatura. Este invariante é a 2b c e 2f g 1 ∆ = det 0 a 2b 4 0 e 2f Antes de mostrarmos que ∆ dráticas invariantes. Escreva 0 0 . c g é um invariante será útil desenvolver duas formas qua- e = xe1 + ye2 e considere hde, e3 i ∧ hde, e4 i . Agora de = xde1 + dxe1 + yde2 + dye2 de modo que hde, e3 i = xω13 + yω23 hde, e4 i = xω14 + yω24 . Assim, usando as equações (1.4), podemos escrever: hde, e3 i ∧ hde, e4 i = [xω13 + yω23 ] ∧ [xω14 + yω24 ] = [x(aω1 + bω2 ) + y(bω1 + cω2 )] ∧ [x(eω1 + f ω2 ) + y(f ω1 + gω2 )] = [(af − be)x2 + (ag − ce)xy + (bg − cf )y 2 ]ω1 ∧ ω2 . Desta maneira, temos uma forma quadrática em x e y, que denotaremos por ou seja Q(x, y) = (af − be)x2 + (ag − ce)xy + (bg − cf )y 2 . 29 Q(x, y), Capítulo 2. Superfícies em R4 Sabemos que, dado uma forma quadrática temos uma matriz simétrica associada a esta forma, logo para a forma acima temos a matriz " Q= 1 (ag 2 1 (ag 2 (bg − cf ) − ce) − ce) # . Q são funções escalares denidas na variedade. O traço e o determinante de o traço de (af − be) Q, (af − be) + (bg − cf ), é igual a curvatura normal Note que N. Com alguns cálculos podemos mostrar que ∆ = det Q Portanto, isto mostra que Teorema 2.6. a) Seja ∆ < 0 ⇒ m hiperbólico de m ∆ é um invariante. identicada com a origem de Nm M e det(η − H) 6= 0, está fora da elipse de curvatura (tal ponto é chamado um ponto M ); b) ∆>0⇒m está dentro da elipse de curvatura (ponto elíptico); c) ∆=0⇒m está sobre a elipse de curvatura (ponto parabólico); Demonstração: Quando então: Veja [2]. det(η − H)(θ) = 0, a elipse de curvatura pode degenerar-se em um seg- mento de reta radial, caso em que f (m) é conhecido como um ponto de inexão da superfície. O ponto de inexão é do tipo real quando f (m) pertence à elipse de cur- vatura, e do tipo imaginário quando não pertence. Um ponto de inexão é do tipo at ou degenerado quando τθ de γθ direção em θ0 f (m) em f (m) é um ponto nal da elipse de curvatura. A torção é chamada a torção normal de Tf (m) f (M ) para a qual η(θ0 ) e f (M ) na direção θ em f (m). Uma ∂η (θ ) são paralelos é chamada uma ∂θ 0 direção assintótica. Consideremos a matriz α(m) = Ao invés de mostrarmos o a b c e f g ! . Teorema 2.6, vamos provar a proposição abaixo: 30 Capítulo 2. Superfícies em Proposição 2.7. R4 Em um ponto hiperbólico existem exatamente duas direções assin- tóticas, em um ponto elíptico não existe direção assintótica e, em um ponto parabólico uma única (a menos que o ponto seja um ponto de inexão, caso em que todas as direções são assintóticas). Demonstração: Usando (2.1) temos ∂η (θ) = ((c − a) sin 2θ + 2b cos 2θ)e3 + ((g − e) sin 2θ + 2f cos 2θ)e4 ∂θ O vetor η(θ) é paralelo a ∂η (θ) se ∂θ 1 1 ( (a − c) cos 2θ + b sin 2θ + (a + c))((g − e) sin 2θ + 2f cos 2θ) 2 2 1 1 +((a − c) sin 2θ + 2b cos 2θ)( (e − g) cos 2θ + b sin 2θ + (e + g)) = 0 2 2 O que implica 1 (a − c)(g − e) cos 2θ sin 2θ + (a − c)f cos2 2θ + (g − e)bsin2 2θ 2 1 1 +2bf cos 2θ sin 2θ + (a + c)(g − e) sin 2θ + (a + c)2f cos 2θ 2 2 1 1 2 + (a − c)(e − g) cos 2θ sin 2θ + (a − c)f sin 2θ + (a − c)(e + g) sin 2θ 2 2 2 −b(e − g)cos 2θ − 2bf cos 2θ sin 2θ − b(e + g) cos 2θ = 0. O que implica 1 1 (a−c)f +(g−e)b+[ (a+c)(g−e)+ (a−c)(e+g)] sin 2θ+[(a+c)f −b(e+g)] cos 2θ = 0 2 2 Ou ainda, [(a−c)f +(g−e)b](cos2 θ+sin2 θ)+2(ag−ce) sin θ cos 2θ+[(af −be)−(bg−cf )](cos2 θ−sin2 θ) = 0. 