HIPOGONADISMO CENTRAL ISOLADO NO SEXO FEMININO Holanda N, Belfort P, Martins C, Griz L Bandeira F Unidade de Endocrinologia e Diabetes do Hospital Agamenon Magalhães – MS / SES / UPE, Recife INTRODUÇÃO O Hipogonadismo Hipogonadotrófico Isolado é um distúrbio raro, com prevalência estimada de 1:100.000 na população geral, mais comum no sexo masculino, com proporção de cinco homens para cada uma mulher acometida. Caracteriza-se por retardo do desenvolvimento sexual devido a baixos níveis de gonadotrofinas e esteróides sexuais, na ausência de anormalidades funcionais ou anatômicas no eixo hipotálamo-pituitária. Uma variedade de defeitos genéticos podem resultar em diferentes graus de hipoganadismo hipogonadotrófico associado ou não à hiposmia/anosmia, sendo as mutações mais frequentemente observadas nos genes KAL, FGFR1, FGF8, DAX1, Leptina, GPR54, GnRHR, KISS1/KISS1R e PROKR2/PROK2. MÉTODO No presente trabalho, será relatado um caso de hipogonadismo hipogonadotrófico idiopático em uma paciente do sexo feminino atendida na Unidade de Endocrinologia e Diabetes do Hospital Agamenon Magalhães em Recife-PE. RELATO DE CASO Paciente, 17 anos, com quadro de escassez de pêlos pubianos e axilares associado a hipodesenvolvimento 2 mamário, atrofia vaginal e amenorréia primária. Altura: 1,55 m; peso: 42,5 Kg; IMC: 17,6 kg/m , envergadura: 1,67 m, Tanner: M2P3. Dosagens séricas de FSH: 1,32 mIU/ml; LH: 0,27 mIU/ml; estradiol < 20 pg/ml; TSH: 0,732 mcU/ml; T4l: 1,54 ng/ml; T3t: 147 ng/dl; prolactina: 4,06 ng/ml. A ultrassonografia pélvica mostrou útero infantil e os ovários não foram visualizados. Imagem de ressonância nuclear magnética de hipófise não mostrou lesão expansiva pituitária. O exame de cariótipo revelou 46, XX. Realizada videolaparoscopia onde foi visualizado útero normal e ovários com aspecto rudimentar. O exame histopatológico de fragmentos ovarianos direito e esquerdo evidenciou vários folículos primordiais. Teste de sensibilidade olfatória normal. A paciente foi submetida à reposição hormonal com estrogênio conjugado 0,625 mg/dia associado a medroxiprogesterona 5 mg/dia entre o 11.º e 21.º dias do ciclo menstrual. Após 2 anos de reposição, evoluiu com surgimento de pêlos pubianos (Tanner: P4) e axilares, sangramentos menstruais 2 regulares, melhora da atrofia vaginal, ganho de peso (IMC: 19 kg/m ) e desenvolvimento mamário satisfatório (Tanner: M4). CONCLUSÃO Este caso ilustra uma rara apresentação de hipogonadismo central isolado em mulher.