UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ
ÁREA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE ENFERMAGEM
NÚCLEO 7
INFECÇÕES VULVOVAGINAIS
CANDIDÍASE,
VAGINOSE BACTERIANA,
TRICOMONÍASE
INFECÇÕES VULVOVAGINAIS

Considera-se como vulvovaginite toda manifestação
inflamatória e/ou infecciosa do trato genital feminino
inferior, ou seja, vulva, vagina e epitélio escamoso do
colo uterino (ectocérvice).
INFECÇÕES VULVOVAGINAIS

A vagina é protegida contra a infecção por seu pH
normalmente baixo (3,5 a 4,5), que é mantido, em
parte, pelas ações do Lactobacillus acidophilus (bacilos
de Doderlein), a bactéria dominante no ecossistema
vaginal saudável.

Essas bactérias suprimem o crescimento de anaeróbios
e produzem ácido láctico, o qual mantém o pH normal.

Elas também produzem peróxido de hidrogênio, que é
tóxico para os anaeróbios.
INFECÇÕES VULVOVAGINAIS

O epitélio da vagina é altamente responsivo ao
estrogênio, o qual induz a formação de glicogênio.

A subsequente ruptura do glicogênio em ácido láctico
auxilia na produção de um pH vaginal baixo.

Quando o estrogênio diminui durante a lactação e a
menopausa, o glicogênio também diminui.

Com a formação reduzida de glicogênio, podem
acontecer infecções.
INFECÇÕES VULVOVAGINAIS

O risco de infecção aumenta quando a resistência da mulher
é reduzida pelo estresse ou doença, quando o pH é alterado
ou quando é introduzido um patógeno.

As vulvovaginites podem ser causadas por agentes
infecciosos endógenos (ex: vaginose bacteriana e
candidíase), por agentes sexualmente trasmitidos
(tricomoníase), ou com fatores físicos (traumas), químicos
(uso de lubrificantes e de absorventes internos e externos),
hormonais (hiper e hipoestrogenismo), anatômicos e
orgânicos (imunodepressão secundária à doença sistêmica,
ou outras imunodepressões).

A prática de coito vaginal imediatamente após o coito anal e o
uso de DIU, podem favorecer as vulvovaginites modificando a
flora vaginal.
INFECÇÕES VULVOVAGINAIS

A secreção vaginal normal, que pode acontecer em
quantidades discretas durante a ovulação ou exatamente
antes do início da menstruação, torna-se mais profusa quando
ocorre a vaginite.

As vulvovaginites se manifestam por meio de corrimento
vaginal, associado a um ou mais dos seguintes sintomas
inespecíficos: prurido vulvovaginal, dor ou ardor ao urinar e
sensação de desconforto pélvico.

A uretrite pode acompanhar a vaginite dada a proximidade da
uretra da vagina.

Entretanto, muitas infecções genitais podem ser
completamente assintomáticas.
CANDIDÍASE

A candidíase vulvovaginal é uma infecção da vulva e da
vagina, causada por um fungo comensal que habita a mucosa
vaginal e a mucosa digestiva, que cresce quando o meio tornase favorável para o seu desenvolvimento.

Cerca de 80 a 90% dos casos são devidos à Candida albicans
e de 10 a 20% a outras espécies chamadas não-albicans (C.
tropicalis, C. glabrata, C. krusei, C. parapsilosis).

Cândida albicans

É tolerante ao meio ácido
CANDIDÍASE

A relação sexual não é a principal forma de
transmissão visto que esses organismos podem fazer
parte da flora endógena em até 50% das mulheres
assintomáticas.

A transmissão sexual tem sido citada como fator
importante na reincidência da doença.
CANDIDÍASE

Determinadas condições favorecem a mudança do
estado assintomático para a colonização com sintomas.

