AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA SEGUNDO A PERCEPÇÃO DE
ESTUDANTES
DA
REDE
PÚBLICA
INCLUSOS
NO
PROJOVEM
ADOLESCENTE
Angélica da Silva Santos1, Cicera Rócila Pereira Araújo¹, Lourdes Lanes Ferreira
Pereira¹, Rogério Frasão Pereira,¹ Cleidiana, Santos Souza¹, Nyrreyne Dias Pereira de
Melo¹.
Correspondência para: [email protected]
Palavras-chave: Educação. Qualidade de Vida.
RESUMO
Qualidade de vida é a percepção do indivíduo de sua inserção na vida no
contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus
objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Diante dessa abordagem surgiu a
curiosidade em realizar essa pesquisa com o intuito de verificar a qualidade de vida dos
jovens inseridos no Programa do Projovem Adolescente. Objetivo: Verificar como os
alunos descrevem sua qualidade de vida. Metodologia: Trata-se de um estudo do tipo
transversal e descritivo com abordagem quantitativa, nas escolas públicas onde ocorram
o Programa Nacional de Inclusão do Jovem (Projovem) Adolescente, situadas na cidade
de Juazeiro do Norte - CE, no período de Maio a Agosto de 2014, durante o período da
manhã e, a amostra foi constituída por 200 alunos com idades de 15 a 17 anos. Foram
abordados ambos os sexos, os mesmos responderam uma escala de 1 a 5, sendo 1
relativo a muito ruim e 5 qualidade de vida muito boa. Resultados: 48 alunos
equivalente a 24% responderam que a qualidade de vida do mesmo estava muito boa;68
alunos compondo 34% responderam que a qualidade de vida estava boa; 42 estudantes
1
Universidade Regional do Cariri (URCA)
responderam que a qualidade de vida está no nível intermediário perfazendo 21%, 29
alunos responderam que estava ruim com 14,5% e 13 responderam que estava muito
ruim totalizando 6,5%. Conclusão: A qualidade de vida dos alunos da rede pública é
satisfatória e projetos voltados para educação destes alunos melhoram seu rendimento
escolar.
1 INTRODUÇÃO
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define Qualidade de Vida como “a
percepção de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais
ele vive em relação aos objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Para Dawalibi
(2011), remete-se a subjeção que envolve o estilo de vida e se caracteriza como os
hábitos aprendidos e adotados durante toda a vida, engloba aspectos que envolvem a
realidade familiar, ambiental e social. Está vinculada a auto realização, envolve uma
área multidisciplinar e as diversas formas de ciência e conhecimento popular, conceitos
estes que analisam a vida de forma holística.
No Projovem Adolescente, a interdisciplinaridade é vista como uma abordagem
presente às questões contemporâneas sobre a produção do conhecimento, sendo que a
integração entre educação, trabalho e ação comunitária ocorre em função da inclusão
social dos jovens cidadãos (BRASIL, 2005). Moreira, Rosário e Santos (2011), afirmam
que o Projovem Adolescente é destinado aos jovens de famílias em condições de
extrema pobreza marcados por vivências resultantes de diferentes situações de riscos e
vulnerabilidades entre elas situações de trabalho infantil, abuso e exploração sexual,
violência doméstica, abandono, negligência e maus-tratos e alguns em situação de
conflito com a lei, cumprindo medidas socioeducativas em meio aberto ou egressos de
medida de internação – Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, Estatuto da Criança e do
Adolescente – ECA. De acordo com esta abordagem consideram-se a percepção e
expectativa subjetivas sobre a vida, postura qual pode ainda determinar o modo de agir
frente às dificuldades vivenciadas.
A qualidade de vida pode ser avaliada por instrumentos específicos ou
genéricos. Os instrumentos específicos podem ser idealizados para uma doença, função
ou um problema sendo estes mais sensíveis e responsivos para sua finalidade.
(SANTOS, 2012).Os estudantes da rede pública enfrentam dificuldades que vão desde
os fatores ligados diretamente a educação ao ambiente em que residem, e as relações
interpessoais estabelecidas estas irão intervir no processo ensino – aprendizagem. Este
estudo teve por objetivo analisar a qualidade de vida dos jovens inseridos na rede
pública.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Tratou-se de um estudo do tipo transversal e descritivo com abordagem
quantitativa. Segundo Moresi (2003), define a pesquisa quantitativa como metodologia
projetada para gerar resultados precisos e confiáveis para uma análise estatística,
utilizada para comparar opiniões, atitudes e preferências comportamentais objetivando
descobrir quantas pessoas de uma determinada população compartilham uma
característica ou um grupo de características.A pesquisa foi realizada nas escolas
públicas situadas na cidade de Juazeiro do Norte - CE, no período de Maio a Agosto de
2014, durante o período da manhã e tarde.