31 Capítulo 2. Superfícies em R4 Resultando em 2[(af − be)cos2 θ + (ag − ce) cos θ sin θ + (bg − cf )sin2 θ] = 0. A matriz associada a forma quadrática acima entre os colchetes temos a matriz: " (af − be) 1 (ag 2 1 (ag 2 (bg − cf ) O determinante desta matriz é ∆. , − ce) − ce) # . (af − be)(bg − cf ) − 41 (ag − ce)2 que é exatamente o Portanto a forma quadrática terá duas, uma ou zero soluções, assim como ∆=0 e ∆>0 ∆<0 respectivamente. Um estudo mais detalhado do item c do Teorema 2.6 permite distinguir as seguintes possibilidades: Proposição 2.8. : i) ∆(m) = 0, k(m) > 0 ⇒ f (m) ( ii)∆(m) = 0, k(m) < 0 e iii) ∆(m) = 0, k(m) = 0 é um ponto de inexão do tipo imaginário. rankα(m) = 2 ⇒ a elipse de curvatura é não degenerada. rankα(m) = 1 ⇒ f(m) é um ponto de inexão do tipo real. ⇒ f (m) é um ponto de inexão do tipo at. Demonstração: ∆ é o resultante de dois polinômios az 2 + 2bz + c e ez 2 + 2f z + g. Desta forma, temos que ∆(m) = 0 implica que az 2 + 2bz + c = 0 e ez 2 + 2f z + g = 0 têm pelo menos uma raiz não trivial em comum. Assim vemos que se a elipse passa pelo origem segue que η(θ) = 0 uma raiz comum, ou seja para algum cos θ/sin θ, θ ∈ [0, 2π] de modo que então os dois polinômios tem ∆ = 0. De fato, neste caso a raiz não trivial comum é real. Desde que raízes de uma forma quadrática são ambas reais ou ambas imaginárias,elas tem uma raiz real comum se, e somente se, todas as quatros raízes são reais. A condição para isto é que 32 b2 − ac > 0, f 2 − eg > 0. Capítulo 2. Superfícies em Consequentemente Aplicando à k60 k(p) < 0, R4 para que a elipse passe pela a origem. temos: rank α(p) = 2 ⇒ a elipse é não degenerada e passa pelo ponto f (m). rank α(p) = 1 ⇒ a elipse é degenerada em um segmento de reta radial. (Teorema 1.2, pag. 269-270, [10]). Note que k(m) = 0 ⇒ rank α(m) 6 1 . (Teorema 1.2, pag. 269-270, [10]). η(θ) = (acos2 θ + 2b sin θ cos θ + csin2 θ)e3 + (ecos2 θ + 2f sin θ cos θ + p p gsin2 θ)e4 = (e3 + λe4 )(acos2 θ + 2b sin θ cos θ + csin2 θ) = ( |a| cos θ + |c| sin θ)2 (e3 + p p λe4 ), para algum λ ∈ R, λ 6= 0. Observe que ( |a| cos θ + |c| sin θ)2 > 0 para todo Dessa forma, θ ∈ [0, 2π], f (m) logo, a elípse de curvatura se degenera em segmento de reta radial tendo como ponto extremo. Segue abaixo uma tabela ilustrativa do comportamento da elipse de curvatura em relação à f (m) de acordo com valores de ∆(m), α(m) e k(m). Figura 2.3: Elipse de curvatura 33 Capítulo 2. 2.3 Superfícies em R4 Formas Quadráticas Degeneradas Um forma quadrática é dada por ax2 + 2bxy + cy 2 . espaço de todas as formas quadráticas. Sejam quadráticas gerado por q1 e q2 Denotamos por q1 , q2 ∈ H 2 (2, 1). é um subespaço de H 2 (2, 1) H 2 (2, 1) o Um feixe de formas denido por [q1 , q2 ] = {α1 q1 + α2 q2 /α1 , α2 ∈ R.} Observe que o feixe [q1 , q2 ] pode ser um plano que atravessa a origem, uma reta que passa na origem, ou apenas a própria origem. Note que H 2 (2, 1) pode ser identicado com R3 pela identicação da forma quadrática de 3 Os vários tipos de formas quadráticas são separados exatamente pelo cone R . ax2 + 2bxy + cy 2 com o ponto (a, b, c) 2 D = b − ac = 0. Sob a ação do grupo GL(2) × GL(1), obtemos as seguintes 4 órbitas de H 2 (2, 1): (i) O cone b2 = ac, cone D, compreende as formas de rank 1 (tipo parabólico). (ii) A origem representa a forma nula de rank 0 (tipo simbólico). O restante do espaço compreende as formas quadráticas de rank 2: (iii) As que estão dentro do cone correspondem as formas de semi-índice 0 (tipo