Rua das Mercês, 8 9000-420 – Funchal Telef (+351291)214970 Fax (+351291)223002 Email: [email protected] [email protected] http://www.madeira-edu.pt/ceha/ SILVA, Fernando Augusto da(1978): Emigração em Elucidário Madeirense, vol. I COMO REFERENCIAR ESTE TEXTO: SILVA, Fernando Augusto da(1978): Emigração em Elucidário Madeirense, vol. I, Funchal, CEHABiblioteca Digital, disponível em: http://www.madeira-edu.pt/Portals/31/CEHA/bdigital/madeirageral/1978-fasilva-em-l.pdf, data da visita: / / RECOMENDAÇÕES O utilizador pode usar os livros digitais aqui apresentados como fonte das suas próprias obras, usando a norma de referência acima apresentada, assumindo as responsabilidades inerentes ao rigoroso respeito pelas normas do Direito de Autor. O utilizador obriga-se, ainda, a cumprir escrupulosamente a legislação aplicável, nomeadamente, em matéria de criminalidade informática, de direitos de propriedade intelectual e de direitos de propriedade industrial, sendo exclusivamente responsável pela infracção aos comandos aplicáveis. gundo os mesmos modelos, quase sempre figurando os tradicionais <vilões madeirenses~, o s carros de bois, redes e carrinhos do Monte, guarnecidos de cercaduras d e desenhos simetricos e pouco variados. <Estes embutidos guarnecem em regra mes a s de pequeno formato, a s chamadas amesas de campainha,, mesas de jogo, taboleiros e variadas pequenas caixas destinadas a costur a , a papel, a lenços, a luvas, estampilhas, agulhas e alfinetes, etc., etc., e destes produtos, os de inferior qualidade são o s mais numerosos, e são os que, expostos diariament e nos aspardeckm dos paquetes que guardam o porto do Funchal, v50 de mistura com outros produtos de indústria local, constituir um importante mm6rcio marítimo, o da classe dos cbomboteimss, que dele vivem exclusivamente,. iEntre os melhores trabalhos de embutidos fabricados n a Madeira, h& a mencionar uma mesa oferecida em 1918 a o falecido Presidente da Repfiblica o Dr. Sid6nio Pais e duas mesas encomendadas pelo Rei D. Luiz, quando infante, n a sua estada n a Madeira em 1858, destinadas como ofertas ao Rei D. Ped r o V c & Rainha D. Est&&nia. m t e s dois últimos trabalhos eram citados por pessoas entendidas daquele tempo, com grande apreço e elogio. Emigração. Já no &eu10 XVI havia emigração n a Madeira, pois q u e F r e i Gaspar d a Madre de Deus nas suas Memó* para a Hktdrãa da Capitanricc & S. Vicemte do Estrcodo do B W t , refere-se à ida para aquela capitania de muitos casais d e s t a ilha. A emigração para o Brasil cmtinuou nos séculos XVII e XVIII e, entre o s muitos madeirenses que para ali foram em busca de fortuna, durante o domfnio fiLipino, conta-se o céJebre João Fernandes Vieira, o libertador de Pernambuco. E m 1676, diz o Dr. Azevedo, tinha chegado a ponto tal nesta ilha a decadencia do comCrcio dos açúcares, q u e a emigraçao para as terras de Santa C r u z , at6 enttio mero expediente ou exploração de particulares, passou a ser promovida pelo governo, e em 1747 foi publicada uma c a r t a regia para que o governador geral da Madeira desse ajud a a essa ernigraçga. Durou contudo pouco t e m p o a protecçáo oficial A emigração, recomendada neste último diplama. Pelo alvará de 4 de Julho de 1758 foram exi@dos passaportes aos indivíduos que dai em diante Pretendessem deixar a ilha e, em 1779, mandou o governador ge- ral proceder a uma devassa apara o descobrimento dos engajadores da emigraçfio, e dos navios que se empregavam no transporte de emigrantes., Havia então emigraçao par a o Brasil e emigraçao para os palses estrangeiros, sendo contra esta última principalmente que se insurgia o governador, que chegou a propor ao governo o desenvolvimento da agricultura, como meio de evitar o despovoamento da ilha. Em 1792 emigraram muitas famflias madeirenses para os Estados Unidos da America por causa da perseguiçáo que os maçóes sofreram nesse ano e sabe-se que já em 1753 saíam muitos individuas para aquele pais, quase sempre clandestinamente, para fugir & misCria que afligia a população da ilha. A emigraçlío para Demerara e colónias inglesas das Indias Ocidentais parece que a6 começou a fazer-se em larga escala por 12340. Em 1841 subiu a 4045 o ntimero de emigrantes, em 1846 a 4945, em 1847 a 47211 e em 1853 a 3060, tendo ido uma *boa parte destes indivíduos para aqueles paises, para onde desde 1842 o governo InglCs pagava os transportw, devido B falta que havia ali de braços para o trabalho. E m 1847 estacionou por alguns tempos nos nossos marecr3 um navio de guerra portuguCs, com o fim de coadjuvar a s autoridades locais na repressaa clandestina. Dos milhares de madeirenses que seguiram para a Guiana e para outras colclnias inglesas em busca de riquezw, alguns foram favorecidos pela sorte, existindo hoje descendentes deles tanto naqueles