Por exemplo, o uso de antibióticos de amplo espectro
diminui as bactérias, alterando, assim, os organismos
protetores naturais comumente presentes na vagina.
CANDIDÍASE

Os fatores predisponentes da candidíase vulvovaginal são:

gravidez;
diabetes mellitus (descompensado);
obesidade;
uso de contraceptivos orais de altas dosagens;
uso de antibióticos, corticoides ou imunossupressores;
hábitos de higiene e vestuário inadequados (diminuem a
ventilação e aumentam a umidade e o calor local);
contato com substâncias alérgenas e/ou irritantes (por
exemplo: talco, perfume, desodorantes);
alterações na resposta imunológica (imunodeficiência),
inclusive a infecção pelo HIV.







CANDIDÍASE

Manifestações clínicas

Mulher

Dependerão do grau de infecção e da localização do tecido inflamado;
podem se apresentar isolados ou associados, e incluem:

prurido vulvovaginal (principal sintoma, e de intensidade variável);
ardor ou dor à micção;
corrimento branco ou branco-amarelado, grumoso, inodoro e com
aspecto caseoso (“leite coalhado”);
hiperemia, edema vulvar, fissuras e maceração da vulva;
dispareunia (dor intensa na relação sexual e logo após o ato);
vagina e colo recobertos por placas brancas ou branco acinzentadas,
aderidas à mucosa.





CANDIDÍASE

Manifestações clínicas

Mulher

Em geral, os sintomas são mais graves exatamente
antes da menstruação e, comumente, são menos
responsivos ao tratamento durante a gravidez.
CANDIDÍASE

Manifestações clínicas

Homem

Geralmente assintomático

Os sintomas surgem especialmente no pênis e incluem:
​Ardência ao urinar;
Dor durante o contato íntimo;
Leve inchaço do órgão genital;
Vermelhidão e placas esbranquiçadas na glande.
Pode também ocorrer corrimento esbranquiçado semelhante
ao sêmen.





CANDIDÍASE

Diagnóstico

O exame direto do conteúdo vaginal, adicionando-se
KOH a 10% revela a presença de micélios (hifas) e/ou
de esporos (pequenas formações arredondadas)
birrefringentes.

No teste do pH vaginal, o pH é de 4,5 ou menos (são
mais comuns valores menores que 4).
CANDIDÍASE

Diagnóstico

Cultura só tem valor quando realizada em meios
específicos (Saboraud); deve ser restrita aos casos
nos quais a sintomatologia é muito sugestiva e todos
os exames anteriores forem negativos.

Também é indicada nos casos recorrentes, para
identificar a espécie de cândida responsável.

O simples achado de cândida na citologia oncológica
em uma paciente assintomática, não justifica o
tratamento.
CANDIDÍASE

Tratamento

A meta do tratamento consiste em eliminar os sintomas.

Várias alternativas:

a) aplicação à noite de creme vaginal contendo nistatina (1
aplicador) durante 14 dias;

b) aplicação à noite de creme vaginal contendo clotrimazol a
1% durante 6 a 12 dias, ou de um óvulo com 100 mg de
clotrimazol, durante 7 dias;
CANDIDÍASE

c) aplicação à noite de creme vaginal contendo 5
g de miconazol (a 2%), durante 7 dias, ou de
supositório vaginal contendo 200 mg de
miconazol, durante 3 dias, ou de supositório
vaginal contendo 100 mg de miconazol, durante
7 dias;

d) aplicação de 5 g de creme vaginal contendo
tioconazol a 6,5%, uma só vez ou óvulo
contendo 300 mg de tioconazol;

e) aplicação à noite de creme contendo
terconazol a 0,4 ou 0,8%, durante 7 e 3 dias,
respectivamente; o terconazol também pode ser
usado sob forma de supositório vaginal com 80
mg, aplicado à noite, durante 3 dias seguidos;
CANDIDÍASE

f) tratamento sistêmico:

Fluconazol (Diflucan®) 150 mg via oral – dose única (não
complicada). O alívio deve ser percebido dentro de 3 dias.

Complicada: 150 mg, por via oral, a cada 72 horas, por 3
doses.

Recorrente: 150 mg, por via oral, uma vez por semana, por
até 6 meses

Itraconazol 200 mg de 12 em 12 horas, em um dia, via oral

Cetoconazol 400 mg 1x/dia por 5 dias, via oral.
CANDIDÍASE

Observações

Os cremes vaginais estão disponíveis sem prescrição;
no entanto, as pacientes são advertidas a usar esses
cremes apenas quando elas têm certeza de que
possuem infecção causada por fungo.