elíptico). (iv) As de fora do cone são as formas de semi-índice 1 (tipo hiperbolíco). As quatro orbitas acima são representadas na gura abaixo: Figura 2.4: Para maiores detalhes veja [8] 34 Capítulo 2. Superfícies em Proposição 2.9. de M em R4 Consideremos p∈M e seja (q1 , q2 ) a segunda forma fundamental p. 1. Se ∆(p) < 0, [q1 , q2 ] é um plano que intercepta o cone 2. Se ∆(p) > 0, [q1 , q2 ] é um plano que não intercepta o cone 3. Se ∆(p) = 0 4. Se rankα(p) = 1 e rankα(p) = 2, o plano [q1 , q2 ] e: k(p) > 0 então [q1 , q2 ] é uma reta dentro do cone. (b) k(p) < 0 então [q1 , q2 ] é uma reta fora do cone. (c) k(p) = 0 então [q1 , q2 ] é uma reta sobre o cone. Ver [7]. 35 em duas retas. D. é tangente ao cone. (a) Demonstração: D Capítulo 3 Contatos de Superfícies em R4 com hiperplanos Neste capítulo estudamos a geometria das superfícies em R4 através da função altura associada. Na seção 3.1, introduzimos a variedade canal associada das propriedades desta variedade é que é uma hipersuperfície em 3.1 Seja dimensão 2 em R4 . Para cada R4 uma imersão de uma variedade diferenciável v ∈ S 3, a função altura Uma R4 Variedade canal de uma superfície em f : M → R4 , n ≥ 4, R4 . fv : M → R de f M de na direção v é dada por hf (x, y), vi . A família de funções altura é dada por λ(f ) : M × S 3 → R (m, v) 7→ hf (m), vi = fv (m) Escolhendo um sistema de coordenadas em 36 M, temos o seguinte: m ∈ M é um Capítulo 3. ponto singular de fv se, e somente se, v ∂fv (m) ∂x ∂f (m), v = 0 ∂x =0 ⇔ ∂fv (m) ∂y , D E ∂f (m), v = 0 =0 ∂y v ∈ Nf (m) f (M ). Proposição 3.1. e com hiperplanos se, e somente se, M R4 Contatos de Superfícies em Seja M uma superfície imersa em um vetor não nulo em Nm M , R4 . Dados as formas quadráticas m IIv (m) um ponto em e Hess(fv )(m) coincidem. Observe que, por M Gauss sobre M não ser uma hipersuperfície em obter informações geométricas sobre A 3-variedade canal da superfície e a aplicação normal de não esta denida de maneira usual. Entretanto, utilizamos o conceito da 3-variedade canal, denotada por R4 : m ∈M R4 v ∈ Nf (m) f (M ) CM , M para desenvolver uma técnica que permite a partir de CM ⊂ R4 sendo v CM . é denida como unitário}, aqui sucientemente pequeno escolhido tal que CM f o mergulho natural de um número real positivo seja mergulhada em ∼ Denotamos por εé CM = {f (m) + εv ∈ CM em R4 . R4 : ∼ f : CM → R4 ∼ (m, v) 7→ f (m, v) = f (m) + εv, e por (m, v) o ponto f (m) + εv ∈ CM . Do teorema de Looijenga's [9], segue que existe um subconjunto residual de mergulhos f : M → R4 , tal que a família de funções altura: λ(f ) : M × S 3 → R (m, v) 7→ hf (m), vi = fv (m) 3 seja localmente estável como uma família de funções em M com parâmetros em S . ∼ Além disso, a família de funções altura λ(f ) na variedade canal é também genérica. ∼ De fato as singularidades de λ(f ) e λ(f ) são totalmente relacionados [15]. 37 Capítulo 3. Contatos de Superfícies em Essas podem ser, para um _ D+ e D . 