A amostra foi composta por 200 alunos, com faixa etária de 15 a 17 anos, foram
abordados ambos os sexos, os mesmos deveriam responder a uma pergunta na qual de 1
a 5, 1 muito ruim e 5 muito boa, relatavam como avaliavam a sua qualidade de vida.
Para participação na pesquisa utilizou-se um Termo de Consentimento para os
responsáveis permitirem a participação dos alunos. A pesquisa incluiu adolescentes que
estivessem inscritos no programa Projovem Adolescente, durante os três dias instituídos
pelo programa, nas segundas, terças e quartas-feiras, foram abordados ambos os sexos,
que fizessem uso ou não de medicação, praticantes ou não de atividades físicas.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A amostra de acordo com o sexo expressou que 57% eram do sexo masculino e
43%, sexo feminino. 48 alunos equivalente a 24% responderam que a qualidade de vida
do mesmo estava muito boa;68 alunos compondo 34% responderam que a qualidade de
vida estava boa; 42 estudantes responderam que a qualidade de vida está no nível
intermediário perfazendo 21%, 29 alunos responderam que estava ruim com 14,5% e 13
responderam que estava muito ruim totalizando 6,5%.
Em contra partida, Penteado e Pereira (2007), em seu estudo sobre avaliação de
aspectos associados à qualidade de vida de professores observaram que as principais
características da amostra foram: 69,5% eram do gênero feminino e 30,5% do
masculino. A idade variou de 20 a 60 anos, com média de 39,6 anos, sendo as classes
mais frequentes de 30 a 39 anos (30,5%) e de 40 a 49 anos (29,7%), de acordo com
Melo(2013),em sua pesquisa sobre a qualidade de vida de adolescentes observa que no
sexo masculino há uma melhor qualidade de vida (66,3 – 64,4) que se reflete em todos
os domínios, sendo mais evidente nos domínios físico (72,5 homens/69,7 mulheres),
Psico (69,3 – 66,7), entretanto no domínio ambiente há uma igualdade entre ambos os
gêneros (54,8 respectivamente), o que nos permite entender que o ambiente em que
frequentam não influencia na qualidade de vida em função do sexo.
Gaspar, Matos, Ribeiro e Leal(2006), analisaram a relação entre os dois grupos
etários considerados no estudo, o grupo dos 10 aos 11 anos (crianças) e o grupo dos 12
anos ou mais (adolescentes), quanto à sua percepção sobre a própria qualidade de vida
relacionada com a saúde, na grande maioria das dimensões encontram-se diferenças
significativas, exceto na dimensão “Questões económicas”. O grupo das crianças
apresenta valores médios mais elevados do que o grupo dos adolescentes, exceto no
caso da dimensão “Provocação”, no qual são os adolescentes que apresentam valores
médios superiores.
4 CONCLUSÕES
O presente estudo permitiu a compreensão sobre a complexidade que envolve a
percepção dos adolescentes inseridos no Projovem Adolescente, indicando a
predominância de indivíduos do sexo masculino apresentando estes há uma melhor
qualidade de vida. Pode-se verificar que a qualidade de vida dos alunos conforme sua
percepção apresenta resultados satisfatórios onde ações pedagógicas e atividade
voltadas para o adolescente são imprescindíveis para seu desenvolvimento escolar. A
preocupação com o bem-estar das pessoas em geral, não se inicia com a constituição de
uma área de pesquisa intitulada qualidade de vida. Entretanto as condições, os modos e
estilos de vida das pessoas são resultados de uma longa evolução das lutas políticas,
econômicas e da própria cultura, no sentido de propiciar sempre melhores e mais dignas
condições de vida para a sociedade como um todo.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Traçado
metodológico. Brasília, 2005.
DAWALIBI, N.W. Qualidade de Vida e Estado Nutricional de Idosos em Programas
para a Terceira Idade. São Paulo , 2011.
GASPAR, T; MATOS, G. de; RIBEIRO, J.L.P; LEAL, I. Qualidade de vida e bem-estar
em crianças e adolescentes. Rev. bras.ter. cogn. v.2 n.2 Rio de Janeiro dez. 2006
MELO, N.D.P de. Avaliação da qualidade de vida dos alunos do Projovem Adolescente
de Juazeiro do Norte, 2013
MOREIRA, J. O., ROSÁRIO, A. B. & SANTOS, A. P. S. Juventude e adolescência:
considerações preliminares Psico, Porto Alegre, PUCRS, v. 42, n. 4, pp. 457-464,
out./dez. 2011
MORESI, E. Metodologia da Pesquisa. Brasília, 2003.
PENTEADO RZ & PEREIRA Qualidade de vida e saúde vocal de professores
IMTBRev Saúde Pública 2007;41(2):236-43
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