Se a paciente não está certa a respeito da causa de
seus sintomas ou não obteve alívio depois do uso
desses cremes, ela é instruída a procurar de imediato
os cuidados de saúde.
CANDIDÍASE

Observações

Enfermagem pode tratar tópico

O tratamento sistêmico deve ser feito somente nos casos
recorrentes ou de difícil controle.

Tratar com:

Fluconazol 150 mg, VO, dose única; ou
Itraconazol 200 mg, VO, de 12/12h, só duas doses; ou
Cetoconazol 400 mg, VO, por dia, por 5 dias.


CANDIDÍASE

Observações

Parceiros: não precisam ser tratados, exceto os
sintomáticos. Alguns autores recomendam o
tratamento via oral de parceiros apenas para os casos
recidivantes.

Portadoras do HIV: devem ser tratadas com os
mesmos esquemas.
CANDIDÍASE

Observações

Em mulheres que apresentam candidíase recidivante
(4 ou mais episódios por ano) devem ser investigados
outros fatores predisponentes: diabetes,
imunodepressão, inclusive a infecção pelo HIV, uso de
corticoides e outros.
CANDIDÍASE

Observações

Como orientação mínima para a paciente:

concluir o tratamento prescrito, mesmo que os sintomas ou
sinais tenham desaparecido;
interromper as relações sexuais até a conclusão do
tratamento e o desaparecimento dos sintomas;
após a cura, usar preservativo em todas as relações
sexuais ou adotar outras formas de sexo mais seguro;
oferecer preservativos à paciente, orientando sobre a
técnica de uso;
recomendar seu retorno ao serviço de saúde se ela voltar a
ter problemas genitais.




CANDIDÍASE

FLUCONAZOL

Antifúngico triazólico.

Mecanismo de ação dos antifúngicos
azóis

Inibem a enzima fúngica 3A do
citocromo P450, lanosina 14αdesmetilase, que é responsável pela
conversão do lanosterol em ergosterol, o
principal esterol na membrana celular
fúngica.
A depleção de ergosterol altera a fluidez
da membrana e isso interfere na ação
das enzimas associadas à membrana.


O efeito final é a inibição da replicação.
CANDIDÍASE

FLUCONAZOL

Mecanismo de ação
dos antifúngicos azóis

Também inibem a
transformação das
células de levedura de
cândida em hifas – a
forma invasiva e
patogênica do parasita.
CANDIDÍASE

FLUCONAZOL

Pode ser usado no tratamento de candidíase
vulvovaginal, provendo cura clínica em 6 meses e
remissão de sintomas em 6 meses nos casos de
recorrência.

Bem absorvido (independentemente da presença de
ácidos ou de alimentos).
CANDIDÍASE

FLUCONAZOL

Efeitos adversos
Geralmente brandos
 Náusea, dor abdominal, diarreia
 Cefaleia, erupções cutâneas (não são graves)
 Lesões esfoliativas da pele (incluindo a síndrome de
Stevens-Johnson) em alguns indivíduos
 Hepatite (raro)

CANDIDÍASE

FLUCONAZOL
Gravidez: fator de risco C
 Evitar no primeiro trimestre, especialmente as doses
altas


Lactação: não recomendado
VAGINOSE BACTERIANA

Infecção polimicrobiana caracterizada por um
desequilíbrio da flora vaginal normal, devido ao
aumento exagerado de bactérias, em especial as
anaeróbias (Gardnerella vaginalis, Bacteroides sp,
Mobiluncus sp, micoplasmas, peptoestreptococos)
normalmente encontradas na vagina, associado a
uma ausência ou diminuição acentuada dos
lactobacilos acidófilos (que são os agentes
predominantes na vagina normal).
VAGINOSE BACTERIANA

Gardnerella vaginalis

Bactéria anaeróbia facultativa

pH 6 e 7,5 – faixa ótima para o crescimento

É um cocobacilo que causa inflamação mais leve que
a induzida por Trichomonas vaginalis ou Candida
albicans.
VAGINOSE BACTERIANA

Não se trata de infecção de transmissão sexual,
apenas pode ser desencadeada pela relação sexual
em mulheres predispostas, ao terem contato com
sêmen de pH elevado.