4 4 f R4 com hiperplanos genérico, de um dos seguintes tipos: A1 , A2 , A3 , A4 , Além disso, as singularidades da aplicação normal de Gauss, Γ : CM → S 3 (também chamada generalização da aplicação de Gauss sobre M) podem ser descritas em termos destas como as seguintes: Lema 3.2. Dado um ponto crítico m∈M da função altura (a) m é um ponto crítico não degenerado de fv ⇔ fv : (m,v) é um ponto regular de Γ. Ou equivalentemente, fv ⇔ (a') m é um ponto crítico degenerado de Demonstração: Seja (m,v) é um ponto singular de Ver [7]. Kc : CM → R a função curvatura Gaussiana em CM . Kc −1 (0), de CM Γ. é o conjunto singular de Γ, pois Kc (m, v) = det(dΓ(m, v)) ser mostrado [14] que para um mergulho genérico de regular exceto por um número nito de pontos O conjunto parabólico, (m, v) M , Kc −1 (0) [7]. Pode é uma superfície que são singularidades do tipo Σ2,0 (Γ). Seja ξ : CM → M a projeção de CM em M, ou seja, lema prova que a imagem do conjunto de pontos parabólicos {m ∈ M ; ∆(m) ≤ 0}, Lema 3.3. (1) Se que será denotado por ∆(m) > 0, então m ∆ ≤ 0. ξ(m, v) = m. O próximo Kc−1 (0) por ξ é o conjunto Mais precisamente: é um ponto critico não degenerado de fv , ∀ v ∈ Nf (m) f (M ). (2) Se ∆(m) < 0, então existem dois vetores ponto crítico degenerado de (3) Se ∆(m) = 0, Demonstração: tal que m é um fbi . então existe um único vetor critico degenerado de b1 , b2 ∈ Nf (m) f (M ), b ∈ Nf (m) f (M ) tais que m é um ponto fb . Seja f : M → R4 uma imersão localmente dada pelo mergulho f : (R2 , 0) → (R4 , 0) (x, y) 7→ (x, y, f1 (x, y), f2 (x, y)), 38 Capítulo 3. f1 onde todo e R4 Contatos de Superfícies em f2 com hiperplanos são função diferenciáveis satisfazendo i ∈ {1, 2}, ∂fi (0, 0) ∂x = ∂fi (0, 0) ∂y = 0, para e seja fv : (R2 , 0) → (R, 0) (x, y) 7→ fv (x, y) = v1 x + v2 y + v3 f1 (x, y) + v4 f2 (x, y) a função altura na direção Vamos identicar m v, com onde v = (v1 , v2 , v3 , v4 ) ∈ S 3 . (0, 0) ∈ R2 , e com isso temos, ∂f ∂fv ∂fv ∂f (0, 0) = (1, 0, 0, 0), (0, 0) = (0, 1, 0, 0), (0, 0) = v1 e (0, 0) = v2 . ∂x ∂y ∂x ∂y (0, 0) Se é um ponto crítico da função altura (0, 0, v3 , v4 ) ∈ Nf (m) f (M ). Usando a fv , teremos que Proposição 3.1 v1 = v2 = 0 e que arma que as formas quadráticas IIv (m) e Hess(fv )(m) coincidem, veremos que o determinante da matriz Hessiana de fv em (0, 0) é dado por: detH(fv )(0, 0) = (ac − b2 )v32 + (ag + ce − 2bf )v3 v4 + (eg − f 2 )v42 , onde (a, b, c), (e, f, g) (0, 0). Veja que, são os coecientes da segunda forma fundamental de detH(fv )(0, 0) nos dá uma forma quadrática nas variáveis M em v3 , v4 e associada a tal forma quadrática temos uma matriz simétrica, cujo o determinante será Logo, estudando as f 2 )v42 = 0, 1 ∆ = (ac − b2 )(eg − f 2 ) − (ag + ce − 2bf )2 . 4 2 2 possíveis raízes reais de (ac − b )v3 + (ag + ce − 2bf )v3 v4 + (eg − obtemos que: a) se ∆(m) > 0 todo v ∈ Nf (m) f (M ), então (ac − b2 )v32 + (ag + ce − 2bf )v3 v4 + (eg − f 2 )v42 6= 0 ou seja, (0, 0) para é um ponto crítico não degeneredo de fv , ∀v ∈ Nf (m) f (M ). b) se ∆(m) < 0, a equação (ac − b2 )v32 + (ag + ce − 2bf )v3 v4 + (eg − f 2 )v42 = 0 39 Capítulo 3. Contatos de Superfícies em R4 com hiperplanos possui duas raizes reais e diferentes, que é equivalente a armar que existem dois b1 , b2 ∈ Nf (m) f (M ), vetores tais que (0, 0) é um ponto crítico degenerado de fbi , i ∈ {1, 2}. c) se ∆(m) = 0, (ac − b2 )v32 + (ag + ce − 2bf )v3 v4 + (eg − f 2 )v42 = 0 a equação admite apenas uma raiz com multiplicidade 2, o que equivale a dizer que existe um único vetor b ∈ Nf (m) f (M ) Observação 3.4. ortogonal a Quando tal que m (0, 0) é um ponto crítico degenerado de é um ponto crítico degenerado de fb , b tem contato de ordem superior com f (M ) em f (m). com curvas em R4 , diremos que hiperplano osculador. b é m o hiperplano Hb , Assim, por analogia um vetor binormal de f (M ) em f (m) e Hb um Como