A PSICOTERAPIA COM PÚBERES E ADOLESCENTES DO PONTO DE VISTA
PSICANALÍTICO
Raíssa Garcia Garbin, FAP - Faculdade da Alta Paulista.²
Leonardo Ribeiro Raimundo, FAP - Faculdade da Alta Paulista.³
Carla Luiza Sandre, FAP - Faculdade da Alta Paulista.4
Iúri Yrving Muller da Silva, FAP – Faculdade da Alta Paulista.¹
Jorge Marques Gonzaga, FAP – Faculdade da Alta Paulista.5
O presente trabalho tem por objetivo apresentar alguns procedimentos do modelo de
psicoterapia psicanalítica adotado nesta fase tão complexa do desenvolvimento
humano.
A
adolescência
é
um
processo
evolutivo
que
sugere
novas
ressignificações, incluindo um novo desempenho na vida e no papel desempenhado
dentro da família pelo jovem. A diferenciação de pensamentos, de comportamentos,
de escolhas entre o adolescente e os pais, muitas vezes são um empecilho para a
individuação e a origem de muitos conflitos pais e filhos. A entrada do filho na
adolescência costuma provocar algumas crises nos pais, já que nesta fase eles se
sentem mais solitários e desamparados. As preocupações mais frequentes são
quanto à perda do controle dos filhos. Alguns comportamentos do adolescente nesta
fase costumam assustar os familiares e em certos casos é preciso que se fique
atento, principalmente quando os conflitos tomam grandes proporções. Em geral
algumas atitudes fazem parte do processo normal da adolescência. No entanto,
quando for o caso, é necessário que haja uma intervenção psicoterápica. Antes de
iniciar o tratamento o terapeuta precisa estar atento à fase que o adolescente está
vivenciando. Atualmente, a adolescência é dividida em três fases: A primeira referese à puberdade ou pré-adolescência, que compreende o período entre 12 e 14 anos.
A segunda é a adolescência propriamente dita dos 15 aos 17 anos e a terceira diz
¹ Mestre em Psicologia, Docente do Curso de Psicologia da FAP – Faculdade da Alta Paulista,
[email protected]
² Graduandos em Psicologia FAP – Faculdade da Alta Paulista, [email protected]
³ Graduandos em Psicologia FAP – Faculdade da Alta Paulista, [email protected]
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respeito à adolescência tardia que vai dos 18 aos 21 anos. O trabalho psicoterápico
com os adolescentes não difere muito do trabalho realizado com adultos, no entanto,
é necessário que o terapeuta dê uma atenção especial as seguintes questões: quem
procurou o atendimento, que comportamentos o jovem está apresentando, as
queixas que foram trazidas, o ambiente familiar. Enfim deve-se pensar se o
problema em questão faz parte da fase que o jovem está vivenciando ou se trata
realmente de uma psicopatologia. É importante que na primeira entrevista com o
adolescente o profissional proporcione um clima receptivo com o objetivo de
encorajá-lo a falar, além disso, o uso de perguntas, esclarecimentos e assinalações
podem evitar o silêncio prolongado bastante comum no trabalho com adolescentes.
Os adolescentes costumam usar uma linguagem muitas vezes não verbal em geral
os actings são muito comuns, na psicanálise é interpretado como o retorno abrupto
de um conteúdo reprimido, cujo afeto é demasiado intenso para ser descarregado
em palavras. Suas vestimentas, seu silêncio, sua inquietude seus gestos podem ser
também um importante meio de comunicação do adolescente. O terapeuta pode
utilizar testes psicológicos, para formular a avaliação do caso. Ao final dessa fase
avaliativa, deve-se ter construído um amplo conhecimento sobre o nível de
desenvolvimento psicológico, a qualidade das relações familiares, o nível de
interesse escolar e extracurricular, a capacidade de auto-observação, a motivação
do jovem e a atitude da família em relação a tudo isso. Na entrevista com os pais
devem ser investigados aspectos relativos a concepção do filho, a organização da
família, as condições da relação mãe-bebe e dados do desenvolvimento psicomotor.
Todos esses dados precisam ser coletados e confrontados com os relatos do
adolescente, pois ambos possuem extrema importância. Após todo o processo de
avaliação e quando se mantem a indicação para psicoterapia, o terapeuta faz junto
com o adolescente o contrato. Este consistirá na comunicação de algumas regras
¹ Mestre em Psicologia, Docente do Curso de Psicologia da FAP – Faculdade da Alta Paulista,
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² Graduandos em Psicologia FAP – Faculdade da Alta Paulista, [email protected]
³ Graduandos em Psicologia FAP – Faculdade da Alta Paulista, [email protected]
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que cabe ao terapeuta e ao paciente cumprir. Nesse contrato deve se estabelecer as
regras de forma clara e verdadeira como, por exemplo: combinar os dias que serão
feitas as sessões, número de sessões semanais, horários, honorários, feriados e
férias. Durante o processo psicoterápico é preciso uma força de vontade muito
grande do adolescente e de sua família além de um empenho e preparação intensa
do terapeuta para possibilitar a maior eficácia possível do processo. O término da
terapia deve ser realizado com base em uma avaliação das condutas do paciente
em relação às queixas apresentadas no início do tratamento. É desejável que o
adolescente, ao final da psicoterapia, possa ter uma percepção mais realista do
mundo interno e externo.
Palavras-chave: psicanálise – adolescentes – psicoterapia.
Referências Bibliográficas
ZIMERMAN, D. E. Terapia Psicanalítica com Púberes e Adolescentes. In: __ Manual
de Técnica Psicanalítica. Artmed, 2004, p. 357-366
ZAVASCHI, Maria Lucrécia, et. al. Psicoterapia na adolescência. In: ARISTIDES
VOLPATO CORDIOLI. Psicoterapias: abordagens atuais. 3ª ed. Artmed, 2008,
p.760-776.
¹ Mestre em Psicologia, Docente do Curso de Psicologia da FAP – Faculdade da Alta Paulista,
[email protected]
² Graduandos em Psicologia FAP – Faculdade da Alta Paulista, [email protected]
³ Graduandos em Psicologia FAP – Faculdade da Alta Paulista, [email protected]
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