O esperma, por seu pH elevado, contribui para
desequilibrar a flora vaginal em algumas mulheres
suscetíveis.

O uso de preservativo pode ter algum benefício nos
casos recidivantes.
VAGINOSE BACTERIANA

Os fatores de risco incluem a lavagem com ducha,
tabagismo e a atividade sexual aumentada.

A vaginose bacteriana não é uma condição grave,
porém foi associada ao trabalho de parto
prematuro, endometriose e infecção recorrente do
trato urinário.
VAGINOSE BACTERIANA

Manifestações clínicas

Mulheres

Corrimento vaginal com odor fétido (odor de peixe), mais
acentuado após a relação sexual e durante o período
menstrual, em consequência de um aumento no pH vaginal;

Corrimento vaginal branco-acinzentado, de aspecto fluido ou
cremoso, algumas vezes bolhoso;

É comumente acompanhada por uma secreção mais intensa
que o normal. A secreção, quando notada, é acinzentada e
amarelo-esbranquiçada;
VAGINOSE BACTERIANA

Manifestações clínicas

Mulheres

Dor às relações sexuais (pouco frequente);

Embora o corrimento seja o sintoma mais frequente,
quase metade das mulheres com vaginose bacteriana
são completamente assintomáticas;

Pode ocorrer durante todo o ciclo menstrual e não
produz dor ou desconforto local.
VAGINOSE BACTERIANA

Manifestações clínicas

Homens

O achado das bactérias usualmente é considerado irrelevante
clinicamente, porém já foram relatados casos de uretrite, prostatite e
infecções do trato urinário;

Em pacientes com balanopostite (inflamação conjunta da glande e
prepúcio), a G. vaginalis aparece como segundo agente com maior
prevalência;

A infecção é caracterizada por abundante secreção fétida e presença
de mácula (mancha) na superfície da mucosa prepucial;

Em homens, a presença da G. vaginalis na uretra é assintomática.
VAGINOSE BACTERIANA

Diagnóstico

Exame a fresco ou esfregaço corado do conteúdo
vaginal mostra as células vaginais revestidas por
bactérias que são descritas como “células indicadoras”,
“células-chave” ou “clue-cells”;

OBS: os lactobacilos, uma defesa natural do
hospedeiro, geralmente estão ausentes.
VAGINOSE BACTERIANA

Diagnóstico

pH da secreção vaginal em papel indicador colocado
em contato com a parede vaginal, durante um minuto,
sem tocar o colo.

Na vaginose bacteriana é sempre maior que 4,5, por
causa das aminas que resultam de enzimas oriundas
de anaeróbios.
VAGINOSE BACTERIANA

Diagnóstico

Teste das aminas: particularmente na presença de
vaginose bacteriana, ocorre a liberação de aminas
produzidos por germes anaeróbios exalando odor fétido,
semelhante ao odor de peixe podre quando o conteúdo
vaginal é misturado com 1 ou 2 gotas de KOH a 10%.

O odor de peixe pode ser prontamente detectado.
VAGINOSE BACTERIANA

Diagnóstico

O diagnóstico da vaginose bacteriana se confirma
quando estiverem presentes três dos seguintes critérios
(critérios de Amsel):

corrimento vaginal homogêneo, geralmente acinzentado
e de quantidade variável;
pH vaginal maior que 4,5;
teste das aminas positivo;
presença de “clue cells” no exame bacterioscópico.



VAGINOSE BACTERIANA

Tratamento

Escolha: metronidazol

Metronidazol (Flagyl®) na dose única de 2 g ou de 500
mg, por via oral, de 12/12 h, durante 7 dias.

Um gel vaginal contendo metronidazol também está
disponível – uma aplicação vaginal, 2x/dia durante 5
dias.