já vimos, uma função altura singularidade degenerada em fb . se, e somente se, v fv : M → R é um vetor binormal de tem uma f (M ) em f (p). Seja ξ¯ a restrição de ξ M : ∆(m) < 0} e Proposição 3.5. para a superfície Kc−1 (0) − P2 (Γ), e denote por M− = {m ∈ B = {(m, v) ∈ Kc −1 (0) : m ∈ M− }. (i) ξ¯|B : B → M− é um difeomorsmo local, mais precisamente; ele é um recobrimento duplo. (ii) ∆(m) = 0 e m não é um ponto de inexão ponto singular (dobra) de Demonstração: tal que Seja ⇔ existe v ∈ S3 tal que (m,v) é um ξ¯. (m, v) ∈ B . m = (0, 0) e v = (0, 0, 0, 1). Então, podemos escolher coordenadas para Agora, isto é suciente para notar que se v CM é uma direção degenerada então det H(fv )(0, 0) = (ac − b2 )v32 + (ag + ce − 2bf )v3 + (eg − f 2 ) = Kc (m, v3 ) = 0. Então: (i) v3 = 0 é uma raiz simples de Kc (m, v3 ) = 0 ⇔ (∂Kc /∂v3 )(0, 0) 6= 0 ⇔ ξ¯ é difeomorsmo local. 40 um Capítulo 3. R4 Contatos de Superfícies em com hiperplanos (ii) v3 = 0 é uma raiz dupla de Kc (m, v3 ) = 0 ⇔ (∂Kc /∂v3 )(0, 0) = 0 e (∂ 2 Kc /∂v32 )(0, 0) 6= 0 ⇔ (m, v) é um ponto de dobra para ξ¯. Observação 3.6. Em cada ponto de Kc−1 (0)− de curvatura nula para CM . Kc−1 (0) − P2 (Γ) Demonstração: (Γ) existe um única direção principal Esta direção é tangente a superfície curva formada de pontos do tipo Proposição 3.7. P2 Kc−1 (0) sobre uma Σ1,1 (Γ). A imagem das direções principais de curvatura nula no conjunto sob ξ¯ são direções assintóticas sobre M. A seguinte expressão para o vetor curvatura η(θ) é dada no capítulo 2 desta dissertação: 1 1 η(θ) = ( (a − c) cos 2θ + b sin 2θ)e3 + ( (e − g) cos 2θ + f sin 2θ)e4 + H, 2 2 onde H = 12 (a + c)e3 + 21 (e + g)e4 , é o vetor curvatura média, também denido no capítulo 2. Agora podemos escolher um sistema de coordenadas locais para M tal que a b c α(m) = Está escolha implicará que nula, e ou seja, Seja e (∂η/∂θ)(0) (m, v) ∈ Kc−1 (0) e U ×V U ×W 0 0 1 Então, temos que é a direção de curvatura η(0) = ae3 e (∂η/∂θ)(0) = 2be3 , são paralelos. página 37, [7]. A matriz de de . e1 = (1, 0, 0, 0) ∈ T(m,v) CM dξ(m,v) (e1 ) = e1 ∈ Tm M . η(0) uma vizinhança de dΓ(m, v) (m, v), como na Proposição II.5.5, é simétrica de ordem 3 em cada ponto e, portanto diagonlizável. (m, v) Os auto-valores correspondem às curvaturas principais, seus auto-vetores às direções principais de curvatura e seu determinante em cada ponto sua curvatura Gaussiana. Então, podemos escrever: λ1 dΓ(m, v) = 0 0 41 0 0 λ2 0 (m, v) 0 1 Capítulo 3. para Contatos de Superfícies em λj ∈ C ∞ (U × W ), j ∈ {1, 2}. denotamos os autovetores por a) (m, v) ∈ Σ1 (Γ) ⇔ λ2 (m, v) 6= 0. λ1 = 0 U × W. e a restrição com hiperplanos λj (m, v) são os auto-valores e ej (m, v), ej ∈ C ∞ (U × W, T f˜(U × W )). Então, temos: coposto Dessa forma, dΓ(m, v) = 1. Além disso, diminuindo não se anula em R4 U, Podemos supor λ1 (m, v) = 0 se necessário, podemos assumir que Portanto, podemos denir Σ1 (Γ), e λ2 localmente, pela equação λ2 (m, u) 6= 0. Em todos os casos genéricos, Σ1 (Γ) dene uma subvariedade de U ×W de dimensão menor igual à 2. O conjunto de curvatura Σ1 (Γ), (q, u) estará em Σ1,1 (Γ) ou Σ1,0 (Γ) conforme a direção principal e1 (q, u) estiver em T(q,u) Σ1 (Γ) ou não. Isto dene, outra vez, uma Σ1,1 (Γ) de Σ1 (Γ), de dimensão ≤ 1. Podemos denir indutivamente i−1 i−1 i z }| { z }| { z }| { Σ1, . . . , 1,0 (Γ) e Σ1, . . . , 1 (Γ) como segue: um ponto (q, u) ∈ Σ1, . . . , 1 (Γ) está em i−1 i−1 