pafses como entre n6s. O demerarista que $. custa de penmíssimos trabalhos e de flagelos de toda a espécie conseguia amontoar capitais, n&o se esquecia em geral da s u a terra e era aquj que gostava de vir passar o resto da sua vida rodeado de comodidades e confortos a que nác fora habituado na *sua mocidade. E r a e l f quem nas freguesias fazia com maior empe, nho a s festas do Senhor, festas em que ha. via sempre grande abundância d e tiros i foguetes, coisas estas muito do agrado dc povo rude d a nossa ilha. Desde 1835 at6 1855 saíram da Madeira cerca de 4 0 . M pessoas, das quais apena! umas 20.000 levaram passaporte, tendo idc muitas delas para o Brasil e M a d o s Unido! da AmCrica, onde por esse tempo algune pa trícios nossos conseguiram também fazer for, tuna. Em 18 de Junho de 1854 saiu par2 o Rio de Janeiro o iate portugUCs conduzindo 188 colonos, e no m m o an( deixaram o Porto 1Santo 104 indivíduos cam destino aos trabalhos públicos em Portugal, segundo se lê nos Aniaiús do município daquela ikha. A emigração para a s ilhas de Sandwich começou em 1878, tendo os prinieiros emigrantes #saído daqui numa grande galera, que gastou cerca de 6 meses em conduzi-los ao porto do seu destino. De 1883 a 1887 sairam novas levas de emigrantes p a r a aquelas ilhas, o mesmo sucedendo em 1909 e 1911 e ainda noutros anos. Em 1884 saíram 232 indivíduos para Mrica, tendo 210 aido contratados pelo governo para irem para Moçâmedes e em 1889 a 1890 saíram 1338 com destino a o mesmo continente, estabelecendo-se a maior parte deles em Angola e Lourenço Marques, p a r a onde se pretendia fazer desviar a corrente emigratória que anres disso se dirigia principalmente par a a LAm6rica e Oceânia. Compuleando. as modernas estatísticas da emigração vê-se que a America do Norte e o Brasil foram os países que receberam maior número de emigrantes madeirenses no período decorrido de 1903 a 1913. No primeiro daqueles países entraram 195 madeirenses em 1903, 218 em 1905, 874 em 1969, 1064 em 1910, 1051 em 1912 e !% ll em 19l3; e no segundo entraram 377 em 1903, 1198 em 1905 e 1522 em 1913. E m 1915 saíram 1114 19U .e 1522 em 1915. Em 1915 saíram 1114 emigrantes para a América do Norte e apenas 62 para o Brasil. Todos os anos vem para a Madeira importiincias avultadas, remetidas pelos madeirmses residentes n w {Estados Unidos da America. Muitos desses madeirenses tem regressado já à p&tria, trazemdo capitais que aplicam quase sempre & compra d e propriedades. No Brasil poucos madeirenses tem oonseguido modernamente fazer fortuna e na Mrica portugwsa cremos que sb a co16izia eaabdecida no planalto de Moçamedes está hoje em situação florescente. P a r a a Africa oriental tamb6m foram em 1889 ou 1890 alguns colonos, que arrastaram ao princípio uma vida de privaç6es e de misérias, por não terem achado ali os recursos que o governo prometera facultar-lhes. No Cabo de Boa Esperança e na Repdiblica )Argentina existem colónias madeirenses, tendo emigrado em 11905 para este último pa5s cerca d e 2!50 indlviduos. De 1872 a 1879 sairam d a Madeira 6624 emigrantes e de 1882 a 1889, 15.750. Quanto à emigração em Cpocas mais recentes, acha- -se consignada no quadro seguinte: Emigrados Gpcmhóis. Como fosse mal sucedida a revolução que houve em Espanha em princípios de 1866, muitos revolucion8rioe se internaram em Portugal, tendo vindo para esta ilha 70, sendo 46 oficiais e 24 soldados, os quais chegaram aqui a 1 de Julho do mesmo ano. (Estes emigrados espanhóis, alguns dos ~quaiscasaram nosta ilha, saíram daqui depois de triunfar a revolução d e 1868, que destronou Isabel 11, tendo ido emlbarcar de noite à $Praia Formosa, sem que a s autoridades tivessem conhecimento da sua partida. Encharéu (Carana d-x). Peixe d a familia mrangida, comum nos mares d a Madeira. Aparece as vezes em grandes cardumes, sendo pescado de ordinário com a briqueira ou a aguiheira e, mais raramente, com o espinhe1 ou a w n a . Enchova ( T m e sai8tuDtor). Peixe da familia Carangida, de passagem irregular na Madeira. 1T: muito voraz e destrói grande parte das espécies costeiras. Pescam-no por meio de redes, junto 8. costa, ou à linha, e neste caso muitas vezes pelo processo chamado de oorrilcio. Encumeada. Este nome substantivo rs6 se emprega toponimicamente na Madeira, designando o cume de certos montes e iminencias, dcnde se descortinam largas horizontes em torno do observador. A mais conhecida é a chamada Enmmmadh & r9& Vicerzite. Encumeada de São Vicente. ~ s t alta a curneada fica situada entre !ai$ freguesias da Serra de Agua e São Vicente, a uma altitude superior a mil metros e na crista d a cordilheira que longitudinalmente atravessa o interior da Madeira. passa ali a estrada que da !Ribeira Brava se dirige a S b Vicente e desse ponto se lavistam as c W a a setentrio-