Tinidazol 2g ou secnidazol 2g VO – dose única
VAGINOSE BACTERIANA

Tratamento

O tratamento poderá ser tópico com creme vaginal
contendo clindamicina, aplicado à noite durante 7
dias.

A clindamicina também poderá ser utilizada pela via
oral na dose de 300 mg de 12/12 h, durante 7 dias.
VAGINOSE BACTERIANA

Observações

Parceiros não precisam ser tratados.

O tratamento do parceiro é discutível → casos de
recidiva ou insucesso terapêutico

Enfermagem pode tratar tópico e sistêmico
(metronidazol)

As pacientes com vaginose bacteriana recorrente
devem ser testadas para gonorreia e clamídia.
VAGINOSE BACTERIANA

Observações

Há suficiente evidência na literatura para recomendar
triagem e tratamento da vaginose bacteriana em
gestantes de alto risco para parto pré-termo, para
redução dos efeitos adversos perinatais.

O mesmo não se pode afirmar em gestação de baixo
risco.

O tratamento deve ser prolongado e por via oral, não
em dose única.
VAGINOSE BACTERIANA

Metronidazol

Antiprotozoário e antibacteriano (eficaz contra bacilos gramnegativos anaeróbios, bacilos gram-positivos esporulados e
todos os cocos anaeróbios)

Mecanismo de ação

O grupo nitro do metronidazol é quimicamente reduzido no
interior das bactérias anaeróbias e protozoários sensíveis.

Os produtos reativos da redução danificam o DNA
microbiano, provocando apoptose.
VAGINOSE BACTERIANA

Metronidazol

Efeitos adversos

Náusea, cefaleia, boca seca, gosto metálico (comum).

Vômitos, diarreia, dor epigástrica, insônia, fraqueza,
tontura, afta, exantema, disúria, urina escura, vertigem,
parestesias, neutropenia (infrequentes).

Administrar com o estômago vazio. Se efeitos GI
ocorrerem, administrar com alimentos.

Pancreatite e toxicidade grave do SNC – ataxia,
encefalopatia, convulsões (raro).
VAGINOSE BACTERIANA

Metronidazol

Precauções

Deve ser utilizado com cautela em pacientes com
doença do SNC.

A terapia com metronidazol é contraindicada nas
pacientes com algumas discrasias sanguíneas.
VAGINOSE BACTERIANA

Metronidazol

Precauções

A dose deve ser ajustada para pacientes com
hepatopatia ou doença renal grave.

Causa uma reação semelhante ao dissulfiram com o
álcool (efeito tipo dissulfiram/ antabuse) - estritamente
evitado.
VAGINOSE BACTERIANA

Absorção rápida, quantidade apreciável é
absorvida no estômago;

90% é metabolizado no fígado;

5-10% sofre excreção inalterada no ar e na urina;
•
Reação devido à ingestão
de álcool e dissulfiram:
•
Dissulfiram inibe a
acetaldeído desidrogenase;
•
Acetaldeído – reativo e
tóxico – hepatotoxicidade;
VAGINOSE BACTERIANA

Aumento de acetaldeído na corrente sanguínea;

Sensação de calor e rubor, taquicardia, hiperventilação,
pânico e angústia, náuseas e vômitos.

Metronidazol: reação semelhante (interfere no metabolismo
do etanol).
VAGINOSE BACTERIANA

Metronidazol

Precauções

É melhor evitar o metronidazol em gestantes ou mulheres
durante a amamentação, embora a ocorrência de
anormalidades congênitas não tenha sido claramente
associada ao uso desse fármaco nos seres humanos. Alguns
estudos sugerem que o uso de metronidazol durante a
gestação é seguro.

O uso durante a gravidez deve ser cuidadosamente avaliado.
Contraindicado no 1º trimestre da gestação.


Amamentação: interromper a amamentação durante sua
administração e por 2 dias após o final da terapia. Altera o
sabor do leite.
VAGINOSE BACTERIANA

Tinidazol

Similar ao metronidazol, com atividade semelhante e
perfil de toxicidade melhor.