i z }| { z }| { z }| { Σ1, . . . , 1, 0 (Γ) se e1 (q, u) não é tangente a Σ1, . . . , 1 (Γ) e está em Σ1, . . . , 1 (Γ), caso subvariedade contrário. b) Um ponto (m, v) ∈ U × W está em Σ2 (Γ) ⇔ dΓ(m, v) umbílicos). Como no caso a), podemos assumir que λ1 (m, v) = 0 3.2 e Σ2 (Γ) tem coposto 2 (pontos é, localmente, dado por λ2 (m, v) = 0. Caraterização geométrica das singularidades de funções altura Temos visto que uma função altura rada em m se, somente se, v fv : M → R tem uma singularidade degene- é um vetor binormal de f (M ) em f (m). Nesta seção caracterizaremos os tipos de singularidades que ocorrem genericamente. Denote por γ a seção normal de associado ao vetor binormal v, e seja é, cúspides e caudas de andorinha de Lema 3.8. Dado m∈M M χ tangente na direção assintótica θ a curva formada de pontos do tipo Γ). e uma função altura 42 fv : M → R , temos que: em f (M ) Σ1,1 (isto Capítulo 3. (i) m Contatos de Superfícies em é uma singularidade de dobra de (ii) m R4 com hiperplanos fv ⇔ (m, v) ∈ Σ1,0 (Γ). é uma singularidade de cúspide de fv ⇔ (m, v) ∈ Σ1,1,0 (Γ). (iii) m é uma singularidade rabo de andorinha de (iv) m é um ponto umbílico de Teorema 3.9. ⇔γ Para m∈M (i) m tal que m. m é singularidade de dobra de Agora, se γ tem torção normal nula em fv m, e temos que: fv ⇔ θ é transversal a é uma singularidade rabo de andorinha de contato de ordem 1 em Demonstração: f ∆(m) < 0: é uma singularidade de cúspide de (ii) m que fv ⇔ (m, v) ∈ Σ2,0 (Γ). tem torção normal não-nula em ¯ m ∈ ξ(χ) fv ⇔ (m, v) ∈ Σ1,1,1,0 (Γ). fv ⇔ θ ¯ . ξ(χ) é tangente a ¯ ξ(χ) com m. Como antes, podemos escolher um sistema de coordenadas local tal é dada em forma de Monge, e a direção degenerada v é (0, 0, 0, 1). f (R2 , 0) →(R4 , 0) (x, y) 7→ (x, y, f1 (x, y), f2 (x, y)) com f1 (x, y) = ax2 + 2bxy + cy 2 + M1 x3 + 3M2 x2 y + · · · f2 (x, y) = y 2 + P1 x3 + 3P2 x2 y + 3P3 xy 2 + P4 y 3 + Q1 x4 + · · · . Então, a curvatura Gaussiana Kc é dada por: Kc R2 × R, 0 → R, 0 (x, y, v3 ) 7→ Kc (x, y, v3 ) = A0 (x, y)v32 + A1 (x, y)v3 + A2 (x, y) onde A0 (x, y) = f1xx (x, y).f1yy (x, y) − f12xy (x, y) A1 (x, y) = f1xx (x, y).f2xx (x, y) + f1yy (x, y)f1xx (x, y) −2f1xy (x, y).f2xy (x, y) A2 (x, y) = f2xx (x, y).f2yy (x, y) − f22xy (x, y). 43 Isto é, Capítulo 3. Contatos de Superfícies em CM A direção de curvatura nula de Então dξ¯(m,v) (e1 ) = e1 = θ R4 com hiperplanos em (m, v) nessas coordenadas é o eixo x. (Proposição anterior). A seção normal γ pose ser parame- trizada por γ : (R, 0) → (R4 , 0) s 7→ γ(s) = (s, 0, as2 + · · · , P1 s3 + · · · ) Logo, segue que γ tem torção não nula Vamos mostrar que P1 6= 0 ⇔ m ⇔ P1 6= 0. é um ponto de dobra de fv . Considere a aplicação h : (R2 , 0) → (R2 , 0) (x, y) 7→ (h1 (x, y), h2 (x, y)), onde h1 (x, y) = h2 (x, y) = ∂fv (x, y) ∂x ∂fv (x, y) ∂y = 3P1 x2 + 6P2 xy + 3P3 y 2 + 4Q1 x3 + · · · = 2y + 3P2 x2 + 6P3 xy + 3P4 y 2 + · · · Observe que o sistema abaixo ( hk11 = 3P1 x2 + 6P2 xy + 3P3 y 2 = 0 hk22 = 2y = 0 tem apenas a solução trivial em P1 6= 0. Daí temos que cod(fv , Re ) = 2 ⇔ Pela tabela de singularidades do capítulo 1 temos que, se de dobra de fv então ponto de dobra de Agora, se (i) m C2 ⇔ P1 6= 0. . cod(fv , Re ) = 2. for um ponto P1 6= 0 ⇔ m é um fv . P1 = 0, (m, v) ∈ Σ1,1 (Γ). é um ponto de cúspide de nula é tangente a Portanto, concluímos que m Kc−1 (0) Então fv ⇔ (m, v) ∈ Σ1,1,0 (Γ) ⇔ e transversal a curva a direção