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SILVA, Fernando Augusto da(1978):
Emigração em Elucidário Madeirense,
vol. I
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SILVA, Fernando Augusto da(1978): Emigração em Elucidário Madeirense, vol. I, Funchal, CEHABiblioteca Digital, disponível em: http://www.madeira-edu.pt/Portals/31/CEHA/bdigital/madeirageral/1978-fasilva-em-l.pdf, data da visita: / /
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gundo os mesmos modelos, quase sempre figurando os tradicionais <vilões madeirenses~,
o s carros de bois, redes e carrinhos do Monte, guarnecidos de cercaduras d e desenhos simetricos e pouco variados.
<Estes embutidos guarnecem em regra mes a s de pequeno formato, a s chamadas amesas
de campainha,, mesas de jogo, taboleiros e
variadas pequenas caixas destinadas a costur a , a papel, a lenços, a luvas, estampilhas,
agulhas e alfinetes, etc., etc., e destes produtos, os de inferior qualidade são o s mais
numerosos, e são os que, expostos diariament e nos aspardeckm dos paquetes que guardam
o porto do Funchal, v50 de mistura com outros produtos de indústria local, constituir
um importante mm6rcio marítimo, o da classe dos cbomboteimss, que dele vivem exclusivamente,.
iEntre os melhores trabalhos de embutidos
fabricados n a Madeira, h& a mencionar uma
mesa oferecida em 1918 a o falecido Presidente da Repfiblica o Dr. Sid6nio Pais e duas
mesas encomendadas pelo Rei D. Luiz, quando infante, n a sua estada n a Madeira em
1858, destinadas como ofertas ao Rei D. Ped r o V c & Rainha D. Est&&nia. m t e s dois
últimos trabalhos eram citados por pessoas
entendidas daquele tempo, com grande apreço
e elogio.
Emigração. Já no &eu10 XVI havia emigração n a Madeira, pois q u e F r e i Gaspar d a
Madre de Deus nas suas Memó*
para a
Hktdrãa da Capitanricc & S. Vicemte do Estrcodo do B W t , refere-se à ida para aquela
capitania de muitos casais d e s t a ilha. A emigração para o Brasil cmtinuou nos séculos
XVII e XVIII e, entre o s muitos madeirenses
que para ali foram em busca de fortuna,
durante o domfnio fiLipino, conta-se o céJebre
João Fernandes Vieira, o libertador de Pernambuco. E m 1676, diz o Dr. Azevedo, tinha
chegado a ponto tal nesta ilha a decadencia
do comCrcio dos açúcares, q u e a emigraçao
para as terras de Santa C r u z , at6 enttio
mero expediente ou exploração de particulares, passou a ser promovida pelo governo, e
em 1747 foi publicada uma c a r t a regia para
que o governador geral da Madeira desse ajud a a essa ernigraçga.
Durou contudo pouco t e m p o a protecçáo
oficial A emigração, recomendada neste último diplama. Pelo alvará de 4 de Julho de
1758 foram exi@dos passaportes aos indivíduos que dai em diante Pretendessem deixar
a ilha e, em 1779, mandou o governador ge-
ral proceder a uma devassa apara o descobrimento dos engajadores da emigraçfio, e
dos navios que se empregavam no transporte de emigrantes., Havia então emigraçao par a o Brasil e emigraçao para os palses estrangeiros, sendo contra esta última principalmente que se insurgia o governador, que
chegou a propor ao governo o desenvolvimento da agricultura, como meio de evitar
o despovoamento da ilha.
Em 1792 emigraram muitas famflias madeirenses para os Estados Unidos da America
por causa da perseguiçáo que os maçóes sofreram nesse ano e sabe-se que já em 1753
saíam muitos individuas para aquele pais,
quase sempre clandestinamente, para fugir &
misCria que afligia a população da ilha.
A emigraçlío para Demerara e colónias inglesas das Indias Ocidentais parece que a6
começou a fazer-se em larga escala por 12340.
Em 1841 subiu a 4045 o ntimero de emigrantes, em 1846 a 4945, em 1847 a 47211
e em 1853 a 3060, tendo ido uma *boa parte
destes indivíduos para aqueles paises, para
onde desde 1842 o governo InglCs pagava os
transportw, devido B falta que havia ali de
braços para o trabalho. E m 1847 estacionou
por alguns tempos nos nossos marecr3 um navio de guerra portuguCs, com o fim de coadjuvar a s autoridades locais na repressaa
clandestina.
Dos milhares de madeirenses que seguiram
para a Guiana e para outras colclnias inglesas em busca de riquezw, alguns foram favorecidos pela sorte, existindo hoje descendentes deles tanto naqueles pafses como entre
n6s. O demerarista que $. custa de penmíssimos trabalhos e de flagelos de toda a espécie conseguia amontoar capitais, n&o se esquecia em geral da s u a terra e era aquj
que gostava de vir passar o resto da sua vida
rodeado de comodidades e confortos a que nác
fora habituado na *sua mocidade. E r a e l f
quem nas freguesias fazia com maior empe,
nho a s festas do Senhor, festas em que ha.
via sempre grande abundância d e tiros i
foguetes, coisas estas muito do agrado dc
povo rude d a nossa ilha.