Eliminado mais lentamente. Meia-vida: 12-14 hs.

Administrar com alimentos ou logo após as refeições.

Contraindicações: gestação (1º tri.), período de
amamentação.
Evitar uso de bebidas alcoólicas durante o tratamento.

TRICOMONÍASE

É uma infecção causada pelo Trichomonas vaginalis
(protozoário flagelado), tendo como reservatório a cérvice
uterina, a vagina e a uretra.

Sua principal forma de transmissão é a sexual. O risco de
transmissão por ato é de 60 a 80%.

Ela pode ser transmitida por um portador assintomático que
aloja o organismo no trato urogenital.

As cepas virulentas causam inflamação da vagina e, algumas
vezes, da uretra em homens.
TRICOMONÍASE

Ela pode aumentar o risco de contrair HIV de um
parceiro infectado.

Trichomonas vaginalis promove a transmissão do vírus
HIV = 24% das infecções pelo HIV são diretamente
atribuídas à tricomoníase.

Predispõe mulheres à doença inflamatória pélvica
atípica, ao câncer cervical e à infertilidade.
TRICOMONÍASE

Pode permanecer assintomática no homem e, na
mulher, principalmente após a menopausa.

Na mulher, pode acometer a vulva, a vagina e a
cérvice uterina, causando cervicovaginite.

Excepcionalmente causa corrimento uretral masculino.
TRICOMONÍASE

Manifestações clínicas

Mulher

Forma assintomática ao estado agudo da doença;

Período de incubação: 3 a 20 dias;

Vaginite com corrimento fluido abundante (aquoso ou leitoso)
bolhoso;

Secreção vaginal amarela e amarelo-esverdeada, com odor
fétido e muito irritativa.

Mais frequente no período pós-menstrual;
TRICOMONÍASE

Manifestações clínicas

Mulher

Prurido e/ou irritação vulvovaginal;

Dor pélvica (ocasionalmente);

Dispareunia (dor intensa na relação sexual e logo após o ato);

Sintomas urinários (disúria, polaciúria);

Vagina edematosa com hiperemia da mucosa, com pontos
avermelhados (colpite - inflamação do colo do útero - difusa
e/ou focal, com aspecto de framboesa).
TRICOMONÍASE

Manifestações clínicas

Homem

Comumente assintomática;

Uretrite com fluxo leitoso ou purulento;

Desconforto ao urinar;

Hiperemia do meato uretral;

Durante o dia a secreção é escassa;

Complicações: prostatite, cistite e balanopostite (inflamação
conjunta da glande e prepúcio).
TRICOMONÍASE

Diagnóstico

Utiliza-se o exame direto (a fresco) do conteúdo vaginal ao
microscópio, de fácil interpretação e realização.

Colhe-se uma gota do corrimento, coloca-se sobre a lâmina
com uma gota de solução fisiológica e observa-se ao
microscópio, com o condensador baixo e objetiva de 10-40x,
buscando o parasita flagelado (em formato de pera)
movimentando-se ativamente entre as células epiteliais e os
leucócitos.
TRICOMONÍASE

Diagnóstico

A inspeção com um espéculo frequentemente revela o
eritema vaginal e cervical com múltiplas petéquias
pequenas (“manchas em morango”).

O teste do pH vaginal frequentemente mostra valores
acima de 4,5.
TRICOMONÍASE

Diagnóstico

A cultura é valiosa em crianças, em casos suspeitos e com
exame a fresco e esfregaço repetidamente negativos.

É muito difícil de ser realizada, pois requer meio específico
e condições de anaerobiose (meio de Diamond). Deve ser
recomendada em casos de difícil diagnóstico.

O PCR é o padrão-ouro para diagnóstico, mas é de difícil
acesso.
TRICOMONÍASE

Tratamento

O tratamento mais efetivo é o metronidazol (Flagyl®),
embora a resistência a este fármaco esteja em crescimento.

Recomenda-se tratar a paciente e seu parceiro com
metronidazol.

Ambos recebem uma dose única de 2 g de metronidazol (via
oral) ou, como alternativa, 500 mg de 12/12 h (via oral),
durante 7 dias.