de curvatura Σ1,1,0 (Γ). (ii) m é uma singularidade rabo de andorinha de fv ⇔ (m, v) ∈ Σ1,1,1,0 (Γ) ⇔ a direção principal nula não é tangente a Σ1,1,1 (Γ) ⇔ 44 a direção principal nula é tangente a Capítulo 3. Σ1,1,0 (Γ) R4 Contatos de Superfícies em com hiperplanos com contato de primeira ordem. ¯ 1,1,0 (Γ)) ξ¯ : B → M− é um difeomorsmo local, θ é transversal a ξ(Σ ¯ 1,1,0 (Γ)), com contato de primeira ordem em (ii). tangente a ξ(Σ Desde que em (i) e Observação 3.10. (i) Genericamente, as curvas de M composta de pontos tendo uma singularidade mais degenerada que uma dobra não podem encontrar a curva ∆−1 (0) em um ponto rabo de andorinha. A caracterização das singularidades das funções altura sobre a curva ∆−1 (0) é dada pelo teorema abaixo: Teorema 3.11. (i) Se ∆(m) = 0, e fv e: é uma dobra ou uma cúspide de • m (ii) m fv ⇔ θ M, é transversal a curva então m ∆−1 (0) de f (M ). é uma singularidade de cúspide de é um ponto umbílico de • m não é um ponto de inexão de é uma singularidade de dobra de pontos parabólicos de • m m fv ⇔ m fv ⇔ θ é tangente a ∆−1 (0). é um ponto de inexão de é um ponto de cruzamento normal de ∆−1 (0) ⇔ m M. Além disso, é um ponto de inexão do tipo real; • m é um ponto de inexão isolado de ∆−1 (0) ⇔ m é um ponto de inexão do tipo imaginário. Demonstração: Com a mesma escolha de coordenadas como no teorema anterior, temos: Kc = A0 (x, y)v32 + A1 (x, y)v3 + A2 (x, y), 45 Capítulo 3. Contatos de Superfícies em R4 com hiperplanos onde A0 (x, y) = −4b2 + 12[(cM1 − 2bM2 )x + (cM2 − 2bM3 )y] + · · · , A0 (0, 0) 6= 0 A1 (x, y) = 12[(M1 + cP1 − 2bP2 )x + (M2 + cP2 − 2bP3 )y] + · · · , A2 (x, y) = 12(P1 x + P2 y) + [24Q1 + 36(P1 P3 − P22 )]x2 +[48Q2 + 36(P1 P4 − P2 P3 )]xy +[24Q3 + 36(P2 P4 − P32 )]y 2 +[40R1 + 72(P1 Q3 + P3 Q1 − 2P2 Q2 )]x3 + · · · Ainda, nessas coordenadas, a função ∆:M →R tem a seguinte representação local ∆ : (R2 , 0) → (R, 0) (x, y) 7→ ∆(x, y) = Agora, o conjunto discriminante de 1 [A0 (x, y)A2 (x, y) 16 Kc−1 (0), − 41 A21 (x, y)]. é dado por: {(x, y)/∃v3 : Kc (x, y, v3 ) = 0 e (∂Kc /∂v3 )(x, y, v3 ) = 0}. Temos que ∂Kc (x, y, v3 ) ∂v3 = 2A0 (x, y)v3 + A1 (x, y) = 0 ⇒ v3 = −A1 (x,y) (A0 (0, 0) 2A0 (x,y) 6= 0). Desta forma, 2 −A1 (x, y) −A1 (x, y) + A1 (x, y) + A2 (x, y) = 0 ⇔ A0 (x, y) 2A0 (x, y) 2A0 (x, y) −A21 (x, y) + 4A0 (x, y)A2 (x, y) = =0⇔ 4A0 (x, y) A0 (x, y)A2 (x, y) − 14 A21 (x, y) = 0 ⇔ ∆(x, y) = 0, discriminante de (a) m tica e1 Kc−1 (0). é transversal a curva é o conjunto fv ⇔ (∂A2 /∂x)(0, 0) = 12P1 6= 0 ⇔ a direção assintó- ∆ = 0. (b) Em um ponto de cúspide, e1 ∆=0 Então: é um ponto de dobra de a direção assintótica ou seja, a curva ∆x (0, 0) = −4b2 P1 = 0, ∆y (0, 0) = −4b2 P2 6= 0, e assim é tangente a curva ∆ = 0. Como consequência deste teorema temos a seguinte observação: 46 Capítulo 3. Contatos de Superfícies em Observação 3.12. Se f componentes conexas de R4 com hiperplanos M é um mergulho genérico de ∆−1 (0) em R4 , então cada uma das pode ser de um dos seguintes tipos: (1) curva mergulhada; (2) curva imersa com um número nito de auto-intersecções transversais, e (3) ponto isolado. Corolário 3.13. Se f é um mergulho genérico de M em R4 , então ∆−1 (0)∩k −1 (0) = ∅. Corolário 3.14. f Dado um mergulho genérico o conjunto de pontos parabólicos, Corolário 3.15. −1 ∆ (0) M de R4 em sem pontos de inexão, é uma união disjunta de círculos. Dado um mergulho generico f de M em R4 sem pontos