Desde 1835 at6 1855 saíram da Madeira
cerca de 4 0 . M pessoas, das quais apena!
umas 20.000 levaram passaporte, tendo idc
muitas delas para o Brasil e M a d o s Unido!
da AmCrica, onde por esse tempo algune pa
trícios nossos conseguiram também fazer for,
tuna. Em 18 de Junho de 1854 saiu par2
o Rio de Janeiro o iate portugUCs
conduzindo 188 colonos, e no m m o an(
deixaram o Porto 1Santo 104 indivíduos cam
destino aos trabalhos públicos em Portugal,
segundo se lê nos Aniaiús do município daquela
ikha.
A emigração para a s ilhas de Sandwich
começou em 1878, tendo os prinieiros emigrantes #saído daqui numa grande galera, que
gastou cerca de 6 meses em conduzi-los ao
porto do seu destino. De 1883 a 1887 sairam
novas levas de emigrantes p a r a aquelas ilhas,
o mesmo sucedendo em 1909 e 1911 e ainda
noutros anos.
Em 1884 saíram 232 indivíduos para Mrica,
tendo 210 aido contratados pelo governo para
irem para Moçâmedes e em 1889 a 1890 saíram 1338 com destino a o mesmo continente,
estabelecendo-se a maior parte deles em Angola e Lourenço Marques, p a r a onde se pretendia fazer desviar a corrente emigratória
que anres disso se dirigia principalmente par a a LAm6rica e Oceânia.
Compuleando. as modernas estatísticas da
emigração vê-se que a America do Norte e
o Brasil foram os países que receberam maior
número de emigrantes madeirenses no período decorrido de 1903 a 1913. No primeiro daqueles países entraram 195 madeirenses em
1903, 218 em 1905, 874 em 1969, 1064 em
1910, 1051 em 1912 e !%
ll
em 19l3; e no
segundo entraram 377 em 1903, 1198 em
1905 e 1522 em 1913. E m 1915 saíram 1114
19U .e 1522 em 1915. Em 1915 saíram 1114
emigrantes para a América do Norte e apenas 62 para o Brasil.
Todos os anos vem para a Madeira importiincias avultadas, remetidas pelos madeirmses residentes n w {Estados Unidos da America. Muitos desses madeirenses tem regressado já à p&tria, trazemdo capitais que aplicam
quase sempre & compra d e propriedades.
No Brasil poucos madeirenses tem oonseguido modernamente fazer fortuna e na Mrica portugwsa cremos que sb a co16izia eaabdecida no planalto de Moçamedes está hoje
em situação florescente. P a r a a Africa oriental tamb6m foram em 1889 ou 1890 alguns
colonos, que arrastaram ao princípio uma vida de privaç6es e de misérias, por não terem
achado ali os recursos que o governo prometera facultar-lhes.
No Cabo de Boa Esperança e na Repdiblica )Argentina existem colónias madeirenses,
tendo emigrado em 11905 para este último
pa5s cerca d e 2!50 indlviduos.
De 1872 a 1879 sairam d a Madeira 6624
emigrantes e de 1882 a 1889, 15.750. Quanto
à emigração em Cpocas mais recentes, acha-
-se consignada no quadro seguinte:
Emigrados Gpcmhóis. Como fosse mal
sucedida a revolução que houve em Espanha
em princípios de 1866, muitos revolucion8rioe
se internaram em Portugal, tendo vindo para
esta ilha 70, sendo 46 oficiais e 24 soldados,
os quais chegaram aqui a 1 de Julho do mesmo ano.
(Estes emigrados espanhóis, alguns dos
~quaiscasaram nosta ilha, saíram daqui depois de triunfar a revolução d e 1868, que destronou Isabel 11, tendo ido emlbarcar de noite à $Praia Formosa, sem que a s autoridades tivessem conhecimento da sua partida.
Encharéu (Carana d-x).
Peixe d a familia mrangida, comum nos mares d a Madeira. Aparece as vezes em grandes cardumes, sendo pescado de ordinário com a briqueira ou a aguiheira e, mais raramente, com
o espinhe1 ou a w n a .
Enchova ( T m e sai8tuDtor). Peixe da
familia Carangida, de passagem irregular na
Madeira. 1T: muito voraz e destrói grande parte das espécies costeiras. Pescam-no por meio
de redes, junto 8. costa, ou à linha, e neste
caso muitas vezes pelo processo chamado de
oorrilcio.
Encumeada. Este nome substantivo rs6
se emprega toponimicamente na Madeira, designando o cume de certos montes e iminencias, dcnde se descortinam largas horizontes
em torno do observador. A mais conhecida
é a chamada Enmmmadh & r9& Vicerzite.
Encumeada de São Vicente.
~ s t alta
a
curneada fica situada entre !ai$ freguesias da
Serra de Agua e São Vicente, a uma altitude
superior a mil metros e na crista d a cordilheira que longitudinalmente atravessa o interior da Madeira. passa ali a estrada que
da !Ribeira Brava se dirige a S b Vicente
e desse ponto se lavistam as c W a a setentrio-
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