A dose única é mais conveniente  maior adesão.

Ocasionalmente, percebeu-se que o tratamento por uma
semana foi mais efetivo.
TRICOMONÍASE

Tratamento

Segunda opção:

Doses elevadas de tinidazol também são efetivas,
com poucos efeitos colaterais. Tinidazol 2g (via
oral), dose única.

Secnidazol 2g (via oral), dose única.
TRICOMONÍASE

Tratamento

Tratamento tópico com óvulos ou cremes de imidazólicos
(isoconazol, terconazol), 7 dias: coadjuvante no alívio dos
sintomas;

Tratamento tópico: metronidazol creme vaginal: 1 vez (2
vezes) ao dia durante 5 a 10 dias

OBS: tratamentos locais como iodopovidona, acidificação da
vagina por meio de duchas com vinagre e instilação de
lactobacilos não superam a eficácia de metronidazol
sistêmico.
TRICOMONÍASE

Tratamento

Em gestantes: uso local - óvulos, cremes ou
geleias

Na gravidez: o metronidazol é contraindicado no 1°
trimestre

Encaminhar ao médico
TRICOMONÍASE

O achado de Trichomonas vaginalis em uma
citologia oncológica de rotina impõe o tratamento
da mulher e também do seu parceiro sexual, já que
se trata de uma DST.

Parceiros: tratar ao mesmo tempo que a paciente e
com o mesmo medicamento em dose única.

Portadoras do HIV: devem ser tratadas com os
mesmos esquemas.
TRICOMONÍASE

Observações

Durante o tratamento com qualquer dos medicamentos
sugeridos, deve-se evitar a ingestão de álcool

efeito antabuse, devido interação de derivados
imidazólicos com álcool.
TRICOMONÍASE

Observações

A tricomoníase vaginal pode alterar a classe da
citologia oncológica.

Por isso, nos casos em que houver alterações
morfológicas celulares e tricomoníase, deve-se realizar
o tratamento e repetir a citologia após 3 meses, para
avaliar se as alterações persistem.
TRICOMONÍASE

Observações

Durante o tratamento, devem ser suspensas as
relações sexuais.

Manter o tratamento se a paciente menstruar.

Enfermagem pode tratar sistêmico (metronidazol) e
tópico.
TRICOMONÍASE

Observações

Ações complementares de controle de DST que
incluem: aconselhar, oferecer testes VDRL, anti-HIV,
sorologia para Hepatite B e C.

Enfatizar adesão ao tratamento, convocar parceiro(s),
notificar, agendar retorno.
VAGINITE ATRÓFICA

Depois da menopausa, a mucosa vaginal fica mais
delgada e pode atrofiar-se, tornando a área vaginal
mais suscetível à infecção.

Essa condição pode ser complicada por infecção
causada por bactérias piogênicas, resultando em
vaginite atrófica.

A leucorreia (secreção vaginal) pode provocar prurido
e queimação.
VAGINITE ATRÓFICA

O tratamento é semelhante àquele para a vaginose
bacteriana quando as bactérias estão presentes.

Os hormônios estrogênicos, quer ingeridos por via
oral, quer inseridos na vagina em forma de um creme,
também podem ser efetivos na restauração do epitélio.
REFERÊNCIAS

AMATO NETO, Vicente; NICODEMO, Antonio Carlos; LOPES, Hélio
Vasconcellos. Antibióticos na prática médica. 6. ed. São Paulo: Sarvier,
2007.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa
Nacional de DST e Aids. Manual de Bolso das Doenças Sexualmente
Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde. 2ª ed. 2006.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa
Nacional de DST e Aids. Manual de Controle das Doenças Sexualmente
Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde. 4ª ed. 2006.

Formulário terapêutico nacional 2010: Rename 2010. /Ministério da
Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos,
Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. – 2.
ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010. 1135 p. : il. – (Série B. Textos
Básicos de Saúde)

SMELTZER, Suzanne C.; BARE, Brenda G. Tratado de enfermagem
médico-cirúrgica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 3 v.
Download

vaginose bacteriana