de inexão então: (1) H0 (M− ) = H0 (Kc−1 (0)) (2) H0 (∆−1 (0)) = H0 (Kc−1 (0)) + g(Kc−1 (0)), onde g Hj denota o gênero e o j-ésimo grupo de homologia com coecientes inteiros. Demonstração: Como o mergulho genérico Corolário 3.14 que Kc−1 (0) se projeta sobre uma componente conexa de Além disso, cada componente com genus ∆−1 (0), Dizemos que existe uma vizinhança Se para todo M g de M− . Kc−1 (0)) dá origem a g + 1 componentes Isto mostra o corolário. Denição 3.16. que é sem pontos de inexão temos pelo ∆−1 (0) é uma união disjunta de círculos, neste caso, cada uma das componentes conexas de de f V de p T é um hiperplano suporte local de tal que p ∈ M , f (M ) f (V ) f (M ) ca de um mesmo lado de possui um hiperplano suporte local em em f (p) se T. f (p), dizemos é localmente convexa. Corolário 3.17. Seja f um mergulho genérico de convexa se, e somente se, ∆≤0 e ∆−1 (0) M em R4 . Então, M é localmente consiste de pontos de inexão isolados de M. 47 Capítulo 3. Contatos de Superfícies em Demonstração: e seja (q1 , q2 ) 2-jatos de Consideremos a a 2 f1 , f2 . f R4 com hiperplanos dada na forma de monge, forma fundamental de M em p, onde Note que o 2-jato da função altura Armamos que M fato, neste caso pela fv (x, y) 7→ (x, y, f1 (x, y), f2 (x, y)), q1 , q2 é são respectivamente os v3 q1 + v4 q2 não é localmente convexa em ponto p tal que ∆(p) > 0. De Proposição 2.9 temos que o feixe [q1 , q2 ] intersecta o cone D apenas na origem. Implicando, que não existe forma quadrática q ∈ [q1 , q2 ] denida positiva (ou negativa). Logo, todas as funções altura tem uma sela não-degenerada em p. Portanto a armação é provada. Proposição 2.9 que o feixe existem números reais αeβ [q1 , q2 ] tais que Por outro lado, se intersecta D q = αq1 + βq2 ∆(p) < 0 em duas retas. temos pela Daí, temos que está dentro do cone D, ou seja, q é uma forma quadrática denida positiva (ou negativa). Desta maneira a função altura fv onde v = (0, 0, α, β) pois, note que tem um máximo (ou mínimo) local em H(fv )(p) p, det H(fv )(p) 6= 0, é a matriz associada a forma quadrática q = αq1 + βq2 , esta por sua vez é denida positiva (ou negativa) e, portanto o hiperplano ortogonal a v é um hiperplano suporte local. Agora, se e p é um ponto de inexão do tipo imaginário, rankα(p) = 1, logo, segue da Proposição 2.9 implicando que fv dentro do cone D, v = (0, 0, 0, 1). Assim o hiperplano ortogonal a Corolário 3.18. Seja f : S 2 → R4 temos que que o feixe ∆(p) = 0, k(p) > 0 [q1 , q2 ] é uma reta tem um máximo (ou mínimo) local em v p, onde é um hiperplano suporte local. um mergulho genérico convexo. Então, S2 tem pontos de inexão. Demonstração: Suponha que f não tem pontos de inexão. Então, pelo Corolário 3.15, H0 (M− ) = H0 (Kc−1 (0)). Como é M é convexa, segue do Corolário 3.17 que o −1 −1 conjunto ∆ (0) é vazio. Então, pela Proposição 3.5, Kc (0) é difeomorfo a duas 2 copias disjuntas de S , a qual é uma contradição com o Corolário 3.15. 48 Referências Bibliográcas [1] D. K. H. Mochida, M. C. Romero-Fuster and M. A. S Ruas.: The Geometry of Surfaces in 4-space from a Contact Viewpoint. Geometriae Dedicata. 54, (1995), 323 - 332. [2] Barreiro, R.M.S.: Propriedades genéricas de superfícies do R4 dotado de forma bilinear. Dissertação de Mestrado, ICMSC-USP, (1981). [3] Carmo, Manfredo P. do.: Geometria Diferencial de Curvas e Superfícies. 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